11 research outputs found

    Educação bilingue em Moçambique: um estudo de caso, na Província de Gaza, centrado nas práticas pedagógicas do ensino básico

    Get PDF
    Em contextos como o de Moçambique que apresenta uma diversidade linguística, o uso de mais de uma língua no ensino é quase que obrigatório. Assim, urge a necessidade de formalizar a Educação Bilingue (EB) nas escolas moçambicanas. A modalidade de EB em Moçambique é de transição e manutenção, nas primeiras classes (1ª, 2ª e 3ª) usa-se a língua local como meio de instrução e o Português é uma disciplina, a partir da 4ª classe há uma inversão. Dessa estratégia o aluno deve estar em condições na 5ª classe de enfrentar o exame nacional, que é feito em língua oficial Portuguesa, para transitar do 1º para o 2º grau. O trabalho tem como problema esta interrogação: De que modo o programa curricular de Educação Bilingue se traduz nas práticas pedagógicas nas escolas do Ensino Básico que usam a língua Portuguesa e Changana no distrito de Bilene, na província de Gaza? O estudo empírico é de natureza qualitativa e quantitativa, com a utilização de técnicas de recolha de dados como a análise documental, entrevistas, questionário e provas escrita e oral aos alunos. Do estudo conclui-se: i) Não existe um programa de base especificamente para EB; ii) Há incongruência entre o programa e as práticas pedagógicas e iii) Os alunos apresentam maior dificuldades de compreensão, na escrita do que na oralidade, nas provas de conhecimento nas disciplinas básicas (Português e Matemática) em língua Portuguesa.In contexts of Mozambique with linguistic diversity, the use of more than a language in education is almost mandatory. So, there was an urgent need for the formal Bilingual Education (EB) in Mozambican schools. The modality of Bilingual Education used in Mozambique is transitional and maintenance, in the early (1st, 2nd and 3rd) grades it has been used the local language as medium of instruction and Portuguese as a subject, from grade 4, there is an inversion. From these strategie the students should be able to write the national exam in Portuguese at the end of grade 5, which allow the students to pass from the 1st to the 2nd level. The dissertation research problemme is: How does the Bilingual Education Curriculum translates into pedagogical practices in basic education schools that use Portuguese and Changana in Bilene district, in Gaza province? The empirical study is a qualitative and quantitative with the use of various data collection techniques, including documentary analysis, interviews (n = 10), questionnaire (n = 34) and diagnostic test to students (n = 256). The study concluded that: i) There is no a specific syllabus for EB ii) There is a mismatch between the syllabus and the pedagogical practices and iii) From the diagnostic tests, in the major subjects (Mathematics and Portuguese), students have more difficulties in understanding and in writing than in speaking

    Do Financiamento Público ao Financiamento Privado: reflexões sobre as reformas no financiamento do ensino superior em África

    Get PDF
    Issues related to the funding of higher education have challenged governments in all countries and the challenges have proven even greater for African countries. If in the period preceding the independence of African countries it was justified that governments could invest exclusively in financing the expansion of higher education, over time this type of public funding began to prove unsustainable. Based on the bibliographical analysis, this article reflects on the processes of reforms in the financing of higher education mainly in sub-Saharan African countries. Thus, despite the development of Higher Education Institutions (HEIs) in Africa, some challenges still persist, related to access, equity and quality, resulting in some way from the decrease in public resources and the weak mobilization of private resources to financing in the same sector. Despite the development of Higher Education Institutions (HEIs) in Africa, there are still some challenges related to access, equity and quality, resulting in some way from the decrease in public resources and the weak mobilization of private resources to face financing in the same sector.Las cuestiones relacionadas con el financiamiento de la educación superior han desafiado a los gobiernos de todos los países, y los desafíos han resultado aún mayores para los países africanos. Si en el período anterior a la independencia de los países africanos se justificaba que los gobiernos pudieran invertir exclusivamente en financiar la expansión de la educación superior, con el tiempo, este tipo de financiación pública empezó a resultar insostenible. Con base en el análisis bibliográfico, este artículo reflexiona sobre los procesos de reformas en el financiamiento de la educación superior, principalmente, en los países del África Subsahariana. Así, a pesar del desarrollo de las Instituciones de Educación Superior (IES) en África, aún persisten algunos desafíos, relacionados con el acceso, la equidad y la calidad, derivados de alguna manera de la disminución de los recursos públicos y la débil movilización de recursos privados para hacer frente a la financiación en el mismo sector.As questões relacionadas com o financiamento do ensino superior têm desafiado os governos de todos os países, e elas têm se mostrado ainda maiores para os países africanos. Se no período que precede as independências dos países africanos se justificava que os governos pudessem investir no financiamento da expansão do ensino superior de forma exclusiva, com o tempo esse tipo de investimento público começou a se mostrar insustentável. A partir da análise bibliográfica, faz-se uma reflexão neste artigo sobre os processos de reformas no financiamento do ensino superior, principalmente nos países da África Subsaariana. Apesar do desenvolvimento das Instituições de Ensino Superior (IES) na África, ainda persistem alguns desafios relacionados ao acesso, equidade e qualidade, resultantes de alguma forma da diminuição dos recursos públicos e da fraca mobilização de recursos privados para fazer face ao financiamento no mesmo setor

    Financiamento do Ensino Superior em Moçambique: a comparticipação dos estudantes/famílias na Província de Gaza.

    Get PDF
    Um dos desafios enfrentados pelos governos em todo mundo prende-se com a reforma do financiamento do ensino superior (ES) de forma a responder a duas pressões: o aumento da procura e a forte restrição do orçamento público. Esta realidade tende a ser mais crítica nos países africanos, pelo facto do ensino superior estar a concorrer com outros sectores, em termos de financiamento, considerados mais prioritários (Johnstone, 2010b) e (Pillay, 2012). Desta forma, grandes mudanças estão acontecendo, com maior relevo para a partilha dos custos (cost-sharing) no financiamento do ensino superior. Assim, o estudo coloca a seguinte questão: Como é que as políticas de partilha de custos (de estudo e de vida) dos estudantes moçambicanos da província de Gaza se constitui como factor favorável ou desfavorável à sua acessibilidade à frequência do ensino superior em instituições públicas e privadas? A pesquisa empírica será de natureza qualitativa e quantitativa, na medida em que vai conciliar informação estruturada proveniente de um inquérito por questionário para os estudantes e informação não estruturada proveniente de fontes escritas (documentos oficiais e estudos feitos sobre financiamento do ensino superior em Moçambique e no mundo). Por conseguinte, espera-se que o estudo venha a contribuir para um cenário real, isto é, mais reflexivo sobre as políticas de repartição de custos, financiamento e o papel das organizações para a acessibilidade ao ensino superior em Moçambique.One of the challenges facing governments around the world is the reform of higher education funding in order to respond to two pressures: increased demand and tightening of the public budget. This reality tends to be more critical in African countries because higher education is competing with other funding sectors which are considered to be the highest priority (Johnstone, 2010b) and (Pillay, 2012). In this way, major changes are taking place, with greater emphasis on cost-sharing in higher education funding. Thus, the study raises the following question: How do the costs-sharing policies (of study and life) of Mozambican students in Gaza Province constitute a favorable or unfavorable factor for their accessibility to higher education attendance at public institutions and private? Empirical research will be of a qualitative and quantitative nature in that it will reconcile structured information from a questionnaire survey for students and unstructured information from written sources (official documents and studies on higher education funding in Mozambique and the world). Therefore, it is expected that the study will contribute to a real scenario, that is, more reflective about the policies of cost-sharing, financing and the role of organizations for the accessibility to higher education in Mozambique

    Educação bilingue em Moçambique: um estudo de caso, na Província de Gaza, centrado nas práticas pedagógicas do ensino básico

    Get PDF
    Dissertação de mestrado em Ciências de Educação (área de especialização em Desenvolvimento Curricular)Em contextos como o de Moçambique que apresenta uma diversidade linguística, o uso de mais de uma língua no ensino é quase que obrigatório, mormente quando a língua oficial, Portuguesa, é falada por uma minoria da população. Face a essa realidade, urge a necessidade de formalizar a Educação Bilingue (EB) nas escolas moçambicanas. A sua implementação visa, dentre vários objetivos, melhorar a qualidade de ensino, reduzir o desperdício escolar e tornar a educação mais inclusiva, uma vez que muitos alunos, principalmente, nas zonas rurais como é o caso do distrito de Bilene na Província de Gaza, local onde realizamos o estudo, não falam a língua Portuguesa. A modalidade de Educação Bilingue em Moçambique, que usa língua oficial Portuguesa e uma língua nacional local, é de transição e manutenção. Nas primeiras classes (1ª, 2ª e 3ª) usa-se a língua local como meio de instrução e o Português é apenas uma disciplina, lecionada ao nível de competências da oralidade e a partir da 4ª classe, o Português passa a ser a língua de instrução e o Changana apenas uma disciplina. A língua Portuguesa é ministrada somente ao nível da oralidade até a 2ª classe, depois introduz-se a escrita a partir da 3ª classe em diante. A partir dessas estratégias o aluno deve estar em condições na 5ª classe de enfrentar o exame nacional, que é feito em língua oficial Portuguesa, para transitar do 1º grau para o 2º grau. A dissertação tem como problema esta interrogação: De que modo o programa curricular de Educação Bilingue se traduz nas práticas pedagógicas nas escolas do Ensino Básico que usam a língua Portuguesa e Changana no distrito de Bilene, na província de Gaza? O estudo empírico é de natureza qualitativa e quantitativa, com a utilização de técnicas de recolha de dados diversas, incluindo análise documental do Programa Curricular da Educação Bilingue complementado com o PCEB, entrevistas aos diretores de escolas e técnicos do Ministério da Educação (n=10), questionário aos professores da Educação Bilingue (n=34) e provas de conhecimento aos alunos da 5ª classe (n=256), nas disciplinas básicas de Português e Matemática. Do estudo conclui-se: i) Não existe um programa de base especificamente para EB; ii) Há incongruência entre o programa e as práticas pedagógicas e iii) Os alunos apresentam maior dificuldades de compreensão, na escrita do que na oralidade, nas provas de conhecimento nas disciplinas básicas (Português e Matemática) em língua Portuguesa.In contexts of Mozambique with linguistic diversity, the use of more than a language in education is almost mandatory, especially when the official language, Portuguese, is spoken by a minority of the population. Given this reality, there was an urgent need for the formal bilingual education (EB) in Mozambican schools. The aim of its implementation was, among others, to improve the quality of education, to reduce the students drop out and to make school education more inclusive. Many students, especially in rural areas, such as, in the Bilene district, in Gaza Province, where we conducted the study, do not speak Portuguese. So, the modality of Bilingual Education used in Mozambique is transitional and maintenance. In the early (1st, 2nd and 3rd) grades it has been used the local language as medium of instruction and Portuguese as a subject, developing communicative competences. From grade 4, Portuguese becomes the language of instruction and Changana as a subject. From 1st to 2nd grades is taught speaking skill Portuguese language then, introduces the writing skills from the 3rd grade onwards. From these strategies the students should be able to write the national exam in Portuguese at the end of grade 5, which allow the students to pass from the 1st to the 2nd level. The dissertation research problemme is: How does the Bilingual Education Curriculum translates into pedagogical practices in basic education schools that use Portuguese and Changana in Bilene district, in Gaza province? The empirical study is a qualitative and quantitative with the use of various data collection techniques, including documentary analysis of the Bilingual Education syllabus, supplemented with PCEB, interviews to the school principals and technicians from the Ministry of Education (n = 10), questionnaire to teachers of bilingual education (n = 34) and diagnostic test to 5th grade students (n = 256) in the core subjects, namely, Mathematics and Portuguese. The study concluded that: i) There is no a specific syllabus for EB ii) There is a mismatch between the syllabus and the pedagogical practices and iii) From the diagnostic tests, in the major subjects (Mathematics and Portuguese), students have more difficulties in understanding and in writing than in speaking

    A perspectiva do ensino superior como uma organização

    Get PDF
    A Universidade é uma organização com as suas peculiaridades que a distingue das outras formas de organizações principalmente no que tange a sua responsabilidade em termos de valor e compromisso social. No entanto, a mesma não tem fugido da regra das questões motivadas pelo recesso económico que tem desafiado as modalidades tradicionais de financiamento público que leva as mesmas a encontrarem novas alternativas e estratégias, que passa por uma metamorfose na sua gestão e governação organizacional com perspectivas mais privadas em detrimento da pública. Estas mudanças, que têm consequências internas entre os órgãos colegiais que a constituem, na sua vocação académica e externa afetando no acesso e justiça social, são refletidas neste texto com intuito de que as mudanças devem adequar-se as peculiaridades das instituições no caso do ensino superior. Em termos de metodologia, foram feitas revisões bibliográficas de fontes escritas que versam sobre a gestão e governação no geral e do ensino superior em particular.The University is an organization with its peculiarities that differs it from other forms of organizations, especially with regard to its responsibility in terms of value and social commitment. However, it has not escaped from the rule the issues motivated by the economic recession that has challenged the traditional modalities of public financing that leads them to find new alternatives and strategies, which undergoes a metamorphosis in their management and organizational governance with more perspectives to the detriment of the public. These changes, which have internal consequences among the collegiate bodies that constitute it, in its academic and external vocation affecting access and social justice, are reflected in this text with the intention that the changes must adapt to the peculiarities of the institutions in the case of teaching higher. In terms of methodology, bibliographic reviews were made of written sources that deal with management and governance in general and higher education in particular.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Financiamento do ensino superior em moçambique: A comparticipação dos estudantes/famílias na província de gaza / Financing of higher education in mozambique: The participation of students/families in gaza province

    Get PDF
    O crescimento massivo da população estudantil nas instituições de ensino superior tem desafiado as modalidades tradicionais de financiamento público. Para fazer face a tais desafios, as políticas de partilha de custos têm sido uma das opções a que os governos têm vindo a recorrer. Nessa partilha, é importante que, em função das características sociais e económicas dos estudantes e famílias, as questões relacionadas com a equidade e acessibilidade sejam acauteladas. Com este estudo pretende-se apresentar as opiniões dos estudantes do ensino superior da província de Gaza, em relação as suas características socioeconómicas, fontes de rendimentos e os custos diretos e indiretos acarretados, recolhidas a partir de um inquérito por questionário. Os resultados revelam que os custos dos estudantes não se restringem apenas nos custos de estudos, ou de educação, como também de os custos de vida ou de subsistência, que tendem a ser muito mais onerosos. A família dos estudantes, apesar de auferirem rendimentos médios e baixos e sem muita instrução, é a fonte principal de financiamento dos estudantes no ensino superior

    Avaliação do nível de acesso aos serviços de crédito público e privado pelas PME’S pertencentes e/ou lideradas por mulheres na actividade agrícola na província de Gaza / Assessment of the level of access to public and private credit services by SMES owned and/or led by women in agricultural activity in Gaza province

    Get PDF
    Nos últimos tempos as questões relacionadas com o género notabilizaram-se em debates públicos e movimentos sociais, influenciando a atuação dos governos em políticas públicas que visam promover a igualdade e equidade de género, através de acções de apoio ao sector privado, ao emprego digno, à inclusão financeira e ao desenvolvimento humano. Em Moçambique as desigualdade de género são uma realidade e constituem barreiras aos esforços de desenvolvimento. O empoderamento da mulher constitui uma acção da sua legitimação nas esferas políticas, económicas, sociais e culturais, que durante muito tempo foram relegadas aos homens. Nas zonas rurais as mulheres desempenham um papel fundamental, por estarem engajadas em actividades económicas essenciais para a economia, com destaque para a agricultura que absorve o maior número de mulheres e é a principal fonte de subsistência e de rendimento. É neste contexto que o estudo faz uma avaliação do nível de acesso crédito público e privado, pelas PME’s geridas por mulheres que desenvolvem a actividade agrícola na província de Gaza. Como uma das formas de empoderamento económico da mulher para o fortalecimento da capacidade produtiva e comercial das suas fontes de subsistência e/ou rendimento. O empoderamento económico das mulheres, no que concerne ao acesso aos instrumentos financeiros e inclusão social nos processos de desenvolvimento, não se traduz automaticamente na igualdade de género e na eliminação das discriminações, se não for conjugado com acções que tomem em consideração as implicações sociais e as dinâmicas culturais dos respectivos contextos. O estudo emprega uma abordagem qualitativa baseada na análise de conteúdo das entrevistas semi-estruturadas dirigidas as PME’s geridas por mulheres e às instituições financeiras públicas e privadas; e da análise documental dos instrumentos financeiros de atribuição de crédito. O estudo revela que as PME’s geridas por mulheres na província de Gaza no sector agrícola não tem acesso aos serviços de crédito formal de instituições bancárias comerciais, de investimento e de desenvolvimento. O acesso ao crédito é restringido aos serviços de microfinanças de instituições de microcréditos e governamentais. Com efeito, o fortalecimento da capacidade produtiva e comercial e, consequentemente, o empoderamento económico das mulheres é colocado em causa. O que conduz a necessidade de se repensar no crédito como uma estratégia de empoderamento da mulher no meio rural

    COOPEDU IV — Cooperação e Educação de Qualidade

    Get PDF
    O quarto Congresso Internacional de Cooperação e Educação-IV COOPEDU, organizado pelo Centro de Estudos Internacionais (CEI) do Instituto Universitário de Lisboa e pela Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria decorreu nos dias 8 e 9 de novembro de 2018, subordinado à temática Cooperação e Educação de Qualidade. Este congresso insere-se numa linha de continuidade de intervenção por parte das duas instituições organizadoras e dos elementos coordenadores e este ano beneficiou do financiamento do Instituto Camões, obtido através de um procedimento concursal, que nos permitiu contar com a participação presencial de elementos dos Países Africanos de Língua Portuguesa, fortemente implicados nas problemáticas da Educação e da Formação. Contou também com a participação do Instituto Camões e da Fundação Calouste Gulbenkian, entidades que sistematizaram a sua intervenção nos domínios da cooperação na área da educação nos últimos anos. A opção pela temática da qualidade pareceu aos organizadores pertinente e actual. Com efeito os sistemas educativos dos países que constituem a Comunidade de países de língua portuguesa têm implementado várias reformas mas em vários domínios mantem-se a insatisfação de responsáveis políticos, pedagogos, técnicos sociais face aos resultados obtidos. Aliás o caminho de procura da Qualidade é interminável porque vai a par da aposta na exigência e na promoção da cidadania e responsabilidade social. As comunicações que agora se publicam estão organizadas em dois eixos: o das Políticas da Educação e Formação e o das dimensões em que se traduzem essas políticas. Neste último eixo encontramos fios condutores para agregarmos as comunicações apresentadas

    Financiamento do ensino superior em Moçambique : a comparticipação dos estudantes/famílias na província de Gaza

    Get PDF
    Doutoramento em Sociologia Económica e das OrganizaçõesO crescimento massivo da população estudantil nas instituições de ensino superior tem desafiado as modalidades tradicionais de financiamento público. E as políticas de partilha de custos têm sido uma das opções recorridas pelos governos. Nessa partilha, é importante que, em função das características sociais e económicas dos estudantes e famílias, as questões relacionadas com a equidade e acessibilidade sejam acauteladas. Este estudo procura compreender como é que as políticas de partilha de custos, tendo em conta os custos diretos, de frequência de ensino superior, indiretos, outras despesas de vida e as características sociais e económicas dos moçambicanos, podem ajudar ou obstruir a acessibilidade ao ensino superior em Moçambique. Para o efeito, fizemos uma combinação de abordagens metodológicas, qualitativa e quantitativa, recorrendo as técnicas do inquérito por questionário aos estudantes do ensino superior na província de Gaza e a análise documental sobre o financiamento do ensino superior em Moçambique e no mundo. Os resultados revelaram que em Moçambique o modelo de partilha de custos no financiamento do ensino superior é misto, público e privado, e apesar do Estado continuar a assegurar parte do financiamento do ensino superior como forma de garantir o acesso, ainda está muito aquém de satisfazer as reais necessidades dos estudantes e famílias moçambicanas, pelo número de instituições do ensino superior que continuam sendo reduzidas. Pelos custos onerosos de educação e de vida durante a frequência do ensino superior, que estão muito acima dos rendimentos dos estudantes. As bolsas de estudos para além de serem reduzidas, constituem o único meio de apoio social, o processo de atribuição é ineficiente e as condições das bolsas não satisfazem os custos reais acarretados pelos estudantes. O que coloca em causa as questões de equidade e acessibilidade ao ensino superior, principalmente para as famílias com as condições sócio económicas modestas no país.The massive growth of the student population in higher education institutions has challenged traditional forms of public funding. And cost-sharing policies have been one of the options that governments use. In this sharing, it is important that, due to the social and economic characteristics of students and families, issues related to equity and accessibility are addressed. This study seeks to understand how cost-sharing policies, taking into account direct costs, higher education attendance, indirect costs, other living expenses and the social and economic characteristics of Mozambicans, can help or hinder accessibility to higher education in Mozambique. To this end, we have combined methodological, qualitative and quantitative approaches using survey questionnaire techniques for higher education students in Gaza province and document analysis on higher education funding in Mozambique and around the world. The results showed that in Mozambique the cost-sharing model for higher education funding is mixed, public and private, and while the state continues to provide part of higher education funding as a means of securing access, it is still far from satisfying the real needs of Mozambican students and families by the number of higher education institutions that continue to be reduced. The costly education and living costs during higher education, which are far above student incomes. In addition to being small, scholarships are the only means of social support, the process of awarding them is inefficient and the conditions of the scholarships do not meet the real costs incurred by students. This calls into question the issues of equity and accessibility to higher education, especially for families with modest socio-economic conditions in the country.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Do Financiamento Público ao Financiamento Privado: reflexões sobre as reformas no financiamento do ensino superior em África

    No full text
    Issues related to the funding of higher education have challenged governments in all countries and the challenges have proven even greater for African countries. If in the period preceding the independence of African countries it was justified that governments could invest exclusively in financing the expansion of higher education, over time this type of public funding began to prove unsustainable. Based on the bibliographical analysis, this article reflects on the processes of reforms in the financing of higher education mainly in sub-Saharan African countries. Thus, despite the development of Higher Education Institutions (HEIs) in Africa, some challenges still persist, related to access, equity and quality, resulting in some way from the decrease in public resources and the weak mobilization of private resources to financing in the same sector. Despite the development of Higher Education Institutions (HEIs) in Africa, there are still some challenges related to access, equity and quality, resulting in some way from the decrease in public resources and the weak mobilization of private resources to face financing in the same sector.Las cuestiones relacionadas con el financiamiento de la educación superior han desafiado a los gobiernos de todos los países, y los desafíos han resultado aún mayores para los países africanos. Si en el período anterior a la independencia de los países africanos se justificaba que los gobiernos pudieran invertir exclusivamente en financiar la expansión de la educación superior, con el tiempo, este tipo de financiación pública empezó a resultar insostenible. Con base en el análisis bibliográfico, este artículo reflexiona sobre los procesos de reformas en el financiamiento de la educación superior, principalmente, en los países del África Subsahariana. Así, a pesar del desarrollo de las Instituciones de Educación Superior (IES) en África, aún persisten algunos desafíos, relacionados con el acceso, la equidad y la calidad, derivados de alguna manera de la disminución de los recursos públicos y la débil movilización de recursos privados para hacer frente a la financiación en el mismo sector.As questões relacionadas com o financiamento do ensino superior têm desafiado os governos de todos os países, e elas têm se mostrado ainda maiores para os países africanos. Se no período que precede as independências dos países africanos se justificava que os governos pudessem investir no financiamento da expansão do ensino superior de forma exclusiva, com o tempo esse tipo de investimento público começou a se mostrar insustentável. A partir da análise bibliográfica, faz-se uma reflexão neste artigo sobre os processos de reformas no financiamento do ensino superior, principalmente nos países da África Subsaariana. Apesar do desenvolvimento das Instituições de Ensino Superior (IES) na África, ainda persistem alguns desafios relacionados ao acesso, equidade e qualidade, resultantes de alguma forma da diminuição dos recursos públicos e da fraca mobilização de recursos privados para fazer face ao financiamento no mesmo setor
    corecore