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    Escritas da história nos anos 1980: um ensaio sobre o horizonte histórico da (re)democratização

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    This essay comprehend history of historiography as a path to approach the horizon of the (re)democratization focusing, then, on important references for historians since the 1990s. It should became clear how much our references are from and to (re)democratization and the importance of such horizon. This essay has 3 acts: 1) to understand (re)democratization as a reconstruction of a horizon; 2) the crises of the concept of ideology as a sign of a rupture; 3) some answers given by historians. The question is about the ways through which historiography and democracy reorganized themselves by opening themselves to “new subjects” and to the ongoing historical horizon.O objetivo principal deste ensaio é ter a história da historiografia como caminho para reconstruir parte do horizonte da redemocratização, em diálogo com alguns livros que estão presentes na formação de historiadores desde a década de 1990. A atualidade e permanência da produção destes anos sugere a continuidade de um horizonte histórico. O ensaio realiza então três movimentos: 1) a compreensão da redemocratização como reconstrução de um horizonte; 2) a crise do conceito “ideologia” como sintoma de uma transformação mais ampla; 3) algumas respostas da historiografia à redemocratização. A questão é saber como democracia e historiografia se reorganizaram se abrindo para “novas personagens” e para um horizonte histórico em movimento

    Revolta e proclamação como molduras da história: escrita da história e olhares para a República entre os sócios do IHGB

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    The views and voices of the members of the Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) in relation to the Republic of 1889 were intensely marked by a repertoire that had already been mobilized by the writing of history. While some members experienced the return of the anarchy particular to the Regency period, others conceived the 15th of November by the same frame that had been used to comprehend the Independence, and referred to it as a proclamation. To address how these ways of understanding the past were active in the comprehension of politics, this article examines some historical memoirs written by the same literates who still experienced the 15th of November in the Second Reign. The article concludes that the involvement of the Historical Institute with the government was more than only a connection between scholars and counselors of the Empire with the Republic: it was also the permanence of a repertoire of ways of seeing the past and, through the past, also of ways of seeing the present.Os olhares e vozes dos sócios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em relação à República de 1889 foram intensamente marcados por formas de ver o passado antes mobilizadas pela escrita da história. Enquanto alguns sócios experimentavam o retorno da anarquia regencial, outros se referiam ao 15 de novembro pela mesma moldura que deu forma à Independência, falando de uma proclamação. Para expor o quanto estas formas de compreensão do passado foram ativas na compreensão da vida política, este artigo percorre, num segundo momento, algumas memórias históricas escritas pelos mesmos sócios que experimentaram o 15 de novembro ainda no Segundo Reinado; para, ao final, demonstrar que a reaproximação entre Instituto Histórico e vida do governo não marcou apenas um envolvimento de letrados e conselheiros do Império com a República, mas também a permanência de um repertório de formas de ver o passado e, por ele, o presente

    Escritas da história nos anos 1980: um ensaio sobre o horizonte histórico da (re)democratização

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    O objetivo principal deste ensaio é ter a história da historiografia como caminho para reconstruir parte do horizonte da redemocratização, em diálogo com alguns livros que estão presentes na formação de historiadores desde a década de 1990. A atualidade e permanência da produção destes anos sugere a continuidade de um horizonte histórico. O ensaio realiza então três movimentos: 1) a compreensão da redemocratização como reconstrução de um horizonte; 2) a crise do conceito “ideologia” como sintoma de uma transformação mais ampla; 3) algumas respostas da historiografia à redemocratização. A questão é saber como democracia e historiografia se reorganizaram se abrindo para “novas personagens” e para um horizonte histórico em movimento

    [pt] ENTRE FRONTEIRAS E NAÇÕES: UM ESTUDO SOBRE AS REVISTAS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICOBRASILEIRO DESDE OS ANOS DE 1870 A 1890

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    Esta dissertação se propõe ao estudo da revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro publicada desde o fim da guerra no Paraguai até a proclamação da República, resultando, entre outros pontos, em uma reflexão sobre o tempo histórico, esboço de uma extensão e de uma intensidade particulares aos textos e autores publicados nessa revista. Na medida em que tais textos e autores comentavam uma nova era do IHGB e do Império, delimitavam um período cujo início foi a participação do Imperador em uma sessão do Instituto (uma das confirmações dos sucessos da maioridade). O compromisso com o Imperador e com a ordem que ele simbolizava aparece na medida em que os sócios do Instituto Histórico defendiam o alargamento desse período. Em conseqüência, mantinham-se fiéis a um conjunto de debates anteriores que tratava especialmente de fronteiras e nações, enquanto, do lado de fora do Instituto, a República era consentida. Sendo assim, nos detivemos especialmente nestes textos e autores (como Visconde de Taunay e Couto de Magalhães) que tratavam de fronteiras e nações, em um debate onde a atenção ao território se imbricava com uma discussão sobre seus habitantes (os selvagens). No momento em que a perda do Imperador era inevitável e parte desses debates parecia perder força, os sócios do IHGB reafirmavam o compromisso com a razão e a distância do mundo das paixões que, segundo os próprios, marcavam as regências e esse novo presente. Afirmavam-se, por fim, enquanto herdeiros ainda dispostos a dar continuidade ao IHGB, Instituto de sábios comprometidos com o progresso da Nação.This dissertation proposed to study the journal of the Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro published after the end of the war in the Paraguay until the proclamation of the Republic, resulting, among other points, in a reflection on the historical time, outline of an extension and of an intensity, particular to the texts and authors published in this journal. Since such texts and authors used to comment a new era of the IHGB and of the Empire, they delimited a period that had began with the participation of the Emperor in a session of the Institute (one of the confirmations of the successes of the majority). The commitment with the Emperor, and with the order that he symbolized, appears when the members of the Instituto Histórico defended the widening of this period. Consequently, they were faithful to an assembly of previous debates that treated specially of borders and nations, whereas, on the outside of the Institute, the Republic was being consented. Threfore, we discussed specially these texts and authors (as the Viscount of Taunay and Couto of Magalhães) that shaped borders and nations, in a debate where the attention to the territory overlapped with an argument about his habitants (the wild). In the moment that they lost the Emperor and a part of these debates lost force, the members of the IHGB reaffirmed the commitment with the reason and the distance of the world of the passions that, second then own, marked the regency and marked this new present. They were, finally, heirs still committed to give continuity to the Instituto Histórico, Institute of wise man committed with the progress of the Nation

    [pt] PROCLAMAÇÃO E REVOLTA: RECEPÇÕES DA REPÚBLICA PELOS SÓCIOS DO IHGB E A VIDA DA CIDADE (1880 – 1900)

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    As formas de compreensão do passado são heranças que a história mobiliza e revê. Proclamação e revolta são, neste sentido, como molduras recorrentes na escrita da história e na compreensão política que esta escrita engendra. Esta Tese investiga uma produção e um momento propício à crítica destas molduras: as recepções da proclamação da República entre os sócios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, quando uma expectativa de futuro – a continuidade do Império em um terceiro reinado – se esvaia. Neste momento de constrangimento com a perda do futuro, o passado se tornava referência para a compreensão do presente, as palavras usadas para escrever memórias históricas entravam em cena nas falas sobre o que se dava. A anarquia dos anos regenciais parecia ter retornado para parte dos sócios do IHGB que lamentavam a perda de D. Pedro II. Ao mesmo tempo, foi quando outros sócios puderam ver a República como viram a Independência: como proclamação. Apesar do conflito e tensão entre estas recepções, um traço lhes é comum: a vida ativa era compreendida sem que fosse necessário se envolver com ela. Como proclamação a história era senhora de si e o homem encaminhado pelos fatos. Como anarquia a vida ativa era a revolta, uma imagem turva, sem personagens ou densidade própria. A cidade, porém, afirmava sua densidade. Ao contrário do ruído da anarquia ou da apatia da proclamação, o vintém e o encilhamento aconteciam fora do Instituto, em meio a um debate sobre um elemento que se tornava cada vez mais relevante: a moeda. Se os sócios do IHGB falavam em proclamação e anarquia, não desconheciam as mudanças da cidade e, justo por isso, optavam por se manter longe dela, uma postura que compartilhariam com os governos civis na República. Que história é essa, autônoma e distante dos homens, é o que se investiga.The frames of apprehension of the past are heritages which the history use and criticize. Proclamation and revolt are common frames in the writing of history and in the political understanding that it disposes. The present Thesis focus on a production and a moment particularly good to criticize those frames: the reception of the Republic proclamation by the members of the Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; when the expected future – the continuity of the Empire in a third reign – vanishes. At this moment of hesitation caused by the lost of the expected future, the past became the reference to understand the present. The words once used to write history became part of the voices about the present. The anarchy of the first years of the Second Reign seemed to be back to those who regretted the lost of D. Pedro II. At the same moment, other members of the IHGB could see the Republic by the same frame they understood the Independency: as a proclamation. Despite the conflict and tension between those receptions, they share one trait: the active life was understood without any need to engage with it. As proclamation the history was irresistible, the man where lead by the facts and not by their own actions. As anarchy the active life was just one more revolt, a blurred image without characters or density. However, the city claimed its life. As the opposite of the noise of the anarchy or the apathy of the proclamation, the vintém and the encilhamento happened outside the IHGB in the middle of an ongoing debate about an old object that started to became fundamental to the society: the money. If the members of the IHGB talked about proclamation and revolt, they realized the city changes, but they choose to stay apart, a position they shared with the civil governments of the Republic

    PROCLAMAÇÃO E REVOLTA: RECEPÇÕES DA REPÚBLICA PELOS SÓCIOS DO IHGB E A VIDA DA CIDADE (1880 – 1900)

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    As formas de compreensão do passado são heranças que a história mobiliza e revê. Proclamação e revolta são, neste sentido, como molduras recorrentes na escrita da história e na compreensão política que esta escrita engendra. Esta Tese investiga uma produção e um momento propício à crítica destas molduras: as recepções da proclamação da República entre os sócios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, quando uma expectativa de futuro – a continuidade do Império em um terceiro reinado – se esvaia. Neste momento de constrangimento com a perda do futuro, o passado se tornava referência para a compreensão do presente, as palavras usadas para escrever memórias históricas entravam em cena nas falas sobre o que se dava. A anarquia dos anos regenciais parecia ter retornado para parte dos sócios do IHGB que lamentavam a perda de D. Pedro II. Ao mesmo tempo, foi quando outros sócios puderam ver a República como viram a Independência: como proclamação. Apesar do conflito e tensão entre estas recepções, um traço lhes é comum: a vida ativa era compreendida sem que fosse necessário se envolver com ela. Como proclamação a história era senhora de si e o homem encaminhado pelos fatos. Como anarquia a vida ativa era a revolta, uma imagem turva, sem personagens ou densidade própria. A cidade, porém, afirmava sua densidade. Ao contrário do ruído da anarquia ou da apatia da proclamação, o vintém e o encilhamento aconteciam fora do Instituto, em meio a um debate sobre um elemento que se tornava cada vez mais relevante: a moeda. Se os sócios do IHGB falavam em proclamação e anarquia, não desconheciam as mudanças da cidade e, justo por isso, optavam por se manter longe dela, uma postura que compartilhariam com os governos civis na República. Que história é essa, autônoma e distante dos homens, é o que se investiga.The frames of apprehension of the past are heritages which the history use and criticize. Proclamation and revolt are common frames in the writing of history and in the political understanding that it disposes. The present Thesis focus on a production and a moment particularly good to criticize those frames: the reception of the Republic proclamation by the members of the Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; when the expected future – the continuity of the Empire in a third reign – vanishes. At this moment of hesitation caused by the lost of the expected future, the past became the reference to understand the present. The words once used to write history became part of the voices about the present. The anarchy of the first years of the Second Reign seemed to be back to those who regretted the lost of D. Pedro II. At the same moment, other members of the IHGB could see the Republic by the same frame they understood the Independency: as a proclamation. Despite the conflict and tension between those receptions, they share one trait: the active life was understood without any need to engage with it. As proclamation the history was irresistible, the man where lead by the facts and not by their own actions. As anarchy the active life was just one more revolt, a blurred image without characters or density. However, the city claimed its life. As the opposite of the noise of the anarchy or the apathy of the proclamation, the vintém and the encilhamento happened outside the IHGB in the middle of an ongoing debate about an old object that started to became fundamental to the society: the money. If the members of the IHGB talked about proclamation and revolt, they realized the city changes, but they choose to stay apart, a position they shared with the civil governments of the Republic

    Um conto de réis: o Rio de Janeiro de 1880 e o imposto do vintém

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    Nos anos de 1880, mesmo antes dos bondes quebrados e das barricadas, homens e mulheres subvertiam em seus cotidianos os ritmos da boa sociedade. Interessa a este artigo, neste sentido, narrar sem se limitar a revolta contra o imposto que incidiria sobre o bonde – a cena principal destes anos –, interessa um tempo onde a vida pública deixava de ter por lugar os palcos estabelecidos pela vida do governo (como as câmaras ou ministérios) tornando a cidade seu cenário. A cena, por sua vez, não era formada por vozes que se dirigiam ao futuro, nem necessariamente pretendiam uma nova forma de governo, falavam contra a administração, contra um imposto que seria o mesmo para todos; algo que, neste momento, também era dito sobre o dinheiro. As falas contra o imposto se associavam, direta e indiretamente, ao constrangimento com o uso do papel moeda, já conhecido, mas cada vez mais presente na cidade. Foram movimentos efêmeros que constrangeram a administração e a nova experiência do papel moeda e, talvez justamente por serem efêmeros, carregavam o quanto de contingencial existe na ação e vida pública

    Uma lágrima sobre a cicatriz: o desmonte da universidade pública como desafio à reflexão histórica (#UERJresiste)

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    This paper addresses narratives about the past (but not just) in the contemporary context. The paper assumes the history of historiography as a source to thematize historicities. Historicities will not be treated here as specific to historiography, on the contrary, they are broad and belong to us. The dismantling of UERJ is thus the background of what we live. It entails a living and active tear, which requires reflections on theory and theory teaching in universities. Thus, in speaking of the history of the discipline, we speak of the limit of a project that intended to keep alive modern principles that were being undone. A project that still guides some of our classes. It is necessary to review our principles. The urgency of the present demands that everything that was to be done to be forwarded. At the same time it is not the case to simply nullify previous productions, by the contrary. It is necessary to intensify inheritances as forms as they are paths to disputing narratives in the present. The return to Bakhtin fulfills this role. To speak again of ideology is, above all, an effort to have the history of historiography as the builder of bonds between generations. The question of ideology sets in motion a little of what has been experienced in redemocratization.O ofício do historiador tem sido objeto de reflexão ao longo de toda a tradição historiográfica no Ocidente. Tucídides questionou as fontes e o método da História de Heródoto, avaliando as possibilidades de um discurso verdadeiro sobre o passado e desde então muitos já se dispuseram a tarefa semelhante. Mas além desse aspecto heurístico de seu trabalho, os historiadores imprimem em sua obra uma série de seleções, intencionais ou não, que revelam a feição subjetiva de seu fazer. É sobre essa característica que trataremos aqui. Se a subjetividade deixou de ser o calcanhar de Aquiles dos historiadores, nos parece, contudo que ainda há espaço para o debate acerca de sua atitude face ao seu objeto de pesquisa e suas escolhas na construção da narrativa sobre o passado. Esse trabalho se propõe a somar ao debate acerca da importância da construção de narrativas sobre o passado no contexto contemporâneo e à compreensão da dimensão temporal da escrita da história, admitindo a história da historiografia como uma fonte para a explorar sua historicidade
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