370 research outputs found

    A volta do que não foi : sobre animais presentes em naturezas futuras

    Get PDF
    Neste artigo apresento dados coletados em pesquisa etnográfica iniciada no ano de 2014 na Reserva da Faia Brava (Portugal). A Reserva da Faia Brava possui uma característica que tem sido fomentada pela associação que a administra que é destinar-se ao restauro ecológico. Essa especificidade fez da Reserva o ponto de partida para um ambicioso projeto de renaturalização da região oeste da península ibérica, que prevê a reintrodução de espécies animais de grande porte em território português através de sua integração à rede Rewilding Europe. Ao longo do texto descreverei algumas das etapas necessárias à criação de áreas de renaturalização, bem como, levantarei algumas hipóteses vinculadas ao projeto de renaturalização da Europa, e particularmente de Portugal.This article presents data collected in ethnographic research begun in 2014 at the Faia Brava Reserve in Portugal. The Faia Brava Reserve has been dedicated to ecological restoration by the association that manages it. This has made the reserve the starting point of an ambitious project for re-naturalizing the western region of the Iberian Peninsula, which foresees the reintroduction of large animal species in Portugal through its integration to the Rewilding Europe network. The article describes some of the steps necessary to the creation of re-naturalization areas, and some of the hypotheses associated to the re-naturalization project in Europe and particularly in Portugal

    Da cultura da diferença à diferença das culturas : a apropriação do conceito de cultura no discurso de primatólogos

    Get PDF
    Historicamente, a Antropologia, entre as ciências sociais, tem conservado o usufruto do monopólio do conceito de cultura. Contudo, a ciência contemporânea apresenta problemas que revitalizam o debate acerca da abrangência desse conceito. De um lado, as recentes descobertas da biologia molecular indicam grande similaridade entre os genomas de seres humanos e de outros grandes primatas, de outro, a biologia comportamental e alguns primatólogos efetivam essa aproximação utilizando o termo “cultura” para classificar e categorizar as atividades dos grupos que pesquisam. A “cultura”, como a concebemos hoje, é plural, mas será possível expandir o seu alcance de um plano interétnico em direção a um interespecífico? Proponho empreender uma incursão ao tema das apropriações do conceito de cultura por primatólogos segundo uma perspectiva relativista, sugerindo que a antropologia assuma uma postura mais inclusiva das noções de “cultura” emergentes, e criticando a idéia associativa e equivalente de “cultura” entre humanos e outros primatas. _________________________________________________________________________________ ABSTRACTHistorically, the Anthropology, among the social sciences, it has been conserving the usufruct of the monopoly of the culture concept. However, the contemporary science presents problems that revitalize the debate concerning the inclusion of this concept. At one side, the recent discoveries of the molecular biology indicate great similarity among the human being genomes and of other great primates, from the other, the behavior biology and some primatologists execute this approach using the term culture to classify and to arrange the activities of the groups that research. The cultures, how we conceive it today, it is plural, but will it be possible to expand its reach from an inter-ethnic plan towards an inter-specific one? I intend to undertake an incursion to the theme of the appropriations of the culture concept by primatologists according to a relativist perspective, suggesting that the anthropology assumes a more inclusive posture of the emerging culture notions, and criticizing the associative and equivalent idea of culture between humans and other primates

    O altar no laboratório : a ciência e o sagrado no projeto genoma humano

    Get PDF
    A linguagem adotada pelos meios de divulgação científica para se referir ao Projeto Genoma Humano (PGH) e a nova genética cunhou termos como “Livro da Vida”, “Santo Graal da Biologia”, “Linguagem de Deus”, que foram utilizados para caracterizar a importância e a dimensão do empreendimento. O uso de metáforas religiosas não se restringe aos meios de divulgação científica, e se verifica também nas declarações de políticos e cientistas influentes no Projeto. Neste trabalho exponho alguns termos e declarações a respeito do PGH que permitem pensar sobre a relação entre ciência e religião e sobre a utilização de metáforas no discurso científico. _________________________________________________________________________________ ABSTRACTLanguage adopted by scientific media to refer the Human Genome Project (HGP) and the new genetics had used terms like “Book of life”, “Holly Graal of Biology”, and “Language of God”. These expressions were used to characterize the importance and the dimension of this Project (HGP). The use of religious metaphors is not restrict to scientific media, but is also seen in political and scientists speech in the context of the HGP. In this paper, I intend to show some terms cited about the HGP that are useful to think the relationship between science and religion, and think about the presence of metaphors in scientific discourse

    O altar no laboratório: a ciência e o sagrado no projeto genoma humano

    Get PDF
    Language adopted byscientific media to refer the HumanGenome Project (HGP) and the newgenetics had used terms like “Book of life”,   “Holly Graal of Biology”, and “Language        of God”. These expressions were used to         characterize the importance and the        dimension of this Project (HGP). The use       of religious metaphors is not restrict to      scientific media, but is also seen in political     and scientists speech in the context of the    HGP.   In this paper, I intend to show some  terms cited about the HGP that are useful to think the relationship between scienceand religion, and think about the presenceof metaphors in scientific discourse.A linguagem adotada pelosmeios de divulgação científica para sereferir ao Projeto Genoma Humano (PGH)e a nova genética cunhou termos como“Livro da Vida”, “Santo Graal da Biologia”,“Linguagem de Deus”, que foram utilizadospara caracterizar a importância e adimensão do empreendimento. O uso demetáforas religiosas não se restringe aosmeios de divulgação científica, e se verificatambém nas declarações de políticos ecientistas influentes no Projeto. Nestetrabalho exponho alguns termos edeclarações a respeito do PGH quepermitem pensar sobre a relação entreciência e religião e sobre a utilização demetáforas no discurso científico

    TARDE, Gabriel. 2007. Monadologia, Sociologia e outros ensaios. Eduardo Vargas (ed)

    Get PDF
    Monadologia e Sociologia e outros ensaios, coletânea de textos de Gabriel Tarde organizada por Eduardo Viana Vargas, está longe de ser uma despretensiosa compilação anacrônica. Livro repleto de desejo, as escolhas do editor refletem sua intenção. “Monadologia e sociologia”, “A variação universal”, “A ação dos fatos futuros” e “Os possíveis” dão sequência ao argumento situado por Vargas em sua introdução. O texto de Vargas prepara o leitor para o que virá em seguida e justifica seu recorte pela apresentação da controvérsia fundadora Tarde vs. Durkheim. Apesar de direcionar a leitura para um Tarde entre outros possíveis, a introdução serve bem de preparação para um estilo que se tornou “contraintuitivo” nas ciências sociais. Este mesmo espírito é situado por Tarde em carta autobiográfica, também contida na publicação: “Tivera, muito novo, ambições poéticas muito altas... Creio que esta aptidão não era ilusória...” (:236)

    TARDE, Gabriel. 2007. Monadologia, Sociologia e outros ensaios. Eduardo Vargas (ed)

    Get PDF
    Monadologia e Sociologia e outros ensaios, coletânea de textos de Gabriel Tarde organizada por Eduardo Viana Vargas, está longe de ser uma despretensiosa compilação anacrônica. Livro repleto de desejo, as escolhas do editor refletem sua intenção. “Monadologia e sociologia”, “A variação universal”, “A ação dos fatos futuros” e “Os possíveis” dão sequência ao argumento situado por Vargas em sua introdução. O texto de Vargas prepara o leitor para o que virá em seguida e justifica seu recorte pela apresentação da controvérsia fundadora Tarde vs. Durkheim. Apesar de direcionar a leitura para um Tarde entre outros possíveis, a introdução serve bem de preparação para um estilo que se tornou “contraintuitivo” nas ciências sociais. Este mesmo espírito é situado por Tarde em carta autobiográfica, também contida na publicação: “Tivera, muito novo, ambições poéticas muito altas... Creio que esta aptidão não era ilusória...” (:236)

    "Abraços de mono" : elos perdidos e encontros intersubjetivos em etnografia com primatólogos no Brasil

    Get PDF
    A partir de pesquisa etnográfica junto a um grupo de primatólogos atuando em um fragmento da Mata Atlântica mineira, proponho tratar de algumas questões caras à antropologia da ciência, em especial daquela que da perspectiva etnológica se interessa pelas relações entre humanos e não humanos e pelas dinâmicas cosmológicas de atuação deste coletivo. Neste trabalho dedico-me à analise das formas de construção da imagem e agenciamento dos primatas estudados [conhecidos como “muriquis” ou “mono-carvoeiros”] que permeiam o discurso-cultura dos pesquisadores. Procura-se apresentar este coletivo de humanos e não humanos mapeando suas relações e variações dispostas na circulação de imagens, comportamentos e performances transespecíficas.Based on ethnographic fieldwork with a team of primatologists working in a small area of Brazilian Atlantic Forest, this paper engages with some of the classical issues in the anthropology of science, especially the ethnological interest in the relations between humans and nonhumans and the cosmological dynamics that shape this collective. The paper focuses on how the image and agency of the primates is constructed (woolly-spider monkeys known as ‘muriquis’ or ‘monocarvoeiros’) and also analyzes their appropriation by primatological discourseculture. As well as tracing the relations forming this collective of humans and non-humans, the text maps the variations composed of images, behaviours and transpecific performances

    Estar ciente e fazer ciência: sobre encontros e transformações.

    Get PDF
    Neste trabalho, procuro refazer alguns dos caminhos que me (des)nortearam durante o meu trabalho de campo junto a primatólogos em uma faixa de Mata Atlântica preservada no interior do Estado de Minas Gerais. Aqui pretendo refletir sobre algumas possibilidades de etnografar relações sociais mediadas por humanos e não humanos, sujeitos-objetos e objetos-sujeitos, dentro de um contexto de produção científica. Exploro algumas implicações deste processo, analisando duas controvérsias de campo e finalizando com uma reflexão acerca da ênfase dada pelos primatólogos ao compromisso com os sujeitos-objetos pesquisados e seus devidos cuidados antirrepresentacionalistas

    TARDE, Gabriel. 2007. Monadologia,Sociologia e outros ensaios

    Get PDF
    “Durar é mudar” Monadologia e Sociologia e outros ensaios, coletânea de textos de Gabriel Tarde organizada por Eduardo Viana Vargas, está longe de ser uma despretensiosa compilação anacrônica. Livro repleto de desejo, as escolhas do editor refletem sua intenção. “Monadologia e sociologia”, “A variação universal”, “A ação dos fatos futuros” e “Os possíveis” dão sequência ao argumento situado porVargas em sua introdução. O texto deVargas prepara o leitor para o que virá em seguida e justifica s..

    ‘Afinal, você é um homem ou é um rato?’

    Get PDF
    O artigo, que toma a forma de ensaio crítico, tem como mote de argumentação uma prosaica provocação “Afinal, você é um homem ou um rato?”. Em torno dela surgem como principais pontos a antropologia dos animais, as relações interespecíficas e o pós-humanismo. O texto é igualmente uma peça de reflexão a respeito dos compromissos assimétricos históricos que foram forjados no cerne do pensamento humanista. As referências são propositalmente apócrifas a fim de permitir por um lado o assentamento de aforismos e, por outro, possibilitar a livre apropriação do texto e sua recomposição pelo leitor. A crítica ao antropocentrismo e ao representacionalismo, que ora se apresenta às ciências sociais, é feita através de uma estratégia que centraliza a alteração na forma de escrever e de narrar, como forma de expressão de um posicionamento comprometido com a descentralização da hegemonia human
    corecore