41 research outputs found

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    Os periódicos científicos editados pelos cursos de Psicologia, assim como de outras áreas do conhecimento e da formação profissional de nossas universidades, são resultado de trabalho que exige empenho de pessoas dispostas a se tornar editores e requer verbas nem sempre fáceis de se obter. Os periódicos têm por objetivo veicular a reflexão e os resultados de pesquisas de pessoal discente e docente, de forma a contribuir para com o desenvolvimento das ciências e das diversas profissões. Para que o leitor tenha em suas mãos material que venha, de fato, a fazer diferença e possa torná-lo mais conhecedor de algo distinto daquilo que ele já sabe, há ainda a tarefa de revisar manuscritos de modo a aprová-los ou não para publicação – o que, por sua vez, demanda outro grupo de colaboradores a prestar serviço altamente qualificado graciosamente. Ou seja, o periódico que o leitor recebe é consequência de muito esforço coletivo que parte daqueles que, no papel de autores, desejam dar a conhecer suas experiências.Em outro texto, discuti, com auxílio de outros autores que citei, que atualmente, com o uso de ferramentas tecnológicas modernas, tais como informatização e internet, se tornou mais fácil acesso a materiais diversos para a produção de um manuscrito a ser submetido a um periódico científico. Isso é ótimo; entretanto, frente à pressão que hoje em dia se tem de publicar e publicar ou perecer, conforme o ditado conhecido, essa facilitação pode levar a publicações com coautorias indevidas, fracionamento de resultados de pesquisa de modo que se possa ter mais de um artigo ... e outros tantos desvios que podem levar a publicações sem o devido olhar ético. Por isso, escrevia eu, devemos manter em posição correta “o fiel da balança, entre a necessidade de publicar e o cuidado ético com a publicação, responsabilidade primeira do autor”... o que “certamente evitará que se ande sobre o fio da navalha, em que qualquer descuido pode ferir a ética da publicação científica” (Nunes, 2013, p. 6).Psicologia em Foco tem tido os cuidados necessários, do ponto de vista editorial, com suas publicações e nesse novo número brinda os leitores com oito textos. José Ricardo Furquim e Juliano Corrêa da Silva apresentam pesquisa qualitativa que buscou compreender o que motiva a busca pela religião como solução de problemas pessoais; Denise Zanatta, Luis Henrique Paloski e Marilia Borba Candaten revisam a literatura pertinente para mostrar elementos que podem estar relacionados aos processos de mudança em pacientes de psicoterapia psicanalítica; Loiva Nazarete Pacheco de Araújo, Cristine Boaz relatam a experiência de início de estágio de psicologia clínica, desde a perspectiva da estagiária; Ana Clara Almeida Silva e Mara Regina Soares Wanderley Lins, discutem, através de revisão da literatura, o tema pouco estudado de crianças que abusam outras crianças, sexualmente; Fernanda Cerutti, Taís Nicoletti Bonato e Luciana Hoff avaliaram a prevalência de sintomas depressivos em adultos que procuram atendimento psicoterápico; Luan Alex de Mattos, Álvaro Cielo Mahl, Juliano Corrêa da Silva e Lisandra Antunes de Oliveira entrevistaram três professoras de ensino infantil acerca da percepção e do trabalho com crianças de três a cinco anos no que diz respeito à manifestação de comportamento sexual das crianças; Chancarlyne Vivian, Álvaro Cielo Mahl, Juliano Correa da Silva e Lisandra Antunes de Oliveira entrevistaram auxiliares médicos legais e dois médicos legistas para entender a ligação entre aspectos psicológicos e equilíbrio emocional desses profissionais; por fim, Marinês Pituco Bicca e Luiz Ronaldo Freitas de Oliveira entrevistaram três mulheres, vítimas de seqüestro relâmpago, com o intuito de estudar estresse pós-traumático.Cada um que receber esse número de Psicologia em Foco terá informações sobre as quais refletir e pensar sobre sua prática acadêmica ou profissional. Boa leitura

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    Crianças são festejadas quando nascem. O surgimento de uma revista científica também precisa ser comemorado. Portanto, parabéns, longa vida e sucesso, REVISTA PSICOLOGIA EM FOCO. Cumprimentos da Revista PSICO, da Faculdade de Psicologia da PUCRS, nascida em 1971. Uma publicação científica é muito importante porque cumpre uma função essencial em relação ao acesso à informação, assegurado tanto pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (1978) como pela Constituição da República Federativa do Brasil (1999) a todos os cidadãos e a todas as cidadãs. Seria possível argumentar que os cidadãos e as cidadãs não são leitores/as–alvo de revistas científicas de Psicologia. Ainda assim, com toda a coletividade da psicologia brasileira – profissionais, professores, estudantes, técnicos – já se tem um contingente de leitores interessados, críticos, usuários e divulgadores do conhecimento produzido e publicado. Mas voltando aos cidadãos e às cidadãs, essas pessoas compõem o público leigo dessa produção, que, transformada por jornalistas e redatores especializados em divulgação popular da ciência, fazem a ponte entre a ciência e o cotidiano. Aliás, na era das revistas online, pode-se imaginar os caminhos percorridos pela informação científica: das cartas trocadas por cientistas (Goldim, 1998), enviadas a cavalo ou em navios, até hoje, quando alguém em sua casa, diante do seu computador pessoal, acessa bases eletrônicas e imprime um artigo que necessita para seu trabalho ou, simplesmente, deseja ler por curiosidade. Na infovia, é quase direto do produtor para o consumidor! As reflexões, as pesquisas, as revisões da bibliografia em Psicologia e áreas afins, a criatividade do pensamento, das discussões que passam para a escrita e constroem a ciência só adquirem o valor solidário quando compartilhados e nada melhor para isso do que uma revista. Quem se envolve com a produção de um artigo sabe que isso é trabalhoso; também sabe o quão prazeroso é ter seu trabalho publicado. Docentes e estudantes até podem se queixar das dificuldades de, além de todas as atividades da vida acadêmica, ter ou querer publicar. E isso não é de hoje, haja visto a extenuante jornada de trabalho de Tolkien, que mesmo assim, escreveu a trilogia do Senhor doa Anéis: "... a impressão que se tem dos diários e cartas de Tolkien, entre 1925 e fins de 1960, sugere que ele vivia trabalhando em alguma função, e que seu horário era extenuante. Acordava cedo e muitas vezes atendia pelo menos a um estudante em Northmoor Road, antes de partir para dar aula em Oxford. Tinha de participar de freqüentes reuniões com o corpo docente e resolver infindáveis questões administrativas. Depois do almoço, às vezes dava outra aula, ou voltava para casa a fim de corrigir provas finais ou dissertações dos alunos. Havia sempre aulas a preparar, orientação a dar aos colegas, cartas a escrever, comitês aos quais comparecer. Para cumular tudo isso, em comum com a maioria dos acadêmicos, esperava-se que Tolkien contribuísse para a literatura de seu campo, publicando trabalhos" (White, 2002, p. 127).   E aqui retomamos a saudação: que bom que no Rio Grande do Sul nasce mais uma revista de Psicologia! Bem-vinda, REVISTA PSICOLOGIA EM FOCO! Parabéns ao Curso de Psicologia da URI/Campus de Frederico Westphalen e aos autores do primeiro número da Psicologia em Foco. Maria Lucia Tiellet Nunes Faculdade de Psicologia - PUCRS     Referências Brasil (1999). Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo, Saraiva. Declaração Universal dos Direitos Humanos. (1978). São Paulo,  Paulinas. Goldim, J. R. (1998). Informação, ciência e ética. Episteme, 3(7), 165 173. PSICO (1971). PSICO 1, 7. White, M. (2002). Tolkien – uma biografia. Rio de Janeiro, Imago

    Revisão da literatura brasileira sobre a problemática do desenvolvimento de crianças assistidas por clínicas-escola

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    O objetivo do estudo é revisar a literatura brasileira sobre a problemática de desenvolvimento de crianças assistidas em clínicas-escola de 1980 a 2008, para avaliar mudanças nos problemas desenvolvimentais em relação ao sexo da criança. Os artigos são oriundos das bases eletrônicas Bvs, Indexpsi, Lilacs, Pepsic e Scielo, a partir dos descritores clínicas-escola, crianças, desenvolvimento infantil, o que resultou em 22 artigos, divididos em três grupos, de acordo com a análise de dados realizada. Foi possível identificar o perfil mais frequente entre os sexos: mais meninos do que meninas apresentam problemas de aprendizagem e comportamento do tipo externalizante. Entretanto, não há dados inferenciais que permitam afirmar diferenças entre os problemas desenvolvimentais em relação a sexo, o que, por sua vez, impossibilita concluir se os problemas desenvolvimentais por sexo mudaram ao longo do tempo

    CONTRIBUIÇÕES DE SABINA SPIELREIN À PSICANÁLISE

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    Através da descoberta e revelação de documentos em 1977, a psicanalista Sabina Spielrein passou de longo período de esquecimento ao reconhecimento como um dos pilares do surgimento e propagação da Psicanálise na Europa. Entretanto, sua história de vida, repleta de drama e superação, ainda se sobrepõe ao legado teórico que Spielrein proporcionou para a comunidade psicanalítica. Sua principal herança à teoria e técnica construídas por Freud se deu através de suas preposições acerca do que, posteriormente, veio a ser conceituado como pulsão de morte; Spielrein também é responsável por importantes teorizações sobre o desenvolvimento da linguagem nas crianças. O objetivo deste ensaio é resgatar a história de vida desta psicanalista e discutir a teoria por ela formulada sobre linguística, teoria esta que somente foi descoberta anos depois de sua morte

    Playing as a Therapeutic Method: a Theoretical Study

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    Over the last 30 years it has been possible to observe a large number of authors with works dedicated to child care and parent-infant interactions in different theoretical approaches in psychology. Concomitant to this, playing emerges as a valuable instrument for observing and child care, as it allows the psychologist to understand the psychic reality and the functioning of the patient, and thus can assist in conflicts resolution. This article aims to review, from the theoretical point of view, from classic and current authors of psychoanalysis, important contributions about playing, describing different modalities used in therapy. Furthermore, the authors contextualize the psychoanalytic therapeutic setting as well as the selection and organization of toys that can be used in child therapy, reflecting on the meanings of symbolism, fantasy and repetition expressed in the therapeutic process in psychoanalytic practice. Through play,  the child  may evidence his imagination and his "make believe"  world, and in this process he may be able to deal with frustrating aspects of reality, transform something passive into active, learn to share and experience social contact, and exercise its creativity and train its psychic plasticity  which will be useful throughout life

    MOTIVOS DE CONSULTA EM CRIANÇAS DE CLÍNICAS-ESCOLA E SERVIÇOS DE PSICOLOGIA / REASONS FOR SEEKING PSYCHOTHERAPY FOR CHILDREN IN TRAINING SERVICES OF CLINICAL PSYCHOLOGY IN PSYCHOLOGY SCHOOLS AND PSYCHOLOGY SERVICES

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    O objetivo dessa revisão é examinar publicações brasileiras entre 1998 e 2006, referentes aos motivos de consulta em crianças de clínicas-escola e serviços de saúde e Psicologia. A revisão foi realizada em bases de dados e nos periódicos das bibliotecas da PUCRS e da UFRGS. Foram encontrados 29 artigos com os descritores motivos de consulta, queixas e clínicas-escola. Ao refinar a busca com o descritor criança, restaram seis artigos. Verificou-se variação no registro do motivo da consulta; desses seis artigos analisados, as queixas relacionadas às questões cognitivas aparecem em primeiro lugar em três deles, e nos três restantes estão em primeiro lugar os motivos referentes a problemas de comportamento. Com relação aos comentários e às recomendações, os autores sugerem intervenções nas escolas, apontam para a necessidade de sistematização dos serviços e de adequação do serviço prestado às condições da clientela. Constata-se, ainda, nos últimos oito anos, a pouca publicação de pesquisas referentes à clientela infantil nos locais de atendimentos psicológicos

    Avaliação psicológica como fator protetor à interrupção de tratamento na psicoterapia psicanalítica de crianças: dados empíricos

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    A avaliação psicológica pode fornecer informações importantes sobre sintomas, personalidade, diagnóstico e prognóstico do paciente, auxiliando no desenvolvimento de estratégias terapêuticas. Esta coorte retrospectiva objetivou determinar se há associação entre a realização de avaliação psicológica antes da psicoterapia e a permanência dos pacientes em tratamento. Foram analisados prontuários de 2.106 crianças atendidas em dois ambulatórios de saúde mental em Porto Alegre. Crianças que haviam realizado avaliação psicológica antes de iniciar a psicoterapia apresentavam 65% mais chance de aderir ao tratamento e 44% menos chance de abandoná-lo do que crianças que não haviam realizado avaliação psicológica. A avaliação psicológica auxilia os pais a se engajarem no tratamento de suas crianças, tornando-o menos coercitivo, além de fornecer uma fundamentação mais concreta para o subjetivo processo psicoterapêutico

    Indicação e concordância em iniciar tratamento durante avaliação inicial para psicoterapia psicodinâmica

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    This naturalistic and longitudinal study, following 557 outpatients who sought psychodynamic psychotherapy, aimed to verify factors associated with non-indication for psychodynamic psychotherapy and to establish predictors of non-agreement to initiate treatment for patients indicated for this treatment. It found that patients consulting for somatic or att ention problems and/or with a low educational level were less likely to be indicated for psychodynamic psychotherapy; patients perceiving their symptoms as intense were more likely to be indicated for this treatment. The following were the predictors of non-agreement to initiate psychodynamic psychotherapy: low educational level, low family income, diagnosis of schizophrenia, schizotypal or delusional disorders, depressive problems and/or never experiencing psychotherapy. Psychodynamic psychotherapy, as every other treatment, appears to be suitable for a specific group of patients. Unless the technique performed by psychotherapists during psychodynamic psychotherapy’s initial stages is improved, the relevance of referring a non-concordant profi le to this psychotherapeutic modality is herein discussed.Keywords: treatment indication, treatment compliance, suitability, premature discontinuation, psychodynamic psychotherapy.Este estudo naturalístico e longitudinal, seguindo 557 pacientes ambulatoriais que buscaram psicoterapia psicodinâmica, teve por objetivo verificar fatores associados com não indicação para psicoterapia psicodinâmica, bem como estabelecer preditores de não concordância em iniciar tratamento entre pacientes que receberam indicação para esta modalidade terapêutica. A investigação encontrou que pacientes com queixas de problemas somáticos ou problemas de atenção e/ou com baixa escolaridade tiveram menor probabilidade de receberem indicação para psicoterapia psicodinâmica; pacientes que percebiam seus sintomas como intensos tiveram maior probabilidade de receberem indicação para este tratamento. Foram preditores de não concordância em iniciar psicoterapia psicodinâmica: baixa escolaridade, baixa renda familiar, diagnóstico de esquizofrenia, transtorno esquizotípico ou delirante, problemas depressivos e/ou estar buscando psicoterapia pela primeira vez. A psicoterapia psicodinâmica, como todas as formas de tratamento, parece ser adequada para um grupo específico de pacientes. A menos que as técnicas utilizadas pelos terapeutas durante as fases iniciais da psicoterapia psicodinâmica sejam aperfeiçoadas, a relevância de indicar o perfil de pacientes não concordantes para esta modalidade terapêutica é aqui discutida.Palavras-chave: indicação para tratamento, aderência ao tratamento, contraindicação, abandono precoce, psicoterapia psicodinâmica
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