Um conto de réis: o Rio de Janeiro de 1880 e o imposto do vintém

Abstract

Nos anos de 1880, mesmo antes dos bondes quebrados e das barricadas, homens e mulheres subvertiam em seus cotidianos os ritmos da boa sociedade. Interessa a este artigo, neste sentido, narrar sem se limitar a revolta contra o imposto que incidiria sobre o bonde – a cena principal destes anos –, interessa um tempo onde a vida pública deixava de ter por lugar os palcos estabelecidos pela vida do governo (como as câmaras ou ministérios) tornando a cidade seu cenário. A cena, por sua vez, não era formada por vozes que se dirigiam ao futuro, nem necessariamente pretendiam uma nova forma de governo, falavam contra a administração, contra um imposto que seria o mesmo para todos; algo que, neste momento, também era dito sobre o dinheiro. As falas contra o imposto se associavam, direta e indiretamente, ao constrangimento com o uso do papel moeda, já conhecido, mas cada vez mais presente na cidade. Foram movimentos efêmeros que constrangeram a administração e a nova experiência do papel moeda e, talvez justamente por serem efêmeros, carregavam o quanto de contingencial existe na ação e vida pública

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