13 research outputs found
Monitoring and evaluation of adherence to ARV treatment for HIV/AIDS : challenges and possibilities
Devido aos avanços nas pesquisas e possibilidades de tratamento, a aids tornou-se uma doença crônica, com aumento relevante da qualidade de vida de pessoas acometidas, o que traz novos desafios para sua compreensão e enfrentamento. Nessa perspectiva, a adesão ao tratamento antirretroviral tem sido priorizada nas políticas públicas de países como o Brasil. O objetivo do artigo é discutir as possibilidades e desafios no processo de monitoramento e avaliação da adesão ao tratamento antirretroviral, bem como as vantagens e desvantagens das técnicas disponíveis para sua aferição, com destaque para o trabalho com pessoas de baixa escolaridade e em países com recursos limitados. Conclui-se que é necessário considerar aspectos logísticos, conceituais e empíricos na escolha de métodos para monitorar a adesão, tendo por base os contextos socioculturais e econômicos, principalmente em países com recursos limitados. Conclui-se também que identificar formas mais adequadas e efetivas de medir a adesão ainda se constitui em desafios para pesquisadores e profissionais de saúde que atuam em HIV/aids.The advances in research and treatment regimens have transformed aids into a chronic illness, with a marked increase in the quality of life of those living with HIV/aids. This brings new challenges in understanding and treating the disease and those living with it. From this perspective, adherence to antiretroviral treatment (ART) has been made a priority in the public policy of countries such as Brazil. This article discusses the challenges and potential solutions to the monitoring and evaluation of adherence to ART as well as the advantages and disadvantages of the techniques available for its assessment. Emphasis was given to the work done in countries with scarce resource with patients who have little or no formal education. It is necessary to take into account logistic, conceptual and empirical aspects in the choice of methods to monitor the adherence, examining sociocultural and economic contexts, especially in countries with scarce resource. The conclusion is that identify adequate and effective ways of measuring adherence remains an important challenge for those who work with HIV/aids
Cuidado e autocuidado em oncologia: significados para profissionais e usuários
O objetivo deste trabalho foi compreender os significados do cuidado para profissionais e usuários de um serviço de oncologia. Foi realizado um estudo qualitativo, de cunho exploratório e descritivo. Para coleta de informações foi utilizado o instrumento de complemento de frases juntamente com um roteiro de entrevista semiestruturada. As informações foram submetidas à análise do Discurso do Sujeito Coletivo proposta por Lefèvre e Lefèvre. Doze sujeitos participaram do estudo, sendo cinco usuários e sete profissionais. O estudo avaliou três eixos temáticos, Cuidado e autocuidado, Serviço e Sugestões. Como resultado, o cuidado foi associado à atenção a si próprio e ao outro, já o autocuidado foi associado à atitude de se ter atenção consigo mesmo, vinculada a prática de hábitos saudáveis e atividades prazerosas. O segundo eixo explorou a necessidade de cuidado à pessoa com câncer, emergindo a importância do atendimento humanizado, e das tecnologias relacionais; e também a necessidade do cuidado para o profissional de saúde. O último eixo apresenta sugestões dos participantes para a instituição, que incluem a criação de espaços de acolhimento e escuta para todos os protagonistas do sistema. Sugere-se a implantação dos princípios da Política Nacional de Humanização, tais como a clínica ampliada, o acolhimento e o controle social para a construção de um espaço que favoreça atender as demandas subjetivas dos atores sociais da saúde
Jovens universitários e fatores de risco para infecção pelo HIV: uma revisão de literatura
Apesar dos esforços realizados no desenvolvimento de estratégias de prevenção pelo vírus HIV, atualmente, a prevalência tem aumentado entre os jovens de 19 a 24 anos, uma realidade que está ocorrendo em vários países e que traz preocupações sobre os impactos possíveis nesta geração. O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de artigos publicados sobre fatores de riscos e proteção, que estudantes universitários têm quanto à infecção pelo HIV. Foram realizadas pesquisas em três bases de dados; BVS, PubMed, e SciELO, onde foram selecionados artigos com estudos empíricos a partir de 2015. Dos 38 artigos, identificados a partir dos operadores booleanos HIV, adultos jovens, fator de risco e universitários, foram selecionados seis, que se adequavam aos critérios de inclusão. Observou-se que os comportamentos de risco entre estudantes aumentam a probabilidade de contrair o HIV, principalmente se associados ao uso de álcool, drogas ilícitas e comportamentos sexuais de risco, como o não uso de preservativo, e baixo índice de testagem. Concluiu-se acerca da necessidade de que o tema seja amplamente debatido com os estudantes e realizadas ações de promoção da saúde e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis no contexto universitário.
Desafios para a Adesão ao TARV na Perspectiva dos Profissionais do Sistema de Saúde de Moçambique
The goal of the study was to understand the main challenges for adherence to antiretroviral treatment in Mozambique from the perspective of health professionals who deal with HIV/AIDS. The study is qualitative, observational, and exploratory. Semi-structured interviews were conducted with 11 health professionals who provide HIV/AIDS assistance in seven of the country's eleven provinces. Data analysis was based on the Discourse of the Collective Subject. Results were categorized into nine central ideas. Among the problems mentioned by health professionals there are aspects related to culture, the fear of forced disclosure of HIV positive diagnosis, the absence of an adequate understanding of the benefits of treatment, the way health services are organized, gender issues, and social aspects such as hunger, financial difficulties and problems with transportation, among others.Â
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 O objetivo do estudo foi compreender quais são os principais desafios para adesão ao tratamento antirretroviral em Moçambique na perspectiva dos profissionais de saúde que lidam com a temática do HIV/aids no país. O estudo é qualitativo, observacional e exploratório. Entrevistas semiestruturadas foram realizadas com 11 profissionais de saúde que prestam assistência em HIV/aids em sete das onze províncias do país. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise do Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados foram categorizados em nove ideias centrais. Dentre os problemas mencionados pelos profissionais estão aspectos relacionados à cultura local, ao receio da revelação forçada do diagnóstico de HIV positivo a terceiros, à ausência de uma adequada compreensão sobre os benefícios do tratamento, à forma de organização dos serviços de saúde, a questões de gênero, a aspectos sociais como fome, dificuldades financeiras e problemas com transporte, dentre outros
Challenges for adherence to antiretroviral treatment from the perspective of health system professionals in Mozambique
O objetivo do estudo foi compreender quais são os principais desafios para adesão ao tratamento antirretroviral em Moçambique na perspectiva dos profissionais de saúde que lidam com a temática do HIV/aids no país. O estudo é qualitativo, observacional e exploratório. Entrevistas semiestruturadas foram realizadas com 11 profissionais de saúde que prestam assistência em HIV/aids em sete das onze províncias do país. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise do Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados foram categorizados em nove ideias centrais. Dentre os problemas mencionados pelos profissionais estão aspectos relacionados à cultura local, ao receio da revelação forçada do diagnóstico de HIV positivo a terceiros, à ausência de uma adequada compreensão sobre os benefícios do tratamento, à forma de organização dos serviços de saúde, a questões de gênero, a aspectos sociais como fome, dificuldades financeiras e problemas com transporte, dentre outros.The goal of the study was to understand the main challenges for adherence to antiretroviral treatment in Mozambique from the perspective of health professionals who deal with HIV/AIDS. The study is qualitative, observational, and exploratory. Semi-structured interviews were conducted with 11 health professionals who provide HIV/AIDS assistance in seven of the country's eleven provinces. Data analysis was based on the Discourse of the Collective Subject. Results were categorized into nine central ideas. Among the problems mentioned by health professionals there are aspects related to culture, the fear of forced disclosure of HIV positive diagnosis, the absence of an adequate understanding of the benefits of treatment, the way health services are organized, gender issues, and social aspects such as hunger, financial difficulties and problems with transportation, among others
Comunicação de notícias difíceis: o papel da relação dos médicos com a família
O processo de comunicar más notícias a familiares constitui-se como um desafio para profissionais da saúde. Assim, este trabalho teve como objetivo apresentar os relatos de médicos em relação ao processo de comunicar notícias difíceis às famílias e envolveu uma amostra de 19 médicos dos programas de residência do Hospital Universitário de Brasília (HUB), entre eles 15 residentes e 4 staffs das áreas de Cirurgia Geral, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia e Pediatria. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas e posteriormente analisados com o método do Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados apontam dificuldades em comunicar notícias difíceis aos familiares e em manejar suas reações, sendo a atenção e o cuidado com a singularidade de cada família uma estratégia importante. A partir disso, é possível concluir a necessidade de implementação, na formação médica, o preparo para comunicar notícias difíceis a pacientes e familiares
Santé mentale dês étudiants universitaires au Mozambique
Este artigo apresenta um relato de experiência ocorrida em 2018 na Universidade Eduardo Mondlane, uma universidade pública moçambicana localizada na capital Maputo. Realizou-se uma roda de conversa junto a estudantes do curso de psicologia com o objetivo de abordar a temática da saúde mental no contexto universitário. Participaram aproximadamente 20 estudantes de ambos os sexos, com idades variando entre 20 e 30 anos. A atividade permitiu o compartilhamento de ideias e vivências ligadas à vida universitária que impactavam o bem-estar e mal-estar no ambiente acadêmico. Dentre elas, destacam-se questões interpessoais, em especial no tocante ao relacionamento entre os colegas; administrativas, que se relacionam com as regras impostas nas disciplinas; e estruturais, que dizem respeito às condições físicas para a realização do trabalho acadêmico. Aspectos positivos e negativos foram mencionados. A roda de conversa propiciou maior interação entre estudantes, estimulou a empatia entre os colegas e permitiu elaboração conjunta de novos modos de solução dos problemas. Além disso, permitiu o compartilhamento de idéias a respeito de melhorias no relacionamento entre discentes e docentes e também de aspectos relacionados à estrutura física da universidade.Este artículo presenta un informe de experiencia de 2018 en la Universidad Eduardo Mondlane, una universidad pública mozambiqueña ubicada en la capital, Maputo. Se llevó a cabo una rueda de conversación con los estudiantes del curso de psicología para abordar el tema de la salud mental en el contexto universitario. Participaron aproximadamente 20 estudiantes de ambos sexos, con edades comprendidas entre 20 y 30 años. La actividad permitió compartir ideas y experiencias relacionadas con la vida universitaria que impactaron el bienestar y la incomodidad en el entorno académico. Entre ellos, destacan los problemas interpersonales, especialmente en relación con la relación entre colegas; administrativo, que se relaciona con las reglas impuestas en las disciplinas; y estructurales, que se refieren a las condiciones físicas para la realización del trabajo académico. También se mencionaron aspectos positivos. La rueda de conversación proporcionó una mayor interacción entre los estudiantes, estimuló la empatía entre colegas y permitió la elaboración conjunta de nuevas formas de resolver problemas. Además, permitió compartir ideas sobre mejoras en la relación entre estudiantes y docentes y también aspectos relacionados con la estructura física de la universidad.This paper presents an experience report from 2018 at Universidade Eduardo Mondlane, a Mozambican public university located in the capital Maputo. This text is about a round conversation which took place with psychology students, and the aim of this activity was to discuss aspects involving mental health in the university context. Approximately 20 students of both sexes, aged between 20 and 30 years old took part of the activity, which allowed students to share aspects related to university life that impacted well-being and discomfort in the academic context. Among them, interpersonal issues stand out, especially regarding the relationship between colleagues; administrative issues; and structural problems concerning the physical environment. Positive and negative aspects were mentioned in the speeches. The round conversation technique provided greater interaction between students, stimulated empathy among colleagues, and allowed the group to elaborate new ways of solving the common problems. It also provided them to share ideas concerning relationship between students and teachers, and about the improvement of aspects related to the physical structure of the university, dues their relevance to improve well-being experiences.Cet article présente un rapport d'expérience de 2018 à l'Université Eduardo Mondlane, une université publique du Mozambique située dans la capitale, Maputo. Une ronde de conversation a été organisée avec les étudiants du cours de psychologie afin d'aborder le thème de la santé mentale dans le contexte universitaire. Environ 20 étudiants des deux sexes âgés de 20 à 30 ans ont participé. Cette activité a permis de partager des idées et des expériences liées à la vie universitaire ayant un impact sur le bien-être et l’inconfort du milieu universitaire. Parmi eux, les questions interpersonnelles se distinguent, en particulier en ce qui concerne les relations entre collègues; administrative, qui se rapportent aux règles imposées dans les disciplines; et structurelles, qui concernent les conditions matérielles pour la réalisation du travail académique. La ronde de conversation a permis une plus grande interaction entre les étudiants, a stimulé l’empathie entre collègues et a permis l’élaboration commune de nouvelles méthodes de résolution de problèmes. En outre, cela a permis de partager des idées sur l'amélioration des relations entre étudiants et enseignants, ainsi que sur des aspects liés à la structure physique de l'université
Medicina tradicional no Brasil e em Moçambique: definições, apropriações e debates em saúde pública
Traditional medicine has been gaining ground in global public health debates, as it has been widely disseminated for centuries. It is intended to draw parallels between Brazil and Mozambique, regarding the definitions, appropriations and debates in public health of traditional medicine practices. In Brazil, the field of traditional medicine blends with integrative, alternative or complementary practices in health, associating indigenous, African and European elements. In Mozambique, traditional medicine is the most used by the population. In both cases, the notions of health and disease are approached as a local cultural appropriation, and the place of cultural resistanceof the traditional medicine’s against Portuguese colonization and the new globalization models of Western culture is discussed. Based on the analysis of the two countries, there is a theoretical-political discussion about the evolution and dissemination of traditional, complementary and alternative care practices, above all, problematizing these concepts based on the conceptions adopted by the World Health Organization and the different meanings names take on in different contexts. The appropriations of the discourse of traditional medicine for biomedical science, in terms of proof of its safety and efficacy, are critically discussed in the light of the modern scientific method.A medicina tradicional vem ganhando espaço nos debates sobre saúde pública global, por ser uma prática amplamente disseminada há séculos. Pretende-se traçar paralelos entre Brasil e Moçambique, no que tange às definições, apropriações e debates em saúde pública das práticas de medicina tradicional. No Brasil, o campo da medicina tradicional mistura-se com o das práticas integrativas, alternativas ou complementares em saúde, associando elementos indígenas, africanos e europeus. Em Moçambique, a medicina tradicional é a mais utilizada pela população. Em ambos os casos, abordam-se as noções de saúde e doença enquanto apropriação cultural local, e se discute o lugar de resistência cultural da medicina tradicional frente à colonização portuguesa e aos novos modelos de globalização da culturaocidental. A partir da análise dos dois países, faz-se uma discussão políticateórica sobre a evolução e a disseminação das práticas de cuidado tradicionais,complementares e alternativas, sobretudo, problematizando esses conceitos a partir das concepções adotadas pela Organização Mundial da Saúde, epelos significados diversos que os nomes assumem nos diferentes contextos. Discute-se criticamente as apropriações do discurso da medicina tradicionalpela ciência biomédica, em termos de comprovação de sua segurança e eficácia, à luz do método científico moderno
Compartilhando olhares, diálogos e caminhos : adesão ao tratamento anti-retroviral e qualidade de vida em pessoas vivendo com HIV/AIDS em Maputo, Moçambique
Tese (doutorado)-Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, 2007.Devido aos avanços nas pesquisas e possibilidades de tratamento, a aids tornou-se uma doença crônica que traz novos desafios para sua compreensão e enfrentamento. Temos assistido nos últimos anos a ampliação do acesso ao tratamento em países com recursos limitados e o conhecimento acerca dessa realidade é fundamental para o sucesso da estratégia de combate ao HIV/aids. O estudo foi desenvolvido em um contexto de expansão de acesso ao tratamento anti-retroviral em Moçambique e teve como objetivos principais: (1) descrever as expectativas dos pacientes com relação ao tratamento anti-retroviral no início, dois meses e quatro meses depois; (2) investigar a percepção da qualidade de vida antes do início do tratamento anti-retroviral e sua associação com variáveis sociodemográficas; (3) investigar o comportamento de adesão quatro meses após o início do TARV; e (4) identificar aspectos psicossociais facilitadores e dificultadores que interferem no comportamento de adesão, do ponto de vista dos pacientes assistidos. O delineamento incluiu técnicas e métodos quantitativos e qualitativos para a coleta e análise de dados. O estudo foi realizado no Hospital Militar de Maputo entre os meses de março e novembro de 2007 e desenvolveu-se em duas etapas: (a) aplicação de questionário de avaliação psicossocial, de adesão e da qualidade de vida no início do tratamento; (b) realização de grupos focais dois e quatro meses depois. A amostra foi sequencial e de conveniência. Participaram 65 pessoas em início de tratamento anti-retroviral, dos quais 35 homens, com idades entre 18 e 65 anos (M= 36,12; DP=10,47). Quanto ao nível de escolaridade, 40% possuíam o nível primário e 32,3% o nível secundário. Quanto à situação conjugal, 56,9% apresentavam união estável. Para a coleta de dados sobre qualidade de vida adotou-se a versão adaptada para a língua portuguesa do HATQol. A adesão foi acompanhada por meio dos registros da farmácia, auto-relato e Escala Visual Analógica sendo considerada satisfatória com base na frequência de retirada dos medicamentos na farmácia e informação de ingestão de comprimidos/cápsulas igual ou superior a 95% no período indicado. Os valores da contagem de células CD4+ foram registrados no início e após 5 meses de tratamento. Foram realizados seis grupos focais, sendo 40% (n=26) do total de participantes do estudo na primeira etapa do estudo e 15,4% (n=10) na segunda etapa. Os dados passaram por análises estatísticas descritivas das variáveis quantitativas e métodos inferenciais. O processo de análise qualitativa se deu por meio da técnica de Análise de Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Os resultados indicaram que, com relação à qualidade de vida, os domínios que alcançaram médias e medianas mais baixas (menores que 50) foram “preocupação financeira”, “preocupações com o sigilo”, “preocupações com a saúde” e “atividade sexual”. Ao final de 5 meses, 46,8% dos participantes apresentaram provável adesão satisfatória, 37,10% provável adesão insuficiente e 8,05% abandonaram o tratamento. A análise das variáveis sociodemográficas apontou associação significativa entre o padrão de adesão e situação conjugal, sendo que pessoas com união estável apresentaram maior proporção de casos com provável boa adesão, bem como escores mais elevados na avaliação da qualidade de vida. Quanto aos fatores que influenciam a adesão, os achados condizem com outros estudos realizados em locais com recursos limitados, que indicam que os fatores sócio-econômicos e culturais − estigma e dificuldade de revelação, dificuldades financeiras, falta de alimentação e aspectos relacionados com o tratamento tradicional − parecem ter maior influência na adesão do que os fatores relacionados com a doença ou o tratamento. Foram discutidos demais fatores identificados bem como propostas de intervenções e estudos futuros. Os resultados apontam para a necessidade de considerar questões culturais para o desenvolvimento de intervenções mais eficazes de promoção da adesão e maior envolvimento das pessoas vivendo com HIV/aids no processo de tratamento anti-retroviral. ______________________________________________________________________________ ABSTRACTDue to the many advances in studies and the availability of many possible treatments, AIDS has become a chronic illness. This brings new challenges in understanding and confronting AIDS. In the last few years, we have seen an expansion of access to treatment in countries with scarce resources; for this expansion to succeed, it is essential to understand the real situation that exists in these countries. This study was designed within a context of increased access of antiretroviral treatment (ART) in Mozambique. Study objectives were (1) to describe patient expectations regarding ART when beginning therapy, at two months and at four months after beginning therapy; (2) to study the perception of quality of life after beginning ART and any association that quality might have with select socio-demographic variables; (3) to examine adherence behavior four months after initiating ART; and (4) to identify psycho-social aspects that facilitate and hinder adherence, from the patient’s perspective. The study design included both quantitative and qualitative techniques and methods for data collection and analysis. The study took place in the Maputo Military Hospital between the months of March and November of 2007 and consisted of two phases: (a) application of a questionnaire to evaluate the psycho-social status, adherence level and self-assessment of quality of life of each study participant at the beginning of ART and (b) conducting focus groups with the study participants at two and four months later. The sample was a sequential sample of convenience. Sixty-five people beginning anti-retroviral treatment participated in the study, 35 of which were men, between 18 and 65 years of age (M= 36,12; DP=10,47). In terms of education, 40% completed primary schooling and 32.3% completed secondary schooling. More than half of the sample (56.9%) was in a stable relationship. A Portuguese version of the HATQol was adapted for collection of quality of life data. Adherence to treatment was followed with pharmacy records, patient self-reporting and Analog Visual Scale; satisfactory was based on the frequency medication was obtained at the pharmacy and information on pill/capsule-taking equal to or greater than 95% within the period indicated. CDC cell counts were measured at the beginning of the study and after five months of treatment. A total of six focus groups were held; 40% (n=26) of the study participants during the first study phase and 15.4% (n=10) in the second phase. The quantitative data were analyzed using descriptive statistics. The qualitative analysis was conducted using the Analysis of Discourse of Collective Subjects (DSC) technique. Results indicated that, in relation to quality of life, the domains that attained the lowest medians and averages (less than 50) were “financial worries”, “worries about secrecy”, “worries about health”, and “sexual activity”. At the end of 4 months, 46.8% of the participants were found likely to have satisfactory adherence to treatment, 37.1% were likely to have unsatisfactory adherence and 8.05% had abandoned treatment. An analysis of socio-demographic variables found a significant association between pattern of adherence and conjugal status; people in a stable relationship represented a large portion of the cases of satisfactory adherence, as well as higher scores in their assessment of their quality of life. With regard to factors which influence adherence, these findings bear out those of other studies conducted in areas with limited resources, which indicate that socio-economic and cultural factors – stigma, difficulty in disclosure, financial problems, lack of food and aspects related to traditional healing – appear to have a larger influence on adherence than do factors related to the disease or to treatment. Other factors linked to adherence and future interventions and studies are also discussed. The results point out the necessity of considering cultural aspects in the design of effective ART adherence interventions, as well as a greater involvement of people living with HIV/AIDS in antiretroviral therapy