11 research outputs found

    Sobre “nomes de guerra”: classificação e terminologia militares

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    Pretendo discutir como é construída, no universo militar, uma terminologia própria, que em grande parte mobiliza uma série de recursos simbólicos para a delimitação de seu universo em relação ao mundo “de fora”. Nesse processo, uma classificação do mundo é realizada apontando para uma organização conceitual hierárquica da realidade, abrangendo desde uma “visão de mundo militar” até a construção da pessoa por mecanismos de ressocialização dos novos militares, dos quais um fator importante é a aquisição de um “nome de guerra”. Posteriormente, pretendo observar como a nomeação também abrange coletividades militares e seus dispositivos de ação no mundo, como os armamentos.In this article I intend to discuss how is built in the military world a single terminology, witch widely calls up symbolic resources intending to delimitate their frontiers in relation to the “outside world”. Thus, theirs classifications are realized pointing toward a hierarchical construct on the concepts of reality. Such hierarchy widely determines their reality, from a “military worldview” to the construction of the soldier’s persona, that is done by an intense process of socialization, in witch one of this marks is the acquisition of a “soldier’s nickname”. At last, I note how the nomination process encompasses military collectivities and war machines, including here codenames for actions and weapons

    Um Grande cerco de paz. Poder tutelar, indianidade e formação do Estado no Brasil

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    Antonio Carlos Souza Lima. Um Grande Cerco de Paz. Poder tutelar, indianidade e formação do Estado no Brasil. Petrópolis, Vozes, 1995, 335 págs. + Caderno Iconográfico

    Notas sobre a análise antropológica de setores do Estado brasileiro

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    This article discusses some aspects of the anthropological study of the brazilian state. The argumentation is based on the statements of two very different ethnographic experiences: while the subject of the first one is the army, the second one deals with consumer defense agencies. On this aim, the article develops a preliminary reflection about theoretical and methodological problems related to this kind of investigation in our own society.Este artigo pretende discutir algumas questões que envolvem a análise antropológica do Estado, tomando como base duas experiências etnográficas distintas: uma pesquisa com o exército, outra com órgãos de defesa do consumidor. Com esse objetivo, desenvolve-se uma reflexão preliminar sobre problemas teóricos e metodológicos relacionados ao estudo de objetos dessa natureza em nossa sociedade

    Lembranças e reflexões sobre Pierre Clastres: entrevista com Bento Prado Júnior

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    A idéia de entrevistar Bento Prado Júnior, certamente um dos grandes nomes da filosofia atual, veio de uma conversa informal que tivemos com o editor da Revista de Antropologia, José Guilherme Magnani. Ao comentarmos sobre os relançamentos de obras clássicas na antropologia, em especial A sociedade contra o Estado de Pierre Clastres, mencionamos, de passagem, alguns encontros que tivemos com Bento Prado, tanto em uma das reuniões da Anpocs, oportunidade em que o filósofo debateu um paper do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro 2, quanto em outras ocasiões, na própria Universidade Federal de São Carlos. Nessas conversas informais ele pôde falar a respeito da possível, e julgamos necessária, relação entre filosofia e antropologia. Marcou-nos, como saldo dessas conversas, a  relevância de Clastres não só para pensar tal relação, mas também o sentido da universalidade de seu pensamento no que diz respeito à política, à natureza do poder, aos cânones da  moderna etnografia e à relação que os antropólogos travam com os nativos, enfim, aos sentidos mais gerais que norteiam a própria antropologia

    Notas sobre a apropriação de uma etnografia: o caso da Polícia Militar de São Paulo

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    This article aims to show a case ofmy Brazilian Army’s ethnography and its appropria-tion by the São Paulo’s Police Force. Unexpectedly,I was invited to attend to a presentation of cadetsabout their own life in the military academy, whenit was said that my ethnography was used as a kindof “instruction’s manual” on their values, moral andinstitutional behavior. Such reading of my ethnog-raphy lead to a reflection on the nature of these twoState’s Institutions – Police and Army –, based onthe fact that both had different interpretations: pos-itive in the first case, negative on the second. Never-theless, in one hand, they seem to realize themselvesas institutions of the same kind, with common valesand organizational systems. In other hand, the re-lations that they establish with the “encompassingworld” shows us that they can’t just be classified asdeploy of the State’s “monopoly on the legitimateuse of physical force”.Este texto pretende relatar o casoda apropriação de uma etnografia que fiz sobre oexército brasileiro por parte da polícia militar deSão Paulo. Inesperadamente, fui convidado a assis-tir uma representação de cadetes da PM sobre ele-mentos desta, quando se colocou a idéia de que aetnografia acabara por servir como uma espécie de“manual de instruções” sobre certos valores a seremdefendidos pela corporação. Tal apropriação me le-vou a pensar como duas instituições com uma na-tureza tão semelhante – exército e PM – puderamter leituras tão diferenciadas de um mesmo texto.Trata-se, assim, de pensar a natureza dessas insti-tuições no Estado, percebendo os matizes que nãonecessariamente podem ser empacotados na emba-lagem comum da idéia de “monopólio legítimo daviolência”
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