15 research outputs found

    A relação pesquisadores-agricultores. Diálogo, parceria, aliança? Uma análise estrutural

    No full text
    Esta contribuição pretende analisar, de um ponto de vista teórico, os elementos de natureza sociológica que fundamentam e condicionam as relações entre pesquisadores e agricultores dispostos a colcaborar numa perspectiva de desenvolvimento rural. Não se trata de relações individuais de cunho puramente interpessoal, pois a reflexão se situa ao nivel estrutural das relações entre grupos sociais inseridos numa determinada sociedade, no casoequipes de pesquisa e organizações de agricultores. Essas categorias sociais são analisadas no contexto de seus respectivos interesses sócio-proficcionais que subtendem sua organização enquanto trabalhadores rurais e pesquisdores, isto é em termos de “classes” ou segmentos de classe hierarquizados dentro da estrutura social. Essa análise parte de duas experiências de colaboração em projetos de desenvolvimento rural em curso numa área de fronteira agrícolaque se estende ao longo da rodovia Transamazônica no Estado do Pará (Brasil). O estudo faz referência a conceitos frequentemente usados para caracterizar essas interrelações, ou seja: diálogo, parceria, aliança, procurando identificar o conteúdo e os condicionamentes desses diversos tipos de interação. Ele sugere a importência para os grupos em jogo, de se perceber que o sucesso de uma colcaboração não depende apenas de um bom relacionamento pessoal mas supõe uma percepção correta da posição das partes na estrutura social, assim como do contexto sócio-histórico dos principais sujeitos do desenvolvimento rural: os próprios agricultores. Conclui enfatizando a necessidade de flexibilidade dos modelos de intervenção que permita sua adaptação a cada contexto sócio-cultural

    Movimento sindical e ações de desenvolvimento rural na região de Marabá. A construção de um nível regional de ação em parceria

    No full text
    O presente artigo propõe-se analisar a contribuição do movimento sindical dos trabalhadores rurais ás ações de desenvolvimento empreendidas em prol da agricultura familiar numa região de fronteira agrícola, na Amazônia Oriental brasileira. Retrata, numa primeira parte, a história das lutas daquele sindicalismo na região. Mostra como se buscou instituir uma instância de pesquisa e de desenvolvimento, o Centro Agroambiental do Tocantins/ CAT, que reuniu os sindicatos da região com vistas a uma ação conjunta de desenvolvimento com instituições de pesquisa e de assistência técnica. Numa segunda parte, tenta-se ilustrar como, através desta organização original, criou-se um novo nível de intervenção na cadeia que vai do local ao municipal, ao micro-regional e ao estadual. Uma cadeia articulada, em todos os níveis, em torno do movimento sindical como integrador de ações de desenvolvimento. O texto objetiva mostrar as potencialidades, dificuldades, limitações e desafios desta construção e de sua operacionalização. Conclui pela aptidão do movimento sindical a construir suas estratégias de desenvolvimento através de um processo interativo, carregado, certo, de tensões, mas cuja superação se mostra possível mediante uma reflexão coletiva constante, apoiada pela pesquisa, sobre sua prática

    Situação social das áreas rurais amazônicas

    Get PDF
    O texto tem seu eixo de análise fundado no fenômeno da mobilidade populacional, característico da fronteira agromineral amazônica nos últimos vinte e cinco anos. Os autores dão particular relevo à análise do processo que denominam de construção de uma nova ruralidade na Amazônia, processo este plasmado por condições econômicas que se manifestam de mil formas e em diferentes escalas: na escala do estabelecimento agrícola, na escala local, na escala regional, etc. Dedicam também especial atenção às relações entre essa mobilidade e os conflitos que emergem com grande intensidade nas regiões de fronteira, os quais, segundo eles, não se restringem a interesses de classe, mas também estão ligados às disputas entre trabalhadores por questões de terra ou de garimpo, por problemas passionais, etc. Nas suas conclusões, eles enfatizam a situação de marginalidade e de abandono a que foram relegadas as populações rurais das regiões da fronteira agromineral amazônica. The article is centered on the phenomenon of population mobility which has characterized the amazon agromineral frontier in the past twenty five years. The authors place particular emphasis on the analysis of the process which they call the construction of a new rurality in the Amazon, a process formed by economic conditions which take different forms and scales: that of the agricultural unit, that of the local scale and that of the regional scale. The authors also give special attention to the relations between that mobility and the emerging conflicts in frontier areas. These conflicts, affirm the authors, are not restricted to class interests, being also connected to land and mining-related disputes between workers and even to passional questions. In their conclusions, they emphasize the situation of marginalist and abandon to which the population of the Amazon agromineral frontier has been left

    Os níveis pertinentes para a pesquisa - ação sobre a gestão dos recursos naturais nas regiões de fronteira: o caso da Transamazônica

    No full text
    A busca atual de uma gestão adequada dos recursos naturais para o seu uso sustentável coloca a questão dos níveis mais pertinentes de pesquisa e de intervenção: estabelecimentos agrícolas, comunidades, ou coletividades locais, organizações formais, a região, estado como um todo? Ou, então, um espaço institucional de articulação destes diversos níveis? E em função de que critérios decidir? A partir de observações e da analise de resultados de uma pesquisa-ação desenvolvida dentro do Programa Agro-ecológico da Transamazônica – PAET, em parceria com o Movimento pela Sobrevivência na Transamazônica – MPST e uma equipe interdisciplinar de pesquisa-desenvolvimento – LAET, propõe-se estudar estas questões no contexto de uma área da fronteira agrícola amazônica aberta nos anos 1970, onde hoje predomina a agricultura familiar em que se pesem a instância de grandes fazendas de criação bovina e uma forte tendência à concentração fundiária. São examinados possíveis níveis de intervenção: o lote familiar, com possibilidade de exploração mais intensiva e diversificada; a localidade, ainda que carente de maior coesão social; o município como espaço de interação de negociação da decisão, porém com limitada competência legislativa nas áreas fundiárias e ambientais; a região, enfim. A sugestão conclusiva seria de privilegiar o nível de estabelecimentos no plano de intervenções de natureza tecnológica, o município e a região no plano politico e institucional

    Colonização: articulações no nível econômico e no nível político(a colônia agrícola de Gurupi)

    No full text
    1. A COLÔNIA ESTÁ FRACASSADA!Tivemos em 1975 a oportunidade de visitar, em duas ocasiões, a Colônia Agrícola de Gurupi. O contato com os colonos foi de uma extraordinária riqueza e de uma intensa qualidade humana

    Le développement environnemental, une valorisation du patrimoine pour nos enfants, petits-enfants et arrière-petits-enfants

    No full text
    This article refers to what some writers call, in Brazil, "new territories". Since the debates during the Federal Constitution elaboration, in 1988, they have been implemented, wholly or partly, within the jurisdiction of a state, a municipality, or a district. This paper addresses two types of environmental conservation reserves: an "extractive reserve" conquered by rural people at the confluence of the rivers Xingu and Amazon; and a "marine reserve" of rural populations on the northern coast of Brazil - both in the federal state of Pará. In Brazil as in Europe, these initiatives aim at better living standards and collective development of local populations. In Brazil, these have been linked to the respect of their collective rights to use the forests, wood, water streams and mangroves. To varying degrees, these territories result from struggles in defense of natural resources that were source of livelihood, lifestyle and culture of the inhabitants, in short, their heritage – against the invasion of "foreigners", timber companies, large farms and fishers. This text contrasts, through sociological analysis, the interest groups, the stakeholders, the challenges and their development prospects vis-à-vis the present and future generations

    Characterization of the physical state of spray-dried inulin.

    Full text link
    Modulated differential scanning calorimetry, wide angle x-ray scattering, and environmental scanning electron microscopy were used to investigate the physical and morphological properties of chicory root inulin spray dried under different conditions. When the feed temperature increased up to 80 degrees C, the average degree of polymerization of the solubilized fraction increased, leading to a higher glass transition temperature (Tg). Above 80 degrees C, the samples were completely amorphous, and the Tg did not change. The starting material was semicrystalline, and the melting region was composed of a dual endotherm; the first peak subsided as the feed temperature increased up to a temperature of 70 degrees C, whereas above 80 degrees C, no melting peak was observed as the samples were completely amorphous. To a lesser extent, the inlet air temperature of 230 degrees C allowed a higher amorphous content of the samples than at 120-170 degrees C but induced a blow-out of the particles

    Tourisme et ressources naturelles

    No full text
    Ce numéro de la Revue Études Caribéennes s’intéresse aux liens qui unissent et opposent l’activité touristique et les ressources naturelles, particulièrement dans les pays du Sud. Dans un contexte de médiatisation accrue des enjeux liés à la biodiversité et aux menaces qui pèsent sur elle, le tourisme – et particulièrement l’écotourisme – est souvent présenté comme un moyen de concilier la conservation et le développement. Les autorités locales, malgré l’existence d’un cadre réglementaire propre à l’environnement, ne disposent souvent pas de moyens suffisants (humains, matériels et financiers) pour gérer la croissance de la fréquentation des aires protégées et ses effets potentiels sur l’environnement naturel et humain. En réponse à cette problématique, les institutions financières internationales et les organismes associés proposent aux pays du Sud de trouver un équilibre entre une fréquentation de masse et une fréquentation de bas volume afin de développer « un tourisme de haute qualité ». Même si cela était possible, quels critères peuvent être utilisés pour « cesser » le développement d’un pôle ou d’une région touristique ? L’évolution géographique « naturelle » du tourisme – c’est-à-dire essentiellement basée sur la mise en tourisme de la nature et sur l’accessibilité de ces ressources – pose déjà des problèmes politiques et économiques importants. Les gouvernements (central, régional ou local) sont difficilement en mesure de réaliser un arbitrage de long terme dans ce contexte qui permettrait l’adéquation entre le développement touristique et la préservation des espaces naturels. La relation entre le tourisme et les ressources naturelles s’articule souvent autour de deux objectifs spécifiques, soient : développer un produit à moindre impact, mais aux dépenses élevées et viser un volume de visiteurs qui contribue aux profits économiques, mais qui amène le moins de dégradation écologique/sociale possible. Cette position résume à elle seule à la fois la complexité et les multiples paradoxes dans lesquels s’insère la mise en tourisme de la nature. Les dynamiques sociales et l’extension de l’appropriation privative des espaces naturels et agricoles posent la problématique des modes de gestion des ressources communes et de leur pérennité, particulièrement dans les pays du Sud. Dans ce contexte, les objectifs, les ressources et les stratégies des principaux acteurs concernés sont difficilement conciliables et le système de relation qu’il induit n’est pas nécessairement en phase avec les finalités poursuivies. This edition of Revue Etudes Caribéennes focuses on the links that unite and oppose tourism and natural resources, specifically in southern countries. In a context of increased media coverage of issues related to biodiversity (including threats to it), tourism – particularly ecotourism – is often presented as a mean to reconcile conservation and development. Local authorities, despite the existence of a specific environmental regulatory framework, often have insufficient resources (human, material, financial) to manage the increase of visits to protected areas, and the potential impact of these visits on natural and human environments. In response to this problem, international financial institutions and associated organizations offer to try to find a balance between mass attendance and low volume attendance in order to develop "high quality tourism" in southern countries. Even if this were possible, what criteria can be used to "stop" the development of a tourist site or region for environmental reasons? The “natural” geographic evolution of tourism – in other words, essentially based on the development of nature tourism and accessibility of these resources – already causes huge political and economic problems. Governments (central, regional or local) are hardly able to arbitrate over the long term in a context that would allow finding a balance between tourism development and preservation of natural areas. The relationship between tourism and natural resources often revolves around two specific objectives: to develop a product with less impact, but at high cost and a target volume of visitors that contributes to economic profits, but that causes the least ecological / social degradation possible. This position epitomizes both the complexity and the many paradoxes of nature tourism development. Social interactions and the expansion of private appropriation of natural and agricultural areas highlight the challenges of managing common resources and their sustainability, especially in the southern countries. In this context, development objectives, natural resources and the strategies of key stakeholders are difficult to reconcile, and the relationship between leading actors do not always correspond with these objectives. Esta edición de “Revue Études Caribéennes” se interesa a los lazos que unen y separan la actividad turística y los recursos naturales, particularmente en los países del sur. En un contexto de mediatización en alza sobre los objetivos ligados a la biodiversidad y a las amenazas que pesan sobre ella, el turismo – y particularmente el ecoturismo – está a menudo presentado como un medio de conciliar la conservación y el desarrollo. Las autoridades locales, pese a la existencia de un cuadro propio de reglamentación al medio ambiente, no disponen habitualmente de suficientes medios (humanos, materiales y financieros) para controlar el aumento de visitas en las áreas protegidas y sus efectos potenciales sobre el ambiente natural y humano. En respuesta a esta problemática, las instituciones financieras internacionales y los organismos asociados proponen a los países del sur encontrar un equilibrio entre la frecuentación de masas y una frecuentación de bajo volumen con el objetivo de desarrollar “un turismo de alta calidad”. Incluso si fuese posible, ¿qué criterios podrían ser utilizados para “cesar” el desarrollo de un centro o una región turística? La evolución geográfica “natural” del turismo – esencialmente basada en el desarrollo del turismo de la naturaleza y el acceso de sus recursos – crean problemas políticos y económicos enormes. Los gobiernos (central, regional o local) tienen dificultades para realizar un arbitraje a largo plazo en este contexto que permitiría la adecuación entre el desarrollo turístico y la preservación de los espacios naturales. La relación entre el turismo y los recursos naturales se articula a menudo alrededor de dos objetivos específicos, sean: desarrollar un producto con mínimo impacto, pero con gastos elevados y aspirar a un volumen de visitantes que contribuya a las ganancias económicas, pero que traiga la menor degradación ecológica/social posible. Esta posición resume la complejidad y las múltiples paradojas en las cuales se encaja la puesta del turismo en la naturaleza. Las dinámicas sociales y la extensión de la apropiación privativa de los espacios naturales y agrícolas plantean una problemática en los modos de gestión de los recursos comunes y de su perennidad, particularmente en los países del sur. En este contexto, los objetivos, los recursos y las estrategias de los principales actores concernidos son difícilmente conciliables y el sistema de relación que induce no es necesariamente en la misma fase con los objetivos perseguidos

    Comunidades "no sentido social da evangelização": CEBs, camponeses e quilombolas na Amazônia Oriental Brasileira

    No full text
    O estudo sobre novos movimentos eclesiais na Igreja Católica, desenvolvido na Amazônia Oriental brasileira, permite uma reflexão sobre a influência dessa Igreja em duas áreas rurais do estado do Pará: a Transamazônica e a microrregião de Tomé Açu. Em ambas, sua atuação, através das chamadas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), muito ativas, desempenha papel relevante entre as populações dessas áreas. O artigo se propõe a analisar a condição social dessas populações que, em função de suas vivências e práticas, incorporando criticamente a influência de agentes de pastoral, assumem novas identidades e novas práticas de natureza política e religiosa, antes não existentes em seu meio
    corecore