23 research outputs found

    Approche intraculturelle destinée à réduire les dommages liés à la dépendance à l’alcool chez les Mbya-Guarani du Rio Grande do Sul, au Brésil

    Get PDF
    Cet article présente une recherche-action réalisée depuis l’année 2000 au sein de l’ethnie mbya-guarani de Rio Grande do Sul, au Brésil. Cette recherche cherche à collaborer avec les programmes développés actuellement pour intervenir sur la consommation excessive de boissons alcooliques et sur ses conséquences, notamment en ce qui concerne l’identification du sujet d’intervention.Traditionnellement, la substance « alcool » était le sujet principal dans la conception des programmes, alors que l’on cherchait à diminuer son accessibilité et sa consommation. Dans ce projet, une perspective ethnographique émique a été adoptée, ce qui a permis d’identifier les modèles explicatifs de la consommation de boissons chez les autochtones guaranis.Un aspect fondamental réside dans la compréhension de la notion de personne et du système médical traditionnel, où la notion d’ « esprit », binaire dans ce cas, a permis de comprendre l’association de l’esprit de l’alcool qui se marie avec l’esprit de nature tellurique de celui qui boit. Dans un sens plus large, l’interprétation sociale explique que les communautés n’ayant pas de maison de guérison (Opy) sont les plus vulnérables, car elles n’ont pas de lien avec le dieu créateur (Ñanderu) qui protège les individus contre les risques de devenir malades ou alcooliques.Face au manque de services de santé adéquats pour prévenir et pour traiter le problème de l’alcoolisme, un réseau de guérisseurs et d’assistants a été développé. Ces personnes agissent dans toutes les communautés et, jusqu’à présent, elles ont réussi à réduire la consommation de boissons par la restitution de l’esprit divin et des réunions communautaires.This article presents the action-research that is being carried out since year 2000, with the Mbya-Guarani population of Río Grande do Sul, Brazil. This study is intended to contribute to the programs that are being carried out, to deal with the excessive consumption of alcoholic beverages and their consequences, especially focusing on the identification of the subject being targeted.Traditionally, the substance “alcohol” is treated as the main subject for the design of programs, for reducing accessibility and consumption. This research is considered from an emic standpoint of study in which focalized ethnography enables the identification of explanatory models of beverage consumption by Guarani indigenous population.A fundamental aspect is the understanding of the notion of person and the traditional medical system, where the notion of “spirit” in this binary case enables the apprehension of the association of the alcohol’s spirit that matches with the spirit of the drinker’s telluric nature. In a broader sense, the social interpretation explains that the most exposed communities are those with no healing houses (Opy) because there is no tie with the creator god (Ñanderu) who protects from the dangers of sickness and from becoming alcoholics.Due to the lack of the proper health services to prevent and treat the problem of alcoholism, a network of healers and helpers was set up to operate in all the communities, and up to now, it has succeeded in reducing the consumption of beverages through the restitution of the divine spirit and community meetings.The VIGISUS project is a plan funded by the World Bank to develop a national health surveillance system, in which there is a component to develop the indigenous health system.Este articulo presenta la experiencia que esta siendo realizada desde el año 2000, con la población Mbya-Guarani de Río Grande do Sul, Brasil. Espera contribuir con los programas que están siendo desarrollados para intervenir sobre el consumo excesivo de bebidas alcohólicas y sus consecuencias, especialmente en la identificación del sujeto sobre el cual se espera actuar.Tradicionalmente la sustancia “alcohol” es tratado como el sujeto principal para el diseño de programas, buscándose disminuir la accesibilidad y el consumo. En esta experiencia fue adoptada una perspectiva émica de estudio en la cual la etnografía focalizada permitió identificar los modelos explicativos del consumo de bebidas de los indígenas guaranis.Un aspecto fundamental es la comprensión de la noción de persona y el sistema médico tradicional, donde la noción de “espíritu” en este caso binario, permitió comprender la asociación del espíritu del alcohol que se casa con el espíritu de naturaleza telúrica del bebedor. En un sentido más amplio, la interpretación social explica que en las comunidades que no tienen casas de curación (Opy) son las más expuestas debido que no existe el vínculo con el Dios creador (Ñanderu) que protege de los peligros de la enfermedad y de tornarse bebedores.Frente a la falta de servicios de salud adecuados para prevenir y tratar el problema del alcoholismo, fue desarrollada una red de curanderos y de ayudantes que están actuando en todas las comunidades y que hasta el presente consiguieron reducir el consumo de bebidas a través de la restitución del espíritu divino y de las reuniones comunitarias.El Proyecto VIGISUS es un projecto financiado por el Banco Mundial para desarrollar un sistema de vigilancia nacional en salud, dentro del cual existe un componente para desarrollar el sistema de salud indígena

    O desenvolvimento participativo da área de medicina tradicional indígena, Projeto Vigisus II/Funasa

    Get PDF
    The article presents the participative planning of health care actions in the Indigenous Traditional Medicine Department, of Project Vigisus II/Funasa (National Foundation for Health). This department's function is to build strategies for the articulation between the indigenous medicine systems and the official health care system, was is established at the National Health Care Policy for Indigenous People. The main activities developed were participant projects of research-action organized along three transverse axes: indigenous childbirth's traditional systems; medicine plants; shamanism and intermedicine. Qualitative results reached at the indigenous systems of childbirth axis are presented here, in order to show how the articulation with traditional indigenous medicine is a core condition to fulfill the principle of integrality in a differentiated model of indigenous health care.O artigo trata sobre o desenvolvimento participativo das ações da Área de Medicina Tradicional Indígena (AMT) do Projeto Vigisus II/FUNASA. A Área tem como objetivo a construção de estratégias para a articulação entre os sistemas médicos indígenas e o sistema oficial de saúde, conforme preconizado pela Política Nacional de Atenção a Saúde dos Povos Indígenas. As principais atividades executadas foram os projetos participativos de pesquisa-ação que podem ser classificados em três eixos transversais: sistemas tradicionais de parto indígenas; plantas medicinais; xamanismo e intermedicalidade. Os resultados qualitativos alcançados pelo eixo sistemas de parto indígenas são aqui apresentados de modo a demonstrar o quanto a articulação dos serviços de saúde com as medicinas tradicionais indígenas é condição fundamental para a efetivação do princípio da integralidade em um modelo diferenciado de atenção à saúde indígena

    The emergence of traditional indigenous medicine in the public policy field

    Get PDF
    Trata o surgimento da medicina tradicional indígena como objeto de discurso no campo das políticas públicas de saúde indígena. Os sentidos que nesse campo informam a noção de medicina tradicional indígena são diversos e constantemente revisados e/ou criados em situações dialógicas concretas, o que lhes confere caráter emergente. Se os discursos oficiais usam o poder de nomear para conceituar as medicinas tradicionais, as falas indígenas remetem a saberes e a práticas de autoatenção inscritos em contextos locais particulares. As políticas públicas são apropriadas e indigenizadas pelos povos indígenas, adquirindo novos sentidos e influenciando a reorganização sociocultural do cuidado com a saúde.The article explores the emergence of traditional indigenous medicine as an object of discourse within the field of public policy and indigenous health. There are a gamut of meanings that inform the notion of traditional indigenous medicine in this field and they are steadily being revised and/or created in concrete dialogical situations, which endows them with an emergent nature. If official discourses use the power of naming to conceptualize traditional medicine, indigenous discourse designates knowledge and practices of self-attention rooted in specific local contexts. Public policy is appropriated and indigenized by indigenous peoples, gaining new meanings and influencing the sociocultural re-organization of health care

    Entre discursos oficiais e vozes indígenas sobre gestação e parto no Alto Juruá: a emergência da medicina tradicional indígena no contexto de uma política pública

    Get PDF
    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antrolopologia Social, Florianópolis, 2010A tese Entre Discursos Oficiais e Vozes Indígenas sobre Gestação Parto no Alto Juruá: a Emergência da Medicina Tradicional Indígena no Contexto de uma Política Pública pretende evidenciar como a medicina tradicional indígena irrompe nos distintos locais que compõem o campo das políticas públicas da saúde indígena, assumindo sentidos e definições diferentes em cada uma dessas localidades. Neste contexto, a medicina tradicional indígena está sendo compreendida como uma categoria discursiva que emerge como objeto de políticas públicas a partir dos discursos veiculados por distintos agentes socialmente posicionados nesse campo. Sendo assim, os sentidos e definições que informam essa noção se encontram permanentemente sendo revistos e recriados por meio dos discursos que a tomam como tema. Por um lado, os discursos oficiais transformam a medicina tradicional indígena em objetos de políticas públicas; por outro, as vozes indígenas, ao se reconhecerem em uma categoria discursiva que emerge no contexto das relações interétnicas estabelecidas com o Estado- Nação, falam sobre os conhecimentos e as práticas utilizados durante a gestação e o parto que fazem parte das suas medicinas tradicionais. Enquanto no primeiro caso a medicina tradicional indígena é dita no singular; no segundo, ela se revela na diversidade de formas que os cuidados com a saúde assumem nos contextos comunitários dos povos indígenas do Alto Juruá. Para realizar esta reflexão apresentou-se um mapeamento dos discursos oficiais dos organismos internacionais e das políticas públicas brasileiras que empregam a noção de tradição para qualificar os seus objetos e que delineiam uma formação discursiva particular chamada aqui de Políticas da Tradição. Além disso, foram consideradas as falas indígenas proferidas durante as Reuniões de Parteiras, Pajés e Agentes Indígenas de Saúde que ocorreram no Alto Juruá, no decorrer do ano de 2006, buscando analisar como essas políticas públicas irrompem em seus discursos de maneira associada aos saberes, práticas e cuidadores indígenas da gestação e do parto nessa região. No intuito de realizar uma etnografia situada, trouxeram-se informações sobre o processo de negociação técnico-administrativa que permitiu a realização desses eventos comunicativos financiados pela Área de Medicina Tradicional Indígena do Projeto Vigisus II

    Medicinas indígenas e as políticas da tradição : entre discursos oficiais e vozes indígenas

    Get PDF
    Compreender o processo de emergência das medicinas tradicionais indígenas no campo das políticas públicas de saúde indígena é o objetivo deste livro, que analisa os discursos proferidos por uma diversidade de atores – indígenas e não indígenas, governamentais e não governamentais, nacionais e internacionais. Dessa forma, a obra revela uma dinâmica que vai do global e ao local, e transforma os contextos envolvidos, originando novas formações culturais. As políticas públicas que qualificam os seus objetos e público-alvo com a categoria ‘tradição’ conformam uma formação discursiva, definida pela autora como ‘políticas da tradição’. Um exemplo são as políticas voltadas à saúde indígena, que têm buscado reconhecer a eficácia das medicinas tradicionais indígenas e articulá-las com o sistema oficial de saúde. No entanto, “ao serem apropriados pelos povos indígenas, os discursos oficiais são postos a serviço dos seus interesses culturalmente situados – assim, estamos diante do fenômeno da indigenização”, diz a pesquisadora. E essa ‘indigenização’ se refere aos processos “levados a efeito pelos povos indígenas ao se apropriarem das políticas públicas a fim de manter a sua autonomia e reverter a seu favor o controle que o Estado passa a exercer sobre o mundo da vida de suas comunidades”. O livro busca contribuir para a consolidação do direito indígena à atenção diferenciada à sua saúde, considerando as relações historicamente construídas entre povos indígenas e Estado

    A emergência da medicina tradicional indígena no campo das políticas públicas The emergence of traditional indigenous medicine in the public policy field

    No full text
    Trata o surgimento da medicina tradicional indígena como objeto de discurso no campo das políticas públicas de saúde indígena. Os sentidos que nesse campo informam a noção de medicina tradicional indígena são diversos e constantemente revisados e/ou criados em situações dialógicas concretas, o que lhes confere caráter emergente. Se os discursos oficiais usam o poder de nomear para conceituar as medicinas tradicionais, as falas indígenas remetem a saberes e a práticas de autoatenção inscritos em contextos locais particulares. As políticas públicas são apropriadas e indigenizadas pelos povos indígenas, adquirindo novos sentidos e influenciando a reorganização sociocultural do cuidado com a saúde.<br>The article explores the emergence of traditional indigenous medicine as an object of discourse within the field of public policy and indigenous health. There are a gamut of meanings that inform the notion of traditional indigenous medicine in this field and they are steadily being revised and/or created in concrete dialogical situations, which endows them with an emergent nature. If official discourses use the power of naming to conceptualize traditional medicine, indigenous discourse designates knowledge and practices of self-attention rooted in specific local contexts. Public policy is appropriated and indigenized by indigenous peoples, gaining new meanings and influencing the sociocultural re-organization of health care
    corecore