28 research outputs found

    A experiência no curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica.

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    Este artigo faz parte da minha Tese de Doutorado em Antropologia Social, em vias de conclusão. Proponho no presente artigo, refletir sobre o Ensino Superior Indígena, a partir da experiência como pesquisadora no curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, sediado na Universidade Federal de Santa Catarina. As contribuições aqui mencionadas são fruto de uma pesquisa que se inicia em 2011, no referido curso, e estende-se nos anos seguintes com as atribuições de orientadora dos acadêmicos Guarani, no tempo-comunidade – momento de intervalo entre as etapas presenciais, em que os acadêmicos estão nas respectivas aldeias indígenas. Finalmente como docente colaboradora, nas disciplinas de Infância Indígena e Práticas Corporais, tive oportunidade de conhecer um pouco mais esses acadêmicos e suas trajetórias escolares. Destarte, o artigo pretende contribuir nas reflexões sobre Ensino Superior Indígena – a partir das vivências junto aos acadêmicos Guarani –, na busca de compreender seus processos de aquisição de conhecimentos, e como estes dialogam com o Ensino Superior. http://dx.doi.org/10.5902/223667251122

    Da universidade à casa de rezas guarani e vice-versa: reflexões sobre a presença indígena no ensino superior a partir da experiência dos guarani na licenciatura intercultural indígena do sul da Mata Atlântica/UFSC

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    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2014.Esta tese trata do encontro entre as políticas públicas voltadas ao ensino superior indígena e a experiência dos acadêmicos - e mais especificamente, os estudantes guarani - na Licenciatura Intercultural Indígena do sul da Mata Atlântica e seus modos de conhecer. Tendo em vista a necessidade de sistematizar dados sobre o ensino superior indígena, esta tese pretende contribuir com um panorama, articulando discussões e reflexões que percorrem toda a América Latina. Nesse sentido, compreender as experiências indígenas, e, mais especificamente, dos grupos Guarani nesse contexto, contribui para reflexões gerais sobre esse processo ainda recente que envolve a presença indígena no ensino superior. O objetivo dessa tese é demonstrar que o Ensino Superior, assim como o Xamanismo - e toda sua complexidade constitutiva -, é um lócus de interesse desses acadêmicos indígenas. Realizam um esforço vislumbrando a possibilidade de trânsito entre mundos: o "mundo Guarani" e todas as especificidades culturais e conhecimentos que o compõem; e o não indígena - buscando os conhecimentos dos brancos que lhes são apresentados na educação escolar e ensino superior. Nesse sentido, a casa de rezas - a opy - e a universidade, são locais centrais de aprendizagem e aquisição de saberes, e esses acadêmicos realizam um movimento de circularidade entre esses espaços, estabelecendo um diálogo entre conhecimentos e modos de conhecer. Destaca-se a importância atribuída por alguns acadêmicos guarani, ao curso de Licenciatura Intercultural Indígena e a "busca de visão Guarani" - Kaaguy´i Nhemboe, assim como seus rituais frequentes de rezo. São processos de produção, aquisição e transmissão de conhecimentos valorizados, e evidentemente, ambos detêm protocolos distintos de aprendizagem, todavia, não se excluem, mas dialogam. Demonstra-se a importância da troca e da relação, do conhecimento que reside na alteridade, seja ela a mata e todos os seres que nela habitam ou a Universidade e todos os atributos que a compõem. Nesse movimento intrínseco a estes grupos caracterizado pelo devir, os acadêmicos (as) guarani aderem a conhecimentos que fazem sentido a eles, tanto no xamanismo - com a busca de visão guarani, quanto no ensino superior - com a seleção do que ensinar nas escolas indígenas e quais conhecimentos entram na escola e quais não.Abstract : This dissertation deals with the encounter between indigenous higher education public policies and the experience of academics - and more specifically, Guarani students - within the Southern Atlantic Forest Indigenous Intercultural Degree and their ways of knowing. Given the need to systematize data on indigenous higher education, this dissertation aims to contribute with an overview, linking discussions and reflections that run throughout Latin America. In this sense, understanding the indigenous experience, and more specifically, of Guarani groups in this context, contributes to more general reflections on this still recent process involving the indigenous presence in higher education. The goal is to demonstrate in this dissertation, that higher education, as well as Shamanism - and all its constituent complexity - is a locus of interest of these indigenous scholars. They make an effort, glimpsed by the possibility of transit between worlds: the "Guarani world" and all the cultural specificities and knowledge that constitute it; and nonindigenous - seeking the knowledge of the whites, that is presented to them in school and in higher education. In this sense, the house of prayer - the opy - and the university are central places of learning and acquiring knowledge, and these scholars perform a movement of circularity between these spaces, establishing a dialogue between knowledge and ways of knowing. Highlighting the importance attributed by some Guarani scholars to the Indigenous Intercultural Degree and the "quest of Guarani vision" - Kaaguy'i Nhemboe, as well as their frequent prayer rituals. They are processes of production, acquisition and transmission of valued knowledge, and of course, both hold different learning protocols, however, they do not mutually exclude each other, but dialogue. It demonstrate the importance of exchange and relationship, of knowledge that resides in otherness, be it the forest and all the beings that inhabit it, or the University and all the attributes it comprises. In this intrinsic movement of these groups, characterized by becoming, Guarani scholars adhere to pieces of knowledge that make sense to them, both in Shamanism - with the Guarani vision search, and in higher education - with the selection of what to teach in Indigenous schools and which knowledge should enter the school and which should not

    Corpos que falam em silêncio: escola, corpo e tempo entre os Guarani

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social.Esta pesquisa foi realizada nas aldeias indígenas Guarani de Morro dos Cavalos e Mbiguaçu - localizadas no sul e norte do Estado de Santa Catarina, respectivamente - com o intuito de compreender os processos nativos de ensino e aprendizagem nos espaços escolares e nãoescolares. Tendo como foco o corpo, buscou-se perceber quais são os processos de produção e transmissão de conhecimentos entre os Guarani e de que modo estes podem nos fornecer dados relevantes sobre a educação escolar indígena. O olhar sobre a escola e fora dela, associado à corporalidade, aos cuidados e técnicas corporais conduziram a pesquisa à uma tríade: escola, corpo e tempo. O modo como os guarani percebem o tempo remete a significados imanentes à vida, à morte e ao cosmos, contribuindo para o entrelaçamento dessa tríade. A partir desse viés, buscou-se associar estes aspectos para a compreensão dos processos de aprendizagem guarani, que se dão em um ritmo próprio. Esse ritmo permite compreender um pouco mais do pensamento guarani, do seu modo de ser, viver, aprender e ensinar, bem como conhecer aspectos fundamentais da educação, como o silêncio. O silêncio privilegia outras formas de produção e difusão de conhecimentos que não necessitam de palavras. Além do silêncio, as danças, o entoar dos cantos, as rezas, são momentos privilegiados em que se faz possível perceber esses processos nativos de ensinoaprendizagem. This research was carried out in the indigenous Guarani villages of Morro dos Cavalos and Mbiguaçu . localized at the south and north of Santa Catarina state, respectively - with the intention of understanding the native processes of teaching and learning in the schoolar and non-schoolar spaces. Taking the body as a focus, I try to understand the processes of production and transmission of knowledges between the Guarani and in which way these can supply us with relevant data on the Indigenous Schoolary Education. Looking at spaces in and out of school and associating this to corporality and to phisical cares and techniques drove the research to a triad: school, body and time. The way the Guarani percieve time relates to meanings immanent in life, death and in the cosmos, contributing to the interweaving of this triad. From this perspective, I try to associate these aspects for the comprehension of the processes of Guarani learning, which happens in a characteristic rhythm. This rhythm allows to understand a little more of the Guarani thought, their way of being, living, learning and teaching, as well as to know basic aspects of education, as silence. Silence privileges other forms of production and diffusion of knowledges that do not need words. Besides silence, the songs, the prayers and the dances are privileged moments in wich it is possible to realize these native processes of teaching and learning

    Avaliação de uma Política Pública voltada à Diversidade: a Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica/UFSC

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    Neste artigo apresentamos um panorama dos resultados da pesquisa de avaliação de uma política pública específica, a Licenciatura Intercultural Indígena do sul da Mata Atlântica, sediada na Universidade Federal de Santa Catarina. Partindo de uma contextualização a respeito das demandas pelo ensino superior indígena, abarcamos reflexões sobre o modo como a Licenciatura Intercultural contribuiu para o contexto atual de inclusão e permanência de acadêmicos indígenas na Universidade Federal de Santa Catarina. Tem-se o intuito de mostrar – a partir dos dados levantados durante a pesquisa – que a formação Superior vem somar à luta pela demarcação de Terras Indígenas e à gestão dos Territórios Indígenas. É uma ferramenta central de acesso aos seus direitos e aos conhecimentos oriundos da sociedade hegemônica na tentativa de um diálogo intercultural, mesmo que ainda existam desencontros entre os processos de aprendizagem indígenas e os modos de conhecer presentes na universidade

    Ações a partir do PROEXT/MEC na UFSC: Impactos das oficinas em escolas públicas, indígenas e quilombolas na ampliação do acesso à Universidade Pública

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    Este artigo produto de uma pesquisa de pós-doutorado desenvolvida por Melo, que contou com apoio da graduanda Nóbrega Costa, em iniciação científica. Apresentamos aqui a avaliação de oficinas realizadas em comunidades indígenas, quilombolas e em escolas da rede pública do entorno de Florianópolis, desenvolvidas no âmbito do  PROEXT/MEC/SECADI, de 2012 a 2015.. Destarte,  o presente artigo pretende trazer um panorama dos resultados dessas oficinas, partindo de uma contextualização pelas demandas das Ações Afirmativas na Universidade Federal de Santa Catarina em direção a reflexões sobre como esses programas de extensão contribuíram para o contexto atual de inclusão de acadêmicos indígenas, quilombolas e da rede pública nesta Universidade.. Finalmente, apontamos para importância da extensão universitária como um pilar básico para todas as ciências, sendo produtora de relações e de redes distintas. É nesse caminho da Antropologia em extensão que se pode pensar em uma Antropologia interessada politicamente com os sujeitos que ela estuda, “comprometida”, apoiando-se, ainda, na indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão

    Diálogos com os Guarani: articulando compreensões antropológicas e indígenas

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    Esperamos que a publicação desta coletânea motive os acadêmicos da Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da UFSC, que agora estão em fase de conclusão de curso, a continuarem a publicar suas investigações e a desenvolver suas críticas à hegemonia do pensamento científico

    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

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    Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear un derstanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5–7 vast areas of the tropics remain understudied.8–11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world’s most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepre sented in biodiversity databases.13–15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may elim inate pieces of the Amazon’s biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological com munities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple or ganism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region’s vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most ne glected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lostinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

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