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O diálogo tónico-emocional na intervenção e informação do psicomotricista
O diálogo tónico-emocional consiste num dos elementos mais importantes da prática psicomotora e que lhe confere maior especificidade. Por esse motivo, pretendeu-se aprofundar o conhecimento sobre os aspectos didáticos e de conteúdo da formação do psicomotricista que o preparam para estabelecer um diálogo tónico-emocional de qualidade com as pessoas com quem vai intervir profissionalmente. Para tal, foram elaborados e aplicados um questionário e uma entrevista estruturada a pessoas responsáveis pela formação pessoal ou psicocorporal de psicomotricistas de diversos contextos formativos. Além disso, pretendeu-se averiguar a relação entre as competências emocionais, pessoais e profissionais do psicomotricista em formação e para isso foi elaborado um questionário de auto-percepção de competências pessoais nas aulas de formação pessoal e um questionário de auto-percepção de competências profissionais em intervenção psicomotora nas atividades de estágio, que foram aplicados, juntamente, com a Escala Veiga de Competência Emocional aos alunos do Mestrado em Reabilitação Psicomotora, da Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade de Lisboa e aos alunos da Pós-Graduação em Psicomotricidade Relacional, do Centro Internacional de Análise Relacional – CIAR Curitiba. Os resultados demonstraram apenas uma correlação estatisticamente significativa entre a auto-percepção dos alunos das suas competências emocionais e das suas competências pessoais nas aulas de formação pessoal.The tonical-emotional dialogue is one of the most important elements of the psychomotor intervention and what gives more specificity to it. Therefore, it was intended to get deeper into the knowledge of the didactic and content of the training of the psychomotrician that prepare him to establish a quality tonical-emotional dialogue. In orther to this, it was elaborated and applied one questionnaire and one structured interview to people responsible for the personal or psicocorporal training of psychomotricians from different formative contexts. Furthermore, it was intended to investigate the relation between the emotional, personal and professional skills of the psychomotrician in training. In orther to this, it was elaborated one questionnaire of auto-perception of personal skills in the class of personal or psicocorporal training and one questionnaire of auto-perception of professional skills in psychomotor intervention on the trainee activities, that were applied, combined with the Emotional Skills Veiga Scale to the students of the Master in Psychomotor Rehabilitation, of the Human Kinetics Faculty, of the University of Lisbon, and to the students of the Post-Graduation in Relational Psychomotricity, of the International Relational Analysis Center of Curitiba. The results showed that only one statistically significant correlation between the auto-perception of the emotional skills and the personal skills in the personal training class
Por uma educação libertadora e uma didática fundamental com pessoas em privação de liberdade
Neste artigo, objetiva-se refletir sobre a educação libertadora no contexto da Socioeducação ou da Educação em Prisões, fundamentados nas dimensões político-social e humana de uma educação libertadora, com vistas à superação da prática da educação bancária e da violência simbólica, com pessoas em privação de liberdade. Pretende-se aprofundar a discussão acerca dos aspectos pedagógicos e da atuação docente na educação com pessoas em privação de liberdade por meio de uma breve articulação conceitual entre as perspectivas de Paulo Freire (2018), Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron (2013) acerca da cultura escolar. Como é possível praticar uma educação libertadora, com vistas à superação da educação bancária e da prática da violência simbólica, com pessoas em privação de liberdade? Para responder tal problemática, recortamos uma abordagem metodológica fundamentados na perspectiva multidimensional da Didática apresentada por Candau (2013) e empreendemos uma pesquisa bibliográfica a fim de pensar a educação com pessoas em privação de liberdade no âmbito político-social e humano, escolhendo como autores de referência as contribuições de Freire (2018) e Bourdieu e Passeron (2013). Na sequência, partimos para as contribuições de autores que são referência no âmbito da dimensão humana do processo de ensino e aprendizagem, tais como Neill (1995) e Rogers (2004). Ainda que parciais, os resultados apontam que a prática da ação dialógica com pessoas em privação de liberdade é uma proposta que permite superar a educação bancária e a violência simbólica, contribuindo para a emancipação social destas pessoas
Opinions and options about COVID-19: Personality correlates and sex differences in two European countries
In the initial months of the COVID-19 pandemic in 2020, we collected data (N = 1,420) from Portugal and Spain in relation to personality (i.e., Dark Triad traits, Big Five traits, religiousness, and negative affect) and attitudes related to COVID-19 about its origins, opinions on how to deal with it, and fear of it. The most pervasive patterns we found were: (1) neurotic-type dispositions were associated with stronger opinions about the origins of the virus and leave people to have more fear of the virus but also more trust in tested establishments to provide help. (2): religious people were less trusting of science, thought prayer was answer, and attributed the existence of the virus to an act of God. We also found that sex differences and country differences in attitudes towards COVID-19 were mediate by sex/country differences in personality traits like emotional stability, religiousness, and negative affect. For instance, women reported more fear of COVID-19 than men did, and this was verified by women’s greater tendency to have negative affect and low emotional stability relative to men. Results point to the central role of neuroticism in accounting for variance in broad-spectrum attitudes towards COVID-19.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Seasonal variations of the nutritive value and phytotherapeutic potential of Cladium mariscus L. (Pohl.) targeting ruminant’s production
In our endeavor to identify salt-tolerant plants with potential veterinary uses in ruminants' production strategies, we focused on Cladium mariscus L. Pohl (sawgrass), due to its high total phenolic and tannin content, anti-radical properties, and ethnomedicinal uses. Aerial parts were collected along the year in Southern Portugal and evaluated for the nutritional profile and in vitro organic matter digestibility (IVOMD), aiming for its use as feed. Acetone extracts were appraised for total contents in phenolics (TPC), flavonoids (TFC), and tannins (CTC), as well as the chemical composition by HPLC-DAD and in vitro antioxidant and anti-inflammatory properties, targeting its exploitation as phytotherapeutic products. Sawgrass biomass has a limited nutritive value, due to its high neutral detergent fiber (NDF; 596-690 g kg-1 dry matter (DM)) and acid detergent fiber (ADF; 330-418 g kg-1 DM) contents, low crude protein (51.8-87.3 g kg-1 DM) and IVOMD (172-317 g kg-1 organic matter (OM)). Despite differences among seasons, the mineral profile was adequate. The extracts were rich in TPC (88-112 mg g-1), CTC (115-169 mg g-1), and TFC (18.5-20.2 mg g-1), and displayed significant antioxidant capacity, particularly in summer and autumn, whilst no seasonal influence was detected for anti-inflammatory properties (30% reduction of nitric oxide production). Eleven phenolics were quantified: chlorogenic, ferulic, and syringic acids were the most abundant, especially in the autumn sample. Overall, despite the low nutritional interest, sawgrass extracts hold the potential as a source of antioxidant and anti-inflammatory phenolic compounds.FCT: GreenVet-ALG-01-0145-FEDER-028876/ UIDB/04326/2020/ SFRH/BD/116604/2016/ CEECIND/00425/2017.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Post-genomic analysis of Monosporascus cannonballus and Macrophomina phaseolina - potential target selection
Monosporascus cannonballus Pollack & Uecker and Macrophomina phaseolina Tassi (Goid) are phytopathogenic fungi responsible for causing "root rot and vine decline" in melon (Cucumis melo L.). Currently, cultural management practices are predominantly employed to control these pathogens, as the use of pesticides not only has detrimental environmental impacts but has also proven ineffective against them. These fungi have already undergone molecular characterization, and their genomes are now available, enabling the targeted search for protein targets. Therefore, this study aimed to identify novel target proteins that can serve as a foundation for the development of fungicides for effectively managing these pathogens. The genomes of M. cannonballus (assembly ASM415492v1) and M. phaseolina (assembly ASM2087553v1) were subjected to comprehensive analysis, filtration, and comparison. The proteomes of both fungi were clustered based on functional criteria, including putative and hypothetical functions, cell localization, and function-structure relationships. The selection process for homologs in the fungal genomes included a structural search. In the case of M. cannonballus, a total of 17,518 proteins were re-annotated, and among them, 13 candidate targets were identified. As for M. phaseolina, 30,226 initial proteins were analyzed, leading to the identification of 10 potential target proteins. This study thus provides new insights into the molecular functions of these potential targets, with the further validation of inhibitors through experimental methods holding promise for expanding our knowledge in this area
Portugal e o Brasil entre a ascensão do Indo-Pacífico e a eventual queda do Atlântico
Face à situação de emergência global provocada pela disseminação do vírus COVID-19, declarada pela Organização Mundial de Saúde, é patente que as organizações internacionais, os Estados, as instituições públicas e privadas e os cidadãos foram surpreendidos pelos seus efeitos nas diferentes sociedades. Os anos de 2020 e 2021 têm sido caraterizados pela adoção de sucessivas medidas em termos globais e nacionais, visando mitigar os efeitos da pandemia, as quais, têm provocado efeitos profundos em termos socioeconómicos e políticos. Refletimos sobre o enquadramento político-institucional da gestão de crises em Portugal e sobre o edifício jurídico que resultou de um processo evolutivo, o qual, criou algumas áreas de complementaridade, mas muitas também de sobreposição e de atomização. Nesse sentido, refletimos sobre a necessidade de consolidar uma abordagem transversal, transdisciplinar, multi-institucional e coordenada entre o MNE, MDN, MAI, MJ, Ministério da Saúde, Ministério da Educação e Ministério das Finanças. A gestão de crises cada vez mais complexas e marcadas pela incerteza implica abordagens holísticas que confiram maior resiliência e preparação às sociedades, assim como aproveitem o conhecimento e experiência acumulados em termos institucionais e pessoais. Aspetos igualmente fundamentais são a necessidade de criação de mecanismos de direção estratégica e de comando e controlo mais coerentes que ultrapassem entropias, prestando assim um melhor serviço à comunidade e aos cidadãos.Com o aumento da complexidade das sociedades humanas, o impacto resultante de situações de crise pode ser muito significativo, sobretudo tendo em conta a história de situações passadas. Como se viu com a Pandemia do COVID-19, muitas destas situações transformaram-se em situações de risco à segurança nacional. O planeamento, a comunicação e a preparação são cruciais, bem como o uso adequado das tecnologias de informação e apoio à decisão. Perante o risco de ameaças, sobretudo aquelas às quais Portugal é vulnerável, é necessária uma maior articulação entre as autoridades nacionais e as comunidades de especialistas. Neste artigo explorar-se-á como se podem criar lideranças capacitadas para a ação ágil e concertada no terreno, e como é que o papel das novas tecnologias, pode apoiar o desenvolvimento de cenários de tomada de decisão. O artigo examina como é que as novas tecnologias, nomeadamente os “drones” e Inteligência Artificial, poderão ser instrumentos importantes no apoio aos decisores, e argumenta que a resiliência do sistema e a articulação entre equipas de decisores e especialistas poderá produzir um impacto positivo sobre a tomada de decisão.Nos últimos anos, o número de ciberataques tem vindo a aumentar. Tais ciberataques são frequentemente tornados possíveis pela existência de vulnerabilidades no software. O artigo identifica quais as melhores políticas para assegurar que as vulnerabilidades são detetadas, divulgadas aos fabricantes de software e corrigidas. Neste contexto,os programas de bug bounty aparentam estar a emergir como uma estratégia viável para a correção de vulnerabilidades. Estes programas permitem aproveitar as competências de um grande número de investigadores para testar a segurança de um sistema. A nível governamental, os Estados Unidos, Singapura e Suíça melhoraram significativamente a sua cibersegurança recorrendo a esta abordagem. Considerando o sucesso destes programas, o propósito do presente artigo é avaliar de que forma Portugal poderia beneficiar de um programa de bug bounty governamental.A Turquia está situada na zona de transição entre a island of peace (ilha de paz) europeia e o conturbado Médio Oriente, dilacerado por diversos conflitos. A sua localização no cruzamento do sudeste europeu com o Médio Oriente tem-lhe dado uma continuada importância geopolítica, quer para os norte-americanos, quer para os europeus. A posição pública entre vários Estados aliados, bem como a literatura especializada refletem que estas transformações têm levantado dúvidas sobre o seu comprometimento com a segurança euro-atlântica. O artigo tem por objetivo, em primeiro lugar analisar nos seus traços fundamentais a política externa da Turquia desde o período em que Erdoğan chegou ao poder. Em segundo avaliar em que medida a transformação da Turquia está a afetar o atual sistema de segurança euro-atlântico.No vigésimo aniversário da agenda Mulheres, Paz e Segurança (Resolução 1325 (2000) do Conselho de Segurança das Nações Unidas), apesar do progresso registado, ainda persistem barreiras à sua total implementação. Portugal não sendo exceção, é recomendável, e oportuno, que reforce o desempenho para a participação integradora das mulheres na paz e segurança internacionais, especialmente no espetro de ação das forças de segurança. O artigo, com base no conceito de política pública, recorre a um inquérito por questionário aplicado a um universo de 288 cadetes das duas forças de segurança (GNR e PSP). O artigo sugere que o resultado deste inquérito pode reforçar a noção da necessidade de implementação da agenda neste setor, fornecer recomendações para a próxima década sobre a vantagem integradora das mulheres no domínio da paz e da segurança e contribuir para o desenvolvimento de sociedades mais pacíficas, justas e inclusivas.O impacto da pandemia da Covid-19 foi visto por alguns, já inclinados a subscrever esta ideia, como a confirmação do inevitável colapso das potências do Atlântico Norte e da ascensão irresistível das potências do Indo-Pacífico. Será realmente assim? E se sim, quais as implicações para Portugal e o Brasil? Este artigo tem como objetivo avaliar até que ponto as mudanças na política, na economia, e na segurança global das últimas décadas afetaram a centralidade das potências do Atlântico, em particular do Atlântico Norte, num sistema político global e globalizado em cuja construção estas últimas tiveram um papel fundamental nos últimos séculos. O artigo defende que o que temos, para já, é um suave declínio relativo do peso global do Atlântico Norte face à ascensão da China e outras potências asiáticas. Porém, também reconhece que o Ocidente, e sobretudo a União Europeia e a OTAN, têm algumas vulnerabilidades e podem entrar em colapso. Apontamos para algumas das consequências prováveis destes dados para os interesses e as prioridades de Portugal e do Brasil, assim como para as respetivas relações bilaterais, sublinhando que não há ganhos nem perdas automáticas ou garantidas na política internacional.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Espongofauna da praia de Gaibú, Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, Brasil.
Os poríferos são organismos filtradores que estão inseridos entre os principais componentes das comunidades bentônicas em todos os oceanos. Ocorrem em todos os mares e profundidades, predominando nos litorais rochosos. Estudos espongofaunísticos brasileiros são ainda pouco explorados, sobretudo na região Nordeste, portanto aqueles já realizados registram frequentemente novas espécies e ocorrências. Neste conceito, o objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento da fauna de esponjas marinhas no recife arenítico da zona entremarés da praia de Gaibú, Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, Brasil, verificando os aspectos ecológicos e morfológicos das espécies ocorrentes. Foram identificadas as espécies: Cliona dioryssa, Cinachyrella alloclada, Tedania ignis, Amphimedon compressa, Amphimedon viridis e Dragmacidon reticulatus. Aspectos ecológicos e morfológicos também foram analisados, estabelecendo assim um padrão base para a área estudada.
Informação e segurança no ciberespaço
Radicalização: Conceito, Causas e Prevenção
A nível global, estima-se que entre 2011 e 2016, mais de 42.000 indivíduos juntaram-se ao Estado Islâmico, contabilizando-se 5.000 europeus desse total. O número de combatentes terroristas estrangeiros que viajaram para a Síria e o Iraque atingiu o seu máximo em 2015, mas, desde 2016, tem-se verificado uma diminuição significativa. Que motivos explicam estes números? Por que estes indivíduos são radicalizados e se “tornam” terroristas? O que é a radicalização? O que é que a distingue do terrorismo? Que instrumentos existem, a nível internacional, para prevenir e combater a radicalização? Neste artigo assumimos a radicalização como um veículo para a perpetração de atos terroristas e, sob uma abordagem explicativa, pretendemos responder àquelas questões, apresentando uma breve revisão da literatura sobre o fenómeno da radicalização, com foco especial no tipo jihadista. Definimos o conceito, exploramos as suas causas, modelos, caracterizamos o “perfil” dos radicalizados e apresentamos os mecanismos de prevenção e combate contra a radicalização a nível global (Nações Unidas) e regional (União Europeia).A Aliança Israelo-Americana e a Salvaguarda da Segurança e Defesa do Estado de Israel: o Caso do Conflito Israelo-Palestiniano (2001-2016)
A aliança israelo-americana sendo a mais antiga de Israel desde o seu reconhecimento como Estado em 1948 está intimamente ligada à evolução do conflito israelo-palestiniano, por inúmeras razões. Desde a presença dos Estados Unidos no Médio Oriente pela sua posição geoestratégica vital na cena internacional e pela natureza conflitual da região até ao seu papel na garantia da segurança de Israel no Médio Oriente. As administrações norte-americanas sempre se preocuparam com a resolução dos conflitos centrais na região, entre os quais o conflito israelo-árabe e o conflito israelo-palestiniano, ambos com a proteção do Estado de Israel como denominador comum. No entanto, com base numa análise diacrónica que compreende o período entre 2001 e 2016, tanto a Administração Bush como a Administração Obama, nas suas diversas tentativas, foram incapazes de conduzir as negociações para a resolução do conflito israelo-palestiniano, que continua aceso até aos dias de hoje.A Utilização das Petrolíferas Chinesas para Fins Securitários
Este artigo foi elaborado com o objetivo de compreender o apoio do Estado chinês à internacionalização das suas empresas petrolíferas estatais mediante a sua relação com objetivos de segurança, mais precisamente, de segurança energética. Através do modelo teórico do Realismo Neoclássico, analisa-se um fenómeno ainda por abordar desta perspetiva das Relações Internacionais. Destacaram-se duas abordagens ao apoio à internacionalização, inseridas em duas visões distintas da segurança energética: controlo dos recursos (realista) e apoio ao mercado e interesses comerciais (liberal). Verificou-se uma estratégia mista por parte do Estado chinês. Observou-se também um complexo equilíbrio entre autonomia e supervisão estatal (dilema do agente principal). Conclui-se sobre a importância dos fatores domésticos em conjunto com um sistema internacional percecionado como ameaça para a segurança do Estado e do partido na formulação da política de apoio à internacionalização destas empresas.Estudo de Caso: Promoção de Saúde para a Equipa de uma Unidade de Força de Segurança
Profissionais que trabalham em forças de segurança são expostos a eventos nocivos para a saúde em geral, falta de tempo para lazer, exigência física excessiva e conflitos no trabalho. A psicologia positiva aplicada apresenta técnicas e instrumentos que podem auxiliar na prevenção de agravos e promoção de saúde desta classe de trabalhadores. Propõe-se uma breve apresentação de um estudo de caso, em que foram feitas intervenções psicológicas em grupos de polícias brasileiros com o objetivo de promover ações de promoção de saúde e bem-estar aos participantes. Destaca-se no presente estudo a intenção de mapear alguns trabalhos dentro da temática, relatar a experiência realizada em uma unidade da polícia militar brasileira, e refletir sobre a importância do cuidado em saúde mental para polícias e soldados.União Europeia da Defesa: a PESCO e a Participação Portuguesa
Este artigo apresenta o quadro estratégico que marcava a UE aquando da apresentação da Estratégia Global em junho de 2016. Tentando reforçar e transformar a cooperação no Domínio da Defesa na norma, o Conselho Europeu decidiu ativar as provisões inscritas no Tratado de Lisboa, relativas à Permanent Structured Cooperation (PESCO) numa abordagem modular, inclusiva e vinculativa, nesta que se transformou no processo de cooperação reforçada com mais Estados-membros. Após duas rondas de projetos, o Conselho Europeu aprovou 34 projetos em todos os domínios militares, verificando se que de forma geral todos se encontram em andamento e alinhados com as prioridades da UE. Portugal como Estado-membro fundador, apresentou-se de forma hesitante e pouco coerente nas primeiras rondas de projetos, participando num total de 18 projetos. Na preparação da terceira ronda de projetos, é argumentado que Portugal se deverá focar na proteção dos global commons.Fluxos Migratórios na União Europeia (In)Segurança ou Perceção?
Durante toda a história da humanidade vemos fluxos de pessoas a atravessar fronteiras de países, procurando outros territórios, procurando fugir de conflitos, de cenários de guerra ou simplesmente na procura de melhores condições de vida. Vemos recentemente um boom, desde 2011, no número de migrantes que almejam como destino a União Europeia, provenientes da África Oriental e Ocidental, do Norte de África e Médio Oriente, dada a grande instabilidade nos seus países de origem. Vemos a procura de uma nova vida em solo europeu, deixando tudo para trás e arriscando as suas vidas. Este novo paradigma, diversificado e complexo, acarreta inúmeras dificuldades a nível securitário desde o aparecimento das redes criminosas, que se dedicam à imigração ilegal, ao tráfico de pessoas e ao “fantasma do terrorismo”, são vários os problemas que são derivados deste fenómeno. A principal questão que se prende é a seguinte: estarão os fluxos migratórios a causar um impacto real na segurança e na estabilidade da sociedade de acolhimento? Será analisado o impacto que esta realidade terá para a perceção da segurança da sociedade, devido ao alarmismo que esta temática tem fomentado e se, efetivamente, se poderá traduzir num acréscimo da criminalidade interna, sem nunca descurar os desafios futuros para as forças de segurança nacionais, traçando uma comparação com realidades semelhantes ocorridas no século XX, já estudadas, servindo como ponto de partida para futuras investigações.Dissuasão do Princípio do Non-Refoulement numa União Europeia pós- -Grociana
A União Europeia tem vindo a ser “vítima” de um afluxo sem precedentes de refugiados, que marcou o ano de 2015 e cujo fim não está de todo à vista. Os Estados têm sido confrontados com o dilema entre adotar mecanismos de non-entrée ou evitar responsabilidade internacional pelos refugiados. Este artigo procura nitidificar de que forma o exercício de poderes soberanos nas diferentes zonas marítimas, nos termos do Direito do Mar, dos Direitos Humanos e do Direito Internacional, suscita desafios na aplicação do princípio do non-refoulement. Deste modo, será prestada especial atenção aos instrumentos de non-entrée concebidos com vista a impedir que o refugiado obtenha acesso aos procedimentos de determinação do seu estatuto. Assim, a questão crítica que aqui se levanta é se tais mecanismos de non-entrée são capazes de isolar os Estados de respeitar o princípio do non-refoulement e se poderá um Estado ser responsabilizado por exercer jurisdição no caso de não ocorrer exclusividade per si.Migrante Perigoso, Migrante Valioso: Ameaças e Oportunidades para a Segurança do Estado
O mundo confronta-se com um volume sem precedentes de migração internacional. A globalização, materializada na crescente importância de fenómenos transnacionais acompanhado de uma elevada mobilidade de pessoas, bens e capitais, agem como veículos para a difusão de ameaças que trespassam fronteiras e desafiam a autoridade e o controlo de Estado, colocando em questão várias das vertentes da segurança nacional. Na policy debate-se entre a abertura e o encerramento, a segurança individual e coletiva, correndo o risco de despoletar inadvertidas ameaças securitárias. Este artigo procura então estabelecer a dinâmica da relação migração-segurança da perspetiva do Estado no âmbito das relações internacionais.O Tratamento Jurídico e Desafios da Apatridia na Europa
Ao analisar o tratamento jurídico dado aos apátridas, esta investigação visa discutir o que poderia ser feito em sede da determinação desse estatuto, para uma proteção mais célere e eficiente dos direitos conferidos por ele, que também vai abranger os seus direitos mais básicos e fundamentais. Para isto, vamos primeiramente analisar o contexto histórico do surgimento dessa discussão, com ênfase nos instrumentos internacionais que foram criados e desenvolvidos. Após contextualizada a proteção dada internacionalmente, passamos à contextualização histórica da apatridia na Europa, e dos problemas que advêm dela. Será discutida a falta de consenso entre os Estados-membros quanto ao procedimento a ser utilizado para a determinação da situação do apátrida como tal, e como esse problema poderia ser resolvido. Esta análise será então concluída com possíveis soluções para uma posição mais ativa da União Europeia.Hacking Legal: uma Solução para o Problema do Going Dark em Portugal?
A utilização de encriptação e outras tecnologias para aumentar a segurança é uma realidade irreversível, o que significa que obter um mandado ou ordem judicial não irá, por si só, garantir às forças de segurança o acesso a dados de comunicações. Esta tendência é conhecida pelo termo going dark (ficar às escuras). Uma proposta para resolver o problema do going dark é manter a capacidade de encriptação e adicionar backdoors que os governos poderiam utilizar em circunstâncias excecionais. No entanto, esta não é uma solução viável, dado que os backdoors irão originar um conjunto de riscos de segurança críticos. Uma proposta alternativa é o hacking legal: ao invés de se implementar backdoors nas infraestruturas e aplicações de comunicações, as forças de segurança tiram partido da grande quantidade de vulnerabilidades de segurança que já existem em praticamente todos os sistemas operativos e aplicações para obter acesso às comunicações dos alvos. O propósito do presente artigo é avaliar se o hacking legal pode ser uma solução para o problema do going dark em Portugal.O Nascimento de uma Nova Jihad Virtual: Realidade ou Ficção?
Este artigo examina as capacidades cibernéticas das redes terroristas, em particular do autoproclamado Estado Islâmico, estudando-se a partir de uma revisão de literatura e de estudos de caso as capacidades de promoção e recrutamento de membros, assim como, as aptidões da organização para realizar ataques cibernéticos disruptivos, de modo a provar-se a eficiência do grupo terrorista em termos cibernéticos. O artigo conclui que, embora o Estado Islâmico não seja ainda uma potência cibernética de topo, o seu grau de sofisticação tem tendência a aumentar o que, poderá representar uma verdadeira ameaça para os Estados soberanos. Em seguida, apresentam-se algumas sugestões relativamente à necessidade de formulação de mais e melhores políticas e normas internacionais de cibersegurança por parte dos Estados, nomeadamente os do Médio Oriente, e das organizações internacionais; apela-se igualmente à consciencialização relativamente aos riscos futuros das operações do Estado Islâmico no ciberespaço, sobretudo em termos de ciberataques.Ciberespaço e os Novos Desafios à Soberania e à Segurança dos Estados
A garantia de segurança da sociedade em geral é, efetivamente, uma das principais tarefas dos Estados. Neste âmbito, a sociedade de Informação em que vivemos, subserviente às Tecnologias de Informação e Comunicação, e caracterizada pelo seu funcionamento em rede aberta, sem delimitação de fronteiras físicas, acarreta novos desafios de segurança. Estes emergem sobretudo, no que respeita à proteção das Infraestruturas Críticas, devido às vulnerabilidades de cariz tecnológico existentes, que tornam estas instituições alvo de possíveis ataques cibernéticos. O fato de as Infraestruturas Críticas da nossa sociedade se encontrarem, atualmente, expostas não só a ataques físicos, mas também a ataques cibernéticos, constituiu um fator de preocupação aos Estados, operadores privados e à sociedade em geral. Neste contexto, o presente artigo debruça-se sobre o ciberespaço e os novos desafios que se colocam em relação à soberania dos Estados e à segurança e proteção das suas Infraestruturas Críticas.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Pass: Peer-aware silence suppression for internet voice conferences
A novel tandem-free solution for multiparty VoIP conferences called PASS (Peer-Aware Silence Suppression) is presented. Similar to traditional tandem-free solutions, PASS introduces a limit on the number of concurrent speakers in a conference. But in contrast to traditional solutions, PASS silence suppression and speaker selection are completely distributed, running on each client. No speaker selection is performed at the bridge at all. This configuration leads to better scalability, lower bandwidth occupation and jitter buffer delay, and higher compatibility with a wide variety of network topologies. The key component of PASS, distributed silence suppression and speaker selection, is realized through a robust approach proposed in this paper. Based on a voice activity measure derived using machine learning techniques, this approach is able to reliably suppress silence in complex environments, and perform accurate and transparent speaker selection as well. 1