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A gestão das doenças crónicas : implicações na prática nos cuidados de saúde primários
Dissertação de Mestrado em Comunicação em Saúde apresentada à Universidade AbertaEste trabalho de investigação analisa a situação actual das práticas organizacionais, médicas
e de enfermagem, relacionadas com a prestação de cuidados à pessoa com Diabetes Mellitus
nos Cuidados de Saúde Primários.
Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, de base institucional (Centros de Saúde da
extinta Sub-Região de Saúde de Lisboa, nomeadamente da Unidade E, que integram a rede
de cuidados de saúde do Sistema Nacional de Saúde - SINS), realizado através de um
questionário.
A doença alvo do estudo foi seleccionada segundo um conjunto de critérios relacionados com
o peso da doença (burden of disease, em termos de incidência, prevalência, complicações,
transcendência social e económica, vulnerabilidade, entre outros) e a teoria da gestão da
doença (GD).
A investigação consistiu na avaliação pluridimensional de dados, relacionados com categorias
essenciais do continuum dos cuidados prestados ao doente crónico que incidem sobre a
estrutura e o processo subjacentes às práticas de cuidados de saúde na abordagem das
doenças crónicas (DC), efectuadas pelos profissionais de saúde (médicos e enfermeiros)
destes Centros de Saúde. A selecção da amostra obedece a critérios de conveniência, isto é,
estão nela incluÃdos Centros de Saúde em que os profissionais, médicos e enfermeiros
inquiridos, abordam esta Doença Crónica no âmbito da sua intervenção.
A linha orientadora da avaliação tem por base os princÃpios teóricos da GD, incorporados
num Modelo de Cuidados Crónicos (MCC). Este Modelo constitui o quadro de referência
teórico que orienta a investigação e é suportado por uma sólida evidência cientÃfica,
actualmente disponÃvel, sobre a abordagem das DC. O Modelo tem como caracterÃstica
inovadora a inclusão de áreas essenciais de intervenção que preenchem o domÃnio do
conceito de cuidados crónicos, e que não se relacionam, mas complementam os indicadores
tradicionais de desempenho profissional, inerentes aos cuidados crónicos.
O estudo surge da verificação de incongruências entre esta evidência e a prática dos
cuidados dirigida às DC, vivenciada no âmbito da nossa experiência enquanto profissionais
da área da saúde, levantando o problema principal de se saber até que ponto essas práticas
incorporam e acompanham as legis artis sobre a abordagem das DC. Sucedem a este
problema algumas questões, para as quais foram criadas 8 hipóteses. As 6 primeiras,
denominadas como especÃficas, resultam do MCC e relacionam-se directamente com as
categorias de intervenção inovadoras dos cuidados crónicos. Foram definidos pressupostos
para a sua confirmação/não confirmação. As outras 2 hipóteses, designadas como gerais,
são derivadas das especÃficas. A recolha de dados baseou-se num Questionário ACIC (Assessment of Chronic Illness Care), traduzido e adaptado para os objectivos do presente
estudo.
Os resultados desta investigação permitiram chegar às seguintes conclusões: 1) Existe um
quadro teórico que coloca as doenças crónicas no foco de atenção prioritário da maioria dos
sistemas de saúde, na medida em que representam o principal peso da doença. Apesar
disso, na generalidade dos sistemas, a organização tradicional dos cuidados de saúde para a
abordagem médica e de enfermagem da pessoa com doença crónica, é tipicamente
estruturada para cuidados episódicos e reactivos – doença aguda. Há evidência de
abordagens efectivas para ajudar a resolver este problema, merecendo a GD uma referência
particular na medida em que constitui uma resposta estruturada, integrada e de base
populacional para identificar pessoas com uma doença crónica particular ou em risco de
contraÃ-la, intervir através do uso de guidelines, baseadas na evidência e medir os resultados
após a ocorrência dessas intervenções. 2) Os resultados são consentâneos com a literatura
consultada sobre esta matéria, na medida em que sugerem a existência de um sistema de
cuidados de saúde fragmentado. Atestam igualmente a existência de défices estruturais,
nomeadamente em tecnologias de informação e de processos de cuidados inadequados Ã
natureza e caracterÃsticas das doenças crónicas, confirmando uma abordagem
essencialmente episódica e reactiva destas doenças. Os resultados evidenciam diferenças de
prestação de cuidados entre os diferentes grupos profissionais estudados, assim como a
ausência de estratégias de mudança. 3) O Modelo utilizado, na medida em que identifica as
mudanças necessárias no desempenho dos sistemas de cuidados de saúde para a gestão das
doenças crónicas, pode surgir como instrumento de avaliação prospectiva dos Centros de
Saúde numa óptica de mudança dos padrões da prestação dos cuidados a doentes crónicos.
O próprio conceito de GD deve ser encarado como um conceito útil e multidimensional, cuja
aplicação sistémica ou organizacional pode contribuir, na prática, para ajudar a consolidar
um sistema de cuidados verdadeiramente integrado (não fragmentado). 4) Uma conclusão
interpretativa relevante desta investigação é a de que, em Portugal, a gestão das doenças
crónicas não tem exemplos que se adaptem ao conceito de gestão de doença.
Consequentemente, na expressão mais abrangente deste conceito, pode afirmar-se que não
existe gestão da doença em Portugal. Por isso, tirar partido deste poderoso conceito é de
importância vital para o SINS, na medida em que tal significa melhorar a efectividade e a
qualidade da gestão das doenças crónicas, contribuindo dessa forma para reduzir o peso destas doenças
Transitional Care Management from Emergency Services to Communities: An Action Research Study
In recent years, nurses have developed projects in the area of hospital to community
transition. The objective of the present study was to analyze the transitional care offered to elderly
people after they used emergency services and were discharged to return to the community. The
action research method was chosen. The participants were nurses, elderly people 70 years old or
older, and their caregivers. The study was carried out from October 2018 to August 2019. The
data were collected by means of semi-structured interviews with the nurses, analysis of medical
records, participatory observation, phone calls to the elderly people and caregivers, and team
meetings. The qualitative data were submitted to Bardin’s content analysis. Statistical treatment
was carried out by applying SPSS version 23.0. The institution’s research ethics committee approved
the research. Only 31.4% of the sample experienced care continuity after discharge, and the rate
of readmission to emergency services during the first 30 days after discharge was 33.4%. The
referral letters lacked data on information provided to patients or caregivers, and nurses mentioned
difficulties in communication between care levels, as well as obstacles to teamwork; they also
mentioned that the lack of health policies and clinical rules to formalize transitional care between the
hospital and the community perpetuated non-coordination of care between the two contexts. The
low level of literacy of patients and their relatives are mentioned as a cause for not understanding
the information regarding seeking primary health care services and handing the discharge letter. It
was concluded that there is an urgent need to mobilize health teams toward action in the patients’
process of returning home, and this factor must be taken into account in care planning.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Inventário de Pequenos MamÃferos Não-voadores (Rodentia e Didelphimorphia) na Região do Médio Rio Madeira e Baixo Rio Aripuanã, no contexto da Expedição CientÃfica PROBIO-Madeira
Posterior reversible leukoencephalopathy syndrome (PRES) after kidney transplantation: a case report
<div><p>ABSTRACT Introduction: Posterior reversible leukoencephalopathy syndrome (PRES) was first described by Hinchey in 1996. The syndrome is characterized by altered level of consciousness, headache, visual changes, and seizures associated with a vasogenic edema of the white matter that occurs predominantly in the occipital and parietal lobes. Imaging tests such as computed tomography (CT) and especially magnetic resonance imaging (MRI) support the diagnosis. Case Report: We report a case of a 48-year-old female patient who underwent a deceased donor kidney transplant and received tacrolimus as a part of the immunosuppressive regimen. Five weeks after transplantation she was admitted to the emergency due to sudden onset of confusion, disorientation, visual disturbances, and major headache. PRES was suspected and the diagnosis confirmed by brain MRI. Tacrolimus was withdrawn and rapid improvement of the neurological signs occurred leading to the conclusion that this drug triggered the syndrome. Conclusion: PRES is an unusual complication after organ transplantation and should be considered in the appropriate clinical setting. Physicians must be aware of this condition in order to provide early detection and appropriate treatment since delay in removing the cause may lead to permanent sequelae.</p></div
Posterior reversible leukoencephalopathy syndrome (PRES) after kidney transplantation: a case report
<div><p>ABSTRACT Introduction: Posterior reversible leukoencephalopathy syndrome (PRES) was first described by Hinchey in 1996. The syndrome is characterized by altered level of consciousness, headache, visual changes, and seizures associated with a vasogenic edema of the white matter that occurs predominantly in the occipital and parietal lobes. Imaging tests such as computed tomography (CT) and especially magnetic resonance imaging (MRI) support the diagnosis. Case Report: We report a case of a 48-year-old female patient who underwent a deceased donor kidney transplant and received tacrolimus as a part of the immunosuppressive regimen. Five weeks after transplantation she was admitted to the emergency due to sudden onset of confusion, disorientation, visual disturbances, and major headache. PRES was suspected and the diagnosis confirmed by brain MRI. Tacrolimus was withdrawn and rapid improvement of the neurological signs occurred leading to the conclusion that this drug triggered the syndrome. Conclusion: PRES is an unusual complication after organ transplantation and should be considered in the appropriate clinical setting. Physicians must be aware of this condition in order to provide early detection and appropriate treatment since delay in removing the cause may lead to permanent sequelae.</p></div