10 research outputs found

    ‘Andanças’ de um devir Psicóloga: experiência de um Estágio Básico em Psicologia / 'Wanderings' of a becoming Psychologist: experience of a Basic Internship in Psychology

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    A formação em psicologia para uma atuação comprometida, contextualizada e crítica no campo da saúde pública ainda se apresenta como um desafio às instituições formadoras. Este artigo apresenta a experiência de um Estágio Básico em psicologia no campo da saúde pública a partir das vivências de uma estudante e de seus encontros com a professora-supervisora. As atividades de estágio foram registradas em um diário de campo, compartilhadas e discutidas semanalmente com a professora e demais alunos da disciplina, momento no qual se promoviam reflexões sobre a práxis psicológica e seus desafios no campo da saúde. A inserção em um serviço da Atenção Básica, o contato com profissionais de diferentes formações e, especialmente, com os usuários e suas histórias de vida, promoveram encontros ricos em aprendizado, permitindo a construção de noções como integralidade, clínica ampliada, corresponsabilidade e intersetorialidade. Foi na experiência fora da unidade, entretanto, nas visitas domiciliares e nas andanças pela comunidade em companhia de uma agente comunitária de saúde, que o olhar da aluna se deslocou para a necessidade de uma clínica psicológica que seja tecida fora do consultório, sem necessariamente dele abrir mão. Uma clínica territorial e do vínculo, construída em movimento, que se faz no encontro singular entre profissionais e usuários

    Luto em tempos de pandemia e os profissionais de saúde: Algumas considerações / Grief in times of pandemic and health professionals: Some considerations

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    O advento da pandemia pela Covid-19 e seus desdobramentos nos processos de saúde-doença-cuidado trouxeram inúmeros desafios para a prática de profissionais da saúde, entre eles, as experiências e manejo do luto. Este trabalho objetiva discutir os desafios que se apresentam aos profissionais de saúde ao lidar com o luto no hospital em tempos de pandemia. A partir das contribuições da Teoria Psicanalítica de Freud e do luto como uma Transição Psicossocial proposto por Parkes, reflete-se sobre o cotidiano de trabalho de profissionais de saúde ao lidar com pacientes morrendo e suas famílias. Acompanhar a morte e sofrimento de alguém não é uma tarefa fácil, tampouco leve, mas reconhecê-la em sua dificuldade e singularidade e compartilhá-la com pares e equipe pode tornar a jornada menos solitária e sofrida. Nesse sentido, acredita-se que o fortalecimento das relações interprofissionais, bem como de espaços de trocas e apoio mútuo, pode se mostrar fundamental frente à experiência de luto.

    Visita virtual hospitalar na perspectiva de familiares de pacientes internados

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    The Covid-19 pandemic has imposed a wide range of restrictions on humanity, including the suspension of visits and companions to hospitalized patients. Faced with this, many hospitals have implemented so-called virtual visits. This research aimed to analyze the perceptions of relatives of hospitalized patients about virtual  visits (VV) carried out in a hospital environment during the Covid-19 pandemic. Of a qualitative nature, nine relatives of patients who were hospitalized during the pandemic were interviewed. Data were subjected to lexical analysis using the IRAMUTEQ software, resulting in five classes. In the perception of the participants, the suspension of visits and the presence of companions intensified the suffering of patients and families. Despite the recognition by the participants of the importance of isolation as a way to mitigate the contagion and advance of the pandemic, the affective and emotional price that came from this was high for all involved. The results indicate that virtual visits were an important factor in promoting emotional relief for family members and patients by favoring communication and direct contact, enabling the emergence of positive feelings and the reduction of mental suffering and stress. Furthermore, its impact are considered to decrease the chances of complicated grief. It is concluded that virtual visits are presented as an efficient psychological care modality to the extent that they promote the emergence of positive feelings such as hope, gratitude and calm. Such feelings signal the reduction of mental suffering and stress, achieved one of the main objectives of hospital psychology.La pandemia de Covid-19 ha impuesto restricciones a la humanidad, incluida la suspensión de visitas y acompañantes a pacientes hospitalizados.  Ante esto, muchos hospitales han implementado las llamadas visitas virtuales. Esta investigación tuvo como objetivo analizar las percepciones de familiares de pacientes hospitalizados sobre las visitas  virtuales (VV) realizadas en un entorno hospitalario durante la pandemia de Covid19. De carácter cualitativo, se entrevistó a nueve familiares de pacientes que fueron hospitalizados durante la pandemia. Los datos fueron sometidos a análisis léxico utilizando el software IRAMUTEQ, resultando en cinco clases.  En la percepción de los participantes, la suspensión de las visitas y la presencia de acompañantes intensificaron el sufrimiento de los pacientes y sus familias. A pesar del reconocimiento por parte de los participantes de la importancia del aislamiento como una forma de mitigar el contagio y el avance de la pandemia, el precio afectivo y emocional que surgió de esto fue alto para todos los involucrados. Los resultados indican que las visitas virtuales fueron un factor importante para promover el alivio emocional de familiares y pacientes al favorecer la comunicación y el contacto directo, permitiendo la aparición de sentimientos positivos y la reducción del sufrimiento mental y el estrés. Además, se considera que sus impactos pueden disminuir las posibilidades de duelo complicado. Se concluye que las visitas virtuales se presentan como una modalidad de atención psicológica eficiente en la medida en que promueven la aparición de sentimientos positivos como la esperanza, la gratitud y la calma. Tales sentimientos señalan la reducción del sufrimiento mental y el estrés, logrado uno de los principales objetivos de la psicología hospitalaria.A pandemia da Covid-19 impôs restrições das mais variadas à humanidade, incluindo a suspensão de visitas e acompanhantes aos pacientes hospitalizados.  Frente a isso, muitos hospitais implantaram as chamadas visitas virtuais. Esta pesquisa teve como objetivo analisar as percepções de familiares de pacientes internados sobre as visitas virtuais (VV) realizadas em ambiente hospitalar durante a pandemia da Covid-19. De natureza qualitativa, procedeu-se à entrevista de nove familiares de pacientes que ficaram internados durante a pandemia. Os dados foram submetidos à análise lexical por meio do software IRAMUTEQ, resultando em cinco classes.  Na percepção dos participantes, a suspensão das visitas e da presença de acompanhantes intensificava o sofrimento de pacientes e familiares. Apesar do reconhecimento por parte dos participantes da importância do isolamento como forma de se mitigar o contágio e avanço da pandemia, o preço afetivo e emocional advindos disto foi alto para todos os envolvidos. Os resultados indicam que as visitas virtuais foram um importante fator de promoção de alívio emocional para familiares e pacientes por favorecer a comunicação e contato direto, possibilitando a emergência de sentimentos positivos e a redução do sofrimento mental e estresse. Considera-se que seus impactos podem diminuir as chances de luto complicado. Conclui-se que as VV se apresentam como uma modalidade de cuidado psicológico eficiente na medida em que promovem a emergência de sentimentos positivos como esperança, gratidão e calma. Tais sentimentos sinalizam a redução do sofrimento mental e estresse, alcançando um dos principais objetivos da psicologia hospitalar

    Uma análise da dimensão ético-política do trabalho de agentes comunitários de saúde do município de Vitória

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    As mudanças pelas quais a saúde pública brasileira passou nas últimas décadas, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Programa Saúde da Família (PFS), trouxeram à tona grandes desafios no que tange à assistência prestada à população. Nesse novo contexto, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) revela-se como de fundamental importância para a qualidade dessa assistência, uma vez que tem por função básica desenvolver uma aproximação/interlocução entre os serviços oferecidos e os universos cultural, lingüístico e político das comunidades assistidas. Esta pesquisa analisa a dimensão ético-política presente nas práticas dos ACSs, ou seja, observa que tipo de relação esses profissionais têm estabelecido com a comunidade e em que medida sua atuação tem se mostrado comprometida com a transformação das condições concretas de vida da população. Para tal, foi selecionada uma Unidade de Saúde da Família do município de Vitória/ES e realizado o acompanhamento de dez agentes de saúde durante aproximadamente 6 meses (março/agosto 2004). Adota o Método de Observação Participante, que constituiu no acompanhamento das atividades cotidianas dos agentes. Foi utilizada a técnica de grupos focais, como forma de acesso às concepções desses trabalhadores acerca do próprio trabalho e ao conceito de saúde que permeia suas práticas, além de questionários individuais e conversas informais. Analisa os dados a partir de uma perspectiva histórico-genealógica, entendendo-os como efeitos de forças sociais, políticas e históricas. Conclui que a atuação do agente traz avanços, uma vez que possibilita a criação de formas de assistência mais contextualizadas, acolhedoras das reais necessidades da população assistida. Entretanto, verifica que, embora os agentes entendam a saúde como efeito de múltiplas determinações (sociais, biológicas e subjetivas), sua atuação ainda permanece centrada nos sujeitos individualmente, sem propor ações com um caráter mais amplo, que visem a intervir sobre os determinantes sociais e políticos do fenômeno saúde/doença. Essa limitação aparece como fruto de múltiplos determinantes e não simplesmente como uma postura pessoal. A exigência de produção imposta pela Secretaria Municipal de Saúde; a eleição que esta elabora das prioridades, em sua maioria distantes das reais necessidades da população; a desvalorização, por parte dos demais profissionais da equipe, do discurso e do trabalho realizado pelos agentes, entre outros aspectos, indicaram a necessidade de reformulação na forma como a proposta vem se concretizando, para que se torne possível a efetivação do trabalho do agente, como preconizado pelo PSF. Por fim, percebe o quanto as relações estabelecidas entre os profissionais das equipes e o lugar ocupado pelos agentes dentro do Programa têm produzido, nesses trabalhadores, um estado de sofrimento e adoecimento por não terem legitimado o seu papel e discurso dentro do processo de formulação e execução das propostas de intervenção com a população.The changes that the Brazilian public health went through the last decades, with the Sistema Único de Saúde (SUS) and the Programa de Saúde da Família (PFS), arose big challenges referred to the assistance given to the population. In this context, the community health agent (ACS) is revealed as fundamental importance to this assistance quality, once its basic function is to develop an approximation/interlocution between the offered services and the cultural, linguistic and political universes of the assisted communities. This research analyses the ethical-political dimension present in ACS practices, or rather, it observes what kind of relation these professionals have been establishing with the community and what measure its acting has been shown as engaged to the transformation of concrete life conditions of the population. To make it possible, Unidade de Saúde da Família (Family Health Unity) from Vitória /ES was selected and ten agents were attended. It adopts the Participatory Observation Method that constituted the agents every day life activities follow up. The focal group technique was used in a way to access these workers conceptions about their own work and the health concept that permeates its practices. Data is analyzed through a genealogical-historical perspective, making them to be understood as social, political and historical force effects. It concluded that the agent acting brings progress, once it makes possible the assistance creation ways to be more contextualized, cordial to the assisted population real necessities. However, it ascertains that, even though agents see health as multiple determination effects (social, biological and subjective), their acting is still individually centered on people, proposing action with a broader character, aiming at mediating the social and political determinants of the illness/health phenomenon. This limitation is shown as the result of multiple determinants and not simply as a personal posture. The production demand imposed by Secretaria Municipal de Saúde; the election that elaborates the priorities, most of the time far from the real population necessities; the value not given by the professional team to the discourse and work made by agents, among other aspects, indicated the reformulation necessity just like the propose has been made real, to make possible the accomplishments of the agents work, as determined by PSF. Finally, it notes how established relations between the professional teams and the places occupied by the agents in the Program, have produced, in these workers, a state of suffering and sickness for not have legitimated its role and discourse within the formulation and execution process of the intervention proposes in the population

    O Ser Mãe de um Filho com Doença Crônica: : Vivências do Cuidar

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    A emergência de uma doença crônica na infância ou adolescência, impõe uma rotina de cuidados que são atribuídos como responsabilidade materna na família. Investigou-se as repercussões do cuidar para as mães, cujos filhos têm alguma doença crônica e são acompanhados por um hospital de Vitória/ES. Realizou-se uma pesquisa qualitativa que entrevistou 8 mães, em sua maioria negras, com uma renda média de 2 salários mínimos mensais. As entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo e emergiram as seguintes categorias: A emergência do diagnóstico; Mudanças na vida da mulher-mãe após o diagnóstico; Concepções de cuidado e responsáveis por ele; Impactos do cuidado para a mulher-mãe; Como se dá a participação do pai no cuidado do filho (a)?; O hospital como local de suporte. Conclui-se que mães continuam sendo as principais cuidadoras, sendo impactadas negativamente pelo diagnóstico da doença e principalmente, por não ter com quem compartilhar os cuidados com o filho

    Coping materno da Síndrome de Down: identificando estressores e estratégias de enfrentamento

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    Resumo O nascimento de uma criança com Síndrome de Down pode representar risco de estresse em mães, demandando estratégias de enfrentamento. Este estudo identificou os principais estressores e as estratégias de enfrentamento adotadas por nove mães de crianças com essa patologia. As participantes responderam a um roteiro de entrevista adaptado da Motivational Theory of Coping Scale – 12. Os principais estressores identificados foram: preconceito social, rotina de atendimentos, problemas de comportamento da criança, alterações do desenvolvimento e problemas de saúde. A maioria adotou estratégias pertencentes às categorias adaptativas: Autoconfiança, Busca de Suporte, Busca de Informação, Resolução de Problemas, Acomodação e Negociação. Estratégias de enfrentamento de categorias mal adaptativas foram empregadas por algumas mães: Fuga, Isolamento, Submissão e Desamparo. O emprego de estratégias adaptativas aumenta as chances de resultado positivo para saúde mental materna a médio e longo prazos

    A Construção da Psicopatia no Contexto da Cultura do Medo

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     O artigo constitui o resultado de uma pesquisa bibliográfica e da discussão de conceitos e práticas acerca da questão da psicopatia. O objetivo é analisar as condições de possibilidade de emergência das características que a definem e seu uso no sistema penitenciário no Brasil, tendo como pano de fundo a cultura do medo e o contexto econômico neoliberal. Como resultado desta dinâmica social, surgem novas formas de exclusão e instrumentos de ratificação, como o PCL-R que enumera critérios taxativos para definir objetivamente um psicopata, tornando-o um ser diferenciado. Coloca-se em análise o trabalho do psicólogo no sistema penitenciário, hegemonicamente restrito à elaboração de laudos, atingindo o objetivo de excluir uma parcela da população indesejável com um diagnóstico que perdurará por sua vida, favorecendo a perpetuação de processos de criminalização

    Relações entre Profissionais da Gestão e dos Serviços: Falar para um Vazio?

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    Resumo O Sistema Único de Saúde se sustenta pelos pressupostos do trabalho coletivo, de relações transversalizadas e do compartilhamento de saberes e práticas. Tais princípios, todavia, encontram dificuldade de efetivação perante o modelo biomédico e o desmonte da saúde pública nos últimos anos. Assim, objetivou-se analisar as relações entre profissionais de uma equipe gestora municipal e profissionais dos serviços de saúde. Para isso, realizou-se sete grupos focais com profissionais de gerência e trabalhadores e diretores de serviços de saúde, totalizando 100 participantes. As transcrições dos grupos compuseram um corpus que foi submetido à análise lexical do tipo classificação hierárquica descendente com o auxílio do software Iramuteq, originando cinco classes: “Cotidiano dos Serviços”, “Metáforas da Relação Gestão-Serviço”, “Cotidiano da Gerência”, “Construir Junto?” e “Relação Gestão e Serviço”. A relação gestão-serviços é marcada por ambiguidades. Ora é percebida como distante, e os profissionais da gestão são tidos como os que planejam e decidem e os dos serviços, como os que executam. Ora é vista como lugar de construção conjunta de projetos coletivos em torno de um sistema que dá certo. Isso afirma a discussão de um hibridismo entre o paradigma dominante e o paradigma emergente. Esse último com a intenção de incluir no rol das práticas cotidianas da saúde um olhar para as subjetividades presentes e a perspectiva da construção de relações transversalizadas entre os diversos atores sociais, demandando espaços que potencializam coletivos capazes de promover cogestão

    Sexualidade na deficiência intelectual: uma análise das percepções de mães de adolescentes especiais Sexuality in intellectual disabilities: an analysis of the perceptions of mothers of special adolescents

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    Adolescência é a fase transitória entre infância e idade adulta, momento importante do desenvolvimento humano, marcado por mudanças físicas, psicológicas e sociais relativas ao início da sexualidade. Este momento geralmente é conturbado e o poderá ser ainda mais para adolescentes com deficiência intelectual (DI) por confrontar com preconceitos e mistificações estabelecidas há tempos. A maneira infantilizante e discriminatória de serem tratados pela família e sociedade influenciam as percepções das mães de filhos com DI. Assim, objetivando investigar as concepções que mães de jovens com DI têm sobre a sexualidade deles e como elas irão refletir na adoção de práticas de educação sexual, foram entrevistadas 20 mães de adolescentes entre 12 a 18 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico de DI, atendidos numa clínica escola localizada no estado do Espírito Santo. Analisando as entrevistas, percebeu-se em 12 respostas, a ideia de ausência de sexualidade na pessoa com DI, trazendo uma postura infantilizadora e superprotetora dessas mães em relação aos filhos, considerando-os com pouca possibilidade de desenvolver interesses e comportamentos sexuais. Quanto às concepções das mães nas manifestações sexuais de seus filhos, 15 delas revelaram entender que a sexualidade deles é diferente da de pessoas sem deficiência intelectual. Percebeu-se que 12 das 20 mães nunca orientaram seus filhos sexualmente, alegando que não compreenderiam. Em geral, as mães não reconhecem uma identidade sexual em seus filhos e, por conseguinte, não fornecem uma educação sexual, reproduzindo a concepção social e cultural que nega a existência da sexualidade quando associada à DI.<br>Adolescence is the transitional phase between childhood and adulthood, an important moment of human development, marked by physical, psychological and social changes at the beginning of sexuality. This moment is often troubled and may be even more so for teenagers with intellectual disability (ID) by confronting preconceptions and mystification established long ago. The infantilizing and discriminatory way they may be treated by family and society influence the perceptions of mothers of children with ID. Thus, to investigate the conceptions that mothers of young people with ID have about their sexuality and how they will reflect the adoption of sexual education practices, 20 mothers of adolescents aged 12 to 18 years, of both sexes with a diagnosis of ID were interviewed at a clinical school located in the state of Espírito Santo. Analyzing the interviews, 12 answers indicated the idea of absence of sexuality in the person with ID, fostering an infantilized and overprotective attitude of these mothers to their children; it was considered unlikely that they would develop interest in sex or present sexual behaviors. As for the conceptions of mothers on the sexual manifestations of their children, 15 of them revealed understanding that their sexuality is different from that of people without intellectual disability. It was noted that 12 of the 20 mothers had never oriented their children about sex, saying they would not be capable of understanding. In general, the mothers do not recognize a sexual identity in their children and, therefore, do not provide them with sexual education, reproducing the social and cultural concept that denies the existence of sexuality when associated with ID
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