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    CONSIDERAÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO ENERGÉTICA E O SEU TRAÇO TRANSDISCIPLINAR: UMA ANÁLISE DAS GRADES CURRICULARES DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DE SANTA CATARINA

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    Enfatizando o traço transdisciplinar da educação energética, este estudo analisa as grades curriculares de instituições públicas e privadas de ensino superior do Estado de Santa Catarina. Dando seguimento a estudos anteriores, num primeiro momento foi realizada a coleta de dados, através de pesquisa na internet, das grades curriculares dos seguintes cursos: administração, ciências biológicas, ciências econômicas, direito, engenharia sanitária e ambiental, engenharia civil, engenharia elétrica e tecnólogo em gestão ambiental. Na sequência, por meio de pesquisa bibliográfica e análise conceitual a investigação procura evidenciar os traços de transdisciplinaridade contidos em propostas curriculares que privilegiam confluência entre distintos saberes, dando ênfase ao valor epistemológico e social da educação energética em diferentes cursos universitários. Gráficos, quadro e tabelas são apresentados ilustrando o espaço existente para se transitar pela diversidade dos conhecimentos, sem fronteiras epistemológicas rígidas, necessário ao planejamento energético. Observou-se que onde são ofertadas disciplinas de educação energética, há um percentual inferior a 2,5% da carga horária total dos cursos superiores, sendo este o espaço encontrado para a interação da transdisciplinaridade com a educação energética

    Questões sociocientíficas : fundamentos, propostas de ensino e perspectivas para ações sociopolíticas

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    Questões Sociocientíficas (QSC) são problemas controversos e complexos, sendo o conhecimento científico, assim como valores éticos, fundamentais para sua compreensão e solução. A obra tem como proposta contribuir para a educação dos campos da Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA) e a educação baseada em QSC, a partir de contribuições de pesquisadores destacados nestes campos, de diversos países (Brasil, Canadá, Colômbia, Espanha, Nova Zelândia e Portugal). Organizado em três partes, o livro explora fundamentos teóricos, propostas de ensino para serem aplicadas na educação, e, por fim, perspectivas e experiências

    O que é função? Debates na filosofia da biologia contemporânea

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    In this paper, we examine two very influential approaches to the nature of functional explanations/attributions: Wright's selectionist etiological approach and Cummins' functional analysis. The former seems to adequately grasp the meaning of several explanations in evolutionary biology, even though it is not sufficient to account for each and every evolutionary explanation. The latter, in turn, is more applicable to explanations in physiology and in other scientific areas dealing with complex systems. We see these two theories as distinct enterprises, which should not be combined in a single approach to functions. This leads us to support Godfrey-Smith's rejection of such a unity, in the form of his dualist consensus thesis. This thesis can be grounded on the distinction between evolutionary and functional biology, as sketched by Mayr and Jacob. We also address Cummins' critique of selectionist etiological approaches, which he labels as "neo-teleological". Although we consider that several criticisms raised by Cummins do identify flaws in these approaches, we intend to show that his attempt to reject neo-teleology as a whole is illegitimate. Criticisms from both sides of the debates about functions are contributing to enrich the comprehension of this central concept in Biology. These criticisms reinforce the need of delimiting the scope and limits of each approach, and, thus, point in the direction of a pluralism in the debate about functional explanations/attributions in the Philosophy of Biology.Neste artigo, examinamos duas abordagens bastante influentes sobre a natureza das atribuições/explicações funcionais: a abordagem etiológica selecionista de Wright e a análise funcional de Cummins. A primeira parece capturar de modo adequado o significado de várias explicações na biologia evolutiva, ainda que não dê conta de toda e qualquer explicação evolutiva. A segunda, por sua vez, é mais aplicável a explicações fisiológicas ou de outras áreas científicas que lidam com sistemas complexos. Entendemos as duas teorias como empreitadas distintas, que não devem ser combinadas em uma abordagem única sobre as funções. Isso nos leva a apoiar a rejeição de tal unidade por Godfrey-Smith, na forma de sua tese do consenso dualista. Esta tese pode ser ancorada na distinção entre biologia evolutiva e biologia funcional, esboçada por Mayr e Jacob. Tratamos também da crítica de Cummins às abordagens etiológicas selecionistas, as quais ele denomina "neoteleológicas". Embora consideremos que várias das críticas de Cummins de fato localizam falhas nessas abordagens, buscamos mostrar que sua tentativa de rejeição da neoteleologia como um todo é ilegítima. A partir das críticas de ambos os lados do debate sobre as funções, a compreensão desta noção central da biologia tem sido sobremaneira enriquecida. As críticas reforçam a necessidade de delimitar o escopo e o limite de cada uma das abordagens e, assim, apontam no sentido de um pluralismo no debate sobre atribuições/explicações funcionais na filosofia da biologia

    Reflexões sobre Filosofia e História da Biologia e Educação

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    As construções curiculares contemporâneas buscam a realização de um processo educativo que apresente uma consonância entre a produção científica e as práticas educativas empregadas no cotidiano das atividades de professores e alunos nos nossos processos de ensino e aprendizagem. Neste processo, no que tange à Filosofia e História da Biologia, é imprescindível que as transposições didáticas realizadas respeitem os pressupostos subjacentes ao desenvolvimento histórico assim como às questões filosóficas suscitadas pela ciência. Da mesma forma, devem constituir–se em propulsores de uma educação científica que contribua com o trabalho e a vida dos professores dos estudantes. Diante de tais premissas, este artigo aborda algumas reflexões a respeito da inserção de Filosofia e História da Ciência, no ensino de Biologia, sugerindo possibilidades de construção de práticas educativas que possam contribuir para os processos de ensino e aprendizagem nos diferentes níveis da educação

    Hierarchy Theory and its epistemological grounds

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    Hierarchy theory arose in the middle of the 1960s, as a result of a convergence from contributions of different disciplines that shared an interest for complexity, such as economy, chemistry, and biology. From the perspective of hierarchy theory, complexity is not considered either as a property of natural systems in themselves or as an exclusive property of the human mind, but rather as a property of questions posed by ourselves, as agents of knowledge, in the observational process. Complexity emerges, thus, in the relationship between natural systems and knowing subjects. This work carries out an analysis of the epistemological foundations of hierarchy theory, mainly addressing the possibility of grounding it in an anti-realist stance, such as van Fraassen’s constructive empiricism.A teoria das hierarquias emergiu, a partir de meados da década de 1960, como resultado de uma convergência de contribuições advindas de diversas disciplinas que compartilhavam à época um interesse pela complexidade, como economia, química e biologia. Da perspectiva da teoria das hierarquias, a complexidade não é considerada uma propriedade dos sistemas naturais em si mesmos e tampouco é concebida como uma propriedade exclusiva da mente humana, mas sim como uma propriedade das questões colocadas por nós, agentes do conhecimento, no processo de observação. A complexidade emerge, pois, na relação entre os sistemas naturais e os sujeitos cognoscentes. Este trabalho realiza uma análise dos fundamentos epistemológicos da teoria das hierarquias, tratando, sobretudo, da possibilidade de embasá-la numa visão anti-realista, como o empirismo construtivo de van Fraasse

    Dimensões dos conteúdos mobilizados por estudantes de biologia na argumentação sobre antibióticos e saúde

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    Na literatura, têm sido apontadas muitas vantagens do ensino baseado em questões sociocientíficas (QSC). Contudo, reconhecer e avaliar conteúdos mobilizados pelos estudantes é um desafio no contexto da educação Ciência-Tecnologia-Sociedade-Ambiente (CTSA), pois ainda há poucos estudos acerca dos modos de avaliação de aprendizagem condizentes com os objetivos da perspectiva de educação CTSA. Neste trabalho empírico e qualitativo, temos como objetivo analisar a presença de dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais dos conteúdos mobilizados por estudantes de um curso de Licenciatura em Biologia, a partir de uma atividade envolvendo a análise de um caso que expôs uma QSC acerca da resistência bacteriana a antibióticos. Os dados foram coletados a partir dos argumentos produzidos por equipes de estudantes, utilizando o modelo de argumentação de Toulmin. Os estudantes conseguiram mobilizar alguns dos conteúdos previstos no planejamento do ensino usando a QSC, sobretudo conhecimentos científicos. Aspectos sociais, éticos e políticos não foram suficientemente mobilizados, o que aponta para a necessidade de maior ênfase sobre eles na educação em ciências. Nesse sentido, sugerimos orientações para a pesquisa e a prática da educação em ciências a partir do conceito de letramento científico crítico, que considera a relevância da compreensão das relações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente envolvidas na QSC, conduzindo ao alcance de ações sociopolíticas.In the literature, many advantages of a socioscientific issues (SSI)-based teaching have been highlighted. However, the recognition and evaluation of the contents mobilized by the students have been a challenge in the context of STSE education, with few studies focusing on the evaluation of learning consistent to principles of STSE education. In this empirical article whose approach is qualitative, we will discuss conceptual, procedural and attitudinal dimensions of the contents mobilized by students of a preservice biology teacher education course, based on an activity involving SSI on bacterial resistance to antibiotics. We collected data from the arguments produced by students’ groups, using Toulmin’s Argumentation Pattern. The students were able to mobilize some of the expected contents, based on the planning of the teaching sequence using SSI, mainly scientific knowledge. Social, ethical, and political aspects, however, were not sufficiently mobilized, which points to the need of a deeper emphasis on them in Science Education. Therefore, we suggest some perspectives to guide research and practice on Science Education based on the concept of critical scientific literacy, which considers the relevance of understanding the relationships between science, technology, society and environment encompassed by the SSI, leading to sociopolitical actions

    Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) na Educação Científica como Estratégia para Formação do Cidadão Socioambientalmente Responsável

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    A partir do pressuposto de que o ensino tradicional, na educação científica, é insuficiente para uma aprendizagem integrada de conteúdos relevantes em direção a uma adequada ação social cidadã, defendemos que estratégias pedagógicas com base na Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) podem contribuir para a formação de cidadãos responsáveis no âmbito social e ambiental, ao fornecer um ambiente amplo de aprendizagem e ao promover o desenvolvimento de conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Neste artigo, discutimos características de duas estratégias da ABP (resolução de caso e sessões tutoriais) como meio de aproximar a aprendizagem de diferentes conteúdos dos desafios da realidade cotidiana da sociedade contemporânea e favorecer tomadas de decisão que sejam socialmente responsáveis. Apontamos, também, algumas limitações e desafios para o uso dessas estratégias na educação científica

    Teleologia, Função e Ensino de Biologia

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    Neste artigo, investigamos as explicações teleológicas no ensino de Biologia a partir dos debates filosóficos contemporâneos sobre explicação funcional. Um foco maior foi dado para o modo como elas são formuladas em três livros didáticos (LDs) para o ensino médio dessa disciplina no Brasil. Avaliamos também, em menor medida, o papel das noções de adaptação e seleção natural no que concerne às suas relações com a teleologia. A avaliação dos LDs permite indicar que o uso de atribuições e explicações funcionais tem se dado de modo arbitrário no conhecimento escolar de Biologia, sem um embasamento epistemológico consistente. Isto gera problemas importantes, com um possível impacto negativo na aprendizagem dos estudantes. Com vistas a construir um embasamento mais sólido para as explicações funcionais no ensino de Biologia, apresentamos duas abordagens centrais do debate filosófico sobre o assunto, com possíveis contribuições para a educação, a perspectiva histórica ou etiológica, proposta por Larry Wright, e a perspectiva sistêmica, proposta por Robert Cummins. De modo geral, os debates contemporâneos sobre função na Filosofia da Biologia contribuem para uma estruturação mais consistente dos modos de explicar funcionalmente e, no contexto escolar, podem evitar equívocos importantes relacionados ao uso da linguagem teleológica na educação em Biologia. Além disso, conforme destacamos, é fundamental reconhecer uma importante contribuição de Darwin aos fundamentos das ciências biológicas, no século XIX, precisamente: a construção de um espaço legítimo para a aplicação de uma linguagem teleológica que não se compromete com pressupostos teológicos
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