14 research outputs found

    Crianças hospitalizadas com doenças crônicas: a compreensão da doença

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Psicologia.Na presente pesquisa investigou-se a compreensão da criança sobre aspectos das doenças em geral - identificação, tratamento, hospitalização, medicação, prevenção - e da sua própria doença. Buscou-se verificar os sentimentos da criança em relação ao adoecimento e os fatores que podem influenciar na compreensão dos aspectos citados. Participaram da pesquisa 15 crianças hospitalizadas com diagnóstico de doenças crônicas. A coleta de dados foi feita em três etapas. A primeira dedicou-se a familiarização do pesquisador com a Instituição e a caracterização da população atendida. Na segunda realizou-se o contato com a criança, o estabelecimento de vínculo e a proposta para a participação da pesquisa. A última etapa consistiu na entrevista com a criança e a solicitação do desenho. Os dados das entrevistas foram analisados segundo a técnica de análise de conteúdo temática. A análise dos desenhos foi conforme os itens: tamanho, cor, traçado, detalhes presentes, verbalizações. Os resultados das entrevistas foram agrupados em dois grupos temáticos: a) Doenças em Geral e b) A criança e a Sua Doença. O primeiro grupo temático foi subdividido em sete categorias: identificação, etiologia, prevenção e tratamento das doenças, motivo da hospitalização, medicação em geral, fontes de informação sobre o processo de saúde e doença. O segundo grupo foi subdividido em cinco categorias: a doença da criança, a hospitalização da criança, tratamento de sua doença, comunicação e informação sobre a doença da criança, sentimentos ou estados emocionais. Constatou-se que as crianças utilizam a sua experiência com o adoecimento, a hospitalização e os demais fatos de sua vida para compreenderem as doenças em geral e a própria doença. Os fatores que parecem interferir nessa compreensão foram o tempo de diagnóstico, a idade, o tipo de doença, a comunicação recebida sobre a sua doença, a rede de apoio que possuíam, os aspectos emocionais utilizados para lidar com o adoecimento, a experiência com doenças em geral e a sua doença. A comunicação entre a equipe de saúde, a criança e sua família mostrou-se fundamental para o entendimento de sua doença. Para tanto, considera-se essencial a preparação dos profissionais que trabalham com crianças para realizarem um atendimento global, em que a criança seja escutada e considerada, assim como a sua família

    Estados emocionais, formas de enfrentamento, rede de apoio e adaptação psicossocial em pacientes amputados

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    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2010A literatura aponta que a amputação de membros inferiores engloba complexos fenômenos psicológicos e físicos, salientando que a rede de apoio pode auxiliar no processo de enfrentamento dessa perda e, consequentemente, da adaptação psicossocial. Assim, o presente trabalho investigou os estados emocionais, as formas de enfrentamento, a rede de apoio e a adaptação psicossocial em pacientes amputados no pós-operatório. A pesquisa caracterizou-se como descritiva-compreensiva e longitudinal de curta duração. Os participantes foram 17 adultos com amputação de membros inferiores. O estudo ocorreu em duas etapas, sendo a 1ª etapa durante o período de hospitalização e a 2ª etapa após seis meses da alta, no acompanhamento ambulatorial e teve como substrato teórico o modelo Processo Pessoa Contexto e Tempo (PPCT) desenvolvido por Bronfenbrenner.. A pesquisa foi dividida em três estudos, sendo o Estudo I referente aos estados emocionais, ansiedade, depressão e recursos de enfrentamento; o Estudo II abarcou o mapeamento da rede de apoio familiar, social e institucional; e o Estudo III identificou os fatores relacionados à adaptação psicossocial após a amputação. Foram utilizados seis instrumentos para a coleta de dados: observação participante de campo, Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP), Inventário Beck de Depressão (BDI) e de Ansiedade (BAI), mapa de rede e entrevistas semiestruturadas. No Estudo I, os instrumentos utilizados EMEP, BAI e BDI foram analisados quantitativamente pelo programa estatístico SPSS 15.0. O Estudo II foi realizado a partir da aplicação do mapa de rede e, por fim, o Estudo III baseou-se em realização de entrevistas e observação participante, sendo os dados dos respectivos estudos analisados qualitativamente. Os principais resultados obtidos foram: na 1ª etapa, as estratégias de enfrentamento mais utilizadas foram a busca religiosa e focalizada no problema, enquanto na 2ª etapa predominou a focalizada no problema. O uso de estratégias combinadas ocorreu em ambas as etapas, favorecendo a diminuição e a remoção da situação estressora. Os níveis de ansiedade e depressão foram baixos em ambas as etapas, entretanto, com diferenças nos desencadeantes de estresse entre as etapas. A principal rede de apoio dos participantes foi a família, oferecendo, na 1ª etapa, ênfase no apoio emocional e, na 2ª etapa, o apoio instrumental. O Serviço de Saúde, a comunidade hospitalar e as relações de amizade foram indicadas como fontes de apoio emocional e instrumental. A adaptação psicossocial à amputação foi concomitante à adaptação às doenças crônicas existentes. A decisão de amputar gerou impacto nos participantes, nas suas famílias e na equipe de saúde, sendo que a perda do membro suscitou o processo de luto com a presença de sentimentos ambivalentes. Considera-se que o estudo com pacientes amputados seja pertinente para a adequação das praticas psicológicas de intervenção no contexto hospitalar, visando facilitar a adaptação psicossocial e melhorar o suporte destes

    Intervenção psicológica em terminalidade e morte: relato de experiência

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    This study presents an analysis and reflection upon the practice of psychologists in situations of death in a hospital context, as well as the terminal and farewell process which patients and their family members experience. The experience report of a professional was used through a case study. The results revealed a reconfiguration of family relationships into different roles and functions from the perspective of greater autonomy. The farewell ritual is an experience that enables changes and recovery of family relationships, as well as an opportunity to experience the mourning process, both for patients, their families and health professionals.El presente estudio tuvo por objetivo analizar y reflexionar sobre la actuación del psicólogo en situaciones de muerte en el contexto hospitalario, así como sobre el proceso de terminalidad y despedida para las personas enfermas y sus familiares. Se utilizó el relato de experiencia profesional a través de un estudio del caso. Los resultados evidenciaron reconfiguración de las relaciones familiares en los diferentes papeles y funciones en la perspectiva de mayor autonomía. El ritual de despedida se constituye en vivencia posibilitadora de mudanzas y rescate de las relaciones familiares, así como de elaboración del proceso de duelo, tanto para el sujeto enfermo y su familia como para el equipo de salud.O presente artigo objetivou analisar e refletir sobre a atuação do psicólogo em situações de morte no contexto hospitalar, bem como sobre o processo de terminalidade e despedida para as pessoas enfermas e seus familiares. Utilizou-se relato de experiência profissional através de estudo de caso. Os resultados evidenciaram reconfiguração das relações familiares nos diferentes papéis e funções, na perspectiva de maior autonomia. O ritual de despedida constitui-se em vivência possibilitadora de mudanças e resgates das relações familiares, bem como de elaboração do processo de luto, tanto para o sujeito doente e família quanto para a equipe de saúde

    The hospital playroom as a factor in the promotion of child development: report of experience

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    A internação hospitalar, freqüentemente, é vista pela criança como uma experiência desagradável a qual é acompanhada de dor, ansiedade, medo, além de sensações de abandono e culpa. A brincadeira é a maneira mais autêntica pela qual a criança expressa e elabora suas vivências. O presente artigo tem, então, como objetivo apresentar as atividades desenvolvidas no Projeto: Brinquedoteca Hospitalar: Projeto de Recreação em Enfermaria Pediátrica, realizado no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, junto às crianças internadas e acompanhantes. Ele constitui-se num projeto de extensão e pretende ressaltar o papel da brincadeira como promotora de bem estar físico, emocional e amenizadora dos desequilíbrios advindos da doença e do processo de hospitalização, assim como possibilitar a continuidade do desenvolvimento da criança. As atividades realizadas diariamente abrangeram uma gama de situações lúdicas tais como jogos, desenhos, fantoches, entre outros. Observou-se que a intervenção das brinquedistas ajudou a criança a atender as solicitações feitas pelos médicos, entender o processo da doença e, ainda, possibilitou uma melhor interação com a equipe médica. Concluiu-se assim, que a brincadeira, de fato, ameniza os traumas da internação, portanto, não deve ser considerada como uma atividade de tempo livre, mas sim como parte do tratamento, otimizando a intervenção e diminuindo o tempo de internação.The hospital is often seen by the child as an unpleasant experience which is accompanied by pain, anxiety, fear and feelings of abandonment and guilt. The play behavior is the way most authentic of the child to express and show their emotions. This article is then to present the activities in the Project: toy library - Draft Recreation in Ward Pediatric, held at the University Hospital of Universidade Federal de Santa Catarina, with hospitalized children and companions. It consists of an extension project and emphasizes the importance of playing activities to promote physical well-being, minimizing the emotional imbalances caused by illness and hospitalization process, it also aims to promote the continued development of the child. The activities included a series of actions, such as games, drawings, puppets, among others. It was observed that the intervention aided children to meet the requests made by physicians, understand the disease process and also aided toward a better interaction with the health staff. Therefore, we conclude that the play actually minimizes the trauma of hospitalization, therefore, should not be taken as a leisure activity but as part of treatment, optimizing the intervention and waning lenght of hospitalization

    Terminalidade, Morte e Luto na Pandemia de COVID-19: Demandas Psicológicas Emergentes e Implicações Práticas

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    The disease caused by the new coronavirus (COVID-19) has been considered a serious crisis from an epidemiological and also a psychological point of view. In addition to the mass losses in a short period of time, the difficulties in performing farewell rituals between people on the verge of death and their families, as well as funerary rituals, can hinder the experience of mourning. The aim of this study is to systematize knowledge about the processes of terminality, death and grief in the context of the COVID-19 pandemic. Through narrative literature review, experiences reported in different countries during the pandemic were summarized. Characteristics of emerging psychological demands and implications for the psychologist's professional practice are presented. Considering that expressions of affection, condolences and spirituality undergo change in this scenario, the importance of enhancing alternative and respectful ways to ritualize the processes experienced is discussed, which seems essential to reframe losses and face challenges during and after the pandemic.A doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) tem sido considerada uma grave crise sob o ponto de vista epidemiológico e, também, psicológico. Além das perdas em massa em curto espaço de tempo, as dificuldades para realização de rituais de despedida entre pessoas na iminência da morte e seus familiares, bem como de rituais funerários, pode dificultar a experiência de luto. O objetivo deste estudo é sistematizar conhecimentos sobre os processos de terminalidade, morte e luto no contexto da pandemia de COVID-19. Por meio de revisão narrativa da literatura, foram sumarizadas experiências relatadas em diferentes países durante a pandemia. Apresentam-se características das demandas psicológicas emergentes e implicações para a prática profissional do psicólogo. Considerando que expressões de afeto, condolências e espiritualidade sofrem alterações nesse cenário, discute-se a importância de potencializar formas alternativas e respeitosas para ritualização dos processos vividos, o que parece essencial para ressignificar perdas e enfrentar desafios durante e após a vigência da pandemia

    A comunicação médico - paciente pediátrico - família na perspectiva da criança

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    Esta pesquisa visou a descrever a comunicação médico - paciente pediátrico - família na perspectiva da criança. Participaram do estudo 15 crianças hospitalizadas com doenças crônicas. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, utilizou-se a análise de conteúdo temático, que resultou em cinco categorias: tipos de comunicação, conteúdos comunicados, comunicação médico - paciente pediátrico - família, comunicação intrafamiliar e fontes de informação. Os tipos de comunicação citados foram a direta e a indireta. Em relação aos conteúdos comunicados, as crianças recordaram dos momentos de menor sofrimento. As crianças referiram que os profissionais conversam mais com os seus pais do que com elas. A comunicação familiar foi indicada como a principal fonte de informação sobre a doença. Desta forma, considera-se que as crianças possuem capacidade de compreender e perceber o que corre com o seu corpo; no entanto, os profissionais e a família tendem a omitir informações visando a protegê-las de maiores sofrimentos

    Explicações de crianças internadas sobre a causa das doenças: implicações para a comunicação profissional de saúde-paciente

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    Esta pesquisa pretendeu estudar o desenvolvimento cognitivo e as explicações sobre a causalidade das doenças em crianças hospitalizadas, particularmente a influência nas explicações da experiência com doenças e da escolaridade. Participaram da pesquisa cinqûenta crianças brasileiras internadas em um hospital público, com diferentes diagnósticos e idade variando entre cinco e nove anos. O desenvolvimento cognitivo e as concepções sobre as causas das doenças foram avaliados dentro de um referencial piagetiano. Como em estudos anteriores, as crianças processaram as informações numa seqüência cognitiva previsível. Entretanto, as crianças internadas mostraram atraso na aquisição da conservação, e explicações com poucos elementos subjetivos, sem referências à própria doença. As causas atribuídas às doenças foram similares às apontadas por crianças de outros países. Foi estatisticamente significativa a relação entre a complexidade das explicações e o número de internações. A maioria da amostra, independente da idade e nível cognitivo, atribuiu o adoecimento à desobediência, possível mecanismo adaptativo ao desamparo, resultado que parece trazer implicações a serem consideradas quando se abordam pacientes infantis
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