15 research outputs found

    Entrevista com Glauber Romling da Silva

    Get PDF
    Glauber Romling discusses his perspective regarding the translation of indigenous languages.Glauber Romling da Silva presenta sus pespectivas en lo referente a la traducción de lenguas indígenas.Glauber Romling da Silva présente ses perspectives à propos de la traduction des langues autochtonesGlauber Romling da Silva apresenta a sua perspectiva sobre a tradução de línguas indígenas

    Documentação linguística na Amazônia: abordagens e métodos

    Get PDF
    Este artigo tem por objetivo apresentar um panorama da área da Documentação Linguística a partir de experiências recentes na Amazônia brasileira. Primeiramente, traçamos um breve histórico da área. A partir disso, refletimos sobre o seu atual estado da arte e extraímos alguns conceitos básicos que devem nortear um projeto de documentação linguística de êxito (a dupla necessidade, o triplo impacto e os quatro princípios de um corpus). Adiante, apresentamos os resultados de um projeto de documentação desenvolvido com a língua Paresi-Haliti, que exemplificam esses conceitos, e descrevemos os pontos importantes de sua execução. Nesse breve estudo de caso, destacamos a abordagem participativa e autônoma, que busca envolver o máximo de agentes das comunidades afetadas como protagonistas no processo de documentação. Essa abordagem é ajustada a um fluxo de trabalho eficiente, que envolve a utilização de ferramentas digitais de documentação linguística. Para isso, projetos dessa natureza devem inserir em suas agendas o treinamento e a formação de pesquisadores indígenas em métodos e técnicas de documentação linguística, para que, assim, possam prosseguir com ações de documentação após a finalização dos projetos. Concluímos com uma reflexão sobre os principais desafios de base que envolvem a Documentação Linguística, em três eixos: (i) diretrizes éticas sobre materiais culturalmente relevantes, (ii) como torná-la, de fato, emancipadora e (iii) como tornar o processo de documentação tecnicamente eficiente

    A distinção contável-massivo no Kheuól do Uaçá

    Get PDF
    Este artigo descreve os principais contrastes da distinção contável/massivo dos nomes no kheuól do Uaçá. O kheuól do Uaçá é uma língua crioula de base francesa falada por dois povos indígenas distintos, Karipuna e Galibi-Marworno, que compartilham o mesmo território (Terras Indígenas do Uaçá e Juminã) em Oiapoque, Amapá, Brasil, na fronteira com a Guiana Francesa. Ambas as variedades do kheuól do Uaçá são subdocumentadas, principalmente a Galibi-Marworno descrita neste artigo. Quase todos os nomes combinam-se com numerais (kwak ‘farinha’ é a única exceção); quase todos os quantificadores e modificadores de quantidade não mostram restrições na combinação com nomes nocionalmente contáveis e massivos (un de thoa ‘alguns, uns’ se combina somente com nomes nocionalmente contáveis); e todos os nomes podem ser pluralizados com o artigo definido plural -iela. Considerando que quase todos os nomes podem ser contados, o contraste relevante está presente na capacidade de nomes nocionalmente massivos serem abertos para denotações unbounded. Esta capacidade pode ser capturada pelo fato de nomes nocionalmente massivos recuperarem a terceira pessoa do singular i/li como anáfora para nomes sortal em contextos de nominais nus (neutros para número); por outro lado, nomes nocionalmente contáveis recuperam a terceira pessoa do plural ie como anáfora nos mesmos contextos

    Fonologia da língua paresi-haliti: descrição e análise

    Get PDF
    Este artigo apresentai (i) uma descrição fonético-fonológica do Paresi-Haliti (família arawak) distribucional em item e arranjo, baseada no modelo de K. Pike (1947) e (ii) uma análise processual da palatalização e coronalização consonantais, segundo o modelo autossegmental de Clements e Hume (1995).</p

    DUAS ORTOGRAFIAS, UMA LÍNGUA: AS VARIEDADES KARIPUNA E GALIBI-MARWORNO DO KHEUÓL DO UAÇÁ

    Get PDF
    : A prática da escrita, quase sempre, está associada diretamente à chegada da educação formal estatal às comunidades indígenas. A escola, como novo espaço de uma estrutura não-indígena, desperta diversas reações, que podem ir do fascínio à total desconfiança ou rechaço. Em muitos casos, a chegada da escrita está associada ao aprendizado do português escrito e ao abandono, em maior parte dos casos forçado, de suas línguas tradicionais. O desenvolvimento de ortografias próprias para as línguas indígenas, muitas vezes, é o instrumento utilizado para manutenção e preservação da língua a partir da escola. Neste artigo vamos apresentar duas experiências distintas de construção de ortografias para línguas indígenas. Uma mais antiga e consolidada, referente à LKAX (Língua Karib Alto-Xinguana, família Karib), que compreende as variantes dialetais faladas pelos Kuikuro, Matipu, Kalapalo e Nahukwá, faladas no Parque Indígena do Xingu, no estado de Mato Grosso; e outra, mais recente e em processo de consolidação, referente ao Kheuól do Uaçá, língua crioula de base francesa, falada por pelos povos indígenas Karipuna e Galibi-Marworno, que habitam o município de Oiapoque, estado do Amapá, na fronteira com o departamento ultramarino francês da Guiana Francesa

    REFLEXÕES SOBRE MÉTODOS DE VALORIZAÇÃO LINGUÍSTICA E CULTURAL PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PESQUISADORES INDÍGENAS

    Get PDF
    Este artigo tem por objetivo pensar sobre o papel de métodos de valorização linguística e cultural na formação acadêmica de professores indígenas. Historicamente, abordagens educacionais para povos indígenas eram baseadas na ideia de que o conhecimento ocidental é superior e que qualquer contribuição da sabedoria tradicional é irrelevante. O conceito básico dessa maneira excepcionalista de pensar nega que o Outro é capaz de conceber métodos sistemáticos e organizados de elaborar conhecimento (SMITH, 1999). A educação escolar indígena no Brasil vem tentando eliminar este viés colonialista ao adotar abordagens na formação de professores indígenas que promovem a produção de materiais pedagógicos interculturais específicos feitos por eles mesmos. Baseando-se na experiência de um projeto de valorização cultural e linguística, pensamos sobre o conceito de pesquisador indígena adotado pelo Curso de Licenciatura Intercultural Indígena da Universidade Federal do Amapá. Este conceito baseia-se na ideia de que professores indígenas devem aprender métodos práticos para superarem o principal desafio da educação indígena que é encontrar maneiras de “traduzir” epistemologias indígenas tradicionais. Pensamos sobre o papel da dicotomia ‘escrita e oralidade’ como um eixo divisor no relacionamento do pensamento ocidental com o Outro. Avaliamos a eficiência de uma abordagem calcada na ideia de que aspectos técnicos, pedagógicos e práticos são somente a base para o aspecto político no processo de tomada de decisão ao se pensar sobre um sistema ortográfico. Finalmente, comentamos as vantagens em usar a produção de documentários como uma ferramenta para espalhar a língua a outros domínios de uso e propor uma forma mais dinâmica de envolver os mais velhos e as lideranças em iniciativas de valorização linguística

    DICIONÁRIO ONLINE DO KHEUÓL DO UAÇÁ, VARIEDADES KARIPUNA E GALIBI-MARWORNO

    Get PDF
    Kheuól do Uaçá is an endangered indigenous language spoken and shared by two peoples of very different origins, the Karipuna and Galibi-Marworno, who inhabit the Uaçá Indigenous Land, located in the municipality of Oiapoque, State of Amapá, on the Franco Brazilian border. Kheuól do Uaçá derives from Guianese, a language that emerged in Cayenne, present-day French Guiana, in the colonial context of the 17th and 18th centuries, based on French (Carvalho, 2020; Santos, M.; Silva, G. 2020; Lüpke et al, 2020, Silva, G. 2021). It established itself as the lingua franca of a region with a disputed border for almost two hundred years between Portugal (later Brazil) and France, from 1713 to 1900. In the 20th century, with the consolidation of the northern Brazilian border, it established itself as the language of identity of these two peoples (Silva, G. 2021). The objective of this work is to present the partial results of the construction process of the Online Dictionary of the Kheuól do Uaçá (DOKH), one of the subprojects of the Museu do Índio Language Documentation Project (FUNAI/UNESCO). The production of DOKH, in the Karipuna and Galibi-Marworno varieties, is part of the context of linguistic revitalization operated in recent years by indigenous teachers from both peoples, which includes the training of indigenous researchers at undergraduate and graduate levels (master's degree) in methods and techniques of Linguistic documentation aimed at the production of didactic and educational materials in Kheuól (Gippert et al., 2006; Moore et al., 2016: Santos, M.; Silva, G. 2020; Forte, 2021; Silva, J., 2022). The making of DOKH applies a participatory and formative approach focused on autonomy as a methodology (Denzon et al. 2008; Stenzel, 2014; Franchetto, 2017; Smith, 2021). The work will seek to reflect on the impacts of this process on the revitalization, documentation, and description of this language.O Kheuól do Uaçá é uma língua indígena ameaçada falada e compartilhada por dois povos de origens bastante distintas, os Karipuna e Galibi-Marworno, que habitam Terra Indígena do Uaçá, situada no município de Oiapoque, Estado do Amapá, na fronteira franco-brasileira. O Kheuól do Uaçá deriva do guianense, língua que surgiu em Caiena, atual Guiana Francesa, no contexto colonial dos séculos XVII-XVIII, a partir do francês (Carvalho, 2020; Santos, M.; Silva, G. 2020; Lüpke et al, 2020, Silva, G. 2021). Consolidou-se como língua franca de uma região com fronteira disputada por quase duzentos anos entre Portugal (posteriormente Brasil) e França, de 1713 até 1900. No século XX, com a consolidação da fronteira norte brasileira, firmou-se como língua de identidade desses dois povos (Silva, G. 2021). O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados parciais do processo de construção do Dicionário Online do Kheuól do Uaçá (DOKH), um dos subprojetos do Projeto de Documentação de Línguas do Museu do Índio (FUNAI/UNESCO). A produção do DOKH, nas variedades Karipuna e Galibi-Marworno, insere-se no contexto de revitalização linguística operado nos últimos anos por professores indígenas dos dois povos, que inclui a formação de pesquisadores indígenas em nível de graduação e pós-graduação (mestrado) em métodos e técnicas de Documentação Linguística voltados para a produção de materiais didáticos e paradidáticos em Kheuól (Gippert et al., 2006; Moore et al., 2016: Santos, M.; Silva, G. 2020; Forte, 2021; Silv, J., 2022; ). A confecção do DOKH, aplica como metodologia uma abordagem participativa e formativa voltada pata a autonomia (Denzon et al. 2008; Stenzel, 2014; Franchetto, 2017; Smith, 2021). O trabalho buscará refletir sobre os impactos desse processo na revitalização, documentação e descrição dessa língua

    Dicionário online do Kheuól do Uaçá, variedades Karipuna e Galibi-Marworno

    Get PDF
    O Kheuól do Uaçá é uma língua indígena ameaçada falada e compartilhada por dois povos de origens bastante distintas, os Karipuna e Galibi-Marworno, que habitam Terra Indígena do Uaçá, situada no município de Oiapoque, Estado do Amapá, na fronteira franco-brasileira. O Kheuól do Uaçá deriva do guianense, língua que surgiu em Caiena, atual Guiana Francesa, no contexto colonial dos séculos XVII-XVIII, a partir do francês (Carvalho, 2020; Santos, M.; Silva, G. 2020; Lüpke et al, 2020, Silva, G. 2021). Consolidou-se como língua franca de uma região com fronteira disputada por quase duzentos anos entre Portugal (posteriormente Brasil) e França, de 1713 até 1900. No século XX, com a consolidação da fronteira norte brasileira, firmou-se como língua de identidade desses dois povos (Silva, G. 2021). O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados parciais do processo de construção do Dicionário Online do Kheuól do Uaçá (DOKH), um dos subprojetos do Projeto de Documentação de Línguas do Museu do Índio (FUNAI/UNESCO). A produção do DOKH, nas variedades Karipuna e Galibi-Marworno, insere-se no contexto de revitalização linguística operado nos últimos anos por professores indígenas dos dois povos, que inclui a formação de pesquisadores indígenas em nível de graduação e pós-graduação (mestrado) em métodos e técnicas de Documentação Linguística voltados para a produção de materiais didáticos e paradidáticos em Kheuól (Gippert et al., 2006; Moore et al., 2016: Santos, M.; Silva, G. 2020; Forte, 2021; Silva, J., 2022; ). A confecção do DOKH, aplica como metodologia uma abordagem participativa e formativa voltada pata a autonomia (Denzon et al. 2008; Stenzel, 2014; Franchetto, 2017; Smith, 2021). O trabalho buscará refletir sobre os impactos desse processo na revitalização, documentação e descrição dessa língua

    Squib: A feature geometric analysis of Pirahã phonology and tonology (Mura)

    No full text
    Neste trabalho revisamos alguns fatos da fonologia e da tonologia Pirahã apresentados em alguns trabalhos anteriores (Everett (1983), Sheldon (1974, 1988), K.Everett (1998)) com novos dados. Inicialmente apresentamos os principais aspectos da fonologia segmental e da estrutura silábica. Falamos sobre tons fonéticos e apresentamos resultados de medições de pitch em nomes em isolamento. Procedemos à análise tonológica do sistema Pirahã descrevendo os padrões tonais encontrados em nomes. De acordo com D. Everett (1979) apud K. Everett (1998, p.108) Pirahã tem dois tons fonológicos, L (baixo) e H (alto), que são realizados em quatro padrões tonais possíveis: H, L, LH e HL. Sequências ascendentes e descendentes são interpretadas como sequências de tons nivelados. Apresentamos evidências preliminares de que Pirahã em seu atual estágio tem quatro tons: baixo, alto, ascendente e descendente distribuídos em dois registros, [+stiff] and [-stiff] (Bao, 1999), com tons ascendentes e descendentes interpretados como unidades. Seus alotons são codificados pelos traços [+slack] e [-slack]
    corecore