20 research outputs found

    “SUSPENDED BETWEEN WORLDS”: JASMINE’S LIBERAL FEMINISM

    Get PDF
    Este trabalho analisa as possibilidades de um discurso feminista em Jasmine (1989), de Bharati Mukherjee. Tenta compreender como o espírito de empoderamento feminino, presente em momentos como o assassinato de seu estuprador pela própria Jasmine, parece desaparecer ao longo da narrativa, tendo em mente que Jasmine está entre Oriente e Ocidente. Para isso, retomo abordagens feminista-marxista e cultural do romance, discutindo as possibilidades de um feminismo não-ocidental e mostrando como o feminismo de Jasmine é liberal, alicerçado em escolha. Examino então o ideal hindu do desapego presente na narrativa, relacionando-o a passagens como o assassinato mencionado. Por fim, discuto as implicações de se considerar Jasmine uma fábula, como Mukherjee chamou a obra, e, por conseguinte, de considerá-la uma fábula feminista

    “LOIRONA”, DE DOROTHY PARKER

    Get PDF
    O conto “Loirona” (1929), de Dorothy Parker, conta a história de Hazel Morse: seus (des)afetos, suas estratégias de sobrevivência – e também sua dependência de bebidas alcóolicas e sua depressão. Apesar de o texto trazer temas de interesse atual e de já ter duas traduções publicadas no Brasil, nenhuma delas é recente. O conto apresenta muitos diálogos e é cheio de gírias relativas ao consumo de bebidas alcóolicas, termos que caracterizam os Estados Unidos da Lei Seca dos anos 1920 e 1930. Nas traduções anteriores, isso resultou em escolhas que hoje se encontram datadas, uma vez que ambas trazem termos populares da língua portuguesa das décadas de 1970 e 1980. Nesta tradução, meu objetivo foi tornar o texto interessante para um(a) leitor(a) de 2016, sem facilitá-lo. Também tentei manter o ritmo do original e um certo estranhamento quando acreditei ser pertinente

    Sylvia and the absence of life before Ted

    No full text
    As Bronwyn Polaschek mentions in The Postfeminist Biopic, the film Sylvia (Christine Jeffs, 2003) is based on biographies of Sylvia Plath that focus on her relationship with husband Ted Hughes—such as Janet Malcolm’s The Silent Woman. In this paper, grounded in the works of Linda Hutcheon, Mary E. Hawkesworth, and Tracy Brain, I argue that this biography works as a palimpsest of Sylvia and that the film constructs Plath as the Ariel persona, neglecting her “Juvenilia”—her early poetry, as it has been defined by Hughes. Sylvia actually leaves Plath’s early life—before she met Hughes—aside and it thus ends up portraying her more as a wife than as a writer. Finally, by bringing information on Plath’s life before she met Hughes from a more recent biography (by Andrew Wilson), I analyze how a different image of Plath might have been created if this part of her life were not missing in the film

    The loss of language in Sylvia Plath’s narrative : woman's experience and trauma in the bell jar, "Tongues of stone," and "Mothers"

    No full text
    Inicialmente publicado em 1963 sob o pseudônimo Victoria Lucas, A redoma de vidro traz como personagem principal e narradora Esther Greenwood, a qual faz duras críticas aos papeis atribuídos às mulheres nos Estados Unidos nos anos 1950, enquanto passa por um colapso, que culmina em tentativa de suicídio. Depois de o romance ser republicado, reconhecendo a autoria de Sylvia Plath, na Inglaterra em 1966 e nos Estados Unidos em 1971, ele foi objeto de diversas leituras críticas feministas, sendo mais recente o enfoque no romance como estudo de caso. Nesta dissertação, busco estabelecer um diálogo entre essas duas abordagens, relacionando gênero, feminismo, melancolia e trauma, fundamentando-me nos escritos de teóricos como Luce Irigaray, Cathy Caruth, Sigmund Freud e Nicolas Abraham e Maria Torok. Apesar de falarem de diferentes loci, ambas Irigaray e Caruth dão especial atenção à linguagem. No romance, Esther perde sua capacidade de ler e escrever, fato que está ligado não só às suas críticas a um mundo pertencente aos homens como também a certos acontecimentos que desencadeiam essa perda. Tendo isso em mente, relaciono a narrativa a dois contos de Plath: “Línguas de Pedra” e “Mães.” O primeiro, de 1955, traz uma personagem (sem nome) em um cenário semelhante ao de A redoma de vidro: em um hospital psiquiátrico, ela apresenta dificuldades de ler e de pensar. No segundo conto, escrito em 1962, a situação da protagonista, também Esther, pode ser comparada ao presente da narrativa de A redoma de vidro; ademais, uma vez estabelecido o paralelo, a personagem do conto parece apresentar uma perda ainda mais profunda da linguagem que a protagonista do romance.Initially published in 1963 under the pseudonym Victoria Lucas, The Bell Jar has as its protagonist and narrator Esther Greenwood, who seriously criticizes the roles attributed to women in the United States in the 1950s. At the same time, she is going through a breakdown, which culminates in a suicide attempt. After the novel was republished, under Sylvia Plath’s name, in England in 1966 and in the United States in 1971, it was the subject of several feminist critical readings, its focus as a case study being more recent. In this thesis, I aim to establish a dialogue between these two approaches, relating gender, feminism, melancholia, and trauma, grounded in the writings of theorists such as Luce Irigaray, Cathy Caruth, Sigmund Freud, and Nicolas Abraham and Maria Torok. In spite of speaking from different loci, both Irigaray and Caruth give special attention to language. In the novel, Esther loses her ability to read and write, a fact that is connected not only to her critiques of a world that belongs to men but also to certain events that lead to this loss. With this in mind, I relate the narrative to two of Plath’s short stories: “Tongues of Stone” and “Mothers.” The first, from 1955, displays its main (nameless) character in a setting that is similar to The Bell Jar’s: in a psychiatric hospital, she presents difficulties to read and think. In the second story, written in 1962, the protagonist, also named Esther, is in a situation that may be compared to the narrative present of The Bell Jar; furthermore, once a parallel with the novel is established, the story’s character seems to present an even more profound loss of language than the novel’s protagonist

    Sylvia and the absence of life before Ted

    No full text
    As Bronwyn Polaschek mentions in The Postfeminist Biopic, the film Sylvia (Christine Jeffs, 2003) is based on biographies of Sylvia Plath that focus on her relationship with husband Ted Hughes—such as Janet Malcolm’s The Silent Woman. In this paper, grounded in the works of Linda Hutcheon, Mary E. Hawkesworth, and Tracy Brain, I argue that this biography works as a palimpsest of Sylvia and that the film constructs Plath as the Ariel persona, neglecting her “Juvenilia”—her early poetry, as it has been defined by Hughes. Sylvia actually leaves Plath’s early life—before she met Hughes—aside and it thus ends up portraying her more as a wife than as a writer. Finally, by bringing information on Plath’s life before she met Hughes from a more recent biography (by Andrew Wilson), I analyze how a different image of Plath might have been created if this part of her life were not missing in the film.Como Bronwyn Polaschek menciona em The postfeminist biopic, o filme Sylvia (Christine Jeffs, 2003) é baseado em biografias de Sylvia Plath que focam em seu relacionamento com o marido Ted Hughes – como é o caso de A mulher calada, de Janet Malcolm. Neste artigo, fundamentado nos trabalhos de Linda Hutcheon, Mary E. Hawkesworth e Tracy Brain, argumento que essa biografia funciona como um palimpsesto de Sylvia e que o filme constrói Plath como a persona de Ariel, negligenciando sua “Juvenilia” – sua poesia inicial, conforme definida por Hughes. De fato, Sylvia deixa de fora os primórdios da vida de Plath – antes de ela conhecer Hughes – e acaba, assim, retratando-a mais como esposa do que como escritora. Por fim, ao trazer informações sobre a vida de Plath antes de ela conhecer Hughes de uma biografia mais recente (de Andrew Wilson), analiso como uma imagem diferente de Plath poderia ter sido criada se essa parte de sua vida não estivesse ausente do filme

    Rape in J. M. Coetzee’s Fiction: Disgrace, Diary of a bad year and Elizabeth Costello

    No full text
    Rape is a recurrent motive in J. M. Coetzee’s fiction, it being present in novels such as Disgrace (1999), Diary of a bad year (2007) and Elizabeth Costello (2003). This work’s objective is to analyze each representation of rape in those novels to discuss the views on violence and disgrace presented. I also relate them to Coetzee’s own views such as his vison of what – despite his denial of censorship – might better remain unsaid. In Disgrace, David Lurie sees himself as falling into disgrace after he is charged by the student with whom he had an abrupt affair. Later, his daughter, Lucy, is brutally raped and chooses to keep it as a private affair. She ends up questioning male sexuality as a whole. In Diary of a bad year, Anya believes dishonor to fall over those who raped her, and not over her. However, Señor C disagrees, seeing dishonor as miasma. Finally, in Elizabeth Costello, the protagonist remembers an experience with evil she passed through with a man. She then defends that some things should not be read or written and discusses the risk that writers go through by exploring darker areas of human experience, a view which echoes Coetzee’s own.*O estupro na ficção de J. M. Coetzee: Desonra, Diário de um ano ruim e Elizabeth Costello*O estupro é um tema recorrente na ficção de J. M. Coetzee, estando presente em romances como Desonra (1999), Diário de um ano ruim (2007) e Elizabeth Costello (2004). O objetivo deste trabalho é analisar cada representação de estupro desses romances para discutir as visões de violência e de desgraça apresentadas, relacionando-as às visões do próprio Coetzee, como a do quê – apesar de ele negar a censura – talvez seja melhor não ser dito. Em Desonra, David Lurie se vê caindo em desgraça após ser acusado pela aluna com quem teve um caso abrupto. Mais tarde, sua filha, Lucy, é brutalmente estuprada e prefere manter o incidente como privado. Ela acaba questionando a sexualidade masculina como um todo. Em Diário de um ano ruim, Anya acredita que a desonra recai sobre aqueles que a estupraram, e não sobre ela. Entretanto, Señor C discorda, vendo a desonra como miasma. Finalmente, em Elizabeth Costello, a protagonista relembra uma experiência com o mal pela qual passou com um homem. Ela então defende que algumas coisas não deveriam ser lidas ou escritas e discute o risco pelo qual escritores passam ao explorar áreas mais sombrias da experiência humana, visão que ecoa a de Coetzee

    O conflito entre o direito de intimidade das pessoas not?rias e a liberdade de imprensa

    No full text
    Made available in DSpace on 2015-04-14T14:33:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 431787.pdf: 134561 bytes, checksum: 5aed0f7bbd959fef916b9eac19522661 (MD5) Previous issue date: 2011-03-28As personalidades not?rias s?o mais visadas nos meios de imprensa do que as pessoas comuns. Acabam sendo objeto de not?cias em virtude dos fatos de suas vidas cotidianas, que envolvem, muitas vezes, direitos de privacidade e direitos de intimidade, protegidos pela cl?usula geral constitucional da dignidade da pessoa humana. Possuem direitos da personalidade mais perme?veis do que as pessoas comuns. A liberdade de imprensa como um direito fundamental invoca, por sua vez, seu direito de liberdade em noticiar os fatos que sejam importantes ao conhecimento de todos, principalmente, quando relacionados a interesses p?blicos e sociais, cumprindo o seu papel de dissemina??o cultural e forma??o de opini?o. As formas adotadas pelo judici?rio para resolver esse impasse est?o amparadas em an?lises de casos concretos, constru??es doutrin?rias e jurisprudenciais. As normas previstas no ordenamento brasileiro sobre os direitos em conflito se apresentam aqu?m de sua import?ncia, carentes de defini??es. O mesmo ocorre com o direito de imprensa, que, atualmente, encontra-se ? merc? dos c?digos em vig?ncia, pois declara a Lei 5.250/67 como inconstitucional. Os casos dif?ceis, que envolvem a efetiva colis?o de direitos fundamentais, de imprensa e de personalidade, s?o resolvidos atrav?s dos procedimentos hermen?uticos de pondera??o. Contudo, mesmo que existam legisla??es mais espec?ficas sobre os casos postos, ? imposs?vel prever todas as possibilidades que possam estar envolvidas no conflito. Afinal, n?o se pretende uma legisla??o de imprensa que retorne ? ?poca das ditaduras. Da mesma forma pensa-se sobre os direitos de personalidade, cuja pretens?o de completude e de abordagem de todos os direitos previstos ? invi?vel. Percebe-se que a evolu??o jur?dica, a cada vez mais, parte de cl?usulas gerais e instrumentos facilitadores a fim de auxiliar o julgador na interpreta??o e cria??o de solu??es para o caso concret

    Motherhood, body and science in Sylvia Plath’s Three Women

    No full text
    Sylvia Plath’s dramatic poem Three Women, written in 1962, portrays the voices of three pregnant women, which undergo different experiences in a maternity ward. The aim of this work is to study the possible relations between Three Women, nature/culture dualism and motherhood. I propose that the poem has a (proto)ecofeminist disposition, since it connects women to natural imagery as opposed to the ward and to scientific knowledge, both portrayed as male. I also suggest that the poem’s representation of motherhood projects the possibility of mediation between nature and culture. Therefore, I start with a critical revision of important points already brought up about Three Women, followed by a theoretical revision of nature/culture dualism, the appropriation of female bodies by reproductive technologies, and motherhood, as discussed by some feminist scholars. Finally, I present a close reading of Three Women. I conclude that the poem’s opposition between the pregnant women and the ward, shown as a male locus of power, might somehow reinforce nature/culture, mind/body and subject/object dualisms, but this is done with political aims, in order to criticize the ideology of the hospital. Concerning its representation of motherhood, my conclusion is that Three Women is beyond nature/culture dualism, for maternity is displayed as both natural and social; as a complex part of women’s nature, as well as of their social lives.O poema dramático Três Mulheres, escrito por Sylvia Plath em 1962, traz representadas as vozes de três mulheres grávidas, que passam por experiências diferentes em uma maternidade hospitalar. O objetivo deste trabalho é estudar as possíveis relações entre Três Mulheres, dualismo natureza/cultura e maternidade. Proponho que o poema apresenta um caráter (proto)ecofeminista, uma vez que conecta as mulheres a um imaginário natural, em oposição à ala hospitalar e ao conhecimento científico, tidos como masculinos. Também sugiro que a representação da maternidade no poema possibilita uma mediação entre natureza e cultura. Para isso, começo fazendo uma revisão crítica de pontos importantes já levantados sobre Três Mulheres, e, em seguida, uma revisão teórica do dualismo natureza/cultura, da apropriação de corpos femininos pelas tecnologias reprodutivas, e da maternidade, conforme discutida por algumas teóricas feministas. Por fim, apresento uma leitura aprofundada de Três Mulheres. Concluo que a oposição, presente no poema, entre as mulheres grávidas e a ala, tida como locus de poder masculino, pode reforçar, de alguma forma, os dualismos natureza/cultura, mente/corpo e sujeito/objeto, mas isso é feito com objetivos políticos, para criticar a ideologia do hospital. Quanto à representação maternal, minha conclusão é que Três Mulheres está além do dualismo natureza/cultura, pois a maternidade aparece como natural e social; como uma parte complexa tanto da natureza das mulheres quanto de suas vidas sociais

    The loss of language in Sylvia Plath’s narrative : woman's experience and trauma in the bell jar, "Tongues of stone," and "Mothers"

    Get PDF
    Inicialmente publicado em 1963 sob o pseudônimo Victoria Lucas, A redoma de vidro traz como personagem principal e narradora Esther Greenwood, a qual faz duras críticas aos papeis atribuídos às mulheres nos Estados Unidos nos anos 1950, enquanto passa por um colapso, que culmina em tentativa de suicídio. Depois de o romance ser republicado, reconhecendo a autoria de Sylvia Plath, na Inglaterra em 1966 e nos Estados Unidos em 1971, ele foi objeto de diversas leituras críticas feministas, sendo mais recente o enfoque no romance como estudo de caso. Nesta dissertação, busco estabelecer um diálogo entre essas duas abordagens, relacionando gênero, feminismo, melancolia e trauma, fundamentando-me nos escritos de teóricos como Luce Irigaray, Cathy Caruth, Sigmund Freud e Nicolas Abraham e Maria Torok. Apesar de falarem de diferentes loci, ambas Irigaray e Caruth dão especial atenção à linguagem. No romance, Esther perde sua capacidade de ler e escrever, fato que está ligado não só às suas críticas a um mundo pertencente aos homens como também a certos acontecimentos que desencadeiam essa perda. Tendo isso em mente, relaciono a narrativa a dois contos de Plath: “Línguas de Pedra” e “Mães.” O primeiro, de 1955, traz uma personagem (sem nome) em um cenário semelhante ao de A redoma de vidro: em um hospital psiquiátrico, ela apresenta dificuldades de ler e de pensar. No segundo conto, escrito em 1962, a situação da protagonista, também Esther, pode ser comparada ao presente da narrativa de A redoma de vidro; ademais, uma vez estabelecido o paralelo, a personagem do conto parece apresentar uma perda ainda mais profunda da linguagem que a protagonista do romance.Initially published in 1963 under the pseudonym Victoria Lucas, The Bell Jar has as its protagonist and narrator Esther Greenwood, who seriously criticizes the roles attributed to women in the United States in the 1950s. At the same time, she is going through a breakdown, which culminates in a suicide attempt. After the novel was republished, under Sylvia Plath’s name, in England in 1966 and in the United States in 1971, it was the subject of several feminist critical readings, its focus as a case study being more recent. In this thesis, I aim to establish a dialogue between these two approaches, relating gender, feminism, melancholia, and trauma, grounded in the writings of theorists such as Luce Irigaray, Cathy Caruth, Sigmund Freud, and Nicolas Abraham and Maria Torok. In spite of speaking from different loci, both Irigaray and Caruth give special attention to language. In the novel, Esther loses her ability to read and write, a fact that is connected not only to her critiques of a world that belongs to men but also to certain events that lead to this loss. With this in mind, I relate the narrative to two of Plath’s short stories: “Tongues of Stone” and “Mothers.” The first, from 1955, displays its main (nameless) character in a setting that is similar to The Bell Jar’s: in a psychiatric hospital, she presents difficulties to read and think. In the second story, written in 1962, the protagonist, also named Esther, is in a situation that may be compared to the narrative present of The Bell Jar; furthermore, once a parallel with the novel is established, the story’s character seems to present an even more profound loss of language than the novel’s protagonist
    corecore