20 research outputs found

    A TRADUÇÃO COMO CONTATO DE LÍNGUAS

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    O presente artigo apresenta uma reflexão acima da definição de tradução enquanto contato de línguas. Para tanto, abordaremos o próprio conceito de contato de línguas e sua construção teórica para entendermos em que medida a noção é permeada por outras relações, sejam elas institucionais, normativas, humanas, culturais, etc. A partir dessa delimitação conceitual, partiremos das noções de espaço e de fronteira para apreender o vínculo entre línguas em conato e o ato/processo/produto da tradução. Por fim, tentaremos evidenciar os desafios teóricos que esta relação faz emergir

    A legendagem e a participação do espectador na construção da mensagem cinematográfica

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    Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Departamento de Comunicação Social, 2000.O presente trabalho consiste em uma reflexão sobre o fenômeno de interação entre a mensagem fílmica recebida em língua estrangeira legendada e o espectador tendo como objetivo geral determinar como a legendagem intervém no espectador no momento da recepção do filme e quais os mecanismos de participação despertados. Para tanto, este trabalho se vale de duas vertentes que fundamentam a questão: por um lado, observa os processos mentais de construção da mensagem fílmica assim como os aspectos psicológicos subjacentes ao fenômeno, por outro, aborda a questão a partir do aspecto social e de uma determinada conjuntura cultural. Considera, por último a qualidade da legendagem, enquanto tradução. Seria ela capaz de orientar a recepção da mensagem, fornecendo um caráter que transcenda a simples correspondência lexical? Como hipótese central, admite-se que o espectador, ao interagir com o filme legendado, desfruta de um espaço de participação ampliado. Entende-se que na leitura da obra o sujeito preenche “vazios” de compreensão, complementando e intermediando a mensagem com sua imaginação e subjetividade.Le travail propose une reflexion sur le phénomêne d’interaction entre le film reçu en langue étrangère sous-titré et le spectateur, avec comme objectif général de déterminer comment le sous-titrage intervient au moment de la reception du film et quels sont les mécanismes de participation qu’il déclenche. Pour se faire, le travail se faut de deux champs conceptuels: d’une part, il s’agit de distinguer les processus mentaux de construction du message ainsi que les aspects psychologiques qui leur sont sous-jacents, puis, d’autre part, d’aborder le point de vue social à partir d’une conjoncture culturelle spécifique. Finalement, il faudra considérer la qualité du sous-titrage en termes de traduction. Est-il capable de guider la reception du message en et dépasser la simple correspondance lexicale? Comme hypothèse de départ, nous admettrons que le spectateur, au moment de cette intéraction, jouit d’un espace de participation amplifié; il remplit des “vides” de comprehension, à partir de son horizon imaginaire et subjectif

    Tradu-Tizar: A Tradução enquanto Resistência e Subversão

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    This article introduces the issue Translation as a Resistance and Subversion of the journal Belas infiéis, starting from a dialogue around translation as a political action to correct linguistic and socio-cultural asymmetries, built by centuries of domination of one community over another. These unequal relations between languages form the backdrop to a broader discussion that puts linguistic rights into perspective, suggesting a reflection on the rights of translation: the right to be translated, the right to translate and the right to translate. As a process of textual reallocation from which other meanings emerge, translation provides new spaces for subjectivation and dialogue. It illustrates and manifests contact, confrontation and conflict - of languages, speakers, norms and perceptions of the world. Thus, new engagements emerge from the circulation of voices that translation provides. On a supranational scale, it establishes itself sometimes as a resource for the visibility of languages and texts made historically invisible, promoting linguistic diversity, sometimes as an agent of linguistic and cultural homogenization. Therefore, the discussion is extended to the ethics of translation, an inseparable question from the political issues it raises, since these are relationships that are at stake.Este artigo introduz o número Tradução como resistência e subversão da revista Belas infiéis, partindo de um diálogo em torno da tradução como ação política de correção de assimetrias linguísticas e socioculturais, construídas por séculos de dominação de uma comunidade sobre outra. Essas relações desiguais entre línguas formam o pano de fundo de uma discussão maior que coloca em perspectiva os direitos linguísticos, sugerindo uma reflexão sobre os direitos de tradução: o direito a ser traduzido, o de se traduzir e o de traduzir. Como um processo de realocação textual do qual emergem outros significados, a tradução confere novos espaços para a subjetivação e o diálogo. Ela ilustra e manifesta o contato, o confronto e o conflito - de línguas, falantes, normas e percepções do mundo. Assim, novos engajamentos emergem da circulação das vozes que a tradução proporciona. Em uma escala supranacional, se estabelece ora como um recurso de visibilidade de línguas e textos tornados historicamente invisíveis, promovendo diversidade linguística, ora como agente de homogeneização linguística e cultural. Por isso, amplia-se a discussão à ética da tradução, questão inseparável das questões políticas que levanta, já que são relações que estão em jogo

    Entrevista: Márcio Seligmann-Silva

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    The interview was given via videoconference on 21 September 2020, amid an international pandemic scenario of covid-19. The organizers, Sabine Gorovitz and Alice Maria Araújo Ferreira, of the special issue Translation as resistance and subversion invited Márcio Seligmann-Silva to talk about the history and philosophy of translation from the ethical and political issues involved in the translation relationship. The conversation, very pleasant and inspiring, goes through the trajectory of the researcher and his readings of Walter Benjamin and German romanticism; it discusses a reflexive experience of translation bringing translators such as Haroldo de Campos, Vilém Flusser, Rubens Torres Filho; finally, it proposes to think of a decolonial translation (resistant and subversive) based on the concept of desoutrization, of the artist and curator Bonaventura Ndikung, to discuss the ethical relationship between subjects.A entrevista foi concedida via videoconferência em 21 de setembro de 2020, em meio a um cenário internacional de pandemia da covid-19. As organizadoras, Sabine Gorovitz e Alice Maria Araújo Ferreira, do número especial Tradução como resistência e subversão convidaram Márcio Seligmann-Silva para falar sobre história e filosofia da tradução a partir das questões éticas e políticas implicadas na relação tradutória. A conversa, muito agradável e inspiradora, passa pela trajetória do pesquisador e suas leituras de Walter Benjamin e do romantismo alemão; discute uma experiência reflexiva da tradução trazendo tradutores como Haroldo de Campos, Vilém Flusser, Rubens Torres Filho; enfim, propõe pensar uma tradução decolonial (resistente e subversiva) a partir do conceito de desoutrização, do artista e curador Bonaventura Ndikung, para discutir a relação ética entre sujeitos

    Migrações e fronteiras no Distrito Federal: a integração linguística como garantia dos direitos humanos

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    O presente artigo tem como objetivo descrever o projeto acadêmico, em fase de desenvolvimento, de inserção linguística dos imigrantes, oriundos de diversas localidades, que chegam em Brasília. De fato, um dos principais obstáculos encontrados por essa população no momento de sua chegada e nos primeiros contatos com as entidades de assistência é linguístico. Para tanto, busca-se implementar um sistema de comunicação linguisticamente inclusivo, capaz de integrar a população imigrante e refugiada aos sistemas de prestação de serviços públicos nas áreas de saúde, trabalho, Centros de Referência de Assistência Social, Centros de Referência Especializados de Assistência Social, Comitê Nacional para os Refugiados e Polícia Federal, e o Instituto de Migrações e Direitos Humanos, contribuindo assim para a efetivação do exercício dos diretos humanos dessa população. O projeto visa, num primeiro momento, formar e alimentar um banco de intérpretes voluntários e bolsistas, para atender às demandas mais emergenciais. Além disso, trata-se também da criação de um aplicativo capaz de auxiliar a comunicação com diversos recursos linguísticos (bancos terminológicos multilíngues, plataforma multilíngue de informações sobre direitos e deveres dessa população, geolocalizador de intérpretes, etc.). Sugere-se assim que um sistema de comunicação linguisticamente inclusivo, tal como o que visamos implementar, será capaz de facilitar a gestão e eventual integração da população imigrante e refugiada aos sistemas de prestação de serviços públicos. Desenvolvida no âmbito acadêmico, enquanto programa de extensão, essa iniciativa permitirá consolidar pesquisas anteriores, num contexto de ação social que engloba todas as competências desenvolvidas nos cursos oferecidos pelo Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução. Além disso, trata-se de fortalecer a formação profissional dos estudantes e colocar em prática os conhecimentos linguísticos que desenvolvem ao longo de sua formação. Serão também orientados sobre questões ligadas à manutenção dos direitos humanos e aos trânsitos de populações na atualidade

    A MEDIAÇÃO LINGUÍSTICA COMO GARANTIA DE DIREITOS NO BRASIL: RUMO A POLÍTICAS INSTITUCIONAIS DE TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO NA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

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    The recent migration flows to Brazil require the government to take a new look at the social needs of newly arrived individuals in the country. The implementation of a language and translation policy is also, many times, a condition for access by the immigrant population to public service delivery systems. In this sense, the Federal Public Defenders’ Office (DPU), charged with the mission of guaranteeing human rights, created the Department of Translation (CTRAD), formerly the Translation Unit (NuTrad), in partnership with the University of Brasilia (UnB), to expand and improve the legal assistance services provided to immigrants in Brazil. Initially responsible for the translation of procedural documents, the NuTrad, due to the exponential increase in the demand for services by non-Portuguese speakers, has been expanding its activities with the creation of a linguistic mediation service between the public agent and the person requesting the right. This growth in demands related to translation and interpretation reveals the need to develop institutional translation policies, most of which are currently implemented by civil society. To support these actions, we sought to establish a diagnosis of the sociolinguistic situation of the DPU in this context, by collecting data from the service sectors of the various units of the DPU. Questionnaires were applied to the attendants of these units to learn about the linguistic difficulties and needs in the service areas. The results reveal, on the one hand, the linguistic challenges faced according to the types of interaction between rights claimants and public officials and, on the other hand, the great helplessness of the institutions in the face of these challenges.Os recentes fluxos migratórios para o Brasil demandam do Estado um novo olhar sobre as necessidades sociais dos indivíduos recém-chegados ao país. A implementação de uma política linguística e de tradução é também, muitas vezes, condição de acesso da população imigrante aos sistemas de prestação de serviços públicos. Nesse sentido, incumbida da missão de garantidora de direitos humanos, a Defensoria Pública da União (DPU), visando ampliar e aperfeiçoar os serviços de assistência jurídica prestados a imigrantes no Brasil, criou a Coordenação de Tradução (CTRAD), antes Núcleo de Tradução (NuTrad), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). Inicialmente responsável pela tradução de documentos processuais, a CTRAD, frente ao aumento exponencial das demandas de atendimento por não falantes de português, vem ampliando suas atividades com a criação de um serviço de mediação linguística entre o agente público e o solicitante de direito. Esse crescimento das demandas relacionadas à tradução e interpretação revela a necessidade de institucionalizar políticas de tradução hoje em sua maioria implementadas pela sociedade civil. Para respaldar essas ações, buscou-se aqui traçar um diagnóstico da situação sociolinguística da DPU nesse contexto, por meio de uma coleta de dados junto aos setores de atendimento das diversas unidades da DPU. Foram aplicados questionários aos atendentes dessas unidades para conhecimento das dificuldades e necessidades linguísticas nos locais de atendimento. Os resultados revelam, por um lado, os desafios linguísticos enfrentados de acordo com os tipos de interação entre demandantes de direitos e agentes públicos e, por outro, o grande desamparo das instituições frente a esses desafios

    Interpretação Comunitária: um Modelo de Comunicação “Trialógica”

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    This article explores some aspects of community interpreting, particularly the relationship between the professional, the client, and the interpreter, when participating in an intercultural exchange. Being asymetrical, this type of intervention generates many levels of difficulty (language, culture, moral code, power). Introducing Mikhail Bakhtin’s concept of the third, we will discuss the human dimension of community interpreting, when the interpreter might obey his/her conscience and feelings rather than professional and social norms.Il sera question de réfléchir sur l’interprétation communautaire, particulièrement sur les rapports qui existent entre le professionnel, le client et l’interprète lors d’un échange interculturel. Asymétrique, ce type d’intervention génère plusieurs niveaux de difficultés (langue, culture, code moral, pouvoir). En se servant du concept de tiers de Mikhaïl Bakhtine, il s’agira d’introduire une discussion sur les facteurs humains qui entrent en jeu lors d’une entrevue, au moment où l’interprète risque d’obéir à sa conscience ou à ses sentiments et non pas aux normes professionnelles et sociales.Trata-se de uma reflexão sobre a interpretação comunitária, em especial o que concerne a relação existente entre o profissional, o cliente, e o intérprete durante um intercâmbio intercultural. Assimétrico, esse tipo de intervenção gera vários níveis de dificuldades (língua, cultura, código moral, poder). Utilizando o conceito de terceiro de Mikhail Bakhtin, o objetivo é introduzir uma discussão sobre os fatores humanos que entram em jogo durante uma entrevista, quando o intérprete corre o risco de obedecer à sua consciência ou sentimentos em vez de normas profissionais e sociais

    Traduzir sob o risco de interpretar: pedir asilo ou exílio na língua do outro

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    This is the translation of the text Traduire au risque de l'interprétation : demander asile ou exil dans la langue de l'autre, written by Claire Gillie for the book organised by Arnold CASTELAIN, Traduction et migration: enjeux éthiques et techniques, in 2020. In it, Gillie evokes how it is possible to translate the Other, the one who seeks refuge and asylum, and the helplessness of someone who "has lost everything" - even his port of origin - and who arrives in a land that supposedly "welcomes his helplessness", while the Other, the social bearer of another language.Trata-se da tradução do texto Traduire au risque de l'interprétation : demander asile ou exil dans la langue de l'autre, escrito pela autora Claire Gillie para o livro organizado por Arnold CASTELAIN, Traduction et migration: enjeux éthiques et techniques, em 2020. Nele, Gillie evoca como é possivel traduzir o Outro, o solicitante de refúgio e de asilo, e o desamparo de alguém que "perdeu tudo" - até seu porto de origem - e que chega nume terra que supostamente "acolhe seu desamparo", enquanto Outro, portador social de uma língua outra

    A Teoria Interpretativa Aplicada à Tradução Comunitária na África

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    According to the its basic principles, the théorie interprétative approaches the translation process as being mainly centered on how the meaning expressed in the source-text is understood and transferred into the target text. This theoretical approach is worthy of consideration in so far as it is not restricted to a given category of languages and proposes methodologies that call for a sharp separation of the act of translating from linguistic aspects of the source-text. This study aims to open a reflection on the relevance of the théorie interprétative and to question its universal nature with a view to a translation didactics in African languages.Dans les principes qui en constituent le fondement, la théorie interprétative de la traduction prône une réflexion sur le processus de traduction principalement axée sur les mécanismes de quête et de transfert du sens exprimé dans l’original. Cette approche théorique de l’opération traduisante a surtout le mérite de ne pas être restreinte à une catégorie de langues donnée, tant les méthodes qu’elle propose invitent à une nette démarcation des contingences formelles que constitue la langue du texte-source. Cette étude ouvre une réflexion sur la pertinence de la théorie interprétative, dont elle interroge le caractère universel, dans une perspective de didactique de la traduction en langues africaines aux fins d’améliorer l’accès à une citoyenneté active des communautés locales.Com base nos princípios que a estruturam, a teoria interpretativa da tradução defende uma abordagem do processo de tradução centrada essencialmente nos mecanismos de busca e transferência do sentido expresso no original. Essa abordagem teórica do processo de tradução tem o mérito de não se restringir a uma categoria de línguas determinada, já que os métodos por ela propostos sugerem uma clara demarcação a partir das contingências formais da língua do texto-fonte. Este estudo conduz uma reflexão sobre a pertinência da teoria interpretativa, questionando seu caráter universal, numa perspectiva de didática da tradução em línguas africanas a fim de promover o acesso a uma cidadania ativa das comunidades locais

    Traduzir a Pandemia: Apresentação ao Número Especial

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