13 research outputs found

    Manuais para o ensino elementar na Bahia: recortes históricos

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    Este trabalho se situa na área da Cultura Escrita, no viés da escolarização e de estudo da língua portuguesa. Trata de manuais usados com fins pedagógicos, do século XVI ao XIX, com enfoque no século XIX, na Bahia, com o objetivo de tornar evidentes os gêneros escolares de maior uso, como cartilhas, catecismos, manuais de caligrafia e compêndios de várias naturezas. Também se ressaltam os processos de leitura, que vigoraram nesse período, a partir de Darnton (1992). Apresentam-se excertos de Falas de Presidentes da Província e excertos de Relatórios da Diretoria da Instrução Pública do século XIX, para evidenciar o processo de distribuição de compêndios às escolas elementares, e o que os estudantes liam. Dos manuais de ensino elementar que tiveram lugar no século XIX, na Bahia, escolheu-se a gramática de Martagão, para tecer breves comentários: verificar a concepção de língua existente, como a gramática se organiza em suas partes constituintes, como o autor percebe alguns fatos linguísticos.

    O onde e seus correlatos em corpus do século XVII e XVIII

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    Nesta pesquisa, são feitas observações sobre a realização do ONDE e de seus correlatos (aonde, de onde, por onde). O corpus escolhido abrange as Cartas da Bahia de Antônio Vieira, século XVII e as Cartas Baianas Setecentistas, do século XVIII, organizadas por Lobo (2001). Os dados apresentados são de quarenta cartas selecionadas de cada obra. Esta pesquisa integra um estudo maior, não só envolvendo a obra de Vieira, mas também estudos do ONDE em outras sincronias. O objetivo desta pesquisa foi verificar os processos de variação e de mudança por que passa o ONDE, buscando confirmar hipóteses de que uma vez fazendo parte da língua, os itens se conformam às situações comunicativas e cognitivas dos falantes em cada época histórica, e que a cada recorrência novos usos podem se apresentar, numa relação de estabilidade, variação e mudança. Os resultados da pesquisa apontam que, em termos da mudança, o que se verifica é que o conjunto de usos do ONDE das sincronias sob enfoque se encontra em estágios anteriores da língua e também posteriores. Quanto ao ONDE e seus correlatos, estudos têm demonstrado que novos usos vão surgindo de formas já existentes, indicando a polissemia desses itens; algumas dessas formas se mantêm em uso, outras permanecem latentes, podendo reaparecer em um dado momento histórico

    Os valores do ONDE na Língua Falada

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    O texto apresenta um estudo sincrônico do ONDE na fala de Salvador, a partir de um corpus oral em que se verificam os valores desse item gramatical, correlacionados a fatores sociais: faixa etária, escolaridade e gênero. Os valores do ONDE são considerados numa perspectiva cognitivista e a freqüência de uso e suas implicações sociais numa perspectiva da Teoria Variacionista. Os dados analisados evidenciam valores abstratos do ONDE que vêm se firmando nesta sincronia, ao lado do valor de espaço físico, o mais básico desse item. Palavras-chave: ONDE, valores semânticos, fatores sociais. Abstract: This text presents a synchronic study of the word ONDE in the dialect of Salvador, using an oral corpus in order to verify the values of this grammatical word correlating it to social factors: age, schooling and gender. ONDE’s values are considered in a cognitivist perspective and the frequency of its use and social implications in a perspective of the Variacionist Theory. The analysed data make evidence of ONDE’s abstract values that is being firmed in this synchrony side by side of the physique space value, the most basic value of this word. Key words: ONDE, semantic values, social factors

    Do Período Arcaico à ilustração: compreendendo a escolarização linguística do português à luz de Mattos e Silva

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    O presente trabalho tem como objetivo focalizar o processo de escolarização linguística do português, em dois momentos históricos: o primeiro, no período arcaico; o segundo, no período colonial, entre o final do século XVIII e início do XIX. É o período da chamada era das luzes, ou ilustração, que em Portugal e suas possessões se consubstancia com as Reformas Pombalinas da Instrução Pública, levadas a termo pelo primeiro-ministro de D. José I, Sebastião José de Carvalho e Mello, o Marquês de Pombal. Nesse percurso, tomam-se como referência as postulações de Rosa Virgínia Mattos e Silva sobre a escolarização e seus efeitos na normatização do português, e também na compreensão da polarização entre normas vernáculas e normas cultas. Para além do aspecto meramente linguístico, buscam-se, nas diferentes sincronias, os contextos sócio-históricos, dados demográficos, que possam evidenciar políticas linguísticas que se fizeram presentes. Além da obra de Mattos e Silva que embasa este trabalho, serviram como fontes a legislação pombalina, especialmente o Alvará Régio de 28 de junho de 1759, que trata da expulsão dos clérigos da Companhia de Jesus, bem como os escritos do professor régio de grego, na Capitania da Bahia, Luís dos Santos Vilhena. Com isso, espera-se trazer subsídios para o entendimento do papel da escolarização, enquanto difusor da escrita e de uma norma, nas diversas sociedades

    Possessivos de terceira pessoa: usos em correspondências do século XIX, questões teóricas e prescrições gramaticais

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    Este artigo apresenta um estudo sobre a variação nos usos dos possessivos de terceira pessoa – seu e dele – e suas flexões, a partir de um corpus constituído de um conjunto de correspondências manuscritas por professores primários da Bahia, entre os anos 50 e 80 do século XIX. Apresenta-se o histórico desses possessivos de terceira pessoa, verifica-se qual tratamento é dado a esses pronomes por gramáticas do século XIX e demonstra-se o quadro desses possessivos de terceira pessoa no corpus, considerando-se algumas variáveis. Constata-se que os usos variáveis dos possessivos seu e dele não se registravam nas gramáticas da época, mas estavam presentes nas correspondências dos professores

    De muitas histórias para uma sócio-história do português: um manuscrito oitocentista e uma experiência metodológica

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    This article aims to present a methodological experience, based on the interface between linguistic-philological studies and the Social History of Written Culture, based on the semi-diplomatic edition of the Livro de Razão do Campo Seco, a manuscript produced between 1794 and 1838 by three members of the Pinheiro Canguçu family (Antônio Pinheiro Pinto, Inocêncio José Pinheiro and Miguel Joaquim de Castro Mirante) in Bom Jesus dos Meiras, present-day Brumado. To this end, the context of formation and dissemination of Brazilian Portuguese is briefly characterized, highlighting the importance of interdisciplinary dialogue as a fruitful resource in the reconstitution of the history of the Portuguese language. The results obtained reveal a new look at the sources, with emphasis on the elaboration of the profile of the person who wrote and their position in the community, in addition to indicating a solution for the aspect of representativeness of the sources. In addition, it is possible to reinforce information about the schooling factor, essential knowledge for understanding the linguistic polarization in Brazil.Este artigo tem como objetivo apresentar uma experiência metodológica, pautada na interface entre os estudos linguístico-filológicos e a História Social da Cultura Escrita, realizada a partir da edição semidiplomática do Livro de Razão do Campo Seco, manuscrito produzido entre 1794 e 1838, por três pessoas da família Pinheiro Canguçu (Antônio Pinheiro Pinto, Inocêncio José Pinheiro e Miguel Joaquim de Castro Mirante) em Bom Jesus dos Meiras, atual cidade de Brumado. Para tanto, caracteriza-se, brevemente, o contexto de formação e difusão do português brasileiro, destacando a importância do diálogo interdisciplinar como um recurso profícuo na reconstituição da história da língua portuguesa. Os resultados obtidos revelam um novo olhar sobre as fontes, com ênfase na elaboração do perfil de quem escreveu e sua posição na comunidade, além de indicar solução para o aspecto da representatividade das fontes. Além disso, é possível reforçar informações sobre o fator escolarização, conhecimento essencial para a compreensão da polarização linguística do Brasil.

    O impacto da ratio studiorum nas aldeias do sertão

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    O presente artigo ressalta a relevância da Ratio Studiorum à formação dos jesuítas e o seu desempenho com a catequese, nas missões dos “caminhos de dentro”, no período seiscentista, na colônia brasileira. Assim, propõe-se a um estudo de cunho bibliográfico e documental para compreender como a formação humanística da Ratio Studiorum contribuiu para o relacionamento e a atuação dos inacianos em sua missão, na América portuguesa, mais propriamente, nos sertões da capitania da Bahia. Também, toma-se o jesuíta Pe. Vicenzo Mamiani, que teve missão junto aos Kiriri e produziu um catecismo, Catecismo da Doutrina Christãa na Lingua Brasilica da Nação Kiriri (MAMIANI, 1698), e uma gramática, Arte de Grammatica da Lingua Brasilica da Naçam Karirí (MAMIANI, 1699), os quais serão objeto de análise.  A pesquisa se situa no âmbito da historiografia linguística e da linguística histórica sócio-histórica e embasa-se nos estudos de Mattos e Silva (1993, 2006), Pompa (2003), Leite (2000), Cardim (1997), Sousa (1971), Miranda (2007), Rodrigues (1994), dentre outros, que trazem uma abordagem dos contatos entre jesuítas e indígenas, e questões sócio-históricas, no período da colonização brasileira. Como resultado, apresentam-se ações da catequese nas aldeias do semiárido baiano, que firmam a arte de doutrinar em língua Kiriri, como também, um levantamento da produção escrita referente à língua Kiriri, o catecismo e a gramática, produzidos por Mamiani, que evidenciam a sua formação humanística do Ratio Studiorum

    A Linguística Histórica no século XX e seus desdobramentos nos estudos sociolinguísticos: uma homenagem a Rosa Virgínia Mattos e Silva

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    Aborda-se, neste artigo, a Linguística Histórica na perspectiva dos estudos contemporâneos. São desencadeadores desse tema dois artigos e um livro de Rosa Virgínia Mattos e Silva, para quem se presta homenagem. Tem-se, como objetivo, verificar o que Mattos e Silva apresenta sobre a linguística histórica e, a partir daí, numa perspectiva histórica sócio-histórica, contemplar um autor do século XVIII, Luís dos Santos Vilhena, e sua obra, o Livro1 de cartas dirigidas a D. João, príncipe de Portugal. A partir dessas cartas, num recorte, se procede a um estudo variacionista do uso dos clíticos, para se identificar que padrão gramatical escrito apresenta Vilhena, se do português clássico, do português moderno, ou do nascente português brasileiro. Seguindo o que apresenta Mattos e Silva, da complementaridade de teorias, nessa contemporaneidade, se alia o estudo teórico de Galves (2007), sobre a periodização do português, em que se toma a Língua-I, a gramática, e não a Língua-E, possibilitando verificar a competição de gramáticas, e o estudo de Galves e Lobo (2009) sobre os clíticos, a uma análise variacionista. A conclusão a que se chega é que a gramática escrita dos clíticos de Vilhena evidencia o português clássico, predominante nos séculos XVI e XVII. Para essa conclusão, concorreram os aspectos levantados sobre o autor e sua obra, e os aspectos estruturais estudados. Sobre o uso proclítico, esse é o que vai predominar, tempos depois, na gramática do português brasileiro, passada a fase mais enclítica do oitocentos

    Escolarização e demografia na capitania de Porto Seguro

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    Este artigo trata da escolarização e demografia em Porto Seguro e se insere no âmbito dos estudos do PHPB, relativos à investigação da história social linguística do Brasil. Tem-se, como objetivo geral, apresentar o levantamento do percurso histórico de Porto Seguro, quanto à demografia e à escolarização, do século XVI ao século XIX. Como objetivos específicos, identificar o contingente populacional existente nesses séculos, nesse local; identificar, do ponto de vista educacional, qual(quais) o(s) sistema(s) de ensino, quem eram os docentes, e a quantos esse ensino atingia. A pesquisa desenvolvida se deu em fontes primárias, como relatórios e falas de Presidentes da Província da Bahia, e em fontes secundárias, censos e livros de historiadores do século XVIII, em diante. A investigação histórica sobre o português brasileiro passa por seu território, pelas populações que viveram em cada região, administrativamente constituída, desde o século XVI, com a divisão em capitanias. O decreto pombalino, no século XVIII, instituindo o português como língua oficial de comunicação, e outras determinações, teve repercussões do ponto de vista, não só social, administrativo, mas educacional. Pretende-se responder como essas fases se constituíram em Porto Seguro, no que diz respeito às suas populações sucessivas, e ao seu sistema educacional, considerando os séculos sob observação

    História das práticas filológicas, linguísticas e socioculturais da escrita: diferentes perspectivas

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    A coletânea reúne, em três partes, trabalhos de professores e pesquisadores brasileiros que vêm desenvolvendo projetos e pesquisas com temas relativos às áreas de Linguística Histórica, Filologia e História da Cultura Escrita. Na parte I, enfatizam-se aspectos necessários à leitura e à edição de documentos, ao uso de novas ferramentas das humanidades digitais, à constituição de corpora, entre outros. Em seguida, a parte II traz descrições e análises de dados linguístico-culturais referentes ao léxico histórico toponímico, às unidades fraseológicas e campo semântico jurídico, à morfologia histórica, à gramática e ensino. Por fim, na parte III, observa-se o desenvolvimento histórico das práticas sociais de ler e de escrever, com ênfase na análise da diversidade dos discursos e representações, bem como na diversidade do acesso à cultura escrita
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