Modo de Produção Escravista e a Sua Influência na Percepção da Sociedade Judaica no Pós-Exílio

O artigo procura indicar que a construção da literatura bíblica está marcada pelo tipo de economia e de sociedade em que as pessoas viviam. A partir dessa questão se discute o Modo de Produção escravista sobre o mundo bíblico. O avanço da cultura escravista abalou sensivelmente a vida do povo da Bíblia. Esse abalo na sociedade foi tão sensível que encontramos uma revolução camponesa entre 167-142 a.C., uma ousada tentativa de impedir o avanço da cultura grega e do escravismo, em detrimento das tradições clânicas.This article aims to indicate that the construction of the biblical literature is marked by the type of economy and the society in which people lived. From this matter, the slave mode of production on the biblical world is discussed. The increasing of the slave culture affected nociably the life of people in biblical times. This shok in the society was so nociable that we find a peasant revolution from 167 to 142 aC, a daring attempt to prevent the advance of greek culture and slavery to the detriment of the classical traditions

Práticas de solidariedade e a humanização da sociedade

A construção de uma sociedade sadia acontece preferencialmente a partir de medidas de proteção daqueles que vivem na periferia e estão, em razão disso, sem possibilidade de proteção externa ou de autoproteção exatamente porque se constituem seja como pessoas ou grupos fracos e/ou enfraquecidos e empobrecidos. No artigo se objetiva abordar apenas duas situações de proteção dos mais vulneráveis – Dt 24,14-15 e 17-18 – e a maneira pela qual eles são protegidos pelo legislador deuteronômico

DO CENTRO PARA A PERIFERIA: O CASO DA VOCAÇÃO DO PROFETA ISAÍAS

A vocação de Isaías é interpretada a partir dos conceitos de centro e periferia. Procura-se compreender como um profeta que possuía relações próximas com o palácio e o templo (centro), altera substancialmente a perspectiva de seu discurso e de vida, caminhando em direção aos vulneráveis (periferia). Muito possivelmente devamos enxergar os profetas como aqueles vocacionados por Javé a fim de resistir aos poderes político, econômico e social dos estados nacionais. A vocação de Isaías se torna mais relevante porque rompeu com o centro e foi reconstruída na periferia

Framework for global stability analysis of dynamical systems

Dynamical systems, that are used to model power grids, the brain, and other physical systems, can exhibit coexisting stable states known as attractors. A powerful tool to understand such systems, as well as to better predict when they may ``tip'' from one stable state to the other, is global stability analysis. It involves identifying the initial conditions that converge to each attractor, known as the basins of attraction, measuring the relative volume of these basins in state space, and quantifying how these fractions change as a system parameter evolves. By improving existing approaches, we present a comprehensive framework that allows for global stability analysis on any dynamical system. Notably, our framework enables the analysis to be made efficiently and conveniently over a parameter range. As such, it becomes an essential complement to traditional continuation techniques, that only allow for linear stability analysis. We demonstrate the effectiveness of our approach on a variety of models, including climate, power grids, ecosystems, and more. Our framework is available as simple-to-use open-source code as part of the DynamicalSystems.jl library

A fabricação da imagem pública dos reis mesopotâmicos: a divindade por trás do poder

Na Mesopotâmia o rei e a divindade são realidades que se aproximam simbioticamente; terra e céu são realidades pensadas simultaneamente e, porque não dizer que a realidade terrena se apresenta como se fosse um reflexo da realidade celestial, ou seja, o que acontece no céu é reproduzido na terra. O rei, divinizado, além de seu corpo mortal, assume um corpo simbólico a partir do qual exercerá seu poder. De forma específica, na Assíria, a ideia de poder se encontra sempre próximo da convivência com as divindades. O rei é a própria imagem de um poder sacralizado e absoluto legitimado pela proteção divina. O rei e os deuses se encontram em permanente diálogo. Assim, o rei é hermeneuta da vontade dos deuses ao representar a realeza divina no plano terrestre

Pax Assyriaca: sem vitória não há paz

Pretende-se, com o artigo, perceber como a Assíria se constituiu como um império e quais foram seus instrumentos de ação que permitiram a conquista e a vitória diante de tantos outros povos. A pax assyriaca somente pode ser compreendida a partir de episódios de sofrimento extremo. Para os assírios em marcha, a construção da paz levava inevitavelmente à  destruição dos povos que se encontravam no caminho

A Importância do Conceito de Justiça e Direito na Construção da Vocação Profética

Resumo:a vocação profética não nasce no vazio. Ao contrário, suas raízes estão firmadas no chão da história. São palavras que preenchem e acompanham o espaço público. Nesse sentido o espaço privilegiado do discurso profético é o tempo da monarquia ou, poderíamos dizer, a desconstrução da monarquia a partir de uma vocação que se faz a partir dos conceitos de justiça e direito como instrumentos de defesa dos mais vulneráveis. Palavras-chave: Vocação. Profetismo. Justiça. Direito. Monarquia

YEHUD no período Persa

Do ponto de vista geográfico e demográfico Yehud era uma província pequena e sua economia poderia ser considerada de subsistência rural. Um período marcado por conflitos internos e externos que aumentava a miséria da grande maioria dos habitantes da província. No entanto, o caos social atingia de forma diferente o povo, dividindo a população entre aqueles que viviam na miséria e aqueles que integravam a elite urbana. O artigo pretende descrever o contexto social e político de Yehud a fim de reconstruir o cenário socioeconômico da província. A realização da presente pesquisa acontece a partir do diálogo com historiadores de Israel e Palestina, historiadores sociais, arqueólogos, exegetas e biblistas, visando compor o embasamento teórico a respeito do tema pesquisado

Catálogo de violência e a desumanização dos pobres do Antigo Testamento

Há um tipo de violência que se destaca no Antigo Testamento. Trata-se de uma violência contra o ser humano e, mais especificamente, contra o ser humano pobre. Pretende-se neste artigo pesquisar as principais expressões de violência utilizadas no idioma hebraico e a forma como elas atingem o pobre. A conclusão a que se chegará é que a violência contra os pobres é uma construção social, política e econômica. A violência e a injustiça surgem por mãos humanas: os poderosos tratam as pessoas pobres – que são a maioria do povo de Deus – como fontes de riqueza e trabalho não remunerado, usando coerção, suborno, desonestidade, tecnicismos legais e violência. Não se trata, portanto, de violência com raízes teológicas e naturais

"Conhecer a Javé" a partir da Prática do Direito e da Justiça

Resumo: as palavras do profeta Jeremias são marcadas pela materialidade, ou seja, são palavras inseridas na própria realidade que se vive. Consequentemente sua percepção do que significa conhecer a Javé está associada necessariamente à prática do direito e da justiça. A conclusão é clara: não é possível conhecer a Javé sem o encontro com os mais vulneráveis da sociedade. Palavras-chave: Direito. Justiça. Vulnerabilidade. Conhecer Deus. Cotidiano