13 research outputs found

    Systemic cycles of capitalism, State and federative dynamics : a theoretical discussion

    Get PDF
    O artigo tem como objetivo apresentar uma discussão sobre a relação entre os ciclos sistêmicos do capitalismo e as dinâmicas federativas dos Estados periféricos. Parte-se do pressuposto que as federações não são forjadas unicamente por suas rotas institucionais internas, como sustentam as teorias institucionalistas, mas sofrem influências dos ciclos sistêmicos do capitalismo. Dessa maneira, processos de centralização e descentralização dos Estados responderiam ao movimento cíclico capitalista que impõe modelos descentralizadores e liberais alternados por modelos de Estados ativos e coordenadores, impondo mudanças no funcionamento de federações. Nos anos 1980, se difundiu a visão de que a descentralização significaria um instrumento de eficiência administrativa, accountability e democratização. Aqui argumenta-se que a descentralização não carrega consigo um valor intrínseco e seus efeitos dependem do Estado que se quer reformar e dos contextos sócio históricos que lhes atribuem sentido.The article aims to present a discussion about the relationship between the systemic cycles of capitalism and the federative dynamics of peripheral states. It is assumed that federations are not forged solely by their internal institutional routes, as institutionalist theories hold, but they are influenced by the systemic cycles of capitalism. In this way, processes of state's centralization and decentralization would respond to the cyclical capitalist movement that imposes decentralizing and liberal models alternated by models of active states and coordinators, imposing changes in the functioning of federations. In the 1980s, it was said that decentralization would mean an instrument of administrative efficiency, accountability, and democratization. Here it is argued that decentralization does not carry with it an intrinsic value and its effects depend on the State that one wants to reform and the socio-historical contexts that give them meaning

    Ciclos sistêmicos do capitalismo, Estado e dinâmica federativa: uma discussão teórica

    Get PDF
    The article aims to present a discussion about the relationship between the systemic cycles of capitalism and the federative dynamics of peripheral states. It is assumed that federations are not forged solely by their internal institutional routes, as institutionalist theories hold, but they are influenced by the systemic cycles of capitalism. In this way, processes of state’s centralization and decentralization would respond to the cyclical capitalist movement that imposes decentralizing and liberal models alternated by models of active states and coordinators, imposing changes in the functioning of federations. In the 1980s, it was said that decentralization would mean an instrument of administrative efficiency, accountability, and democratization. Here it is argued that decentralization does not carry with it an intrinsic value and its effects depend on the State that one wants to reform and the socio-historical contexts that give them a meaning.El artículo presenta una discusión sobre la relación entre los ciclos sistémicos del capitalismo y las dinámicas federativas de los Estados periféricos. Se supone que las federaciones no se forjan únicamente por sus rutas institucionales internas, como sostienen las teorías institucionalistas, sino que están influenciadas por los ciclos sistémicos del capitalismo. De esta manera, los procesos de centralización y descentralización del Estado responderían al movimiento capitalista cíclico que impone modelos descentralizados y liberales alternados por modelos de Estados activos y coordinadores, que imponen cambios en el funcionamiento de las federaciones. En la década de 1980, se dijo que la descentralización significaría un instrumento de eficiencia administrativa, responsabilidad y democratización. Aquí se argumenta que la descentralización no conlleva un valor intrínseco y sus efectos dependen del Estado que se quiera reformar y los contextos sociohistóricos que les dan un significado.O artigo tem como objetivo apresentar uma discussão sobre a relação entre os ciclos sistêmicos do capitalismo e as dinâmicas federativas dos Estados periféricos. Parte-se do pressuposto que as federações não são forjadas unicamente por suas rotas institucionais internas, como sustentam as teorias institucionalistas, mas sofrem influências dos ciclos sistêmicos do capitalismo. Dessa maneira, processos de centralização e descentralização dos Estados responderiam ao movimento cíclico capitalista que impõe modelos descentralizadores e liberais alternados por modelos de Estados ativos e coordenadores, impondo mudanças no funcionamento de federações. Nos anos 1980, se difundiu a visão de que a descentralização significaria um instrumento de eficiência administrativa, accountability e democratização. Aqui argumenta-se que a descentralização não carrega consigo um valor intrínseco e seus efeitos dependem do Estado que se quer reformar e dos contextos sócio históricos que lhes atribuem sentido

    Brazil in South-South collective action for social development

    Get PDF
    O objetivo do artigo é explicar a cooperação do Brasil com países do eixo Sul-Sul em prol do desenvolvimento social. A primeira parte do estudo enfatiza a rationale estratégica da cooperação internacional brasileira, situando-a sob a ótica das teorias da ação coletiva global (Jervis, 1978; Hardin, 1982; Moe, 1988; Sandler, 2004). A segunda parte do artigo apresenta dados quantitativos sobre as atividades de cooperação internacional desenvolvidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), acompanhada de uma análise qualitativa de entrevistas realizadas com gestores do ministério. A pesquisa realizada permite corroborar a ideia de que o Brasil exerce um papel relevante e inovador na ação coletiva Sul-Sul para o desenvolvimento social, motivado não apenas pela obtenção de ganhos coletivos absolutos, mas também pela possibilidade de obtenção de ganhos políticos relativos, notadamente uma maior influência sistêmica, acesso a novos mercados e estabilidade na América do Sul e na África Subsaariana.The aim of this article is to explain the cooperation between Brazil and the countries of South-South axis in favor of social development. The first part of the study emphasizes the strategic rationale of the Brazilian international cooperation, placing it under the optic of the theories of global collective action (Jervis, 1978; Hardin, 1982; Moe, 1988; Sandler, 2004). The second part of the paper presents quantitative data on the activities of international cooperation developed by the Ministry of Social Development and Hunger Combat (MDS), accompanied by a qualitative analysis of interviews made with managers of this ministry. The conducted research allows to corroborate the idea that Brazil plays an important and innovative role in South-South collective action for social development, motivated not only by collective absolute gains, but also by the possibility of achieving substantial relative political gains, like greater systemic influence, access to new markets and stability in South America and Sub-Saharan Africa

    Cooperação sul-sul no sistema mundial (1955-2016) : do não-alinhamento à multipolaridade

    Get PDF
    Este trabalho pretende apresentar a Cooperação Sul-Sul (CSS) em seus aspectos históricos, econômicos, políticos e ideacionais, demonstrando que o fenômeno não pode ser compreendido apartado do entendimento sobre a lógica do sistema mundial, bem como não comporta análises enviesadas que só considerem apenas um destes ângulos. A CSS se modifica, avança, recua, de acordo com os padrões de percepção dos países periféricos e semiperiféricos sobre a ordem internacional. Ao longo do tempo, o componente econômico é o que une a diversidade imensa de países: todos foram vítimas da colonização, todos enfrentam problemas graves, como pobreza, desigualdade, violência e exploração. Entretanto, a localização geográfica, o tamanho da população e do mercado consumidor, a disponibilidade de recursos e o nível de autonomia e soberania tornam alguns países mais destacados que outros e mais capazes de transbordar suas capacidades no entorno regional e mesmo longe de seus territórios, proporcionando aos países de menor desenvolvimento relativo alternativas que resultem em relações menos verticais do que as relações com o Norte/Ocidente. No âmago da transição da bipolaridade para a multipolaridade, alteram-se as estratégias e a forma de atuação dos países do Terceiro Mundo/Sul. No meio termo desta transição, a “ilusão da unipolaridade” dos anos 1980 e 1990 resulta em arrefecimento do ímpeto da Cooperação Sul-Sul e na tentativa de se desenvolver a partir da submissão a princípios de governança originados no Norte (neoliberalismo e Consenso de Washington). Tendo rompido essa fase, os países da periferia adaptam a estratégia do não-alinhamento – que fora útil durante a Guerra Fria – pela estratégia de promoção da multipolaridade, beneficiando-se da proliferação de alternativas de alinhamento e cooperação para se desenvolver. A revalorização de áreas periféricas antes esquecidas demonstra o papel que a multipolaridade, fomentada sobretudo pelos BRICS, vem a cumprir no sistema mundial que se inaugura no século XXI. Resta saber se a crise de 2008 será responsável por arrefecer o ímpeto da Cooperação Sul-Sul e ceder lugar à disputa, já que não interessa ao Norte/Ocidente uma periferia unida. Por fim, a crise que afeta alguns países dos BRICS a partir de 2014 coloca em questão a possibilidade de ampliação da Cooperação Sul-Sul por conta da necessidade de conter recursos e concentrar-se em temas domésticos.This work intends to present the South-South Cooperation (SSC) in its historical, economic, political and ideational aspects, demonstrating that the phenomenon cannot be understood apart from the understanding of the logic of the world system, and does not deserve biased analyzes that only consider only one of these angles. The SSC changes, advances, retreats, according to the perception of patterns on the international order by peripheral and semi-peripheral countries. Over time, the economic component is what unites the immense diversity of countries: all were victims of colonization, all face serious problems such as poverty, inequality, violence and exploitation. However, the geographical location, the size of the population and consumer market, the availability of resources and the level of autonomy and sovereignty make some of them more prominent countries than others and more able to overflow its capabilities in the regional surroundings and even away from their territories, providing less developed countries with alternatives that result in less vertical relations than that with the North / West. At the heart of the transition from bipolarity to multipolarity, the strategies and the modus operandi of the Third World / South alter. In the middle of this transition, the "illusion of unipolarity" of the 1980s and 1990s results in a cooling momentum of the South-South Cooperation and in an attempt to develop through the submission to governance principles originated in the North (neoliberalism and the Washington Consensus). Having broken this phase, the periphery countries adapt the non-alignment strategy - which was useful during the Cold War – in order to the multipolarity promotion strategy, benefiting from the proliferation of alternatives of alignment and cooperation to develop. The revaluation of peripheral areas previously forgotten demonstrates the role that multipolarity, fueled mainly by the role of BRICS, comes to meet the world system that opens the twenty-first century. The question is whether the 2008 crisis will be responsible for cooling the momentum of South-South Cooperation and giving way to the dispute, since there is no interest to the North / West of a united periphery. Finally, the crisis affecting some of the BRICS countries since 2014 calls into question the possibility of expansion of South-South Cooperation by the need to contain resources and focus on domestic issues

    A dimensão social na inserção externa do Governo Lula : desenvolvimento, diplomacia e Cooperação Sul-Sul

    Get PDF
    Este trabalho tem como objetivo analisar a dimensão social da inserção externa brasileira durante o Governo Lula, dentro de uma perspectiva que leva em consideração o modelo de desenvolvimento interno, a forma de diplomacia e a visão sobre a Cooperação Sul-Sul. A metodologia utilizada consiste na análise temática de evidências empíricas sobre o caso em foco, partindo do instituto da oposição e da comparação com a trajetória histórica anterior, através de revisão bibliográfica, análise documental (sobretudo dos Planos Plurianuais do Governo Lula) e análise de discursos proferidos pelo presidente ao longo do seu mandato. Trata-se de uma tentativa de introduzir metodologicamente na análise de política externa a dimensão social como um componente fundamental para caracterizar um momento histórico da política externa brasileira, que tradicionalmente se valeu sobretudo da diplomacia econômica e política. Esta pesquisa permitiu evidenciar que, durante o Governo Lula (2003-2010), houve um alinhamento estratégico entre objetivos de política social e política externa, inserindo pela primeira vez temas sociais como o combate à fome, à pobreza e à desigualdade no plano internacional, em consonância com um projeto de poder e desenvolvimento para o sistema mundial. A síntese do caso analisado permite vislumbrar o surgimento de uma Política Externa Social (PES) no século XXI, em que se busca ao mesmo tempo promover a igualdade entre indivíduos no seio da sociedade brasileira (através de uma ótica de desenvolvimento que vai além da ampliação das capacidades materiais) e internacionalmente buscar a igualdade entre países através da desconcentração do poder global, da ampliação das relações entre a periferia e a semiperiferia, da criação de confiança mútua em torno do projeto brasileiro de liderança e do desenvolvimento compartilhado (social power).This work aims to analyze the social dimension of the Brazilian international insertion during the Lula government, within a perspective that takes into account the internal development model, the form of diplomacy and the vision on South-South Cooperation. The methodology used is the thematic analysis of empirical evidence on the case in point, through the institute of opposition and comparison with previous historical trajectory, using the literature review, document analysis (especially the Multi-Annual Plans of the Lula administration) and analysis of discourses made by the president over his tenure. It is an attempt to introduce methodologically in foreign policy analysis the social dimension as a fundamental component to characterize a historical moment of Brazilian Foreign Policy, traditionally concerned with mainly economic and political diplomacy. This research has highlighted that during the Lula government (2003-2010), there was a strategic alignment between social policy and foreign policy objectives, with social issues such as hunger, poverty and inequality entering for the first time at the international level, in line with a power and development project for the world system. The synthesis of the analyzed case provides a glimpse of the emergence of a Social Foreign Policy (PES) in the twenty-first century, which seeks to simultaneously promote equality between individuals within the Brazilian society (through a development perspective that goes beyond the expansion of material capabilities) and internationally to seek equality between countries through shared development, devolution of global power and expansion of relations between periphery and semi-periphery, creating mutual trust around the Brazilian leadership project (social power).Este trabajo tiene como objetivo analizar la dimensión social de la inserción internacional de Brasil durante el gobierno de Lula, dentro de una perspectiva que tenga en cuenta el modelo de desarrollo interno, la forma de diplomacia y la visión sobre Cooperación Sur-Sur. La metodología utilizada es el análisis temático de evidencias empíricas sobre el caso en cuestión, a partir del instituto de la oposición y comparación con la trayectoria histórica anterior a través de revisión de la literatura, análisis de documentos (sobre todo los Planes Plurianuales del gobierno de Lula) y análisis de discursos del presidentes durante su gestión. Constituye un intento de introducir, metodológicamente en el análisis de la política exterior, la dimensión social como un componente fundamental para caracterizar un momento histórico de la política exterior brasileña, que tradicionalmente se centró principalmente en la diplomacia económica y política. Esta investigación ha puesto de manifiesto que durante el gobierno de Lula (2003- 2010), hubo un alineamiento estratégico entre los objetivos de política social y política exterior, que inserta por primera vez los problemas sociales como el hambre, la pobreza y la desigualdad en el plano internacional, en línea con un proyecto de poder y desarrollo para el sistema mundial. La síntesis del caso analizado ofrece una visión de la aparición de una Política Exterior Social (ESP) en el siglo XXI, que busca promover al mismo tiempo la igualdad entre los individuos dentro de la sociedad brasileña (a través de una perspectiva de desarrollo que va más allá de la ampliación de capacidades materiales) e internacionalmente buscar el desarrollo compartido, la igualdad entre los países a través de la desconcentración del poder mundial, la expansión de las relaciones entre la periferia y semi-periferia y, la creación de confianza mutua en torno al proyecto de liderazgo de Brasil (social power)

    A dimensão social na inserção externa do Governo Lula : desenvolvimento, diplomacia e Cooperação Sul-Sul

    Get PDF
    Este trabalho tem como objetivo analisar a dimensão social da inserção externa brasileira durante o Governo Lula, dentro de uma perspectiva que leva em consideração o modelo de desenvolvimento interno, a forma de diplomacia e a visão sobre a Cooperação Sul-Sul. A metodologia utilizada consiste na análise temática de evidências empíricas sobre o caso em foco, partindo do instituto da oposição e da comparação com a trajetória histórica anterior, através de revisão bibliográfica, análise documental (sobretudo dos Planos Plurianuais do Governo Lula) e análise de discursos proferidos pelo presidente ao longo do seu mandato. Trata-se de uma tentativa de introduzir metodologicamente na análise de política externa a dimensão social como um componente fundamental para caracterizar um momento histórico da política externa brasileira, que tradicionalmente se valeu sobretudo da diplomacia econômica e política. Esta pesquisa permitiu evidenciar que, durante o Governo Lula (2003-2010), houve um alinhamento estratégico entre objetivos de política social e política externa, inserindo pela primeira vez temas sociais como o combate à fome, à pobreza e à desigualdade no plano internacional, em consonância com um projeto de poder e desenvolvimento para o sistema mundial. A síntese do caso analisado permite vislumbrar o surgimento de uma Política Externa Social (PES) no século XXI, em que se busca ao mesmo tempo promover a igualdade entre indivíduos no seio da sociedade brasileira (através de uma ótica de desenvolvimento que vai além da ampliação das capacidades materiais) e internacionalmente buscar a igualdade entre países através da desconcentração do poder global, da ampliação das relações entre a periferia e a semiperiferia, da criação de confiança mútua em torno do projeto brasileiro de liderança e do desenvolvimento compartilhado (social power).This work aims to analyze the social dimension of the Brazilian international insertion during the Lula government, within a perspective that takes into account the internal development model, the form of diplomacy and the vision on South-South Cooperation. The methodology used is the thematic analysis of empirical evidence on the case in point, through the institute of opposition and comparison with previous historical trajectory, using the literature review, document analysis (especially the Multi-Annual Plans of the Lula administration) and analysis of discourses made by the president over his tenure. It is an attempt to introduce methodologically in foreign policy analysis the social dimension as a fundamental component to characterize a historical moment of Brazilian Foreign Policy, traditionally concerned with mainly economic and political diplomacy. This research has highlighted that during the Lula government (2003-2010), there was a strategic alignment between social policy and foreign policy objectives, with social issues such as hunger, poverty and inequality entering for the first time at the international level, in line with a power and development project for the world system. The synthesis of the analyzed case provides a glimpse of the emergence of a Social Foreign Policy (PES) in the twenty-first century, which seeks to simultaneously promote equality between individuals within the Brazilian society (through a development perspective that goes beyond the expansion of material capabilities) and internationally to seek equality between countries through shared development, devolution of global power and expansion of relations between periphery and semi-periphery, creating mutual trust around the Brazilian leadership project (social power).Este trabajo tiene como objetivo analizar la dimensión social de la inserción internacional de Brasil durante el gobierno de Lula, dentro de una perspectiva que tenga en cuenta el modelo de desarrollo interno, la forma de diplomacia y la visión sobre Cooperación Sur-Sur. La metodología utilizada es el análisis temático de evidencias empíricas sobre el caso en cuestión, a partir del instituto de la oposición y comparación con la trayectoria histórica anterior a través de revisión de la literatura, análisis de documentos (sobre todo los Planes Plurianuales del gobierno de Lula) y análisis de discursos del presidentes durante su gestión. Constituye un intento de introducir, metodológicamente en el análisis de la política exterior, la dimensión social como un componente fundamental para caracterizar un momento histórico de la política exterior brasileña, que tradicionalmente se centró principalmente en la diplomacia económica y política. Esta investigación ha puesto de manifiesto que durante el gobierno de Lula (2003- 2010), hubo un alineamiento estratégico entre los objetivos de política social y política exterior, que inserta por primera vez los problemas sociales como el hambre, la pobreza y la desigualdad en el plano internacional, en línea con un proyecto de poder y desarrollo para el sistema mundial. La síntesis del caso analizado ofrece una visión de la aparición de una Política Exterior Social (ESP) en el siglo XXI, que busca promover al mismo tiempo la igualdad entre los individuos dentro de la sociedad brasileña (a través de una perspectiva de desarrollo que va más allá de la ampliación de capacidades materiales) e internacionalmente buscar el desarrollo compartido, la igualdad entre los países a través de la desconcentración del poder mundial, la expansión de las relaciones entre la periferia y semi-periferia y, la creación de confianza mutua en torno al proyecto de liderazgo de Brasil (social power)

    Cooperação sul-sul no sistema mundial (1955-2016) : do não-alinhamento à multipolaridade

    Get PDF
    Este trabalho pretende apresentar a Cooperação Sul-Sul (CSS) em seus aspectos históricos, econômicos, políticos e ideacionais, demonstrando que o fenômeno não pode ser compreendido apartado do entendimento sobre a lógica do sistema mundial, bem como não comporta análises enviesadas que só considerem apenas um destes ângulos. A CSS se modifica, avança, recua, de acordo com os padrões de percepção dos países periféricos e semiperiféricos sobre a ordem internacional. Ao longo do tempo, o componente econômico é o que une a diversidade imensa de países: todos foram vítimas da colonização, todos enfrentam problemas graves, como pobreza, desigualdade, violência e exploração. Entretanto, a localização geográfica, o tamanho da população e do mercado consumidor, a disponibilidade de recursos e o nível de autonomia e soberania tornam alguns países mais destacados que outros e mais capazes de transbordar suas capacidades no entorno regional e mesmo longe de seus territórios, proporcionando aos países de menor desenvolvimento relativo alternativas que resultem em relações menos verticais do que as relações com o Norte/Ocidente. No âmago da transição da bipolaridade para a multipolaridade, alteram-se as estratégias e a forma de atuação dos países do Terceiro Mundo/Sul. No meio termo desta transição, a “ilusão da unipolaridade” dos anos 1980 e 1990 resulta em arrefecimento do ímpeto da Cooperação Sul-Sul e na tentativa de se desenvolver a partir da submissão a princípios de governança originados no Norte (neoliberalismo e Consenso de Washington). Tendo rompido essa fase, os países da periferia adaptam a estratégia do não-alinhamento – que fora útil durante a Guerra Fria – pela estratégia de promoção da multipolaridade, beneficiando-se da proliferação de alternativas de alinhamento e cooperação para se desenvolver. A revalorização de áreas periféricas antes esquecidas demonstra o papel que a multipolaridade, fomentada sobretudo pelos BRICS, vem a cumprir no sistema mundial que se inaugura no século XXI. Resta saber se a crise de 2008 será responsável por arrefecer o ímpeto da Cooperação Sul-Sul e ceder lugar à disputa, já que não interessa ao Norte/Ocidente uma periferia unida. Por fim, a crise que afeta alguns países dos BRICS a partir de 2014 coloca em questão a possibilidade de ampliação da Cooperação Sul-Sul por conta da necessidade de conter recursos e concentrar-se em temas domésticos.This work intends to present the South-South Cooperation (SSC) in its historical, economic, political and ideational aspects, demonstrating that the phenomenon cannot be understood apart from the understanding of the logic of the world system, and does not deserve biased analyzes that only consider only one of these angles. The SSC changes, advances, retreats, according to the perception of patterns on the international order by peripheral and semi-peripheral countries. Over time, the economic component is what unites the immense diversity of countries: all were victims of colonization, all face serious problems such as poverty, inequality, violence and exploitation. However, the geographical location, the size of the population and consumer market, the availability of resources and the level of autonomy and sovereignty make some of them more prominent countries than others and more able to overflow its capabilities in the regional surroundings and even away from their territories, providing less developed countries with alternatives that result in less vertical relations than that with the North / West. At the heart of the transition from bipolarity to multipolarity, the strategies and the modus operandi of the Third World / South alter. In the middle of this transition, the "illusion of unipolarity" of the 1980s and 1990s results in a cooling momentum of the South-South Cooperation and in an attempt to develop through the submission to governance principles originated in the North (neoliberalism and the Washington Consensus). Having broken this phase, the periphery countries adapt the non-alignment strategy - which was useful during the Cold War – in order to the multipolarity promotion strategy, benefiting from the proliferation of alternatives of alignment and cooperation to develop. The revaluation of peripheral areas previously forgotten demonstrates the role that multipolarity, fueled mainly by the role of BRICS, comes to meet the world system that opens the twenty-first century. The question is whether the 2008 crisis will be responsible for cooling the momentum of South-South Cooperation and giving way to the dispute, since there is no interest to the North / West of a united periphery. Finally, the crisis affecting some of the BRICS countries since 2014 calls into question the possibility of expansion of South-South Cooperation by the need to contain resources and focus on domestic issues
    corecore