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    Efeitos do Álcool na Função Ventricular da População Geral e em Pacientes Assintomáticos com Disfunção Ventricular: Revisão Sistemática

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    Introdução: A relação entre consumo excessivo de álcool e risco aumentado para desenvolvimento de miocardiopatia alcoólica é universalmente conhecida. No entanto, permanece não esclarecida qual é a dose de exposição ao álcool e o tempo de consumo necessários para o desenvolvimento dessa doença. Adicionalmente, não existem dados definitivos sobre o consumo leve a moderado de álcool e incidência de insuficiência cardíaca, tanto na população hígida como em pacientes assintomáticos com disfunção sistólica. Objetivo: Identificar as evidências disponíveis na literatura sobre a associação entre o consumo moderado de álcool e a insuficiência cardíaca na população em geral e em pacientes assintomáticos com disfunção ventricular sistólica. Métodos: A busca de evidências foi realizada mediante pesquisa nos bancos de dados PubMed, LILACS e Cochrane e foi restrita a estudos de coorte prospectivo. Resultados: Foram encontrados sete estudos (cinco estudos realizados na população em geral e dois estudos realizados em pacientes assintomáticos com disfunção ventricular sistólica) sugerindo existir uma correlação inversa entre consumo moderado de álcool e risco de insuficiência cardíaca na população geral. Esses achados são mais consistentes para pacientes com insuficiência cardíaca de etiologia isquêmica. Entre pacientes assintomáticos com disfunção sistólica, o consumo moderado parece não interferir na evolução para insuficiência cardíaca clínica. Conclusões: As evidências disponíveis na literatura sugerem que o consumo de álcool em doses moderadas está associado com redução de risco de insuficiência cardíaca clínica, tanto na população geral como em pacientes assintomáticos com disfunção ventricular estabelecida

    Prevalence and clinical impact of diabetes mellitus on heart failure outpatients

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    Introdução: Diabetes mellitus (DM) é uma condição prevalente na população em geral, que parece aumentar o risco de insuficiência cardíaca (IC). Entretanto, a prevalência de DM tipo 2 em pacientes brasileiros com insuficiência cardíaca não é conhecida, e o impacto do DM no tratamento da IC ainda não está claro. Objetivo: Avaliar a prevalência de DM tipo 2 em pacientes ambulatoriais com insuficiência cardíaca, e sua correlação com características clínicas e com o tratamento da IC. Métodos: Foram incluídos 402 pacientes com IC em acompanhamento ambulatorial entre agosto de 2008 e setembro de 2009. Os pacientes foram comparados com relação às características clínicas, remodelamento cardíaco e tratamento da IC. Resultados: A prevalência de DM tipo 2 na amostra estudada foi de 31%. Os pacientes com DM tinham idade maior (65±10 vs. 60±14 anos; p<0,001) e maior prevalência etiologia isquêmica em comparação aos não diabéticos (52% vs. 30%, respectivamente). Os parâmetros ecocardiográficos não diferiram entre os grupos, mas a pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP) foi maior nos pacientes diabéticos (50±14 vs. 43±14 mmHg; p=0,001). O tratamento da insuficiência cardíaca foi similar entre pacientes com e sem DM. Entre os com DM, cerca da metade dos pacientes tinha controle glicêmico adequado, e os principais tratamentos utilizados foram as drogas metformina e insulina. Conclusões: A prevalência de DM foi elevada nesta população de pacientes ambulatoriais com insuficiência cardíaca, sendo associada a etiologia isquêmica e comorbidades. Apesar de não haver associação com outras características de gravidade da doença, remodelamento cardíaco ou com o IC, pacientes com DM tinham níveis mais elevados de PSAP. A repercussão clínica e prognóstica destes achados merece ser avaliada em estudos prospectivos futuros.Background: Diabetes Mellitus (DM) is a prevalent condition in the general population that seems to increase the risk of heart failure development. However the prevalence of DM type 2 among Brazilians patients with HF is unknown and there are still questions regarding the impact of DM in the HF treatment. Aims: To evaluate the prevalence of DM type 2 among outpatients followed for chronic HF and the association with demographic and laboratory characteristics, remodeling and HF treatment. Results: The prevalence of DM type 2 was 31%. Patients with DM were older (65±10 vs. 60±14 years; p<0,001) and with a higher prevalence of ischaemic etiology (52% vs. 30%, respectively) and comorbidities. The echocardiographic parameters were similar in both groups, but pulmonary systolic arterial pressure (PSAP) was higher in diabetic patients (50±14 vs. 43±14 mmHg; p=0,002). Around half of diabetic patients had a good glycemic control, and metformin and insulin were predominantly used for DM control. Conclusions: We found an elevated prevalence of diabetic patients among Brazilians with HF, and DM was associated to ischaemic etiology and comorbidities. Regardless of no association with clinical characteristics, ventricular remodeling or HF treatment, diabetic patients had higher PSAP values. Clinical significance of these findings deserves further prospective studies

    Amiodarone for arrhythmia in patients with Chagas disease : a systematic review and individual patient data meta-analysis

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    Background Chagas disease is a neglected chronic condition caused by Trypanosoma cruzi, with high prevalence and burden in Latin America. Ventricular arrhythmias are common in patients with Chagas cardiomyopathy, and amiodarone has been widely used for this purpose. The aim of our study was to assess the effect of amiodarone in patients with Chagas cardiomyopathy. Methodology We searched MEDLINE, Embase and LILACS up to January 2018. Data from randomized and observational studies evaluating amiodarone use in Chagas cardiomyopathy were included. Two reviewers selected the studies, extracted data and assessed risk of bias. Overall quality of evidence was accessed using Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation (GRADE). Principal findings We included 9 studies (3 before-after studies, 5 case series and 1 randomized controlled trial). Two studies with a total of 38 patients had the full dataset, allowing individual patient data (IPD) analysis. In 24-hour Holter, amiodarone reduced the number of ventricular tachycardia episodes in 99.9% (95%CI 99.8%-100%), ventricular premature beats in 93.1% (95%CI 82%-97.4%) and the incidence of ventricular couplets in 79% (RR 0.21, 95%CI 0.11–0.39). Studies not included in the IPD analysis showed a reduction of ventricular premature beats (5 studies), ventricular tachycardia (6 studies) and ventricular couplets (1 study). We pooled the incidence of adverse side effects with random effects meta-analysis; amiodarone was associated with corneal microdeposits (61.1%, 95%CI 19.0–91.3, 5 studies), gastrointestinal events (16.1%, 95%CI 6.61–34.2, 3 studies), sinus bradycardia (12.7%, 95%CI 3.71–35.5, 6 studies), dermatological events (10.6%, 95%CI 4.77–21.9, 3 studies) and drug discontinuation (7.68%, 95%CI 4.17–13.7, 5 studies). Quality of evidence ranged from moderate to very low. Conclusions Amiodarone is effective in reducing ventricular arrhythmias, but there is no evidence for hard endpoints (sudden death, hospitalization). Although our findings support the use of amiodarone, it is important to balance the potential benefits and harms at the individual level for decision-making

    Uso de diuréticos e de sildenafil em pacientes com insuficiência cardíaca crônica : revisão sistemática, metanálise e dados preliminares de ensaio clínico randomizado multicêntrico

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    A necessidade de buscar novos tratamento para a Insuficiência Cardíaca (IC) crônica levanta o questionamento da eficácia e segurança de drogas que não foram adequadamente testadas ou que ainda não tiveram sua eficácia aceita pela comunidade científica. O sildenafil é um vasodilatador com potencial eficácia na redução da pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP), mas com pequenos estudos e sem demonstração de impacto em desfechos duros. Os diuréticos de alça são utilizados rotineiramente em pacientes com IC sem sinais de congestão e tal prática não está recomendada nas diretrizes terapêuticas, desconhecemos sua eficácia e segurança neste cenário. No intuito de elucidar estas questões, foram desenvolvidos I) revisão sistemática com metanálise para estudo uso de sildenafil. II) revisão sistemática com metanálise para estudo uso de diurético de alça, III) Delineamento e execução em andamento de ensaio clínico randomizado multicêntrico testando a retirada de diurético de alça. I e II) Métodos e resultados: Ambas revisões sistemáticas foram realizadas no Pubmed, Embase e Cochrane, e termos relacionados à insuficiência cardíaca crônica diurético de alça e sildenafil foram utilizados, respectivamente. Após avaliação de texto completo, apenas estudos em humanos foram incluídos na metanálise. A droga sildenafil foi avaliada em 9 estudos randomizados contra placebo e demonstrou redução de hospitalização (RR 0.29, 95% C.I 0.11 to 0.78) e melhora progressiva em parâmetros funcionais e hemodinâmicos O uso de diurético de alça foi testado em 7 ensaios clínicos e não mostrou significância em piora da função renal, distúrbio eletrolítico e mudança de peso. III) Métodos e resultados: Em um estudo duplo-cego randomizado, de não inferioridade, multicêntrico compara-se o a segurança e tolerabilidade da retirada de furosemida de pacientes com IC crônica e estável com disfunção ventricular. Com início da coleta em setembro de 2015, até o momento 96 pacientes foram randomizados. Conclusão: Quanto ao sildenafil, já temos evidências que apontam para um efeito benéfico e progressivo na melhora da capacidade funcional, perfil hemodinâmico e redução de hospitalização em pacientes com IC com disfunção ventricular e pressão da artéria pulmonar elevada A recomendação para uso de diurético de alça em pacientes estáveis com IC permanece uma incógnita e o ensaio clínico em andamento nos trará uma resposta de importante impacto clínico na tomada de decisão para manutenção do uso de diurético.The challenges and promises of new treatments for chronic heart failure (CHF) raises the question of the efficacy and safety of drugs that have not been properly tested or that have not yet had their efficacy accepted by the scientific community. Sildenafil is a vasodilator with potential efficacy in reducing pulmonary artery systolic pressure (PSAP), but with small studies and no demonstration of impact on hard outcomes. Routinely, Loop diuretics are used in patients with HF without signs of congestion and such practice is not recommended in the therapeutic guidelines, we do not know its efficacy and safety in this scenario. In order to elucidate these questions, I) systematic review with meta-analysis were developed to study the use of sildenafil. II) systematic review with meta-analysis to study the use of loop diuretics, III) Design and execution in progress of a multicenter randomized clinical trial testing for loop diuretic withdrawal. I and II) Methods and results: Both systematic reviews were performed in PubMed, Embase and Cochrane, and terms related to chronic diuretic heart failure of the loop and sildenafil were used, respectively. After full-text evaluation, only human studies were included in the meta-analysis. The drug sildenafil was evaluated in 9 randomized placebo-controlled studies and demonstrated a reduction in hospitalization (RR 0.29, 95% CI 0.11 to 0.78) and progressive improvement in functional and hemodynamic parameters. The use of a loop diuretic was tested in 7 clinical trials and did not show significant deterioration in renal function, electrolyte disturbance and weight change. III. METHODS AND RESULTS: In a double-blind randomized, non-inferiority, multicenter study, the safety and tolerability of furosemide withdrawal from patients with chronic and stable HF with ventricular dysfunction were compared. Randomization started at September 2015, to the moment 96 patients were randomized. CONCLUSION: Regarding sildenafil, we already have evidence of a beneficial and time-related effect on the improvement of functional capacity, hemodynamic profile and reduction of hospitalization in patients with HF with ventricular dysfunction and elevated pulmonary artery pressure. The recommendation for the use of a loop diuretic in stable patients with HF remains an unknown and the ongoing clinical trial will provide us with an important clinical impact response in the decision making to maintain the use of diuretics
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