8 research outputs found

    Perturbações alimentares em portugal: padrões de utilização dos serviços

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    As perturbações alimentares (anorexia nervosa e bulimia nervosa) são problemas psicopatológicos sérios que afectam principalmente as mulheres jovens. Neste âmbito, Portugal participou num projecto de investigação de europeu, enquadrado nas acções do COST — Cooperation on Science and Technology, sobre a eficácia da psicoterapia das perturbações alimentares, a Acção COST-B6. O presente artigo apresenta uma caracterização dos utentes que recorreram a um destes centros de tratamento especializado no Norte, Centro ou Sul do país, durante o período do estudo. Durante o estudo 170 pacientes do sexo feminino, diagnosticados com uma Anorexia Nervosa ou Bulimia Nervosa de acordo com os critérios de diagnóstico do DSM-IV, iniciaram o tratamento neste período. Os pacientes responderam a vários instrumentos de avaliação clínica antes do início do tratamento. Os resultados mostraram que uma proporção considerável dos utentes é jovem e que os índices de gravidade dos sintomas demonstram um considerável comprometimento do nível de funcionamento esperado. Tal como esperado os pacientes com perturbação do comportamento alimentar apresentam resultados, nas escalas de avaliação das perturbações alimentares, superiores aos da população normal, confirmando a gravidade dos sintomas no momento da amissão ao tratamento. Curiosamente, os pacientes bulímicos tendem a apresentar resultados mais elevados nestas escalas clínicas, sugerindo um nível mais elevado nível de sofrimento subjectivo. Por último, a proporção dos pacientes com bulimia nervosa e anorexia nervosa que se apresentaram ao tratamento são semelhantes, o que poderá sugerir que um número significativo de pacientes bulímicos não recebe tratamento especializado.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) - PRAXIS/PCSH/P/PSI/85/9

    Os jovens e os seus pares: Estudo sociométrico e psicopatológico de uma população escolar

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    Tese de Doutoramento em Psiquiatria, apresentada à Faculdade de Medicina, Universidade de CoimbraDa revisão da literatura sobre os relacionamentos das crianças e dos jovens com os seus pares, constata-se a existência de um sólido corpo de informação sobre a influência do grupo de pares no desenvolvimento, sobre a conexão entre os relacionamentos familiares e as capacidades sociais e adaptativas, sobre as formas de avaliação dos relacionamentos entre colegas (sendo as técnicas sociométricas as grandes privilegiadas), sobre os equivalentes cognitivo-comportamentais e afectivos dos estatutos sociométricos, e sobre a capacidade destes em prever risco de desajustamento no futuro. Mas constata-se igualmente a existência de informação escassa sobre a associação entre psicopatologia e a qualidade dos relacionamentos entre os jovens, área que todavia se mostra promissora na investigação em psicopatologia do desenvolvimento. O presente trabalho tem como objectivo ajudar à compreensão do nexo entre esses elementos e à comunicação sempre desejável entre esferas complementares do conhecimento. Na Escola 2,3 C/C do Ensino Básico de Anadia, foram avaliados sociometricamente, ao longo de três anos consecutivos, jovens do 5o ao 9o anos de escolaridade. No primeiro ano de estudo, foram incluídos 268 jovens, no segundo 454 jovens e no terceiro 393 jovens. Foi analisada a distribuição das populações pelos diferentes estatutos sociométricos (populares, médios, negligenciados, rejeitados e controversos) e, para cada um deles, foram examinados os padrões de interacção social. Foram aleatoriamente seleccionados 121 jovens no terceiro ano de estudo, distribuídos equitativamente pelos quatro estatutos sociométricos mais representativos, e foi também incluído o único elemento controverso. Foi aplicado um protocolo, junto dos jovens e professores, que procurou avaliar e quantificar elementos sobre a psicopatologia, condições sócio-familiares e adaptação escolar. Foi igualmente avaliada a estabilidade versus a mudança de estatuto sociométrico em anos consecutivos, e estudada a sua associação com a psicopatologia detectada. Os elementos obtidos são descritos e, sempre que possível, submetidos a análise estatística. Os resultados encontrados permitem extrair as seguintes conclusões: 1. O teste sociométrico é um método eficaz para medir os relacionamentos dos jovens com os seus pares e para detectar grupos relativamente homogéneos quanto ao funcionamento social, psicológico e académico. 2. Em qualquer grupo de jovens estudado, encontra-se uma percentagem estável de indivíduos que são sociometricamente populares, médios, negligenciados, rejeitados ou controversos. 3. O bom relacionamento com os colegas encontra-se associado a uma constelação de factores: bom nível de adaptação social e escolar, desempenho académico elevado, e satisfação pessoal. Pelo contrário, os grupos sociometricamente desfavorecidos (negligenciados e rejeitados) evidenciam maiores problemas nessas mesmas áreas. 4. Os grupos sociométricos que evidenciam bom relacionamento com os colegas (populares e médios) apresentam significativamente menos psicopatologia do que os grupos socialmente problemáticos. Apenas as perturbações de ansiedade tomam expressão na psicopatologia detectada nos grupos sociometricamente mais favorecidos. 5. O grupo sociométrico dos negligenciados aproxima-se significativamente mais do grupo dos rejeitados do que de qualquer outro em medidas de psicopatologia e desajustamento social e escolar. Distinguem-se, no entanto, pelo facto de o grupo dos negligenciados ser aquele que apresenta taxas mais elevadas de perturbações de ansiedade, enquanto que o grupo dos rejeitados é aquele que apresenta taxas mais elevadas de perturbações relacionadas com comportamentos disruptivos. 6. Os estatutos sociométricos apresentam estabilidade moderada quando avaliados dois anos consecutivos. O grupo dos rejeitados mantém-se fortemente estável ao fim de um ano. O grupo menos estável é o dos controversos. O dos negligenciados diferencia-se dos rejeitados por apresentar uma estabilidade menor. 7. Pela singeleza da sua aplicação e pela sua capacidade em discriminar os grupos potencialmente psicopatológícos, o teste sociométrico toma-se um método de eleição para detectar grupos de risco. Estes resultados podem constituir um subsídio para algumas linhas de investigação em psicopatologia do desenvolvimento, concorrendo para a detecção precoce de jovens em risco psicopatológico, para o esclarecimento dos factores subjacentes à psicopatologia, e para o delinear de estratégias e intervenções terapêuticas. Neste sentido, surgem como relevantes para futura investigação as seguintes hipóteses: A. Grande parte dos indivíduos sociometricamente mal posicionados apresenta psicopatologia, mas a relação causal desta associação não está determinada. Pode considerar-se que formas precoces de perturbação têm uma influência negativa nos relacionamentos interpessoais dos jovens, ou pelo contrário considerar-se que os jovens com dificuldades nos relacionamentos interpessoais se tomam desproporcionalmente vulneráveis aos factores de stress normativos e não-normativos. B. O isolamento social, mesmo sem a existência de rejeição activa, pode ser considerado como um factor de risco. Pode assim considerar-se o estatuto sociométrico condicionado por esse tipo de dificuldades nos relacionamentos, o estatuto dos negligenciados, como um grupo potencialmente em risco. C. Embora uma parte dos jovens sociometricamente mal posicionados apresente uma evolução favorável, não são conhecidos os factores que determinam esse desfecho. Poderá haver uma relação com um isolamento temporário, ao invés dos efeitos mais negativos de um isolamento continuado. D. Atendendo a que os grupos dos populares e dos médios não diferem na sua adaptação psico-social, poderá não ser necessário um grau de aceitação pelo grupo superior ao normal para que a vida social na escola seja benéfica. E. O teste de percepções sociométricas, ao medir a tele, ou a capacidade do indivíduo perceber correctamente as escolhas de que é alvo, pode igualmente permitir a medição da capacidade do indivíduo em experienciar afectos, positivos ou negativos, com um mínimo de distorção perceptual

    Young people and their peers : a sociometric and psychopathological study of a school population

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    Disciplina afim: Psiquiatria e Saúde Mental (Psiquiatria Infantil e Adolescência) Da revisão da literatura sobre os relacionamentos das crianças e dos jovens com os seus pares, constata-se a existência de um sólido corpo de informação sobre a influência do grupo de pares no desenvolvimento, sobre as formas de avaliação dos relacionamentos entre colegas (sendo as técnicas sociométricas as grandes privilegiadas), sobre os equivalentes cognitivo-comportamentais e afectivos dos estatutos sociométricos, e sobre a capacidade destes em prever risco de desajustamento no futuro. Mas constata-se igualmente a existência de informação escassa sobre a associação entre psicopatologia e a qualidade dos relacionamentos entre os jovens, área que todavia se mostra promissora na investigação em psicopatologia do desenvolvimento. O presente trabalho tem como objectivo ajudar à compreensão do nexo entre esses elementos e à comunicação sempre desejável entre esferas complementares do conheci-mento. Numa Escola foram avaliados sociometricamente, ao longo de três anos consecutivos, jovens do 5.1 ao 9.1 anos de escolaridade. Foi analisada a distribuição das populações pelos diferentes estatutos sociométricos (populares, médios, negligenciados, rejeitados e controversos) e, para cada um deles, foram examinados os padrões de interacção social. Foi aplicado um protocolo, junto dos jovens e professores, que procurou avaliar e quantificar elementos sobre a psicopatologia, condições sócio-familiares e adaptação escolar. Foi igualmente avaliada a estabilidade versus a mudança de estatuto sociométrico em anos consecutivos, e estudada a sua associação com a psicopatologia detectada. Os resultados encontrados permitem afirmar da eficácia do teste sociométrico para medir os relacionamentos dos jovens com os seus pares, assim como afirmar a importância do grupo no desenvolvimento, e a associação entre o relacionamento com os colegas e medidas de psicopatologia e desajustamento social, familiar e escolar. Estes resultados podem constituir um subsídio para algumas linhas de investigação em psicopatologia do desenvolvimento, concorrendo para a detecção precoce de jovens em risco psicopatológico, para o esclarecimento dos factores subjacentes à psicopatologia, e para o delinear de estratégias e intervenções terapêuticas

    Eletroconvulsoterapia no tratamento da psicose puerperal

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    A psicose puerperal (PP) é um quadro clínico exuberante, com uma frequência estimada de 1 caso por cada 1.000 puerpérios, e que tem sido associado com maior consistência ao espectro bipolar. A evidência científica disponível é escassa, nomeadamente no respeitante à orientação terapêutica. Os autores apresentam o caso clínico de uma mulher primípara de 28 anos, sem antecedentes psiquiátricos, que iniciou nas primeiras semanas de puerpério um quadro psicótico florido, composto por agitação psicomotora, confusão, desorganização do pensamento e comportamento, sintomatologia psicótica e insônia grave. Por ausência de resposta ao tratamento farmacológico, houve recurso à eletroconvulsoterapia (ECT), com melhoria clínica rápida e evidente. Nesse contexto, os autores realizaram uma apreciação da literatura e evidência referentes ao uso de ECT na psicose puerperal

    PEGylated versus Non-PEGylated pH-Sensitive Liposomes: New Insights from a Comparative Antitumor Activity Study

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    PEGylated liposomes are largely studied as long-circulating drug delivery systems. Nevertheless, the addition of PEG can result in reduced interactions between liposomes and cells, hindering liposomal internalization into target cells. The presence of PEG on the surface of pH-sensitive liposomes is not advantageous in terms of biodistribution and tumor uptake, raising the question of whether the indiscriminate use of PEG benefits the formulation. In this study, two doxorubicin-loaded pH-sensitive liposomal formulations, PEGylated (Lip2000-DOX) or non-PEGylated (Lip-DOX), were prepared and characterized. Overall, the PEGylated and non-PEGylated liposomes showed no differences in size or morphology in Cryo-TEM image analysis. Specifically, DLS analysis showed a mean diameter of 140 nm, PDI lower than 0.2, and zeta potential close to neutrality. Both formulations showed an EP higher than 90%. With respect to drug delivery, Lip-DOX had better cellular uptake than Lip2000-DOX, suggesting that the presence of PEG reduced the amount of intracellular DOX accumulation. The antitumor activities of free-DOX and both liposomal formulations were evaluated in 4T1 breast tumor-bearing BALB/c mice. The results showed that Lip-DOX was more effective in controlling tumor growth than other groups, inhibiting tumor growth by 60.4%. Histological lung analysis confirmed that none of the animals in the Lip-DOX group had metastatic foci. These results support that pH-sensitive liposomes have interesting antitumor properties and may produce important outcomes without PEG
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