Modelling urban networks using Variational Autoencoders

A long-standing question for urban and regional planners pertains to the ability to describe urban patterns quantitatively. Cities’ transport infrastructure, particularly street networks, provides an invaluable source of information about the urban patterns generated by peoples’ movements and their interactions. With the increasing availability of street network datasets and the advancements in deep learning methods, we are presented with an unprecedented opportunity to push the frontiers of urban modelling towards more data-driven and accurate models of urban forms.In this study, we present our initial work on applying deep generative models to urban street network data to create spatially explicit urban models. We based our work on Variational Autoencoders (VAEs) which are deep generative models that have recently gained their popularity due to the ability to generate realistic images. Initial results show that VAEs are capable of capturing key high-level urban network metrics using low-dimensional vectors and generating new urban forms of complexity matching the cities captured in the street network data

ESTRANHAMENTO (UNHOMELINESS) E A TRISTEZA

Na presente reflexão busco apresentar o desenvolvimento do conceito do estranhamento, sua importância na modificação da compreensão da poética e da estética, seus exemplos nos textos literários de Bruno Schulz, de Hilda Hilst, de Jericho Brown e de Julia Hartwig, assim como suas consequências teóricas na teoria da segunda metade do século XX. A citação frequente dos exemplos da literatura realista por Victor Chklovski, que surpreende os leitores voltados para as poéticas vanguardistas, pode ser compreendida como sugestiva da relação entre o estranhamento e a poética da metonímia, discutida posteriormente no trabalho de Roman Jakobson. Envolvido nas experiências das palavras “estranhas” da linguagem transmental e nas pesquisas das expressões consideradas como sagradas ou mágicas inerentes a algumas vertentes vanguardistas, o estranhamento remete ao problema do lugar e do ponto de vista do outro, correspondendo também à experiência de uma descentralização subjetiva radical, ou seja, uma perda do lugar próprio inerente à convenção do realismo maravilhoso. Pois o estranhamento acaba por remeter à radicalização da compreensão da alteridade. Assim, o conceito formulado por Chklovski nos inícios do século XX pode ser compreendido como precursor em relação às teorias que, no fim desse século marcado pelas violências de diversos deslocamentos, procuram descrever os aspectos violentos da forma e da recepção estética, tais como a do unhomely discutido por Homi Bhabha e muito importante nas tentativas mais recentes da representação da violência

Machine learning for modelling urban dynamics

We live in the age of cities. More than half of the world’s population live in cities and this urbanisation trend is only forecasted to continue. To understand cities now and in the foreseeable future, we need to take seriously the idea that it is not enough to study cities as sets of locations as we have done in the past. Instead, we need to switch our traditional focus from locations to interactions and in doing so, invoke novel approaches to modelling cities. Cities are becoming “smart” recording their daily interactions via various sensors and yielding up their secrets in large databases. We are faced with an unprecedented opportunity to reason about them directly from such secondary data. In this thesis, we propose model-based machine learning as a flexible framework for reasoning about cities at micro and macro scales. We use model-based machine learning to encode our knowledge about cities and then to automatically learn about them from urban tracking data. Driven by questions about urban dynamics, we develop novel Bayesian inference algorithms that improve our ability to learn from highly complex, temporal data feeds, such as tracks of vehicles in cities. Overall, the thesis proposes a novel machine learning toolkit, which, when applied to urban data, can challenge how we can think about cities now and about how to make them ”smarter”

Uma poça d’água sublime. Representações da vertigem feminina

Tomando como ponto de partida a controvérsia teórica acerca das articulações estéticas e éticas entre kitsch, humor e sublime, este artigo debruça-se sobre sua encenação em alguns textos escritos por mulheres ao longo do século XX. O tema central é, nesse sentido, o da vertigem, que nas obras de Virginia Woolf, Maria Pawlikowska-Jasnorzewska, Wis?awa Szymborska e Clarice Lispector, se torna o momento-chave da representação da subjetividade feminina. Envolvido em vivências intensas expressas pela vertigem, o sujeito feminino surge em um primeiro momento como excepcional. No entanto, em virtude da presença do kitsch e do humor, a experiência do sublime, tradicionalmente codificada como relacionada a aventuras heroicas masculinas, vê-se subvertida. O sujeito feminino mostra-se então como falsamente excepcional, e graças a essa revelação, abre-se a possibilidade de um distanciamento crítico, a partir do qual o feminino surge como coisificado e infantilizado, ou seja, submetido à representação de cunho masculino

POÉTICAS DA MENTIRA

Tomando como o ponto de partida a profunda culpabilidade apreendida pelo sujeito nas narrativas de Herta Müller e de Samuel Beckett, o artigo explora a experiência da linguagem em sua relação com o sofrimento psíquico e físico. Inscrita em uma estrutura do círculo vicioso e absurdo, constituindo não apenas o motivo da culpa, como também o castigo, a linguagem, experimentada como a linguagem do Outro, não mais assegura os limites do sujeito. Paradoxalmente, a linguagem alienada encontra justamente na mentira um mecanismo eficaz de esquiva, percorrendo destarte os difíceis caminhos do bilinguismo, assim como da resistência contra a opressão simbólica do sujeito

Mises-en-Scène of Writing in the Texts by Adília Lopes

Poems and narrative-fragments by Adília Lopes relate to an intense interaction with the composition of death and a significant displacement of its representation from the domain acclaimed by the tradition – that of flowers, bones and shells –as for the realm of writing materials. Moreover, it is in this very displacement, that disassociates the mise-en-scène of the relation between writing and desire away from the context of nature, which consists of the singularity of the Portuguese poet. In fact, the disturbing confusion of the esthetic postures, the practical and the magically-religious ones, delineated in the ambit of the Prague Linguistic Circle by Jan Mukarovski, is represented in numerous texts by Adília Lopes which narrate apparently ordinary facts, pointing to the dangers of the totalitarian pseudo-rationality. In fact, the renunciation of the arbitrary character of sign, typical of the magical function, is also characteristic of some states of the psychotic delirium, which seeks brutal gratifications of aggressive impulses. Thus, the denunciation of the enfeeblement of the esthetic function’s efficacy in favour of the magical function, characteristic of the superstition, becomes the focus of her demanding poetics, in which the logic of metonymy and the negative referenciality prove to be the indispensable instruments of the subjective resistance.Nos poemas e nas narrativas-fragmentos de Adília Lopes trata-se de um intenso convívio com a tessitura da morte e de um significativo deslocamento de sua representação do domínio consagrado pela tradição – o das flores, dos ossos e das conchas – para o âmbito dos materiais da escrita. E é justamente nesse deslocamento, que distancia a encenação da relação entre escrita e desejo do contexto da natureza, que consiste a singularidade dos textos da poeta portuguesa nos dias de hoje. Com efeito, a perturbadora confusão entre as posturas estética, prática e mágico-religiosa, delimitadas no âmbito do Círculo Linguístico de Praga por Jan Mukarovski, vê-se encenada em muitos dos textos de Adília Lopes que relatam fatos aparentemente corriqueiros, apontando para os perigos da pseudo-racionalidade totalitária. De fato, a renúncia ao caráter arbitrário do signo, típica da função mágica, é característica também de certos estados de um delírio psicótico que procura gratificações brutas para impulsos agressivos. Dessa forma, a denúncia do considerável enfraquecimento da eficácia da função estética em prol da função mágica, característica da superstição, torna-se o foco de sua exigente poética, na qual a lógica da metonímia e a referencialidade negativa se revelam instrumentos necessários da resistência subjetiva

A reversibilidade da imagem e a definição da poesia

Ao discutir a origem, a acepção e a tradução da noção central da pesquisa formalista de Iuri Tynianov, a saber, a dos indícios oscilantes, o trabalho procura relacionar a definição da poesia com a imagem da reversibilidade. Trazendo importantes ecos do romantismo alemão e procurando elaborar os paradoxos do presente, a teoria de Tynianov demonstrou uma grande preocupação com o vocabulário utilizado para a descrição da forma dinâmica e de sua inscrição dinâmica dentro dos âmbitos do saber. Entusiasta do experimento e do potencial criativo do paradoxo, o autor hesitou entre as imagens orgânicas herdadas do vocabulário romântico e as imagens espaciais inspiradas tanto pela literatura produzida no início do século XX quanto pela pintura pós-cézanneana. Voltado para o aprimoramento do discurso da teoria da literatura, seu esforço teórico encontrou desenvolvimentos relevantes no trabalho de Julia Kristeva (entre outros), que insistiu na subversão da visão do espaço em termos de um recipiente neutro, ou de um meio de separação, procurando debruçar-se sobre a relação entre o texto e o espaço, investidos pelos angustiantes desdobramentos causados pela experiência da perda

PRAZERES DA LEITURA DE ROLAND BARTHES

O artigo atém-se a uma procura no conjunto da teoria da literatura de Roland Barthes por uma reflexão sobre o ato da leitura, sobretudo no que tange a seus aspectos dinâmicos e abertos. Marcando seu ponto mais alto em O prazer do texto, de 1973, a apreensão por parte de Barthes da diversidade e da pluralidade em meio ao ato da leitura havia, de fato, se manifestado em seus trabalhos críticos desde os primeiros textos. Ao se ater a diversos olhares do fruidor e a suas formas de atenção diferenciadas, Barthes muito cedo ultrapassou os limites da reflexão estritamente estruturalista e, afirmando de maneira radical o espaço da leitura como um espaço de prazer/gozo/fruição permeado pelo excesso, tornou-se um importante interlocutor da estética da recepção

O discurso da mentira e as poéticas bilíngues

Tomando como o ponto de partida a profunda culpabilidade apreendida pelo sujeito nas narrativas de Herta Müller e de Samuel Beckett, o artigo explora a experiência da linguagem em sua relação com o sofrimento psíquico e físico. Quando pensamos nas poéticas que buscaram representar o interrogatório, evocamos a estrutura do duplo em Dostoiévski, assim como o humor mórbido do universo kafkiano. Em minha reflexão, vou abordar dois casos menos conhecidos, ambos relacionados ao bilinguismo que entra em contradição com a homogeneidade do pensamento totalitário, a saber, os das colagens e das narrativas de Herta Müller. Comentarei também a questão da experiência do inominável em Samuel Beckett, o sentido do crime em sua relação com o da transgressão, e que envolve a questão da blasfêmia

The Acquisition of Comedic Skills as a Component of Growth and Individuation: Post-Jungian and Psychoanalytic Perspectives.

This dissertation proposes the argument that the comedic performance triggers and utilises Jung’s symbolic and archetypal processes. Stand-up comedy reflects social and psychological change in our society, towards class, gender equality and re-distribution of wealth and re-configuring social structures. Jungian theories are particularly pertinent to this study because they capture the psychological implications in both the inter and intra-psyche of the individual and social transformation. They examine the impact of the mythological and alchemical aspects of stand up comedy on the comedian whilst focussing on the archetype and the Amfortas Wound. While Freudian and post-Freudian theories prove to be more appropriate for examining the details of the agencies activated within inter and intra-psyche of the comedian during the performance. Jungian and post-Jungian theory examines the social and mythological aspect of stand-up comedy. Stand-up comedy and in particular women as stand-up comedians become a litmus test for society’s problems and issues and the rebalancing thereof social inequality. In the archetypal realm the comedy club becomes the ‘vas’, a symbolic sacred transformational space, in which stand-up comedy has the potential to become a transformative process for both the comedian and audience. Stand-up comedy is a transformative process for both the comedian and the spectator, while the comedy club becomes a vas, a symbolic sacred transformational space. The stand up comedian’s internal struggle is recreated into a personal comedic story, of individual versus the collective, Thanatos and Eros, personal versus social, responsibility versus irresponsibility, power, race, gender and hierarchy. The audience reflects upon these comedic stories and by doing so whether the comedian is successful or unsuccessful the comedian also reflects upon it hence transformation occurs. It is arguable that within this alchemical process the joke, on occasion, becomes the trickster. The trickster contains the ambivalent, contradictory, appropriately times message acting as a bullet for incisive revision or disruption of a commonly held social theme or belief. The trickster joke cuts through consciousness and is transformative and the most powerful becomes the Supra Joke. Plus the comedian is transmuted into a Supra Comedian who not only transforms himself but society also. The personal revelations of the comedian in the comedy club setting creates a self initiating, morphing and mutating imagery induced by the desire to create humour. Through this creative alchemical stand-up ritual individuation becomes viable. This process can be explained using a range of Jungian theories; namely Individuation, Enantiodromia, Alchemy, Temenos and the Self. The comedian’s issues are exposed to the audience, and the changes to his psyche are being encouraged by the verbal transaction of the comedic practise comparable to the therapist and his client. The comedians’ psychic development is being watched by a great number of people, and although the audience is not personally selected, they affect his development, and they monitor his or her progress by loving the comedian and thereby attaching themselves or, conversely, disowning and rejecting him. It is my contention that the audience is the symbolic mother and their response nurtures the attachment process and if successful encourages the comedian’s secure base as defined by Bowlby. The stand-up comedian’s art consists of joke creation. The joke then becomes the tool of personal and social radical transformation. In the arena of stand-up my proposal is that the trickster is not the comedian, as is a commonly held view, but one perfectly united moment between the stand up himself and the joke, which he has created whose delivery and impact is swift, but the supra-joke. The comedian is in constant search to create the perfect joke in order to capture the audience. The joke breaks into our psyche and announces a profoundly altering viewpoint. It is in that moment that opposing (or at least unexpected) views, ideas and opinions collide, and laughter occurs. The Supra Ccomedians’ personal issues are often bound within the problems of society; hence the audience is influenced, at times enraged and often enlightened by this comedic exchange. Chris Rock acknowledges this moment where he aims to ‘incorporate more quiet moments into the show. To me, that’s the best part of the show, to bring them down and then pow, hit them with an explosive line’ (Ajaye, 2002:183). The stand-up performance is an intense therapy like emotional and intellectual exchange in which neither the comedian nor the audience are omniscient or entirely in control of the situation. Humour can be regarded as a process of reparation, resolution and re-integration of personal and social conflicts. Whilst the stand–up comedians’ focus is to make the audience laugh their ability to reveal themselves and to reframe their inner turmoil affects the audience. Furthermore, the process resonates through society. However, the impact of their material due to modern technology is far reaching. However, not all comedians directly affect society, but those that do can make profound changes and on occasion can be prophetic; they can be termed Supra-comedian. Adapting Jung’s definition of the medicine man in primitive society I propose that the Supra Comedian is ‘an immortal daemon that pierces the chaotic darkness of brute light of meaning’ (1959: para 77). Their material can include changes that will occur in society or expose social and political activities or people, which at that time are dismissed by the media. They intuitively perceive the problems of society and mirror issues with humour and often they are successful comedians and may not be recognised in their lifetime as in the case of Bill Hicks. It is clear that stand-up comedy is a unique phenomenon of a time of global social transformation how it affects the individual is dependent upon the individual. It is a process without boundaries and can be the most powerful artist medium for change