52 research outputs found

    CORPO COMO CONTEXTO-DE-OCORRÊNCIA DE METAPRAGMÁTICAS SOBRE O PORTUGUÊS EM SOCIALIZAÇÕES DE ESTUDANTES MIGRANTES PARA O BRASIL

    Get PDF
    Este artigo analisa projeções metapragmáticas sobre o português em narrativas de estudantes migrantes no Brasil. Produzidas em pesquisa etnográfica longitudinal, as narrativas focaram nas trajetórias de vinda, recepção e permanência migratória e suas posições diante do português. Para esta análise, são centrais as interpretações de Povinelli sobre os estudos metapragmáticos e de Ochs sobre socialização pela linguagem. A análise aponta que a socialização das normas institucionais é fundamental nas formulações explícitas sobre o valor do português de quem narra e a avaliação da experiência estudantil. Essas metapragmáticas orientam a interpretação dos valores linguísticos do que é dito, para quem, por que e em que circunstâncias, enquanto o corpo que fala projeta-se e projeta suas/seus interlocutoras/es nessa interpretação. O corpo é um contexto-de-ocorrência para os recursos semióticos – o lugar em que se constituem condições para se dizer certas coisas e o lugar que é constituído pelas coisas que se diz

    Da Língua-Objeto à Práxis Linguística: Desarticulações e Rearticulações Contra Hegemônicas

    Get PDF
    Neste artigo, examino a noção de “língua” à luz de um conjunto crítico de estudos contra hegemônicos sobre corpo, identidade e linguagem. Tal exame incorre necessariamente na descolonização e desmodernização do pensamento sobre linguagem, já que a ideologia moderna e colonial dividiu as práticas linguísticas em objeto e seu sobejo, performativamente inventando a “língua” como um fato, e empurrando a prática/ação para fora dos limites dos estudos linguísticos.Defendo que o conjunto examinado pode ser compreendido a partir de três operações: desarticulação da língua-objeto, rearticulação dos conhecimentos locais e rearticulação da língua como práxis

    Linguajamentos e contra-hegemonias epistêmicas sobre linguagem em produções escritas indígenas

    Get PDF
    This paper presents the results of a qualitative documentary research which discusses epistemic practices on language by indigenous authors inhabiting Brazil. Based on indigenous authors, as well as on poststructuralist and decolonialist ones, this paper confronts theirs language concepts, considering the construction of indigenous societies as the other/object, which is part of the hegemonic production of knowledge about language. We make considerations on the process of silencing of the indigenous groups, and also the process of resistance and appropriation of concepts and practices by non-indigenous, as well as the coexistence of concepts such as language, writing and identity. As a conclusion, we point to the urgent need to expand epistemological perspectives in order to deal with the co-existing discursive practices of the indigenous and the non-indigenous.Este artículo, resultado de una investigación cualitativa documental, discute prácticas epistémicas sobre lenguaje de autoras y autores indígenas residentes en Brasil. Con base en autoras y autores indígenas y no indígenas – de colonialistas y posestructuralistas – confrontamos sus concepciones de leenguaje, considerando la construcción de las sociedades indígenas como el otro/objeto, que está presente en la producción hegemónica de saber sobre lenguaje. Consideramos el proceso de silenciamiento a que las etnias indígenas fueron sujetadas, y también el proceso de resistencia y apropriación de prácticas y conceptos de los no indígenas, así como coexistencia de conceptos como lengua, escritura e identidad. Como conclusión, apuntamos la necesidad de ampliar la observación epistemológica para dar cuenta de prácticas discursivas coexistentes a las de la no indígena.Este artigo, resultado de uma pesquisa qualitativa documental, discute práticas epistêmicas sobre linguagem de autoras e autores indígenas residentes no Brasil. Com base em autoras e autores indígenas e não indígenas – decolonialistas e pós-estruturalistas – confrontamos suas concepções de linguagem, considerando a construção das sociedades indígenas como o outro/objeto, que está presente na produção hegemônica de saber sobre linguagem. Consideramos o processo de silenciamento a que as etnias indígenas foram sujeitadas, e também o processo de resistência e apropriação de práticas e conceitos dos não indígenas, assim como coexistência de conceitos como língua, escrita e identidade. Como conclusão, apontamos a necessidade de ampliar o olhar epistemológico para dar conta de práticas discursivas coexistentes às do não indígena

    De resistências à aprendizagem da língua inglesa

    Get PDF
    Este trabalho analisa narrativas sobre o contexto e as razões de desistência do estudo do inglês como língua estrangeira, especificamente entre estudantes e professoras/es da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás. O objetivo é compreender os significados culturais e as práticas identitárias das/os participantes em relação ao papel hegemônico do inglês como língua estrangeira no Brasil. Os resultados mostram que a desistência ocorreu em diferentes contextos educacionais e que a dificuldade com a língua inglesa é vista como limitação individual, reforçando a noção de aprendizado focado no indivíduo, nesses casos narrados como fracassados. Há ainda identificações antagônicas e aparentemente contraditórias sobre a construção da língua inglesa no mundo hoje. A partir da noção de habitus, aponta-se que as narrativas sobre o inglês legitimam o lugar de autoridade dessa língua ABSTRACT This paper analyses narratives of students and teachers from the Faculdade de Letras at the Universidade Federal de Goiás concerning the time and the reasons why they gave up studying English as a foreign language. It is aimed at understanding the college cultural meanings and identity practices with respect to the hegemonic role of English as a foreign language in Brazil. The research shows that the participants gave up studying English in different educational contexts and that the difficulty with English is seen as an individual limitation, reinforcing the notion of learning focused on the individual, in this case narrated as unsuccessful. Besides, it indicates that they disapprove of English and produce apparently contradictory narratives about the English language construction in the world today. Based on the notion of habitus, it is claimed that the narratives about English legitimize the place of authority of this language. Keywords: students of Letras; English language; hegemony; resistanc

    ENTRE-LUGARES E IDENTIDADES MONOLÍTICAS: LEITURAS MÚLTIPLAS DE ANZALDÚA EM SALA DE AULA

    Get PDF
    This article presents an analysis of students’ answers to discussion questions about the text Tlilli, Tlapalli ”“ the path of the red and black ink by Gloria Anzaldúa. Concepts such as the border and the mestiza (Anzaldúa, ), inbetween spaces (Bhabha, 2003), the familiar and the strange (Gadamer, 1999) were used as the analytical base. The results of the study show a multiplicity of reading at the same time in which the students interpreted Anzaldúa’s border position ”“ both textual and linguistic in-between spaces as well as the in-between space of identity etc. ”“ as strange and different, especially in the textual disruptions present in this important writer.Este artigo apresenta uma análise de respostas de estudantes a questões de discussão relativas ao texto Tlilli, Tlapalli - the path of the red and black ink de Gloria Anzaldúa (1999). A análise é baseada em conceitos tomados dos escritos de Anzaldúa, como fronteira e mestiza, do conceito de entrelugar (Bhabha (2003, bem como do conceito de estranho e familiar de Gadamer (1999). Os resultados do estudo mostram uma multiplicidade de leituras, ao mesmo tempo em que a posição fronteiriça de Anzaldúa - entre-lugares textuais, linguísticos, identitários etc. - foi interpretada como estranha e diferente nas reflexões dos estudantes, especialmente as rupturas do texto desta importante escritora

    Feminismo e as identidades no cerne dos princípios de pesquisa

    Get PDF
    Feminism emerges from the struggles of the subject ‘woman’, installing a set of political practices and identities. What would this group, feminist women, have to do with language? Cameron (1992, 1998) shows that feminists have treated language as an essential part of the struggle for women’s liberation. She points out that the organized movements in the nineteenth century put language as a central element of their claims, rejecting the restrictions on women’s public speaking. This centrality continued throughout the twentieth century and reflected in linguistic studies in the late 1970s. However, Cameron (1998) notes that theoretical pluralism prevails in feminist discussions about language in the last thirty years. This context is the backdrop for this article. Reviewing articles, chapters and doctoral theses by women in Brazil, this article highlights a relatively homogeneous field of counter-hegemonic knowledge production that articulate linguistic theory and description with practices of feminist identity. This field shows that feminists push identity to the core of science, not as object but as an organizer of the research principles. Feminist linguists in Brazil, especially those influenced in recent years by discussions on language, action, and power (Cameron et al., 1993), confronted the interest in dismissing power struggles involved in linguistic research. Key words: feminism, identity, research, language, discourse. O feminismo emerge das lutas do sujeito ‘mulher’, instalando um conjunto de práticas e identidades políticas. O que este grupo, mulheres feministas, teria a ver com linguagem? Cameron (1992, 1998) mostra que as feministas têm tratado a linguagem como parte essencial da luta pela liberação das mulheres. A autora aponta que os movimentos organizados do século XIX já colocavam a linguagem como elemento central das suas reivindicações, rechaçando as restrições à fala pública das mulheres. Essa centralidade continuou durante todo o século XX e repercutiu nos estudos linguísticos no fi nal da década de 1970. No entanto, Cameron (1998) observa que a pluralidade teórica prevalece nas discussões feministas sobre linguagem nos últimos trinta anos. Este contexto é o pano de fundo para este artigo. Revisando artigos, capítulos e teses de mulheres no Brasil, este artigo evidencia um campo relativamente homogêneo de produção de conhecimento linguístico contra-hegemônico que articula teoria e descrição linguística com as práticas identitárias feministas. Esse campo mostra que as feministas empurraram a identidade para o cerne da ciência, não como objeto, mas como articuladora dos princípios de pesquisa. E as linguistas feministas no Brasil, especialmente aquelas infl uenciadas nos últimos anos pelas discussões sobre linguagem, ação e poder (Cameron et al., 1993), confrontaram o interesse no desinteresse por confl itos de poder implicados na pesquisa linguística. Palavras-chave: feminismo, identidade, pesquisa, linguagem, discurso

    Feminism and identities in the core of research principles

    Get PDF
    Feminism emerges from the struggles of the subject ‘woman’, installing a set of political practices and identities. What would this group, feminist women, have to do with language? Cameron (1992, 1998) shows that feminists have treated language as an essential part of the struggle for women’s liberation. She points out that the organized movements in the nineteenth century put language as a central element of their claims, rejecting the restrictions on women’s public speaking. This centrality continued throughout the twentieth century and reflected in linguistic studies in the late 1970s. However, Cameron (1998) notes that theoretical pluralism prevails in feminist discussions about language in the last thirty years. This context is the backdrop for this article. Reviewing articles, chapters and doctoral theses by women in Brazil, this article highlights a relatively homogeneous field of counter-hegemonic knowledge production that articulate linguistic theory and description with practices of feminist identity. This field shows that feminists push identity to the core of science, not as object but as an organizer of the research principles. Feminist linguists in Brazil, especially those influenced in recent years by discussions on language, action, and power (Cameron et al., 1993), confronted the interest in dismissing power struggles involved in linguistic research. Key words: feminism, identity, research, language, discourse. </p

    Linha da vida feminista e performatividade da esperança numa pesquisa etnográfica

    Get PDF
    Este artigo reflete sobre a linha da vida enquanto teoria e prática feminista, explorando sua potencialidade na geração de dados etnográficos e seus efeitos na construção performativa da esperança. Seu uso enquanto metodologia de pesquisa, motivado pelas experiências das autoras e por pressupostos metodológicos feministas, possibilita uma construção narrativa multimodal e coletiva que enseja efeitos como a tomada de consciência sobre si, a formação de vínculos e a construção de estratégias de ação política. Argumentamos que, enquanto metodologia, a linha da vida permite vislumbrar a costura entre trajetórias textuais, corporais e materiais, e implica numa postura ética de participação e questionamento dos procedimentos de pesquisa, oportunizando uma experiência etnográfica colaborativa.Palavras-chave: Etnografia; metodologia; feminismo; pragmática
    corecore