6 research outputs found

    Menina, mulher, filha, mãe? : a gravidez decorrente de violência sexual

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    Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2013.Esta pesquisa aborda o tema da gestação decorrente de violência sexual, cujo principal objetivo foi investigar o reconhecimento da condição de gravidez e sua vivência pelas participantes, com enfoque nos diferentes sistemas nos quais estão inseridas. A tese defendida é que a intervenção grupal, ao privilegiar um espaço dialógico, funciona como fator de proteção na construção de estratégias psicológicas para essas pessoas, potencializando os efeitos de competência em seus processos relativos à maternidade e à elaboração emocional da vivência da violência. Com base na abordagem bioecológica do desenvolvimento humano, acrescida das concepções de gênero e da proposta de pesquisa-ação elaborou-se uma metodologia que envolveu diferentes etapas e procedimentos para a construção das informações, a partir da interface entre Psicologia do Desenvolvimento, Saúde e Clínica. Foi utilizado o método de pesquisa-ação e realizadas entrevistas individuais e grupo terapêutico com as participantes em um serviço de atendimento a vitimas de violência, situado em um hospital público do DF, tendo como contexto o grupo de grávidas e puérperas que tiveram gestações decorrentes de violência sexual. Participaram do estudo uma adolescente grávida, e duas puérperas e as idades variaram entre 15 e 30 anos. Após a etapa de inserção no serviço, foram realizadas duas entrevistas individuais e três sessões grupais, devidamente transcritas, que compuseram o corpus de análise. O processo de construção das informações foi baseado na análise dos casos dentro do enfoque bioecológico, A seção de resultados subdividiu-se em dois momentos: a construção das informações sobre as participantes, interpretadas a partir dos elementos tempo, processo, pessoa e contexto (TPPC), que são contemplados pela abordagem bioecológica e as informações do grupo que foram interpretadas à luz da Epistemologia Qualitativa de González Rey. Esta última originou o agrupamento dos indicadores em três zonas de sentido, a saber: a) Efeitos da violência sexual no curso de vida: saio da cena mas a cena não sai de mim, b) Não desejado, nem planejado,o bebê veio...E agora, como me tornar mãe? e c) O bebê é filho do monstro: como separar e superar. Conclui-se que as participantes compreendem a maternidade como um processo em construção, permeado de desafios, como por exemplo, a separação emocional entre o bebê e a reedição de seu agressor. A rede de apoio social e afetiva desempenha uma função imprescindível dentro dos sistemas nos quais estão inseridas as grávidas e puérperas. A intervenção grupal foi vista como espaço coletivo legítimo para elaboração de vivências traumáticas e que pode apresentar uma atuação na qualidade de fator de proteção. Os questionamentos acerca da construção social de gênero permearam todo o estudo, por tratar criticamente do papel materno estereotipado e da naturalização da violência sexual como prerrogativa masculina. Limitações metodológicas foram apontadas, como a dificuldade de acesso e adesão das participantes e estudos futuros foram sugeridos, a partir desta temática desafiadora, indicando a avaliação de grupos terapêuticos e pesquisas longitudinais que investiguem e acompanhem o desenvolvimento dos bebês e suas mães. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACTThis research addresses the theme of pregnancy resulting from sexual violence, which main purpose was to investigate the acknowledgment of the pregnancy condition and the participants’ experience, focusing on the different systems in which they are inserted. The supported thesis is that group intervention, by privileging a dialogical space, works as a protection factor in the development of psychological strategies for these people, intensifying the effects of competency in its processes relative to maternity and the emotional elaboration of experiencing the violence. Based on the bioecological approach to human development, adding gender conceptions and the proposal for research-action, a methodology was created that involved different steps and procedures to set up the information from the interface between Developmental, Health and Clinical Psychology. The research-action method was used and individual and therapeutic group interviews were held with the participants at a center for violence victims, located in a public hospital in Distrito Federal, having as a context the group of pregnant and puerperal women that had their pregnancies resulted from sexual violence. A pregnant teenager and two puerperal women participated in the study and the age ranged from 15 to 30 years old. After being inserted in the center, three group sessions and two individual interviews, duly transcribed, were held, which made up the analysis corpus. The process of setting up the information was based on the analysis of the cases in the bioecological perspective. The results section was divided into two parts: setting up the information about the participants, interpreted from the elements of time, process, person and context (TPPC), contemplated by the bioecological approach; and the group information, which was interpreted in light of Gonzáles Rey’s Qualitative Epistemology. The last one originated the grouping of the indicators into three signification zones: a) Effects of sexual violence on the course of life: I leave the scene but it doesn’t leave me, b) Not wanted, nor planned, the baby came… Now, how do I become a mother?, and c) The baby is the child of the monster: how to separate and overcome. It was concluded that the participants understand maternity as a developing process, full of challenges, such as the emotional separation between the baby and the reissue of their aggressor. The social and affective support network plays an imperative role within the systems in which the pregnant and puerperal women are inserted. The group intervention was seen as a legitimate collective space to elaborate on traumatic experiences and which can have a role in the protection factor quality. The questions about the social construction of gender permeated the whole study for critically dealing with the stereotypical mother role and the naturalization of the sexual violence as a male prerogative. Methodological limitations were noted, such as the participants’ difficulty to access and adhere, and future studies were suggested for this challenging theme, indicating the therapeutic groups evaluation and the longitudinal research that investigate and follow the development of the babies and their mothers

    Atendimento a violência sexual no contexto de políticas públicas: uma revisão integrativa

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    O atendimento a crianças e adolescentes que vivenciaram situações de violência sexual é fundamental para o avanço no enfrentamento dessas violações. O objetivo desta revisão integrativa foi identificar intervenções voltadas à crianças e adolescentes que sofreram essa violação e que possam ser ofertadas em políticas públicas no Brasil. Foram consultadas as bases de dados BVS, CAPES e Oasis. Os resultados apontaram em sua maioria intervenções grupais e a teoria cognitivo comportamental foi a abordagem teórica mais utilizada. Alguns resultados destacados nessas intervenções foram o fortalecimento de vínculos, a ampliação de redes sociais e de apoio e a redução de sintomas. A postura profissional, a relevância da educação sobre as dinâmicas da violência sexual e a busca por estratégias que possam facilitar a expressão das pessoas atendidas foram identificados como fatores a serem considerados no desenvolvimento dessas ações. A falta de infraestrutura, de recursos humanos e de acesso a outras políticas foram apontados como dificuldade

    “Eu quero um amor”: violência no namoro e medida socioeducativa

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    A presente pesquisa teve por objetivo compreender como se manifesta a violência em relacionamentos amorosos de adolescentes do sexo feminino no contexto de internação socioeducativa. A pesquisa foi realizada tendo a  inserção ecológica como método. O pesquisador realizou 32 visitas a uma unidade de internação mista, com média de 3h por visita. Considerou-se participante da pesquisa 25 pessoas (14 adolescentes e 11 servidoras). Os dados foram analisados por meio da análise temática e apontaram para a presença da violência em relacionamentos amorosos das adolescentes, tanto atuais como pregressos. A violência cumpre várias funções no relacionamento amoroso e afeta o desenvolvimento de competências psicossociais. A unidade não dispunha de intervenção que abordasse prevenção à violência no namoro, apesar de relacionamentos amorosos aparecerem como um componente do projeto de vida. É fundamental a compreensão das múltiplas violências as quais o público feminino está submetido para qualificação do atendimento socioeducativo

    A metodologia qualitativa no estudo do abuso sexual intrafamiliar

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    O abuso sexual desafia a ciência psicológica por sua natureza multifacetada e tem se constituído em problema de saúde pública. O abuso sexual intrafamiliar mostra-se uma área de difícil abordagem, por envolver vínculo, relação de confiança e segredo, dificultando o acesso aos sistemas envolvidos nesta dinâmica. A compreensão deste fenômeno requer um investimento metodológico adequado. O artigo propõe uma discussão sobre a metodologia qualitativa como construto sistematizado para a investigação sobre esse objeto de estudo, trazendo contribuições teóricas e metodológicas que contemplam a diversidade de instrumentos e construções interventivas possíveis. São abordados recursos metodológicos como entrevistas, narrativas, grupos focais e análise do discurso, apontando suas potencialidades e limitações. Tais recursos tencionam compor o arsenal disponível ao profissional de saúde para acesso ao universo subjetivo das vítimas e possíveis ações de prevenção neste cenário. Estudos futuros são sugeridos articulando a metodologia qualitativa à investigação sobre abuso sexual intrafamiliar

    “Eu quero um amor”: violência no namoro e medida socioeducativa

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    A presente pesquisa teve por objetivo compreender como se manifesta a violência em relacionamentos amorosos de adolescentes do sexo feminino no contexto de internação socioeducativa. A pesquisa foi realizada tendo a  inserção ecológica como método. O pesquisador realizou 32 visitas a uma unidade de internação mista, com média de 3h por visita. Considerou-se participante da pesquisa 25 pessoas (14 adolescentes e 11 servidoras). Os dados foram analisados por meio da análise temática e apontaram para a presença da violência em relacionamentos amorosos das adolescentes, tanto atuais como pregressos. A violência cumpre várias funções no relacionamento amoroso e afeta o desenvolvimento de competências psicossociais. A unidade não dispunha de intervenção que abordasse prevenção à violência no namoro, apesar de relacionamentos amorosos aparecerem como um componente do projeto de vida. É fundamental a compreensão das múltiplas violências as quais o público feminino está submetido para qualificação do atendimento socioeducativo
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