84 research outputs found

    Hegemonia e contra-hegemonia no processo de implantação da Casa de Parto no Rio de Janeiro

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    This study addressed the process of implementing the first Casa de Parto Birth Center in the Unified Health System in the city of Rio de Janeiro. The purpose of this qualitative study was to identify the determinants of the process of implementing the Birth Center and analyze the influence that hegemonic and counter-hegemonic groups have on that process. The theoretical framework used was the concept of hegemony. Data analysis was guided by the dialectic method of contradiction, totality and historicity. Semi-structured interviews were performed, from January to July 2007, with four municipal health administrators and 11 technical-administrative professionals assigned to implement the Birth Center. This study showed that the implementation of the Birth Center was determined by the counter-hegemony established in providing care during pregnancy and physiological deliveries.Se estudió el proceso de implantación de la primera Casa de Parto en el Sistema Único de Salud (SUS) en la ciudad del Rio de Janeiro. Por medio de una investigación cualitativa se objetivó identificar los determinantes del proceso de implantación de la Casa de Parto y analizar la influencia de los grupos hegemónicos y contra hegemónicos en ese proceso de implantación. El marco teórico fue el concepto de hegemonía. El método dialéctico orientó el análisis de los datos por medio de las categorías metodológicas: contradicción, totalidad e historicidad. Fueron realizadas entrevistas semiestructuradas en el período de enero a julio de 2007. Los entrevistados fueron cuatro gestores de la salud municipal y once profesionales técnicos y administrativos designados para implantar la Casa de Parto. La síntesis de este estudio reveló que la implantación de la Casa de Parto fue determinada por la contra hegemonía establecida en la asistencia a la gestación y parto fisiológicos.Estudou-se o processo de implantação da primeira Casa de Parto no Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade do Rio de Janeiro. Por meio de pesquisa qualitativa objetivou-se identificar os determinantes do processo de implantação da Casa de Parto e analisar a influência dos grupos hegemônicos e contra-hegemônicos neste processo de implantação. O referencial teórico foi o conceito de hegemonia. O método dialético orientou a análise dos dados por meio das categorias metodológicas: contradição, totalidade e historicidade. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas no período de janeiro a julho de 2007. Os entrevistados foram quatro gestores da saúde municipal e onze profissionais técnico-administrativos designados para implantar a Casa de Parto. A síntese deste estudo revelou que a implantação da Casa de Parto foi determinada pela contra-hegemonia estabelecida na assistência à gestação e parto fisiológicos

    Investigación Cualitativa en Ciencias Sociales

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    Esta pesquisa traz um olhar das estruturas e do poder que exerceram as enfermeiras, dentro das instituições hospitalares por manter a hegemonia, utilizando-­‐se a teoria de pensamento estratégico conceitualizada como um pensamento sobre o poder, em particular sobre as formas do uso do poder (Testa, 1995Objetivo: descrever as circunstâncias que levaram às enfermeiras à gerência de hospitais públicos, e discutir as diferentes posições políticas dos integrantes da equipe de saúde no processo de gestão das diretoras-­‐enfermeiras. Método: estudo de caso, com base na Teoria de Pensamento Estratégico. Para análise utilizou-­‐se a matriz de categorias e explanação concorrente simples destes casos. Resultados: as categorias apreendidas foram função de direção na percepção das enfermeiras, atuações dos médicos diante do desenvolvimento dos fatos e da visão dos dirigentes. Estas verificaram que a base política é o fator essencial para o exercício da gerência e do sucesso que tiveram as enfermeiras durante a gestão hospitalar. Conclusão: deve-­‐se valorizar o poder que têm pelo quantitativo de sua categoria, desenvolver alianças e coligações políticas com outros setores, uma vez que as enfermeiras em sua prática profissional detêm o controle do processo operativo

    Ciência, natureza e nascimento humano: interfaces com o movimento de humanização do parto

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    A sociedade industrial transformou a compreensão da natureza e do homem. O movimento de humanização do parto e nascimento critica o excessivo controle e intervenção desta fase do ciclo vital humano, sendo este o ponto principal de embate com a tecnociência. Este artigo busca refletir as inter-relações entre as concepções de natureza e nascimento humano decorrentes do pensamento científico na contemporaneidade e o ideário da humanização do parto e nascimento. Consideramos que o controle e artificialização da natureza interna e externa ao homem estão alicerçados sob uma racionalidade instrumental. Este processo se deu no corpo, principalmente da mulher. O movimento de humanização do parto e nascimento pode contribuir com uma reflexão ontológica da dimensão humana nas ciências da saúde, possibilitando ampliar o debate sobre a racionalidade estruturante das práticas em saúde. Palavras chave: Ciências da saúde; Saúde da mulher; Tecnologia biomédica; Humanização da assistência; Parto humanizado

    The implications of professional practice uf nurses obstetricians graduated from EEAN: the quality of care

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    Objective: To analyze the implications of professional practice of these nurses graduated from the CEEO EEAN / UFRJ for quality health care for women. Method: This was a qualitative study, where the subjects were twenty (20) obstetrician nurses graduated at CEEO / EEAN who work in the city of Rio de Janeiro. Results: The autonomy and ownership of the practice of midwives are legitimized and enforces the law as a nurse midwife, however, the autonomy of childbirth care is limited by its lack of knowledge about the legal support to serve in this area of care, due to the impediment professional practice and prejudice from health institutions and medical staff through verbal violence and its derivations, generating negative implications for the quality of care and practice. Conclusion: So, professional recognition by the acceptance of nursing practice in its entirety should be legitimized

    Perspectivas do cuidado de enfermagem na gestação de alto risco: revisão integrativa

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    Integrative review aimed to analyze the perspectives of nursing care to the woman who experiences pregnancy high risk as from international and national scientific productions, in view of the contribution they offer to the fifth millennium development goal. Search at databases Cinahl/Medline/Lilacs/BDENF. Twenty-four studies allowed the emergence of categories: Nursing care in view of the subjectivity of the woman who experiences a high-risk pregnancy; The care of women who experience pregnancy high risk in view of the systematization nursing care. If on one hand the international and national research considered relevant perceptions and feelings of pregnant women at risk, on the other, the process focused on the physiological aspects of nursing, holding up the interventionist paradigm. These scientific positions, if convergent, announce the possibility of developing methodologies for nursing care which bring together the multifaceted dimensions considered in these studies, contributing to the reduction of maternal mortalityRevisión integrativa que analizó las perspectivas del cuidado de enfermería a la mujer que experimenta embarazo de alto riesgo a partir de las producciones científicas internacionales y nacionales, cara a la contribución del cumplimiento del quinto objetivo para el desarrollo del milenio. Búsqueda en las bases Cinahl/Medline/Lilacs/BDENF. Veinticuatro estudios permitieron la emergencia de las categorías: Cuidados de enfermería en la perspectiva de la subjetividad de la mujer que experimenta un embarazo de alto riesgo; Cuidado de las mujeres que experimentan un embarazo de alto riesgo en la perspectiva de la sistematización de la asistencia de enfermería. Si por un lado las investigaciones internacionales y nacionales consideran relevantes las percepciones y sentimientos de las embarazadas de riesgo, por otro, centraron el cuidado en aspectos fisiológicos, sustentándose en el paradigma intervencionista. Estas posiciones científicas, aunque convergentes, anuncian posibilidad de desarrollar metodologías de cuidado de enfermería que reúnan dimensiones multifacéticas, contribuyendo a la reducción de la morbimortalidad materna.Revisão integrativa que analisou perspectivas do cuidado de enfermagem à mulher que vivencia a gestação de alto risco a partir das produções científicas internacionais e nacionais, em face da contribuição ao cumprimento do quinto objetivo para o desenvolvimento do milênio. Busca nas bases Cinahl/Medline/Lilacs/BDENF. Vinte e quatro estudos permitiram a emersão das categorias: O cuidado de enfermagem na perspectiva da subjetividade da mulher que vivencia a gestação de alto risco; O cuidado à mulher que vivencia a gestação de alto risco na perspectiva da sistematização da assistência de enfermagem. Se por um lado as pesquisas internacionais e nacionais consideraram relevantes percepções e sentimentos das gestantes de risco, por outro centraram o cuidado nos aspectos fisiológicos, sustentando-se no paradigma intervencionista. Estas posições científicas se convergentes, anunciam possibilidade de desenvolver metodologias de cuidado de enfermagem que congreguem as dimensões multifacetadas consideradas nos estudos, contribuindo para a redução da morbimortalidade matern

    Percepções das mulheres sobre a violência contra a mulher: uma revisão integrativa da literatura

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    Este artigo analisa as evidências presentes na literatura acerca das percepções das mulheres no que se refere à violência contra a mulher. Estudo de revisão integrativa em que foram identificados 12 artigos que compuseram a amostra do estudo, a partir das bases de dados BDENF, LILACS, MEDLINE, CINAHL e PUBMED, nos idiomas português, inglês e espanhol. Os resultados apontam a baixa percepção de mulheres sobre as situações vividas como violentas, sendo muitas vezes, complacentes e tolerantes à violência cometida por parceiro íntimo, percebendo-a como cultural e norma religiosa. Elas buscam encontrar justificativas para a agressão, reduzindo a responsabilidade do agressor o que dificulta ou retarda a tomada de decisão, que permite romper o ciclo de violência. Compreende-se ser necessário ampliar os estudos acerca deste tema.ResumenEste artículo analiza las evidencias encontradas en la literatura acerca de las percepciones de las mujeres sobre la violencia contra la mujer. Para esta revisión fueron identificados 12 artículos que conforman la muestra del estudio, a partir de las bases de datos BDENF, LILACS, MEDLINE, CINAHL, y PubMed. Se encontraron tres categorías: reconociendo y conviviendo con la violencia; sentimientos atribuidos y percepción de los motivos de la violencia. Los resultados apuntan a la baja percepción de las mujeres al respecto de las situaciones vividas como violentas siendo, muchas veces, complacientes y tolerantes a la violencia cometida por el compañero íntimo, percibiéndola como cultural y religiosa. Se comprende que es necesario ampliar los estudios sobre este tema, en los diferentes estados brasileños, una vez que la violencia contra la mujer constituye un fenómeno que alcanza todo el Brasil y que es percibido de forma multifacética y heterogénea

    PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DE MULHERES QUE SOFRERAM COM A VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO RIO DE JANEIRO: SUBSÍDIOS PARA A ENFERMAGEM

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    INTRODUÇÃO: A violência de gênero ocorre em vários países e atinge uma parcela significativa da população feminina. Essa problemática apresenta um caráter endêmico e pode ocorrer de diferentes formas, em vários espaços da sociedade, independente de classe social, etnia, idade, cultura, ou do grau de desenvolvimento do país. Essa forma de violência está entre as principais causas de morte da população economicamente ativa, o que corresponde à fase reprodutiva da mulher. O referencial de gênero possibilita uma compreensão aprofundada do fenômeno da violência contra a mulher, considerando que as relações entre homens e mulheres não são apenas baseadas na biologia, sendo os gêneros masculino e feminino construídos socialmente e variando conforme a cultura na qual estão inseridos. Existe ainda uma situação de subalternidade da mulher em relação ao homem, o que configura e agrava a violência contra a mesma. As mulheres se tornam mais vulneráveis ao abuso físico e emocional masculino devido à posição cultural e social que o homem ocupa. A violência de gênero é conhecida também como violência doméstica e sexual, e incluem o assédio moral e sexual. No campo teórico ainda existe uma enorme dificuldade em dimensionar o perfil do fenômeno da violência de gênero em mulheres, apesar de existirem estudos epidemiológicos. Isso ocorre porque é difícil a obtenção de dados concretos a partir dos sujeitos envolvidos na questão em pauta. O objeto de estudo é o perfil sócio-demográfico de mulheres que vivenciaram violência de gênero no município do Rio de Janeiro – recorte de 2003 a 2005.  OBJETIVOS: ·         Caracterizar a demanda assistida nas DEAMs do Rio de Janeiro;·         Analisar o perfil sócio-demográfico de mulheres em situação de violência de gênero à luz da discussão temática. METODOLOGIA: Pesquisa quantitativa, abordagem epidemiológica, com recorte dos registros de ocorrência em mulheres em situação de violência de gênero, entre os anos de 2003-2005. Buscamos, nessa trajetória científica, conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, econômica e do comportamento humano. O método analítico conduziu à caracterização das variáveis da demanda atendida nas Delegacias Especializadas em Atendimento à Mulher (DEAMs), e a integração do individual com o social. Descrevemos as principais características dessas mulheres em situações de violência, analisamos à sua relevância social para o benefício da clientela. A população do estudo são mulheres atendidas nas DEAMs no período 2003 a 2005. A pesquisa desenvolveu-se por meio das bases de dados do programa de informatização cedido pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), do Estado do Rio de Janeiro.  Devido à natureza deste estudo e seus objetivos, utilizamos um instrumento conforme os dados representativos das Bases de Dados das DEAMs. Estes dados foram organizados e distribuídos em tabelas e gráficos.  RESULTADOS: Os dados foram analisados produzindo uma relação significativa, e esclarecendo alguns pontos sobre a temática da violência de gênero. Os dados foram organizados e distribuídos em tabelas e gráficos. No momento, analisamos as informações referentes aos anos de 2003 a 2005, através de uma discussão numa abordagem epidemiológica e sustentados nos conceitos dos documentos do Ministério da Saúde, pertinente na área temática da pesquisa, com a finalidade de produzir discussões que se aproximem da realidade. Devido à natureza desse estudo e seus objetivos, utilizamos um instrumento conforme os dados representativos das Bases de Dados das DEAMs. Para tal, consultamos os registros de Boletins de Ocorrência das DEAMs cedidos pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Estado do Rio de Janeiro.  Os dados obtidos até o momento nos possibilitaram uma análise parcial do perfil sócio-demográfico da clientela assistida entre os anos de 2003 a 2005. Ampliando os objetivos desse trabalho, estenderemos a análise para mais três anos (2006 a 2008), uma vez que julgamos importante a obtenção desses resultados e análise para apresentação no Instituto de Segurança Pública (ISP), o que entendemos poder contribuir com essa pesquisa.    A amostra investigada durante os três primeiros anos descritos (2003 a 2005) foi constituída de 21.699 mulheres. Considerando a violência de gênero e suas especificidades, os resultados nos mostram que a grande maioria das mulheres, 17.580 (81%), está na faixa etária entre 15 e 44 anos e conferem o maior índice de registro, assim como as maiores vítimas da violência de gênero, quer nos aspectos físicos e psicológicos. Especula-se que isso se dá principalmente, pelo fato dessas mulheres terem uma vida social mais ativa, o que lhes confere certa vulnerabilidade para determinados atos violentos praticados por pessoas conhecidas ou não. Observamos dentre os registros, que há uma predominância de 11.931 (55%) mulheres de etnia branca, as quais são reconhecidas por denunciarem mais a agressão, não implicando, necessariamente, que elas sejam as mais vitimadas, tendo em vista a sub-notificação dos outros grupos étnicos. Em relação ao estado civil, 11.090 (51,1%) são solteiras. A maioria das mulheres vítimas de violência, 15.157 (70%), tem profissão ou recebe remuneração. Esses dados nos conduzem à idéia de que a independência financeira e a ausência de vínculo matrimonial são fatores predisponentes para o registro da violência sofrida. Dentre os registros, constatamos que a maioria dos agressores das mulheres em situação de violência de gênero, 20.075 (92,51%), são os maridos, amantes, namorados, parentes, amigos ou vizinhos. As mulheres e as crianças são as principais vítimas da violência sofrida no espaço doméstico, praticada, sobretudo, por maridos, companheiros, pais e padrastos.  Ao investigar a frequência do local de ocorrência do delito nas mulheres em situação de violência, verificamos que a residência é o principal lugar descrito por 15.490 (71,4%) mulheres vítimas. A violência de gênero ocorre também em vias públicas apresentando um menor quantitativo, 4.186 (19%), o que ainda é preocupante. O tipo de agressão mais frequente vivenciada por essas mulheres foi a agressão psicológica, com 10.826 vítimas, ou seja, 49,9% do total, afetando principalmente o equilíbrio mental e emocional, fazendo-se importante a atuação dos profissionais de saúde no apoio e na redução do trauma decorrente das agressões. Em relação aos bairros onde ocorreu a violência contra essas mulheres, constatamos que a maioria aconteceu na região norte do município do Rio de Janeiro com um quantitativo de 12.699 registros (58,5% do total). Quando pesquisamos sobre o bairro de residência do envolvido nos episódios de violência de gênero, as localidades da zona norte também apresentaram uma maioria, 13.147 (60,6%). A maioria das mulheres que denunciou a agressão sofrida através de boletins de ocorrência, o fez nas delegacias da zona norte da cidade, o que representa 12.354 (57%) dos registros. Uma lógica encontrada para o fato da zona norte representar sempre a maioria nessas estatísticas é o fato de que essa região do município possui mais bairros, assim há um maior número de registros de ocorrência, até porque nela também encontram-se maior número de delegacias e postos policiais.       CONCLUSÕES: Os resultados obtidos parcialmente, até o presente, nos possibilitam identificar as principais características das mulheres que vivenciaram e registraram um ou mais episódios de violência de gênero entre os anos de 2003 a 2005. Os dados presentes nos registros dos boletins de ocorrência foram oficialmente cedidos pelo ISP. O perfil sócio-demográfico da demanda assistida nas DEAMs do município do Rio de Janeiro é de mulheres jovens, por terem uma vida social mais ativa, o que lhes confere uma certa vulnerabilidade. Em relação à etnia há uma predominância da cor branca, o que não quer dizer necessariamente que estas mulheres sejam as mais vitimadas levando em conta a sub-notificação de outros grupos étnicos. Quanto ao estado civil metade dessas mulheres se declararam solteiras. A maioria tem profissão ou recebe remuneração, assim a ausência de vínculo matrimonial e independência financeira fazem com que essas mulheres denunciem mais seus agressores. Em quase todos os casos de violência de gênero, a maioria dos agressores são conhecidos e fazem parte do círculo de amizades ou convívio familiar, como maridos, amantes, namorados, parentes, amigos ou vizinhos. O local de ocorrência do delito é, na maioria das vezes, a própria residência, no espaço doméstico, acontecendo muitas vezes também em espaços públicos. Os resultados mostraram ainda que a agressão psicológica foi a mais freqüente, o que afeta principalmente o equilíbrio mental e emocional das mulheres, requerendo a participação dos profissionais de saúde no apoio psicológico e emocional. Em relação aos dados sobre os bairros onde ocorreu a violência contra as mulheres, bairro de residência do envolvido e delegacia da circunscrição onde ocorreu o fato, verificamos que nos três casos, a maioria dos bairros estão sempre localizados na região norte do município do Rio de Janeiro. Uma lógica encontrada para o fato dessa região representar sempre a maioria nessas estatísticas é o fato de que ela possui mais bairros se comparada com as outras regiões, assim naturalmente há um maior número de registros de ocorrência. Constatamos então que o espaço familiar, que deveria constituir-se no refúgio de paz, harmonia e relacionamento das famílias, é por excelência, o espaço em que a violência doméstica tem o seu ponto mais alto de incidência nas agressões intrafamiliar. Perpetradores ou agentes do abuso sexual na maioria absoluta dos casos são membros próximos da família. São estes que detém o poder na relação e, muitas vezes, estão presentes em relações doentias, histórica e culturalmente construídas e legitimadas. As agressões, salvo exceções, sempre vêm de quem detém o poder na relação. No vácuo da comunicação afetiva, violência é forma de expressão em que as famílias necessitam conquistar. Há necessidade de uma revolução do pensamento, uma “ecologia mental” como antídoto. A “mudança de paradigma civilizatório” é, certamente, o oposto da corrida pela paz, harmonia e relacionamento entre as famílias.    REFERÊNCIAS:1 – Programa de Prevenção, Assistência e Combate à violência contra a Mulher – Plano Nacional. Diálogos sobre Violência Doméstica e de Gênero, construindo políticas públicas. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Governo Federal, 2003, p. 9 e 11.2 – Ministério da Saúde (BRASIL). Sementes do SUS. Volume 2. 1ª Edição. Editora IBSaúde. Sapucaia do Sul. 2007.3 – Painel de Indicadores do SUS n° 02 – Temático Saúde da Mulher. v. 1. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Monitoramento e Avaliação da Gestão do SUS. Ministério da Saúde, 2009, p. 17.4 – Protocolo de Assistência à Saúde Sexual e Reprodutiva para Mulheres em Situação de Violência de Gênero. O que devem saber os profissionais de saúde para promover os direitos e a saúde das mulheres em situação de violência doméstica. Departamento de Medicina Preventiva. Faculdade de Medicina da USP, 2002, p. 10

    THE IMPLICATIONS OF PROFESSIONAL PRACTICE OF NURSES OBSTETRICIANS GRADUATED FROM EEAN: THE QUALITY OF CARE

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    Objetivo: Analisar as implicações da prática profissional desses enfermeiros egressos dos CEEO da EEAN/UFRJ para a qualidade da assistência à saúde da mulher. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo, onde os sujeitos foram vinte (20) enfermeiros obstetras egressos do CEEO/EEAN que atuam no Município do Rio de Janeiro. Resultados e Discussão: A autonomia e a apropriação da prática dos enfermeiros obstetras são legitimadas e faz valer o direito como enfermeiro obstetra, entretanto, a autonomia da assistência ao parto está limitada por seu desconhecimento sobre o respaldo legal para atuar nesta área do cuidado, por conta do impedimento e preconceito o exercício profissional provenientes de instituições de saúde e da equipe médica por meio de violência verbal e de suas derivações, gerando implicações negativas para a qualidade da atenção e sua prática. Conclusão: Então, o reconhecimento profissional pela aceitação do exercício de enfermagem na sua plenitude deve ser legitimado

    Women living with HIV: the decision to become pregnant

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    Objectives: To analyze the perception of HIV positive women regarding the decision to become pregnant; investigate women's knowledge about HIV positive health care in the prevention of vertical transmission. Method: This is a descriptive and exploratory qualitative research. We used a script of questions and the interviews were taped and later transcribed. Results: The study revealed that positive serology for HIV is not a limiting factor for the decision to become pregnant. Although the fear of transmitting the virus is present, it is overcomed by the desire to be a mother and the expectation of having a healthy child. Conclusion: Reproductive decisions of HIV positive women should be valued during the health care assistance so they can make consciously, democratic and emancipatory life decisions

    Mulheres que denunciam violência de gênero em uma Unidade de Polícia Pacificadora

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    Estudo cujo objetivo foi analisar a violência de gênero contra mulheres a partir dos registros de uma Unidade de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro/Brasil. Estudo quantitativo, retrospectivo, transversal, com amostra de 89 registros de mulheres que denunciaram as agressões. As informações foram analisadas por meio do programa SPSS 17.0. Prevaleceram os tipos de violência: 66,3% física, 23,6% psicológica, 7,9% física e psicológica, e 2,2% sexual. A maioria das mulheres (50,6%) não registrou a violência em Boletim de Ocorrência. Verificou-se que 69,7% dos casos ocorreram em residência, sendo os agressores conhecidos (70,8%). Entre aquelas que não registraram a denúncia, na maioria dos casos, os agressores foram os parceiros íntimos. A mulher violentada necessita de atenção especial dos serviços de segurança. Este estudo abre espaço frente à realidade de uma comunidade pacificada, aliada à relação de confiança, apoio e inserção social das mulheres violentadas junto à Unidade de Polícia Pacificadora
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