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Ecologia e conservação de populações simpátricas de pequenos cetáceos em ambiente estuarino no sul do Brasil
Orientador : Paulo César de Azevedo Simões-LopesTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Zoologia. Defesa: Curitiba, 2007Inclui bibliografia e anexosArea de concentração: ZoologiaNo estuário da baía da Babitonga, litoral norte de Santa Catarina, a toninha (Pontoporia
blainvillei) e o boto-cinza (Sotalia guianensis) ocorrem ao longo de todo o ano,
caracterizando a ocorrência de simpatria direta. Foram utilizados diferentes métodos de
trabalho com o objetivo de estudar a ecologia destas populações no período de
março/1997 a março/2006. Informações preliminares sobre as toninhas foram obtidas
através de observações ad libitum, assim como através de transecções lineares. Os sons
produzidos pela espécie foram registrados através de um sistema de aquisição com
limite da capacidade máxima em 19 kHz. Estimações de densidade e abundância
populacional de toninhas e botos-cinza foram obtidas através de transecções lineares
com amostragem de distâncias. Informações sobre a dieta foram obtidas a partir da
análise de conteúdo estomacal de animais encontrados mortos. A comunidade ictíica foi
estudada através da coleta nas áreas de concentração dos cetáceos e em áreas não
utilizadas. A distribuição das populações de botos-cinza e toninhas foi analisada através
de varreduras na baía. As ameaças que atingem estas populações foram identificadas
com base no conhecimento existente sobre estas espécies de cetáceos e o hábitat da
baía. A média de tamanho de grupo de toninhas foi sete. A espécie foi encontrada na
baía ao longo de todo o ano e foram identificadas áreas de uso preferencial. Filhotes
foram registrados em todas as estações. A espécie produz assobios na faixa audível,
embora com reduzida freqüência. Todos os assobios foram ascendentes e a maioria
apresentou modulação. A abundância média de botos-cinza foi estimada em 208
indivíduos. A maior densidade foi estimada para o primeiro período, com 1,6 ind./km2
(95% IC: 0,93 – 2,71). A população de toninhas foi estimada em 50 animais e a
densidade foi de 0,32 ind./km2. Ambas as espécies consumiram preferencialmente
teleósteos, seguido de cefalópodes e crustáceos. A dieta das toninhas foi composta por
12 espécies de teleósteos, com destaque para Stellifer rastrifer e Cetengraulis edentulus.
O boto-cinza predou sobre 19 espécies, sendo as principais Mugil curema e
Micropogonias furnieri. Lolliguncula brevis foi o único cefalópode identificado na dieta
de ambas. As áreas de concentração da toninha e do boto-cinza se caracterizaram pela
abundância das principais espécies de presas da toninha, que em geral dominaram a
comunidade. O inverno foi o período mais crítico pela redução da biomassa das presas.
Sugere-se que a toninha é generalista e oportunista na sua dieta, enquanto o boto-cinza é
generalista e seletivo. A área de vida das toninhas totalizou 26 km2, enquanto a de
botos-cinza foi de 79 km2. Ambas espécies mostraram preferência por áreas com relevo
mais acentuado, assim como por áreas mais profundas. A maior parte das ameaças está
diretamente relacionada à perda de habitat. Os impactos que representaram uma maior
ameaça foram a captura acidental em redes de pesca e a sobrepesca. A integração de
ações legais, de pesquisa e de políticas públicas é fundamental para se investir
efetivamente na conservação destas populações de cetáceos
Sistema pesqueiro da Baía da Babitonga, litoral norte de Santa Catarina: uma abordagem etnoecológica
Este artigo caracteriza o sistema de pesca artesanal na Baía da Babitonga, região estuarina do litoral norte de Santa Catarina. Descreve as modalidades de pesca, formas de exploração dos recursos, características dos petrechos e dinâmicas na transformaçao da pesca local. A pesquisa se apoiou em entrevistas parcialmente estruturadas, com informantes especialistas, e entrevistas semi-estruturadas, com informantesaleatórios
Etnoecologia e captura acidental de golfinhos (Cetacea: Pontoporidae e Delphinidae) na Baía da Babitonga, Santa Catarina
Este trabalho faz uma análise etnoecológica da captura acidental de golfinhos das espécies Pontoporiablainvillei e Sotalia guianensis pela pesca artesanal na Baía da Babitonga (Santa Catarina). Redes de emalhe, especialmente em pesca de fundeio, são potencialmente impactantes. A interação pescador - golfinhos tem de fato um caráter etnoconservacionista. São conhecidos pelos pescadores aspectos de cadeia alimentar, estratégias de pesca, tamanho de grupo, uso de habitat e comportamento dos golfinhos. Esses conhecimentos podem ser a base de futuras pesquisas e propostas de conservação das espécies,uma vez que P. blainvillei é espécie ameaçada de extinçao e, juntamente com S. guianensis, insuficientemente conhecida
Influencia de las mareas y las estaciones en el uso de hábitat de delfines en un estuario del sur de Brasil
In this study we describe how franciscana and Guiana dolphin habitat use is influenced by tidal cycles and seasonality in Babitonga Bay. The franciscanas use a greater area in winter and a smaller area in summer, but the extent of the area used did not vary with the tide. Guiana dolphins did not change the extent of the area used within seasons or tides. Franciscanas remained closer to the mouth of the bay and the islands during ebb tide, moving to the inner bay areas and closer to the mainland coast during flood tide. Guiana dolphin used areas closer to the mainland coast during the flood tide. Guiana dolphin patterns of movement do not seem to be related to the tidal current. Franciscanas used sandier areas while Guiana dolphins preferred muddy areas, with some seasonal variation. We suggest that these dolphins modify their distributions based on habitat accessibility and prey availability. This study enhances our knowledge of critical habitat characteristics for franciscana and Guiana dolphins, and these factors should be considered when planning local human activities targeting species conservation.En este estudio describimos como el uso del hábitat del delfín franciscana y delfín costero es influenciado por los ciclos de mareas y las estaciones en la bahía Babitonga. Las franciscanas utilizan áreas mayores en invierno y menores en verano, pero el tamaño del área utilizada no varió con las mareas. El área de uso del delfín costero no varió entre estaciones ni con las mareas. Las franciscanas permanecieron más próximas a la boca de la bahía e islas durante la marea baja, moviéndose hacia áreas más internas cercanas al margen del continente durante la marea alta. Del mismo modo, el delfín costero utilizó áreas cercanas al margen del continente durante la marea alta. Los patrones de movimiento del delfín costero no presentaron relación con las corrientes de marea. Las franciscanas utilizaron áreas con más arena mientras que los delfines costeros prefirieron áreas lodosas; esta preferencia varió estacionalmente para ambas especies. Sugerimos que estos delfines modifican su distribución en base a la accesibilidad del hábitat y la disponibilidad de presas. Este estudio aumenta nuestro conocimiento sobre las características del hábitat crítico para la franciscana y el delfín costero, y estos factores deben ser considerados en la planificación de las actividades humanas locales orientadas a la conservación de estas especies
O MEIO AMBIENTE DO TRABALHO PORTUÁRIO: ESTUDO DE CASO DOS ESTIVADORES DO PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL (SC)
O objeto do estudo é o meio ambiente do trabalho portuário dos estivadores do Porto de São Francisco do Sul (SC). Como objetivos apresentaram-se: a verificação do cumprimento das normas de saúde e segurança no trabalho portuário pelos estivadores, a análise dos potenciais reflexos do possível não cumprimento dessas normas à saúde do estivador, a coleta de informações sobre os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais mais comuns no meio ambiente portuário
BACTÉRIAS PRESENTES EM FILHOTES DE GUARÁ (Eudocimus ruber), BAÍA BABITONGA, ESTADO DE SANTA CATARINA, BRASIL
Aves silvestres são importantes para a saúde pública devido ao seu potencial de transmissão de microrganismos patogênicos aos seres humanos. As aves aquáticas, como o guará (Eudocimus ruber), forrageiam e se reproduzem próximo de áreas antropizadas e estas, quando contaminadas, podem transmitir bactérias patogênicas às aves. O objetivo deste trabalho foi identificar o perfil de bactérias aeróbicas cloacais em filhotes de guará na colônia mista da Ilha Jarivatuba, em Joinville, Santa Catarina. Foram coletados swabs cloacais de filhotes de guará na estação reprodutiva de 2015/2016 (n=16) e 2016/2017 (n=34), todos de aves de aspecto clínico normal, e plaqueados em ágar sangue, MacConkey e Salmonella-Shigella em aerobiose. Foram isolados os seguintes microrganismos: Escherichia coli, Proteus vulgaris, Proteus spp., Klebsiella sp. Enterococcus spp. e Staphylococcus spp. A ocorrência de E. coli, Enterococcus spp. e P. vulgaris podem ser representantes da microbiota natural da espécie, uma informação desconhecida. Entretanto, a localização da colônia de aves aquáticas, na foz do rio Cachoeira, com o aporte de efluentes domésticos e industriais da cidade de Joinville sem tratamento adequado, pode indicar modificação dos perfis bacterianos. Torna-se evidente a necessidade de avançar com a sua tipificação fenotípica e genotípica dos isolados, para análises comparativas com estirpes presentes nos efluentes sanitários da região. Os resultados poderão contribuir para a conservação da espécie e outras aves aquáticas da área, permitindo a elaboração de projetos de conservação, gestão do ambiente costeiro e marinho, além de subsidiar medidas preventivas efetivas no combate as perdas de filhotes e potenciais epidemias zoonóticas.Palavras-chave: Pelecaniformes, guará, filhotes, bactérias
Revisão bibliométrica de estudos da avifauna no Ecossistema Babitonga, Santa Catarina, Brasil
A baía Babitonga vem sofrendo forte especulação imobiliária, incluindo a construção de grandes empreendimentos, o que vem reduzindo significativamente os ambientes naturais na região. Esta ocupação necessita de esforços que busquem a gestão integrada destes impactos. O presente artigo foi elaborado seguindo um roteiro proposto pelo Grupo de Pesquisa Babitonga. Desta forma, foram abordados os assuntos: 1) principais iniciativas e projetos de pesquisa e ação em andamento ou realizados; 2) diversidade de espécies nativas, exóticas/invasoras; 3) diversidade e heterogeneidade de ecossistemas e habitats importantes para o componente na área de estudo; 4) as pressões sobre estas espécies e habitats e; 5) a relevância das populações de espécies-chave em nível regional e/ou nacional. Foram identificados 50 estudos já realizados, que tratam principalmente do levantamento de espécies (53,1%), da reprodução (28,6%), do comportamento (8,16%), da ocorrência de patógenos (6,1%), da dieta e de aspectos relacionados à história natural (2,04%). A riqueza estimada para este para a região da Babitonga foi de 474 espécies, o que representa 70% da avifauna de Santa Catarina. Devido à complexidade de ambientes o a região abriga pelo menos 40 espécies ameaçadas de extinção, assim como espécies migrantes de origem neártica e do extremo sul do Hemisfério Sul. Devido a esta grande riqueza da região, é importante a continuidade dos estudos, principalmente em municípios onde a avifauna é pouco conhecida. Vários aspectos biológicos ainda carecem de informações mais precisas para grande parte destas espécies. Ações que visem garantir a manutenção destas populações, incluindo estudos que possam ampliar o conhecimento sobre avifauna local e acompanhar as alterações a longo prazo são de grande importância. Alguns aspectos são apresentados e precisam ser considerados diante de novas intervenções na região
Herpetofauna na região da Baía Babitonga, nordeste do estado de Santa Catarina: estado atual do conhecimento
O conhecimento sobre a fauna local fornece subsídios chave para a elaboração de estratégias e implementação de práticas de conservação. O Ecossistema Babitonga (EB), no nordeste do estado de Santa Catarina, abriga uma importante diversidade biológica, ao mes-mo tempo em que sua economia crescente tem acelerado o uso dos recursos naturais da re-gião. O presente trabalho teve como objetivo fazer uma revisão do conhecimento existente sobre a herpetofauna não marinha desta região sobre a qual existem grandes lacunas de in-formação. Foi realizada uma revisão da literatura que reuniu 69 trabalhos a fim de listar as espécies com ocorrência comprovada ou provável ocorrência no EB. Foram identificadas 128 espécies da herpetofauna, quatro estão ameaçadas de extinção em Santa Catarina, sendo que 56 espécies de anfíbios e 31 espécies de répteis são endêmicas do Bioma Mata Atlântica e a espécie Brachycephalus actaeus é endêmica do EB. Esperamos que este trabalho sinalize a importância da região para a conservação da herpetofauna em Santa Catarina e incentive futuros trabalhos que contribuam para uma gestão sustentável de seu ecossistema
Ecologia reprodutiva de Nyctanassa violacea, Egretta thula e Egretta caerulea no ninhal do rio Pedreira, Santa Catarina
Este estudo teve por objetivo caracterizar o ninhal do rio Pedreira e estimar o sucesso reprodutivo das espécies do local. O local de estudo compreendeu o manguezal da desembocadura do rio Pedreira, localizado ao lado do porto de São Francisco do Sul. As amostragens foram realizadas semanalmente durante o ciclo reprodutivo das aves, tendo início no mês de agosto de 2011 e término no mês de março de 2012. Foram quantificados no total 210 ninhos, sendo 60 de Nyctanassa violacea e 150 de Egretta spp. A formação da colônia teve início no fim do inverno e encerrou no início do outono, permanecendo com maior atividade entre setembro e dezembro. O sucesso de eclosão foi muito semelhante entre as espécies, sendo 49% para N. violacea e 50% para Egretta spp. A sobrevivência dos filhotes foi maior para N. violacea, com 32%, quando comparada com Egretta spp. que teve 24% de sucesso de sobrevivência
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