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    LUGARES DE RESISTÊNCIA: O PROCESSO DE REPRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO NO CONTEXTO DOS MEGAEVENTOS ESPORTIVOS NO BRASIL – SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO

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    In all the major cities of the world, fragments of space are chosen to receive capital injections in interest of some groups over others, using sports mega-events as a justification and signaling a fundamental moment in the process of reproduction of capitalism in contemporary times, which brings the conflict over space – as a place of appropriation and use and contrast of the space as reproduction of value and wealth. This work aims to analyze the conflict over the urban space in relation to housing and resistance of the residents of four Brazilian communities, two in the city of São Paulo and two in Rio de Janeiro, which were directly affected by the infrastructure and equipment construction for the 2014 World Cup and Rio 2016 Olympic Games. The proposed theoretical methodology is based on the analysis of the levels and dimensions of Lefebvre (2001, 2002), represented by the constant brunt between the local order or immediate level (the lived level), and the distant order (the institutions), mediated by the intermediate level (the city). The practical methodology that is applied is the application of directed interviews to the residents of the communities who were threatened with removal, both with those who managed to remain and with those who accepted the negotiations with the public power. It is hoped to discuss the resistances for housing within a historically produced context and assuming that the resistance process itself is the possible form found by many inhabitants of the metropolises, in the search for a utopia of transformation of the social relation and the way in which spaces are produced.Em todas as grandes cidades do mundo, fragmentos do espaço são escolhidos para receber aportes de capital sobre o interesse de alguns grupos em detrimento de outros, usando os megaeventos esportivos como justificativa e sinalizando um novo processo de reprodução do capitalismo nos tempos contemporâneos, que traz à tona o conflito pelo espaço – como lugar de apropriação e uso em contraposição ao espaço como reprodução de valor e de valor de troca.Objetiva-se analisar o conflito pelo espaço urbano em relação à habitação e as formas de resistência dos moradores que foram diretamente afetados por obras de infraestrutura e construção de equipamentos para os megaeventos esportivos brasileiros – Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos Rio 2016 –, tendo o poder público como intermediador dos processos de remoção e as empresas privadas como responsáveis pela execução das obras públicas.A metodologia teórica proposta se baseia na análise dos níveis e dimensões propostos por Lefebvre (2001, 2002), representados pelo embate constante entre a ordem próxima ou nível imediato (o vivido), e a ordem distante (as instituições), mediada pelo nível intermediário (a cidade). A metodologia prática que se coloca é a aplicação de entrevistas dirigidas à moradores das comunidades que foram ameaçadas de remoção, tanto com os que conseguiram permanecer quanto com os que aceitaram as negociações com o poder público.Almeja-se discutir as resistências por habitação dentro de um contexto historicamente produzido e tendo por premissa que o próprio processo de resistência é a forma possível encontrada por muitos moradores das metrópoles, na busca por uma utopia de transformação da própria relação social e do modo como se produzem os espaços

    Marx’s Refusal of the Labour Theory of Value

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    In this recent article, not yet available by publishers, David Harvey does a comparison between the labour theory of value from Ricardo and the value theory from Karl Marx, bringing a sample of the discussions of his latest book Marx, Capital and the Madness of Economic Reason. The author thus discusses the differences between these theories and their unfoldings in the current Marxist studies, concluding that the value form from the Marx studies could not be considered as a “stable fulcrum in capital’s churning world but a constantly changing and unstable metric”, which is expressed through “by unfolding practices of social reproduction, and massive transformations in the wants, needs and desires of whole populations” through everyday life. That demonstrates, according to the author, that this theory is “far beyond what Ricardo had in mind and equally far away from that conception of value usually attributed to Marx”.Neste artigo recente, ainda não publicado em livro, David Harvey compara a teoria do valor-trabalho de Ricardo e a teoria do valor adotada por Karl Marx, trazendo uma amostra das discussões de seu mais recente livro, Capital e a loucura da razão econômica. O autor discute as diferenças entre essas teorias e seus desdobramentos nos estudos marxistas atuais, concluindo que a forma valor dos estudos de Marx não pode ser considerada um “princípio imóvel e estável no mundo tumultuado do capital, mas uma métrica instável e em constante mudança”, que se expressa nas “novas práticas de reprodução social e massivas transformações nas vontades, necessidades e desejos de toda uma população” pela inserção na vida cotidiana. Segundo o autor, isso demonstra que essa teoria está “muito além do que Ricardo tinha em mente e é igualmente distante daquela concepção de valor geralmente atribuída a Marx”

    A recusa de Marx da teoria do valor

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    Resumo: Harvey compara a teoria do valor-trabalho de Ricardo e a teoria do valor adotada por Karl Marx, trazendo uma amostra das discussões de seu mais recente livro, Capital e a loucura da razão econômica. O autor discute as diferenças entre essas teorias e seus desdobramentos nos estudos marxistas atuais, concluindo que a forma valor dos estudos de Marx não pode ser considerada um “princípio imóvel e estável no mundo tumultuado do capital, mas uma métrica instável e em constante mudança”, que se expressa nas “novas práticas de reprodução social e massivas transformações nas vontades, necessidades e desejos de toda uma população” pela inserção na vida cotidiana. Segundo o autor, isso demonstra que essa teoria está “muito além do que Ricardo tinha em mente e é igualmente distante daquela concepção de valor geralmente atribuída a Marx”. Abstract: In this recent article, not yet available by publishers, David Harvey does a comparison between the labour theory of value from Ricardo and the value theory from Karl Marx, bringing a sample of the discussions of his latest book Marx, Capital and the Madness of Economic Reason. The author thus discusses the differences between these theories and their unfoldings in the current Marxist studies, concluding that the value form from the Marx studies could not be considered as a “stable fulcrum in capital’s churning world but a constantly changing and unstable metric”, which is expressed through “by unfolding practices of social reproduction, and massive transformations in the wants, needs and desires of whole populations” through everyday life. That demonstrates, according to the author, that this theory is “far beyond what Ricardo had in mind and equally far away from that conception of value usually attributed to Marx”

    Socio-Spatial Segregation in the Olympic Games 2016 in the Barra da Tijuca region - RJ: community Vila Autodromo.

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    A discussão parte do princípio de que o espaço é um produto social e não um sujeito, como algumas políticas públicas vem reproduzindo. A apropriação de espaços que não estavam vazios, utilizando os megaeventos esportivos como justificativa, sinaliza um momento fundamental do processo de reprodução do capitalismo. Tal processo traz à tona o conflito do espaço como lugar de apropriação e uso em contraposição ao espaço como reprodução de valor e de riqueza. Dentro desse contexto, a cidade do Rio de Janeiro, que historicamente se utiliza de planos de ordenação urbana de forma a legitimar mudanças espaciais em fragmentos da cidade, tem dado continuidade a esse processo nos últimos anos através da implantação dos Planos Estratégicos e da realização dos Jogos Olímpicos. Este trabalho tem por objetivo geral analisar as mudanças socioespaciais ocasionadas na comunidade Vila Autódromo, localizada no bairro da Barra da Tijuca - RJ, em razão da realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016. A pesquisa tem por objetivo específico identificar os sujeitos sociais e interesses envolvidos no processo de remoção dessa comunidade. Para atingir tal objetivo, foi utilizada metodologia teórico-documental com base em documentos normativos e jurídicos relativos ao processo de remoção pelo qual passa a Vila Autódromo desde 1993, e também documentos fotográficos e mapas, igualmente fundamentais para a compreensão do objeto. Durante todo o processo da pesquisa, foram realizadas pesquisas de campo de caráter descritivo e analítico, com aplicação de entrevistas qualitativas e análise de conteúdo dos dados, que embasam a conflitualidade entre os interesses dos moradores, o poder público e as empresas privadas, numa tentativa de compreensão de como as mudanças socioespaciais se inserem entre o lugar, a cidade e o espaço mundial. A Vila Autódromo se destaca nesse cenário pela luta de resistência dos seus moradores para permanecer no seu espaço de vivência e convivência e na consolidação de uma comunidade que enxerga o valor social da terra e não apenas o seu valor de mercado, sinalizando o caráter de conflito pelo direito à moradia que se estabelece na cidade do Rio de Janeiro atualmenteThe discussion starts from the principle that space is a social product and not a subject, as some public policies have been executing. The appropriation of spaces that were not empty, using the sports mega events as a justification, signals a fundamental moment in the capitalist reproduction process. This process brings the conflict of the space as a place of appropriation and use opposed to the space as a reproduction of value and wealth. In this sense, the city of Rio de Janeiro, which historically uses urban development plans in order to legitimize spatial changes in fragments of the city, has continued this process in recent years, through the implementation of strategic plans and realization of the Olympic Games. This paper objective is to analyze the socio-spatial changes brought to the Vila Autódromo community, located in the Barra da Tijuca Rio de Janeiro city, because of the Olympic Games Rio-2016. One specific objective is to identify the social actors and interests involved in the removal of this community. To achieve this goal, the paper uses theoretical and documental methodology based in normative and legal documents related to the removal process experienced by the Vila Autódromo since 1993, as well as photographic documents and maps, equally imperatives to understand the object of the research. Inseparably, field surveys in the Vila Autódromo and the city of Rio de Janeiro were conducted through descriptive and analytical perspectives, with application of qualitative interviews and content analysis of the data that underlies the conflict between the interests of residents, the government and private companies in an attempt to understand how the socio-spatial changes are part of the place, the city and the global economies. The Vila Autódromo stands out in this scenario for its residents\' resistance struggle to stay in their living space and the consolidation of a community that sees the social value of land and not just its market value, indicating the nature of conflict for the right to housing that is established in the city of Rio de Janeiro toda

    LUGARES DE RESISTÊNCIA: O PROCESSO DE REPRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO NO CONTEXTO DOS MEGAEVENTOS ESPORTIVOS NO BRASIL – SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO

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    In all the major cities of the world, fragments of space are chosen to receive capital injections in interest of some groups over others, using sports mega-events as a justification and signaling a fundamental moment in the process of reproduction of capitalism in contemporary times, which brings the conflict over space – as a place of appropriation and use and contrast of the space as reproduction of value and wealth. This work aims to analyze the conflict over the urban space in relation to housing and resistance of the residents of four Brazilian communities, two in the city of São Paulo and two in Rio de Janeiro, which were directly affected by the infrastructure and equipment construction for the 2014 World Cup and Rio 2016 Olympic Games. The proposed theoretical methodology is based on the analysis of the levels and dimensions of Lefebvre (2001, 2002), represented by the constant brunt between the local order or immediate level (the lived level), and the distant order (the institutions), mediated by the intermediate level (the city). The practical methodology that is applied is the application of directed interviews to the residents of the communities who were threatened with removal, both with those who managed to remain and with those who accepted the negotiations with the public power. It is hoped to discuss the resistances for housing within a historically produced context and assuming that the resistance process itself is the possible form found by many inhabitants of the metropolises, in the search for a utopia of transformation of the social relation and the way in which spaces are produced.Em todas as grandes cidades do mundo, fragmentos do espaço são escolhidos para receber aportes de capital sobre o interesse de alguns grupos em detrimento de outros, usando os megaeventos esportivos como justificativa e sinalizando um novo processo de reprodução do capitalismo nos tempos contemporâneos, que traz à tona o conflito pelo espaço – como lugar de apropriação e uso em contraposição ao espaço como reprodução de valor e de valor de troca.Objetiva-se analisar o conflito pelo espaço urbano em relação à habitação e as formas de resistência dos moradores que foram diretamente afetados por obras de infraestrutura e construção de equipamentos para os megaeventos esportivos brasileiros – Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos Rio 2016 –, tendo o poder público como intermediador dos processos de remoção e as empresas privadas como responsáveis pela execução das obras públicas.A metodologia teórica proposta se baseia na análise dos níveis e dimensões propostos por Lefebvre (2001, 2002), representados pelo embate constante entre a ordem próxima ou nível imediato (o vivido), e a ordem distante (as instituições), mediada pelo nível intermediário (a cidade). A metodologia prática que se coloca é a aplicação de entrevistas dirigidas à moradores das comunidades que foram ameaçadas de remoção, tanto com os que conseguiram permanecer quanto com os que aceitaram as negociações com o poder público.Almeja-se discutir as resistências por habitação dentro de um contexto historicamente produzido e tendo por premissa que o próprio processo de resistência é a forma possível encontrada por muitos moradores das metrópoles, na busca por uma utopia de transformação da própria relação social e do modo como se produzem os espaços

    The destitution of the lived in the process of capital accumulation through urban frontiers: a reflection from Barra da Tijuca - RJ

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    A motivação da pesquisa partiu da observação empírica de um processo em curso: as resistências às remoções de comunidades localizadas na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, perpetradas pelo poder público e intensificadas durante a realização dos Jogos Olímpicos Rio- 2016. O plano do vivido, o cotidiano e as resistências das comunidades entrevistadas - Vila Autódromo, Barrinha, Rio das Pedras e Vila Recreio II - instigaram a compreensão do processo de produção da Barra da Tijuca como uma fronteira de expansão do capital relacionado ao setor imobiliário. Esse movimento iluminou a composição de um campo de forças no processo de produção do espaço urbano, das estratégias do Estado na mediação para a realização dos interesses econômicos e políticos dos poucos proprietários fundiários desse fragmento espacial da metrópole carioca. A hipótese que a pesquisa percorre é de que a produção do espaço na Barra da Tijuca se revela enquanto uma fronteira urbana de expansão econômica de acumulação do capital da metrópole do Rio de Janeiro, mobilizada como uma nova centralidade que demanda, para sua realização, recursos cada vez mais ampliados de expropriação dos trabalhadores que habitam esses espaços; expropriações essas que atravessam o corpo e as relações afetivas que se realizam pelo/no espaço, constituindo o que denominamos como um processo de destituição do vivido. A problemática da tese e o movimento de exposição partem, portanto, da noção de produção do espaço urbano no modo de produção capitalista em uma metrópole situada na periferia do sistema, cujo pressuposto são os processos de destituição do vivido, consubstanciados na radicalidade dos momentos expropriatórios vivenciados pelos moradores da Barra da Tijuca, que ultrapassariam o sentido material de uma viabilização da acumulação econômica, mas se concretizariam, sobretudo, por meio das tentativas de apagamento das relações sociais engendradas nas e pelas práticas de resistência, procurando minar as formas de uma organização social e de uma luta de classes no urbano, que seria portadora de uma virtualidade, de um movimento em construção de uma utopia.The research motivation came from the empirical observation of an ongoing process: the resistance process against removals from communities located in Barra da Tijuca in Rio de Janeiro, perpetrated by the government, and intensified during the Rio-2016 Olympic Games. The lived plan, the daily life and the resistance of the interviewed communities - Vila Autodromo, Barrinha, Rio das Pedras and Vila Recreio II - instigated the understanding of the production process of Barra da Tijuca as an expansion of capital frontier related to the real estate sector. This process illuminated the composition of a field of forces in the process of urban space production, of the State\'s strategies in mediating this process for the realization of the economic and political interests of the few landowners in this spatial fragment of the Rio de Janeiro metropolis. The hypothesis that the research runs through is that the production of space in Barra da Tijuca reveals itself as an urban frontier of economic expansion of capital accumulation in the metropolis of Rio de Janeiro, mobilized as a new centrality that demands, for its realization, increasingly processes of expropriation of workers who inhabit these spaces; these expropriations that cross the body and affective relationships that take place through/in space, constituting what we call a process of destitution of the lived. The thesis\' problematic and the exhibition movement, therefore, depart from the notion of production of urban space in the capitalist production mode in a metropolis located on the periphery of the system, whose presupposition is the processes of destitution of the lived, embodied in the radicality of the expropriation processes experienced by the residents of Barra da Tijuca, which would go beyond the material sense of enabling economic accumulation, but would materialize, above all, through attempts to erase the social relations engendered in and by resistance practices, seeking to undermine the forms of an organization social and a class struggle in the urban, which would be the bearer of a virtuality, of a movement in the construction of a utopia
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