8 research outputs found

    Ressurgimento do sarampo no Brasil: análise da epidemia de 2019 no estado de São Paulo

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    OBJECTIVE To analyze the epidemiological profile of cases and the pattern of spatial diffusion of the largest measles epidemic in Brazil that occurred in the post-elimination period in the state of São Paulo. METHOD A cross-sectional study based on confirmed measles cases in 2019. Bivariate analysis was performed for socioeconomic, clinical, and epidemiological variables, according to prior vaccination and hospitalization, combined with an analysis of spatial diffusion of cases using the Inverse Distance Weighting (IDW) method. RESULTS Of the 15,598 confirmed cases, 2,039 were hospitalized and 17 progressed to death. The epidemic peak occurred in epidemiological week 33, after confirmation of the first case, in the epidemiological week 6. Most cases were male (52.1%), aged between 18 and 29 years (38.7%), identified as whites (70%). Young adults (39.7%) and children under five years (32.8%) were the most affected age groups. A higher proportion of previous vaccination was observed in whites as compared to Blacks, browns, yellows and indigenous people (p < 0.001), as well as in the most educated group compared to the other categories (p < 0.001). The risk of hospitalization was higher in children than in the older age group (RI = 2.19; 95%CI: 1.66–2.88), as well as in the unvaccinated than in the vaccinated (RI = 1.59; 95%CI: 1.45–1.75). The pattern of diffusion by contiguity combined with diffusion by relocation followed the urban hierarchy of the main cities’ regions of influence. CONCLUSION In addition to routine vaccination in children, the findings indicate the need for immunization campaigns for young adults. In addition, studies that seek to investigate the occurrence of clusters of vulnerable populations, prone to lower vaccination coverage, are essential to broaden the understanding of the dynamics of transmission and, thus, reorienting control strategies that ensure disease elimination.OBJETIVO Analisar o perfil epidemiológico dos casos e o padrão de difusão espacial da maior epidemia de sarampo do Brasil ocorrida no período pós-eliminação, no estado de São Paulo. MÉTODO Estudo transversal, baseado em casos confirmados de sarampo em 2019. Foi conduzida análise bivariada das variáveis socioeconômicas, clínicas e epidemiológicas, segundo vacinação prévia e ocorrência de hospitalização, combinada a uma análise de difusão espacial dos casos por meio da metodologia de interpolação pela ponderação do inverso da distância. RESULTADOS Dos 15.598 casos confirmados, 2.039 foram hospitalizados e 17 evoluíram para o óbito. O pico epidêmico ocorreu na semana epidemiológica 33, após a confirmação do primeiro caso, na semana epidemiológica 6. A maioria dos casos era homem (52,1%), com idade entre 18 e 29 anos (38,7%), identificados como brancos (70%). Adultos jovens (39,7%) e menores de cinco anos (32,8%) foram as faixas etárias mais acometidas. Observou-se maior proporção de vacinação prévia em brancos, quando comparados a pretos, pardos, amarelos e indígenas (p < 0,001), assim como no grupo mais escolarizado, quando comparado às demais categorias (p < 0,001). O risco de hospitalização foi maior em crianças, quando comparado à faixa etária mais idosa (RI = 2,19; IC95% 1,66–2,88), assim como entre não vacinados, quando comparado a vacinados (RI = 1,59; IC95% 1,45–1,75). O padrão de difusão por contiguidade combinado à difusão por realocação seguiu a hierarquia urbana das regiões de influência das principais cidades. CONCLUSÃO Além da vacinação de rotina em crianças, os achados indicam a necessidade de campanhas de imunização de adultos jovens. Adicionalmente, estudos que busquem investigar a ocorrência de clusters de populações vulneráveis, propensas a menor cobertura de vacinação, são essenciais para ampliar a compreensão sobre a dinâmica de transmissão da doença e, assim, reorientar estratégias de controle que garantam a eliminação da doença

    Cadastro na Atenção Primária e mortalidade por COVID-19: coorte de diabéticos de cinco regiões administrativas de saúde do município do Rio de Janeiro, 2020–2021

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    RESUMO Objetivo: O presente estudo realizou uma análise de sobrevivência segundo situação de cadastro na Atenção Primária à Saúde (APS) e de fatores associados ao óbito por COVID-19, nos casos residentes da Área Programática 3.1 (AP3.1) com diagnóstico de diabetes (na ficha de notificação ou no prontuário eletrônico) do município do Rio de Janeiro, em 2020–2021. Métodos: Foi realizado relacionamento probabilístico de bases de dados com base nas informações dos casos notificados por COVID-19 e dos dados de prontuário eletrônico de pessoas que vivem com diabetes. Conduziu-se uma análise de sobrevivência, utilizando-se o modelo de regressão de Cox estratificado por faixa etária e ajustando-se por variáveis confundidoras. Resultados: Verificou-se que indivíduos cadastrados na APS da AP3.1 possuíam risco quase duas vezes maior de óbito por COVID-19 (hazard ratio ajustada — HRaj=1,91) quando comparados aos não cadastrados na APS da AP3.1. Essa associação foi mais forte naqueles com 18 a 59 anos, cadastrados na APS (HRaj=2,82), do que nos de 60 anos ou mais (HRaj=1,56). Conclusão: Estratégias de vigilância para a identificação e acompanhamento adequado de grupos de maior risco de mortalidade, dentre indivíduos que vivem com DM, no âmbito da APS podem contribuir para a redução da mortalidade em decorrência da COVID-19

    Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil: setting the baseline knowledge on the animal diversity in Brazil

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    The limited temporal completeness and taxonomic accuracy of species lists, made available in a traditional manner in scientific publications, has always represented a problem. These lists are invariably limited to a few taxonomic groups and do not represent up-to-date knowledge of all species and classifications. In this context, the Brazilian megadiverse fauna is no exception, and the Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil (CTFB) (http://fauna.jbrj.gov.br/), made public in 2015, represents a database on biodiversity anchored on a list of valid and expertly recognized scientific names of animals in Brazil. The CTFB is updated in near real time by a team of more than 800 specialists. By January 1, 2024, the CTFB compiled 133,691 nominal species, with 125,138 that were considered valid. Most of the valid species were arthropods (82.3%, with more than 102,000 species) and chordates (7.69%, with over 11,000 species). These taxa were followed by a cluster composed of Mollusca (3,567 species), Platyhelminthes (2,292 species), Annelida (1,833 species), and Nematoda (1,447 species). All remaining groups had less than 1,000 species reported in Brazil, with Cnidaria (831 species), Porifera (628 species), Rotifera (606 species), and Bryozoa (520 species) representing those with more than 500 species. Analysis of the CTFB database can facilitate and direct efforts towards the discovery of new species in Brazil, but it is also fundamental in providing the best available list of valid nominal species to users, including those in science, health, conservation efforts, and any initiative involving animals. The importance of the CTFB is evidenced by the elevated number of citations in the scientific literature in diverse areas of biology, law, anthropology, education, forensic science, and veterinary science, among others

    ANÁLISE DE IMUNIZAÇÕES E SEU IMPACTO NAS INTERNAÇÕES POR FEBRE AMARELA NO SUS NO PERÍODO DE 2016 A 2022 NO BRASIL

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    Introdução: A Febre Amarela (FA) é uma doença infecciosa febril aguda causada por um arbovírus. Em geral, o quadro clínico é brando, porém, em evoluções desfavoráveis, a FA pode cursar com manifestações hemorrágicas, insuficiência renal e hepática. Nesses casos, o manejo ocorre sob internação hospitalar, muitas vezes em Unidade de Terapia Intensiva. A vacinação é o principal meio de prevenção e controle da doença e apresenta eficácia acima de 95%. O objetivo do presente estudo foi analisar o impacto da imunização contra FA no número de internações pela doença no SUS entre 2016 e 2022. Métodos: Estudo transversal, descritivo e com abordagem quantitativa, realizado com coleta de dados no Sistema de Morbidade Hospitalar do SUS e do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações vinculados ao DATASUS, segundo as variáveis de sexo, idade, ano e região relacionadas ao número de internação por FA entre janeiro de 2016 e dezembro de 2022 no Brasil. Foram coletados também dados segundo as variáveis ano, região e cobertura vacinal para a FA e aplicada estatística descritiva por meio do software Microsoft Excel. Resultados: No período de 2016 a 2022, 2.002 pacientes foram internados e 312 faleceram em decorrência da FA. No país, o número de internações aumentou 26 vezes entre 2016 e 2017 e 33,5% entre 2017 e 2018. Em seguida, reduziu 91,3% de 2018 para 2019 e 65,5% de 2019 para 2022. O pico de internações nos anos de 2017 e 2018 se deve a casos na região Sudeste, que acumulou 1.691 internamentos, correspondendo a 88,4% de todas as internações no país no período. O sexo masculino representou 77,9% das internações e a faixa etária de 20 a 59 anos, 70,5%. A cobertura vacinal média no período deste estudo foi de 55,7%. A variação dessa cobertura contou com aumento de 2,7% entre 2016 e 2017, 12,1% entre 2017 e 2018 e 2,9% em 2018 e 2019, mas reduziu 1,7% entre 2019 e 2022. A região Sudeste apresentou a maior variação da cobertura vacinal: de 39,4% em 2017 para 66,3% em 2018. Conclusão: O aumento das internações entre 2016 e 2018 tem relação com o surto de FA ocorrido na região Sudeste nesse período, provavelmente pela associação entre baixa cobertura vacinal e fatores ambientais. Percebe-se uma predominância do sexo masculino nos casos. Houve aumento da cobertura vacinal, principalmente entre 2017 e 2018, com destaque para a região Sudeste, o que possivelmente contribuiu para significativa redução do número de internações pela doença em 2018 e 2019

    Mercury exposure in Munduruku indigenous communities from Brazilian Amazon: methodological background and an overview of the principal results

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    This research was funded by the Vice-Presidency of Environment, Care and Health Promotion (VPPAS) of Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) through Decentralized Execution of Resources Document No. 175/2018, Process: 25000.209221/2018-18, signed between the Fiocruz and the Special Department for Indigenous Health, both under the Ministry of Health. The non-governmental organization WWF-Brazil offered financial support to disseminate the results of the research.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública. Departamento de Endemias Samuel Pessoa. Rio de Janeiro, RJ, Brazil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública. Centro de Referência Professor Hélio Fraga. Rio de Janeiro, RJ, Brazil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brazil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública. Departamento de Endemias Samuel Pessoa. Rio de Janeiro, RJ, Brazil.Universidade Federal do Rio de Janeiro. Faculdade de Medicina. Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira. Rio de Janeiro, RJ, Brazil.Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Estudos em Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, RJ, Brazil.Imperial College London. Faculty of Medicine. Medical School Building. St Mary’s Hospital. Norfolk Place, London, UK.Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Hospital das Clínicas. Centro de Dor, Departamento de Neurologia. São Paulo, SP, Brazil.Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Hospital das Clínicas. Centro de Dor, Departamento de Neurologia. São Paulo, SP, Brazil.Universidade de São Paulo. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica. São Paulo, SP, Brazil.Centro Universitário Estadual da Zona Oeste. Laboratório de Pesquisa de Ciências Farmacêuticas. Rio de Janeiro, RJ, Brazil.Universidade Federal do Oeste do Pará - Unidade Tapajós. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Santarém, PA, Brazil.Universidade Federal do Oeste do Pará. Programa de Pós-Graduação em Biociências. Santarém, PA, Brazil.Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Instituto Evandro Chagas. Ananindeua, PA, Brasil.Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Instituto Evandro Chagas. Ananindeua, PA, Brasil.Secretaria Especial de Saúde Indígena Tapajós. Distrito Sanitário Especial Indígena Rio Tapajós. Itaituba, PA, Brazil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública. Departamento de Endemias Samuel Pessoa. Rio de Janeiro, RJ, Brazil.The Amazonian indigenous peoples depend on natural resources to live, but human activities’ growing impacts threaten their health and livelihoods. Our objectives were to present the principal results of an integrated and multidisciplinary analysis of the health parameters and assess the mercury (Hg) exposure levels in indigenous populations in the Brazilian Amazon. We carried out a cross-sectional study based on a census of three Munduruku indigenous villages (Sawré Muybu, Poxo Muybu, and Sawré Aboy), located in the Sawré Muybu Indigenous Land, between 29 October and 9 November 2019. The investigation included: (i) sociodemographic characterization of the participants; (ii) health assessment; (iii) genetic polymorphism analysis; (iv) hair mercury determination; and (v) fish mercury determination. We used the logistic regression model with conditional Prevalence Ratio (PR), with the respective 95% confidence intervals (CI95%) to explore factors associated with mercury exposure levels ≥6.0 µg/g. A total of 200 participants were interviewed. Mercury levels (197 hair samples) ranged from 1.4 to 23.9 μg/g, with significant differences between the villages (Kruskal–Wallis test: 19.9; p-value < 0.001). On average, the general prevalence of Hg exposure ≥ 6.0 µg/g was 57.9%. For participants ≥12 years old, the Hg exposure ≥6.0 µg/g showed associated with no regular income (PR: 1.3; CI95%: 1.0–1.8), high blood pressure (PR: 1.6; CI95%: 1.3–2.1) and was more prominent in Sawré Aboy village (PR: 1.8; CI95%: 1.3–2.3). For women of childbearing age, the Hg exposure ≥6.0 µg/g was associated with high blood pressure (PR: 1.9; CI95%: 1.2–2.3), with pregnancy (PR: 1.5; CI95%: 1.0–2.1) and was more prominent among residents in Poxo Muybu (PR: 1.9; CI95%: 1.0–3.4) and Sawré Aboy (PR: 2.5; CI95%: 1.4–4.4) villages. Our findings suggest that chronic mercury exposure causes harmful effects to the studied indigenous communities, especially considering vulnerable groups of the population, such as women of childbearing age. Lastly, we propose to stop the illegal mining in these areas and develop a risk management plan that aims to ensure the health, livelihoods, and human rights of the indigenous people from Amazon Basin

    Gasdermin-D activation by SARS-CoV-2 triggers NET and mediate COVID-19 immunopathology

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    Abstract: Background: The release of neutrophil extracellular traps (NETs) is associated with inflammation, coagulopathy, and organ damage found in severe cases of COVID-19. However, the molecular mechanisms underlying the release of NETs in COVID-19 remain unclear. Objectives: We aim to investigate the role of the Gasdermin-D (GSDMD) pathway on NETs release and the development of organ damage during COVID-19. Methods: We performed a single-cell transcriptome analysis in public data of bronchoalveolar lavage. Then, we enrolled 63 hospitalized patients with moderate and severe COVID-19. We analyze in blood and lung tissue samples the expression of GSDMD, presence of NETs, and signaling pathways upstreaming. Furthermore, we analyzed the treatment with disulfiram in a mouse model of SARS-CoV-2 infection. Results: We found that the SARS-CoV-2 virus directly activates the pore-forming protein GSDMD that triggers NET production and organ damage in COVID-19. Single-cell transcriptome analysis revealed that the expression of GSDMD and inflammasome-related genes were increased in COVID-19 patients. High expression of active GSDMD associated with NETs structures was found in the lung tissue of COVID-19 patients. Furthermore, we showed that activation of GSDMD in neutrophils requires active caspase1/4 and live SARS-CoV-2, which infects neutrophils. In a mouse model of SARS-CoV-2 infection, the treatment with disulfiram inhibited NETs release and reduced organ damage. Conclusion: These results demonstrated that GSDMD-dependent NETosis plays a critical role in COVID-19 immunopathology and suggests GSDMD as a novel potential target for improving the COVID-19 therapeutic strategy

    Núcleos de Ensino da Unesp: artigos 2009

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