196 research outputs found
Little dragons prefer flowers to maidens: a lizard that laps nectar and pollinates trees
Lizards rarely visit and pollinate flowers, the few recent records being mostly restricted to island habitats. We report here on the Noronha skink (Euprepis atlanticus) seeking nectar in the flowers of the leguminous mulungu tree (Erythrina velutina) at Fernando de Noronha Archipelago, off northeast Brazil. The mulungu tree blooms during the dry season, and each flower secretes copious and diluted nectar throughout the day. The Noronha skink climbs up to the inflorescences and laps the nectar accumulated in the flowers' base. While exploiting the flowers and crawling over the inflorescences, the body parts of the skink contact the anthers and stigmas and pollen adheres to the lizard's scales. The lizard visits inflorescences from the same and different trees, which renders it a potential pollinator. As the mulungu tree blooms during the dry season and the island has little or no natural freshwater supply during drought periods, we suggest that the Noronha skink seeks flower nectar both for its energetic, diluted sugars and the water content.Lagartos raramente visitam e polinizam flores, os poucos registros estando restritos a ambientes insulares. Registramos aqui a mabuia de Noronha (Euprepis atlanticus) buscando néctar nas flores da árvore leguminosa mulungu (Erythrina velutina), no Arquipélago de Fernando de Noronha ao largo da costa Nordeste do Brasil. O mulungu floresce na época seca, ao longo de quatro meses. As flores produzem néctar muito diluído e abundante, ao longo do dia todo. A mabuia percorre as inflorescências, lambendo o néctar acumulado na base da flor. Enquanto rasteja sobre as inflorescências da mesma ou outra árvore, contata as anteras e os estigmas e o pólen fica aderido ao seu corpo, o que torna a mabuia um polinizador potencial. Como o mulungu floresce durante a época seca, período em que a água é muito escassa na ilha, sugerimos que a mabuia visita as flores tanto pelos açúcares diluídos e energéticos, como pela água contida no néctar.185192Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq
Aves limpadoras: uma visão geral para os Neotrópicos
Several bird species feed on a variety of external parasites and epibionts, organic debris, dead and wounded tissue, clots and blood, and secretions from the body of other vertebrates (hosts or clients). We present an overview of so called cleaner birds from the Neotropics based on field records, literature, and photo survey. We found that 33 bird species in 16 families practice cleaning even if some of them do so very occasionally. The birds range from the Galápagos ground finch Geospiza fuliginosa to the widespread black vulture Coragyps atratus. Clients mostly are large herbivores such as capybaras, deer, and livestock, but also include medium-sized herbivores such as iguanas and tortoises, and carnivores such as boobies and seals - a few bird species associate with these latter marine mammals. No carnivorous terrestrial mammal client is recorded to date except for a domestic dog, from whose hair black vultures picked organic debris. Some clients adopt particular inviting postures while being cleaned, whereas others are indifferent or even disturbed by the activity of cleaner birds. Capybaras, giant tortoises, and iguanas are among the inviting clients, whereas boobies try to dislodge the 'vampire' finch Geospiza difficilis. Most of the Neotropical cleaner birds may be lumped in one broad category (omnivores that dwell in open areas and associate with large to medium-sized herbivores). A second, restricted category accommodates some species from Patagonia and the Galápagos Islands (omnivores that dwell in open areas and associate with carnivorous marine mammals, or seabirds and marine reptiles). Two still more restricted categories accommodate the following: 1) forest-dwelling cleaner birds; and 2) marine coastal cleaners. Additional records of Neotropical cleaner birds will mostly fall in the broad category.Diversas espécies de aves alimentam-se de uma variedade de ectoparasitas e epibiontes, partículas orgânicas, tecido morto ou ferido, coágulos e sangue, além de secreções do corpo de outros vertebrados (hospedeiros ou clientes). Apresentamos uma visão geral sobre aves limpadoras dos Neotrópicos, baseada em registros de campo, literatura e levantamento de fotografias. Encontramos 33 espécies em 16 famílias que agem como limpadoras, ainda que algumas delas muito ocasionalmente. As aves abrangem desde o tentilhão Geospiza fuliginosa das Ilhas Galápagos até o disseminado urubu Coragyps atratus. Os clientes são principalmente herbívoros de grande porte como capivaras, veados e gado, mas também incluem herbívoros de médio porte como iguanas e tartarugas, e carnívoros como atobás e elefantes-marinhos (algumas poucas espécies de aves se associam a estes mamíferos marinhos). Não há registro de cliente carnívoro terrestre, com exceção de um cão doméstico de cuja pelagem urubus cataram partículas orgânicas. Algumas espécies de clientes adotam posturas particulares - à maneira de convite - enquanto são limpas, ao passo que outras ficam indiferentes ou até perturbadas pela atividade das aves limpadoras. Capivaras, tartarugas-gigantes e iguanas, estão entre os clientes que convidam, ao passo que atobás tentam se livrar do tentilhão 'vampiro' Geospiza difficilis. A maioria das aves limpadoras neotropicais pode ser agrupada em uma ampla categoria (onívoros que habitam áreas abertas e se associam a herbívoros de médio a grande porte). Uma segunda categoria, restrita, acomoda algumas poucas espécies das Ilhas Galápagos e da Patagônia (onívoros que vivem em áreas abertas e se associam a mamíferos marinhos, ou aves e répteis marinhos). Duas categorias, mais restritas ainda, acomodam: 1) aves limpadoras que vivem em florestas; e 2) limpadores marinhos costeiros. Registros adicionais de aves limpadoras neotropicais provavelmente serão acomodados na categoria ampla.195203Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq
Species records, mistaken identifications, and their further use: the case of the diskfish Echeneis naucrates on a spinner dolphin
The single record of the sharksucker (Echeneis naucrates) attached to a spinner dolphin (Stenella longirostris) is based on a photograph taken at Fernando de Noronha Archipelago, off northeast Brazil. A careful examination of this photograph demonstrates that the diskfish attached to the dolphin is the whalesucker (Remora australis), a species so far recorded on cetaceans only. Thus, the record of S. longirostris as a host for E. naucrates is here invalidated and the value of vouched records is reiterated. The exaggerated reliance even on refereed papers dealing with species records and checklists that lack or have dubious vouchers and their further use is commented upon.O único registro da rêmora Echeneis naucrates sobre golfinho-rotador (Stenella longirostris) é baseado numa fotografia tirada em Fernando de Noronha, ao largo da costa nordeste do Brasil. Um exame cuidadoso desta fotografia demonstra que a rêmora fixada no golfinho é um indivíduo de Remora australis, uma espécie registrada somente em cetáceos. Portanto, o registro de E. naucrates sobre S. longirostris é aqui invalidado e o valor de registros atestados por comprovantes é reiterado. A confiança exagerada, mesmo em publicações arbitradas, em registros de espécies e listas faunísticas sem comprovantes ou com comprovantes dúbios e o seu uso posterior são aqui comentados.45746
Um pica-pau que aprecia bebidas doces: o joão-velho procura néctar e poliniza plantas de dossel no sudeste do Brasil
Insects are the staple diet of woodpeckers, but some species also habitually feed on fruits. A few woodpecker species are recorded as flower visitors for nectar intake. We report here on the blond-crested woodpecker (Celeus flavescens) taking nectar from flowers of two canopy species, Spirotheca passifloroides (Bombacaceae) and Schwartzia brasiliensis (Marcgraviaceae), in the Atlantic forest of south-eastern Brazil. Spirotheca passifloroides blooms for three months in the austral winter, whereas S. brasiliensis blooms for two months in the summer. Flowers of both species produce large amounts of dilute nectar. Celeus flavescens visits several flowers per plant touching the anthers and stigmas with its head and throat, and thus acts as a pollen vector. We suggest that woodpeckers may be more frequent flower visitors than previously thought, and that feeding on ripe fruits may be a simple behavioural step for the origin of nectar feeding by Neotropical woodpeckers.Insetos formam a dieta básica dos pica-paus, porém algumas espécies também se alimentam habitualmente de frutos e poucas espécies procuram flores para tomar néctar. Registramos aqui o joão-velho ou pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens) ao tomar néctar de flores em duas espécies de plantas do dossel, Spirotheca passifloroides (Bombacaceae) e Schwartzia brasiliensis (Marcgraviaceae), em Mata Atlântica do sudeste do Brasil. Spirotheca passifloroides floresce por três meses no inverno, ao passo que S. brasiliensis floresce ao longo de dois meses no verão. As flores de ambas as espécies produzem néctar abundante e diluído. Celeus flavescens visita várias flores por planta, tocando as anteras e os estigmas com a cabeça e o pescoço, assim agindo como polinizador. Sugerimos que visitas de pica-paus a flores sejam mais freqüentes do que o suposto e que se alimentar em frutos maduros seria um passo comportamental simples para a origem da tomada de néctar por pica-paus neotropicais.00Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES
Free meals on long-distance cruisers: the vampire fish rides giant catfishes in the Amazon
The trichomycterid catfishes known as candirus are renowned for their blood feeding, but information on their habits under natural conditions is very fragmentary and generally restricted to hosts or habitats. We recorded an undescribed species of the vandelliine genus Paracanthopoma riding the giant jau catfish, Zungaro zungaro (Pimelodidae), in the upper Amazon. The candirus were found on the host's caudal and pectoral fins, as well as the base of the dorsal fin, with their snouts buried up to the eyes in the tough skin of the catfish host. All of them had small amounts of partly digested blood in the distal part of the gut. Along the host's dorsal fin base we found a few additional tiny holes, most of them healed. We suggest that Paracanthopoma feeds on the gill chamber of its hosts, and that the individuals we found were taking a ride partly buried into the host's skin. Our assumption seems supported by the widespread behaviour of vandelliine candirus taking blood from the gill region of their hosts, and by a report of Paracanthopoma parva found on the gills of another species of giant catfish, Brachyplatystoma vaillanti. Additionally, the Paracanthopoma sp. individuals we examined were not gorged with blood as usual for several vandelliines. Species within the genus Paracanthopoma have the longest and most robust snout, and the longest and strongest dentary teeth among blood-feeding candirus, which fit their drilling needs. Taking a ride on a giant host would be advantageous for Paracanthopoma candirus for several reasons: 1) dispersal; 2) no need to search for hosts to feed; and 3) protection from predators. The alternative explanation that Paracanthopoma takes blood from the tiny holes it drills in the skin seems unlikely, due to the recent finding that species of the genus Vandellia are unable to take blood from their hosts actively and cut open a major branchial artery to gorge themselves with blood due to the host's arterial pressure instead. The body parts of the host the Paracanthopoma sp. individuals were attached on have no large vessels that would supply them with plenty of blood. Thus, drilling a hole on a giant host skin seems to serve mostly to anchor the Paracanthopoma candirus to their long-distance cruising catfish host. If our assumption holds true, then species of this genus exemplify an instance of phoresis (hitch-hiking) among the blood-feeding candirus.Os bagres tricomicterídeos conhecidos como candirus são famosos por se alimentarem de sangue, mas as informações sobre seus hábitos, em condições naturais, são fragmentárias e restritas aos seus hospedeiros ou ambientes. Registramos uma espécie não descrita de candiru do gênero Paracanthopoma (Vandelliinae) sobre um jaú, Zungaro zungaro (Pimelodidae), no alto Rio Amazonas. Os candirus estavam sobre as nadadeiras caudal e peitoral e junto à base da dorsal, com seus focinhos enterrados até a altura dos olhos, no tegumento espesso do bagre hospedeiro. Os candirus continham pequenas quantidades de sangue parcialmente digerido na porção distal de seus tubos digestórios. Havia diversos orifícios rasos próximos à base da nadadeira dorsal do hospedeiro, a maioria cicatrizada. Sugerimos que Paracanthopoma se alimente na câmara branquial dos seus hospedeiros e que os candirus estejam viajando parcialmente enterrados na pele do jaú. Nossa suposição está apoiada no hábito de tomar sangue na região branquial dos hospedeiros, predominante entre os Vandelliinae, bem como por um registro de Paracanthopoma parva sobre as brânquias de uma outra espécie de grande bagre (Brachyplatystoma vaillanti). Além disso, os indivíduos de Paracanthopoma sp. não estavam empanturrados com sangue, como é usual para Vandelliinae. As espécies de Paracanthopoma têm o focinho mais longo e robusto entre os candirus hematófagos, além de dentes mandibulares longos e muito fortes, características adequadas ao hábito de perfurar a pele do hospedeiro. Viajar no corpo do hospedeiro seria vantajoso por diversos motivos: 1) dispersão; 2) não haver necessidade de procurar hospedeiros para se alimentar; 3) proteção contra predadores. A explicação alternativa, de que Paracanthopoma toma sangue nos pequenos furos que escava, não parece plausível, devido à recente descoberta de que espécies de Vandellia são incapazes de tomar sangue ativamente, pois fazem uma incisão numa das artérias branquiais e valem-se da pressão arterial do hospedeiro para bombear sangue dentro do seu tubo digestório. As partes do hospedeiro, em que os candirus estavam fixados, não têm vasos sangüíneos de calibre adequado para este tipo de alimentação. Portanto, escavar um furo na pele de um hospedeiro deve servir principalmente para ancorar os candirus durante os longos percursos do seu hospedeiro. Caso a nossa sugestão seja plausível, as espécies de Paracanthopoma representam um exemplo de forese em candirus hematófagos.109114Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq
Aspectos de comportamento alimentar e dieta da tartaruga marinha, Chelonia mydas no litoral norte paulista
Feeding behavior of immature green turtles, Chelonia mydas, has been observed on rocky shores along the northern part of State of São Paulo, southeastern Brazil. This turtle forages on underwater ledges, at depths of 1 to 3 m and grazes on benthic algae. The turtle seems to visually scan the algae during feeding and moves slowly, walking from one patch of vegetation to another. Gut contents of four individuals (331-452 mmCCL) consisted mainly of red and brown algae. Comparisons between gut contents and algae growing at the grazing sites, together with scanning behavior suggest selective feeding. Syntopic large herbivorous fishes of the genera Kyphosus, Sparisma, and Acanthurus showed little feeding overlap with the green turtle
Aves limpadoras Brasileiras: atualização e breve reavaliação
Some bird species feed on external parasites, such as ticks and flies, on the body of mammals (hosts or clients). So called cleaner birds that occur in Brazil were reviewed recently, but gathering of significant new data indicates the need for an update and a brief reappraisal of such association. New records raise the number of known clients for some cleaning birds. The Southern Caracara (Caracara plancus) picks ticks on cattle, and the Black Caracara (Daptrius ater) picks ticks on capybaras. The Wattled Jacana (Jacana jacana) picks ticks, horseflies, arthropods and organic debris on capybaras, and tick-picking on capybaras by the Shiny Cowbird (Molothrus bonariensis) is substantiated by photographs. The Cattle Tyrant (Machetornis rixosa) deftly catches horseflies on capybaras, and these latter clients are recorded posing for the Giant Cowbird (Molothrus oryzivorus), which also pick parasites from the marsh deer. The Cattle Egret (Bubulcus ibis) definitely picks ticks directly on cattle. With the new records, some poorly documented or controversial issues in the literature are here confirmed, a hypothesis is validated, and a suggestion is invalidated.Algumas espécies de aves alimentam-se de parasitas externos, como carrapatos e moscas, sobre o corpo de mamíferos (hospedeiros ou clientes). As assim denominadas aves limpadoras que ocorrem no Brasil foram recentemente revistas, porém o acúmulo de novos e importantes dados indica a necessidade de atualização e breve reavaliação deste tipo de associação. Novos registros elevam o número de clientes conhecidos para algumas espécies de aves limpadoras. O caracará (Caracara plancus) cata carrapatos em gado vacum, e o gavião-de-anta (Daptrius ater) apanha carrapatos em capivaras. A jaçanã (Jacana jacana) apanha carrapatos, mutucas, artrópodes e partículas orgânicas em capivaras, e a retirada de carrapatos em capivaras pelo vira-bosta (Molothrus bonariensis) é aqui evidenciada por fotografias. O suiriri-cavaleiro (Machetornis rixosa) caça destramente mutucas em capivaras, e estes últimos clientes são aqui registrados posando para a iraúna-grande (Molothrus oryzivorus), que também cata parasitas do cervo-do-pantanal. A garça-vaqueira (Bubulcus ibis) de fato apanha carrapatos diretamente no gado. Com os novos registros, alguns assuntos pouco documentados ou controversos na literatura são aqui confirmados, uma hipótese é validada, e uma sugestão é invalidada.327331Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq
The glassy sweepers' way: seeking a versatile wrasse to be cleaned
Diurnal reef fishes compose the bulk of clients that seek cleaner fishes' services, but some nocturnal species that shelter at daytime also seek the cleaners. While doing so the nocturnal clients must leave their hiding places and thus they get exposed to potential diurnal predators. We report here on the cleaning interactions between a daytime cleaner wrasse (Thalassoma noronhanum) and a night time active client (Pempheris schomburgki) that usually remains sheltered at daytime. We recorded P. schomburgki leaving their shelter at daytime and heading towards T. noronhanum, whenever the cleaner swam by the shelter. Since T. noronhanum is able to tend temporary cleaning station near the safety of the shelters of its clients, P. schomburgki lessens a possible risk of predation by seeking this versatile cleaner.Peixes recifais diurnos compõem a maioria dos clientes nas estações de peixes limpadores. Entretanto, algumas espécies com hábitos noturnos também procuram os peixes limpadores, ficando expostas a potenciais predadores diurnos quando precisam deixar seus abrigos. Registramos aqui as interações de limpeza entre um labrídeo diurno (Thalassoma noronhanum) e um cliente com hábitos noturnos (Pempheris schomburgki), que permanece abrigado durante o dia. Esta espécie de cliente deixa seu abrigo durante o dia e nada em direção a T. noronhanum quando este limpador desloca-se próximo aos esconderijos. Uma vez que T. noronhanum é capaz de manter estações de limpeza temporárias, próximas aos abrigos dos clientes, P. schomburgki diminui uma possível exposição aos predadores quando procura esta espécie versátil de limpador.11912
The association of the goatfish mulloidichthys martinicus with the grunt haemulon chrysargyreum: an example of protective mimicry
A presumed example of protective mimicry between the yellow goatfish, Mulloidichthys martinicus (Mullidae) and the smallmouth grunt, Haemulon chrysargyreum (Haemulidae) is described from Fernando de Noronha Archipelago, NE Brazil. The goatfish and the grunt share a similar overall shape and colour pattern. We found that these two species regularly form mixed schools around reefs. Additionally, when chased small groups of yellow goatfish join schools of smallmouth grunts and behave like them. The colour and shape resemblances between the two species enable their mixed schooling, and enhance the protection against visually oriented predators for both of them. Thus, we suggest that the protective association herein reported for the goatfish and the grunt may be considered as a “social mimicry”, since neither species is venomous, poisonous or strongly armed. Furthermore, we suggest that additional instances of social mimicry may involve the yellow goatfish and other striped Haemulon species.Descrevemos aqui um possível exemplo de mimetismo de proteção entre o saramunete Mulloidichthys martinicus (Mullidae) e a xira Haemulon chrysargyreum (Haemulidae), no Arquipélago de Fernando de Noronha, Nordeste do Brasil. O saramunete e a xira são semelhantes entre si, no padrão de coloração e no formato do corpo. Observamos que estas duas espécies formam cardumes mistos regularmente, ao redor de recifes. Quando perseguidos, pequenos grupos isolados de saramunetes se associam aos cardumes de xira e se comportam de modo semelhante às xiras. As semelhanças de formato e coloração entre as duas espécies provavelmente facilitam a formação de cardumes mistos e aumentam a proteção contra predadores visualmente orientados, para ambas as espécies. Assim, acreditamos que a associação protetora entre o saramunete e a xira pode ser considerada como um tipo de “mimetismo social”, uma vez que nenhuma destas espécies é venenosa, peçonhenta ou tem fortes estruturas mecânicas de defesa. Sugerimos, ainda, que exemplos adicionais de mimetismo social possam envolver o saramunete e outras espécies listradas de Haemulon.1
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