87 research outputs found

    Resistência e revolta nos anos 1960: Abdias do Nascimento

    Get PDF

    O recente anti-racismo brasileiro: o que dizem os jornais diários

    Get PDF
    nul

    As elites de cor e os estudos de relações raciais

    Get PDF
    A partir da segunda metade dos anos 30, com a visita de Herskorvitz, Franklin Frazier, Donald Pierson e Ruth Landes à Bahia, o Brasil se transforma numa espécie de laboratório de pesquisa sobre relações raciais harmoniosas. Tal condição será de certo modo reconhecida internacionalmente na década dos 50, quando a UNESCO patrocinou um ciclo de estudos sobre as relações raciais no Brasil. Os estudos realizados na Bahia, sob a coordenação, a orientação ou a influência de Thales de Azevedo se constituem hoje num acervo fundamental para as nossas ciências sociais. Nessa comunicação, reconstruo a evolução da análise de Thales de Azevedo sobre a situação racial na Bahia, partindo de seus primeiros estudos sobre o Povoamento da cidade de Salvador e seguindoa até a sua crítica à “democracia racial” nos anos 70. Concentro-me, todavia, no seu núcleo empírico, que indiscutivelmente está em As elites de cor na Bahia, publicado em 1953.Inspired by the seminal studies of Melville Herskovitz, Franklin Frazier, Donald Pierson, and Ruth Landes in Bahia, Brazil has become in the postwar period a research laboratory for the study of harmonious race relations. This condition was internationally acknowledge when UNESCO sponsored a cycle of studies on race relations in Brazil in the 50s. The Bahian studies, made under the coordination or intelectual influence of Thales de Azevedo, became since then a hallmark for the social sciences in Brazil. In this paper I reconstruct the theoretical analysis of Azevedo on the Bahian race situation from his early study on the Povoamento da Cidade de Salvador until his critique of racial democracy in the 70s. I concentrate, however, on his main empirical work, The colour elites in Bahia of 1953

    How to work with "race" in sociology

    Get PDF
    In a didactic account of a theoretical-methodological nature the author explains how the category of "race" is used in his research, in connection with other categories such as "color", "ethnics", "class", "nation", "people", "state", etc. Assuming that concepts, theoretical or otherwise, can only be applied and understood within their discursive contexts, the author establishes the distinction between "analytical" and "native" concepts, that is, between categories extracted from a theoretical corpus, and those that comprise the discursive universe of the subjects being analyzed, but that must be employed by the sociologist. In the central part of the text, the author sketches a history of the meanings of the category "race" in Brazil and of the various explanations of the nature of the relations between white and black people put forward by Sociology: starting with the 1940s pioneering work of Donald Pierson, going through the UNESCO studies of the 1950s and the work of the so-called "São Paulo School" in the 1960s, up to the more recent revival of the theory of "racial democracy" in close dialogue with Black movements. The author concludes the article with a brief discussion about the various questions or stimuli given in surveys for the definition and measurement of the color or race variable.Numa exposição didática, de caráter teórico-metodológico, o autor explica o modo como utiliza em suas pesquisas a categoria "raça", em conexão com outras categorias como "cor", "etnia", "região", "classe", "nação", "povo", "estado", etc. A partir do pressuposto de que os conceitos, teóricos ou não, só podem ser aplicados e entendidos no seu contexto discursivo, o autor estabelece a distinção entre conceitos "analíticos" e "nativos", ou seja, entre categorias retiradas de um corpus teórico e categorias que compõem o próprio universo discursivo dos sujeitos que estão sendo analisados, mas que devem ser utilizados pelo sociólogo. Na parte central do texto, o autor esboça uma história dos significados da categoria "raça" no Brasil e das diversas explicações do caráter das relações entre brancos e negros avançadas pela Sociologia: desde o trabalho pioneiro de Donald Pierson, nos anos 1940, passando pelos estudos da Unesco, nos anos 1950, os trabalhos da chamada "escola paulista", nos anos 1960, e a retomada da teoria da "democracia racial" nos anos mais recentes, em estreito diálogo com os movimentos negros. O autor termina por fazer uma pequena discussão sobre os diversos estímulos, ou perguntas, dados em pesquisas tipo survey, para definição e mensuração da variável cor ou raça

    Racismo brasileiro na longa duração

    Get PDF
    Review of: SANTOS, Ynaê Lopes. Racismo brasileiro: uma história da formação do país. São Paulo: Todavia, 2022. 345 p.Resenha de: SANTOS, Ynaê Lopes. Racismo brasileiro: uma história da formação do país. São Paulo: Todavia, 2022. 345 p

    Preconceito de cor e racismo no Brasil

    Get PDF
    Using the historical contextualization of two key concepts in Brazilian studies of race (color prejudice and racism), the author analyses the formation of the scientific field of race relations studies in Brazil in the 1940s and its posterior replacement for structural and institutional analysis of racism after 1970. He argues that the race relations paradigm represented a step forward from both nineteenth century racialism and early twentieth century culturalism in the precise sense that it permitted an acute analysis of the social interaction between blacks and whites in different social spheres. The increasing political tensions of the field, as well as some of its theoretical pitfalls, conducted however to its substitution for the structural analysis of racism in the late 1970s. The author suggests that this structural analysis blurs different dimensions of social life and loses its virtues unless it is complemented by precise analytical studies of black and white interaction in the diverse spheres of life.O autor analisa a formação do campo temático dos estudos de relações raciais, no Brasil dos anos 1940, e sua posterior superação pelos estudos de identidade racial e racismo, nos anos 1970, buscando precisar a história dos significados teóricos de dois conceitos: preconceito de cor e racismo. Retroagindo ao final do século XIX, o autor argumenta que o racialismo dogmático de então foi desbancado pelo culturalismo do começo do século XX, apenas para ceder lugar à imprecisão entre a expressão nativa "preconceito de cor" e "preconceito racial", esta última introduzida pelo paradigma das relações raciais, gerado pela Escola de Chicago. Com a superação deste, nos anos 1970, e sua substituição por paradigmas que utilizam quase exclusivamente a análise estrutural e institucional, o conceito de racismo passou a denominar de maneira imprecisa todas as dimensões da vida social e da interação entre "brancos" e "negros". O autor sugere que apenas um retorno à separação analítica das diversas formas de interação e dimensões da vida social pode restituir a esse campo disciplinar a riqueza que teve nos primórdios das ciências sociais

    Intelectuais negros e formas de integração nacional

    Get PDF
    O AUTOR trata neste artigo de três questões: os diversos modos de integração dos "negros" à sociedade brasileira; a maneira também diversa como se formou a idéia de nação brasileira; e finalmente o papel ativo dos intelectuais "negros" na formação do que entendemos por "democracia racial". O seu argumento é de que foram os intelectuais "negros" os responsáveis pela enorme abrangência e capilaridade da doutrina de "democracia racial" entre nós, que a transformou, durante muito tempo, em importante instrumento de mobilização política dos negros. Tal doutrina incorporou idéias elementares, dispersas ao longo da história brasileira, desenvolvidas principalmente por intelectuais "brancos", como Joaquim Nabuco, Gilberto Freyre ou Arthur Ramos, mas re-trabalhadas e re-significadas por intelectuais negros, independentemente do modo como estes se integraram à sociedade brasileira e do modo como identificaram-se como nacionais.IN THIS article, the author deals with three issues: the various modes of integrating "blacks" into Brazilian society; the likewise diverse manners by which the idea of a Brazilian nation came about; and, finally, the active role of "black" intellectuals in forming what we understand as "racial democracy". He argues that "black" intellectuals were responsible for the comprehensiveness and capillarity of the "racial democracy" doctrine amongst us, which for a long time was an important instrument for the political mobilization for blacks. This doctrine incorporated elementary ideas, dispersed throughout Brazilian history, that had been developed mainly by "white" intellectuals, such as Joaquim Nabuco, Gilberto Freyre and Arthur Ramos, but were later reworked and re-signified by black intellectuals, regardless of how the latter came to be integrated into Brazilian society and how they identified themselves as nationals

    Apresentação

    Get PDF

    Depois da democracia racial

    Get PDF
    In this article, I trace a scenario that is becoming increasingly actual and close to Brazilians. In that scenario racial inequalities coexist with a popular state regime in which Black NGOs participate in the implementation of multicultural policies and racial democracy ceases to be a hegemonic discourse. We have acquired consciousness of the limitations of our democracy, of the multicultural nature of our national formation, and of our invidious system of racial inequalities, but we are not successful in stopping it from reproducing itself. I take this scenario as an occasion to point to two current misinterpretations in the sociological literature: neither are racial inequalities in Brazil the product of racial democracy, neither can racial inequalities result from the mere existence of racial categories.Neste artigo, meu objetivo é refletir sobre um cenário futuro, que se torna cada vez mais real e próximo: aquele em que as desigualdades raciais no Brasil convivem com um regime de Estado do qual as organizações negras e outras organizações populares participam ativamente na formulação de políticas multiculturalistas e no qual a ideologia da democracia racial cessou de ser hegemônica. Se, por um lado, nesse cenário, ganhamos efetiva consciência das limitações de nossa democracia, da heterogeneidade da nossa formação e da insidiosa reprodução das desigualdades raciais, nem por isso somos capazes de reverter esse quadro. Essa é a oportunidade de expor alguns equívocos interpretativos atualmente correntes na literatura: nem as desigualdades raciais resultam da "democracia racial", nem a reprodução das desigualdades pode ser explicada pela simples existência de categorizações de base racial
    corecore