133 research outputs found

    Indigenismo : um orientalismo americano

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    Desde os anos 1940, marco importante na sua história, o indigenismo tem desvendado todo um mundo empírico e teórico sobre as relações extremamente desiguais entre os povos indígenas e os Estados-nações, especialmente, na América Latina. Inicialmente dedicado ao papel do Estado como disciplinador dessas relações, o indigenismo tem passado por transformações conceituais ao sabor das mudanças vividas por seus protagonistas. É hora, portanto, de redefinir o que é indigenismo

    The Origins of Indigenism: Human Rights and the Politics of Identity

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    Book review of The Origins of Indigenism: Human Rights and the Politics of Identity. Ronald Niezen. Berkeley: University of California Press, 2003. xix + 272 pp., notes, references, index. ISBN 0-520-23554-1, 0-520-23556-8

    Indigenous Peoples and the Refusal of the Market

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    Al trabajar el tema del desarrollo y la interculturalidad, la antropología, con su experiencia centenaria en buscar la comprensión de mundos no occidentales, tiene el deber incontestable de 1) interrogar la validez universal de expresiones como ésas, principalmente cuando se transforman en productos de exportación, y, 2) traer al terreno de discusión ejemplos no occidentales que refuten, reduzcan, amplíen o, de preferencia, dialoguen con tales conceptos. Este trabajo presenta situaciones extraídas de diversos contextos indígenas con el fin de a) mostrar cómo la definición canónica de desarrollo puede ser inadecuada para experiencias indígenas que involucran recursos y riquezas, y, b) argumentar que el concepto de interculturalidad sólo le hace justicia a su propio nombre cuando promueve un ecumenismo de ideas y prácticas sobre el bien común, escapando, así, de modismos y premisas ideológicas no siempre étnicamente justas.When working with development and interculturality, anthropology, with its long experience of trying to understand the non-Western world, must 1) ask about the universal validity of such terms, especially when they become export products, and 2) bring into discussion non- Western examples that refute, reduce, enlarge or, preferably, dialogue with these concepts. Therefore, this paper presents situations from various indigenous contexts in order a) to show how the canonic definition of development can be inadequate to indigenous experiences involving resources and wealth, and b) to argue that the concept of interculturality can only do justice to its name when it promotes an ecumenism of ideas and practices about the common good, thus dodging fads and ideological premises not always ethnically fair

    Da etnografia ao indigenismo : uma trajetória antropológica

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    Relato da trajetória profissional de Alcida Rita Ramos desde suas primeiras incursões na antropologia como aluna do Professor Roberto Cardoso de Oliveira no Museu Nacional, passando pela pós-graduação na Universidade de Wisconsin, Madison, até a sua aposentadoria na Universidade de Brasília, com ênfase nas pesquisas entre os Sanumá, subgrupo Yanomami e, posteriormente, no indigenismo comparado na América Latina. ___________________________________________________________________________________________ ABSTRACTAlcida Rita Ramos describes her professional trajectory from her first steps as an anthropology student of Professor Roberto Cardoso de Oliveira at the National Museum in Rio de Janeiro through her graduate studies at the University of Wisconsin, Madison, up until her retirement at the University of Brasília. She emphasizes her research work among the Sanumá, a Yanomami subgroup in north Brazil and, more recently, on comparative indigenism in Latin American

    Uma crítica da (des)razão indigenista

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    O artigo trata de um aspecto pouco abordado nas análises de Estado e poder: o voluntarismo de agentes de Estado e sua influência no estabelecimento de normas e resoluções que podem afetar povos inteiros. O caso empírico escolhido para demonstrá-lo é o dos Panará e sua saga pelo Parque Xingu sob o comando de Orlando Villas-Bôas nos anos 70. Como estratégia de demonstração, utiliza-se a proposta de Edward Said sobre a importância que o início de uma narrativa tem para o seu desfecho. Portanto, dependendo de onde comecemos a analisar um evento, este pode revelar ou mesmo ocultar contornos relevantes para a sua conclusão. _______________________________________________________________________________ ABSTRACTThis article deals with a somewhat neglected aspect in State and power analyses, viz., the individual whims of State agents and how these influence decision-making processes that may affect entire peoples. To demonstrate this the article focuses on the case of the Panará Indians and their ordeal as uncomfortable “guests” of Orlando Villas-Bôas in the Xingu Park in the 1970s. Edward Said’s Beginnings has been the analytical inspiration to unravel the Panará situation. Depending on where we begin to tell a story, its outcome may take unpredictable turns

    Apresentação

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    Esta apresentação descreve a origem e desenvolvimento das ideias que compõem este dossiê, ressaltando a importância da comparação entre as situações vividas por povos indígenas expostos a políticas estatais distintas, em regiões de fronteira na Amazônia. Enfatiza a tensão entre a força centrípeta da etnia e a força centrífuga do Estado, provocando nos povos indígenas iniciativas próprias de realidades transfronteiriça

    Nomes Sanumá entre gritos e sussuros

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    Como os demais indígenas Yanomami, os Sanumá (o subgrupo mais setentrional dessa família lingüística amazônica) praticam com afinco o sigilo dos nomes próprios. No entanto, ao contrário dos outros, eles praticam também a suspensão do sigilo quando se trata de “fazer coisas com nomes”, para parafrasear J. L. Austin. Transformados em ferramentas sociais, os nomes sanumá são capazes de marcar o público com recursos do privado. Assim, alguns poucos nomes masculinos são retirados de seu sigilo doméstico para anunciar o surgimento de grupos patrilineares com os quais os Sanumá organizam sua vida política e matrimonial. Com o advento do conquistador, nomes estrangeiros começaram a entrar no léxico social dos Sanumá, aliviando, assim, a pressão sobre a quebra de sigilo onomástico. Primeiro missionários protestantes, com seus Davis e suas Saras, depois garimpeiros e outros aventureiros da mata, com seus regionalismos e alcunhas idiossincráticas – Ceará, Paraíba, Passarão, etc. – têm contribuído substancialmente para que os nomes sanumá fiquem cada vez mais preservados do ouvido público. Pareceria, então, não ser mais necessário sussurrar nomes para identificar as pessoas, podendo-se agora chamá-las aos gritos. No entanto, as coisas não se passam bem assim. De que modo a etiqueta dos nomes tem reagido a essas mudanças é o que tentarei esquadrinhar aqui.Like the other Yanomami Indians, the Sanumá (the northermost subgroup of this Amazon language family) preserve their personal names in secrecy. But, unlike most Yanomami, they suspend this secrecy when it is necessary to “do things with names”, to paraphrase J. L. Austin. Personal names, transformed into social tools, are capable of marking the public sphere with devices coming from the private realm. In this way, a few male names lose their secrecy so as to herald the emergence of new patrilineal groups with which the Sanumá organize their marriage and political life. With the arrival of outsiders, foreign names made their entrance in the Sanumá social lexicon, thus relieving the pressure over name secrecy. First came protestant missionaries with the Davids and Sarahs, then gold miners and other jungle adventurers with their regional and idisioncratic nicknames – Ceará, Paraíba, Passarão, etc. – greatly contributing to keep Sanumá personal names away from the public ear. It would thus seem that whispering would no longer be necessary, and crying out people’s names could be done at ease. Things, however, are not as they seem. To what extent Sanumá naming etiquette has reacted to these changes is what I intend to scrutinize

    Da Etnografia ao Indigenismo

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    Relato da trajetória profissional de Alcida Rita Ramos desde suas primeiras incursões na antropologia como aluna do Professor Roberto Cardoso de Oliveira no Museu Nacional, passando pela pós-graduação na Universidade de Wisconsin, Madison, até a sua aposentadoria na Universidade de Brasília, com ênfase nas pesquisas entre os Sanumá, subgrupo Yanomami e, posteriormente, no indigenismo comparado na América Latina

    Da Etnografia ao Indigenismo: uma trajetória antropológica

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    Relato da trajetória profissional de Alcida Rita Ramos desde suas primeiras incursões na antropologia como aluna do Professor Roberto Cardoso de Oliveira no Museu Nacional, passando pela pós-graduação na Universidade de Wisconsin, Madison, até a sua aposentadoria na Universidade de Brasília, com ênfase nas pesquisas entre os Sanumá, subgrupo Yanomami e, posteriormente, no indigenismo comparado na América Latina

    Do Engajamento ao Desprendimento

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    Indigenous peoples in Brazil, as elsewhere, increasingly take stock of the abuses perpetrated by certain scientific researchers who act as though indigenous spaces were no man’s land. Reactions on the part of the Indians have affected a number of, especially young, ethnographers. This situation deserves our attention with regard to the future of traditional ethnography. At the same time, a growing number of Indians have access to higher education, which opens the horizon for the establishment of auto-ethnographies, namely, research carried out by those who have been the "objects" of ethnographic inquiry. If this trend is confirmed, what will happen to academic ethnography? It is suggested that a number of possible roles can be opened for non-indigenous ethnographers who might become supporting actors in ethnographic research. In such new scenarios academic ethnographers could continue to exercise their commitment both to indigenous peoples and to the anthropological profession.Com a crescente tomada de consciência de seus direitos, os povos indígenas no Brasil, a exemplo de tantos outros no mundo, passaram a reagir contra os abusos de certos pesquisadores que persistem em tratar o espaço indígena como terra de ninguém. Essas reações atingem muitos etnógrafos, principalmente a partir dos anos 1990, o que nos leva a ponderar sobre o futuro dos estudos etnográficos tradicionais. Ao mesmo tempo, com a crescente escolaridade dos indígenas, abre-se o horizonte para as auto-etnografias, ou seja, pesquisas realizadas por aqueles que sempre foram "objetos" de investigação etnográfica. Se essa tendência se confirmar, o que acontecerá com a etnografia acadêmica? Sob o nome de ator coadjuvante, propõe-se a possibilidade de uma gama de prováveis papéis que os etnógrafos tradicionais podem assumir sem abrir mão de seu compromisso tanto com os povos indígenas quanto com a profissão antropológica
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