18 research outputs found

    A dimensão empreendedora da economia solidária: notas para um debate necessário

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    Uma das novidades promissoras da economia solidária reside em suas possibilidades de superar o padrão de subordinação e de vulnerabilidade das formas típicas de economia dos setores populares, como a informalidade, as ocupações por conta própria, as microempresas e a agricultura familiar. Para cumprir essa expectativa, é necessário vencer questões e tarefas propriamente econômicas, cuja identificação e análise, todavia, vêm deparando-se com um paradoxo: por um lado, existe um reconhecimento cada vez maior quanto ao papel das pequenas unidades econômicas, como fontes de trabalho e como elementos dinâmicos do desenvolvimento. O empreendedorismo já não é visto como um traço peculiar típico das grandes empresas, inclusive no que se relaciona à capacidade de inovação, que estaria crescendo em empresas menores desde o Pós-guerra (Portela et al., 2008). Por outro lado, os arranjos autônomos e associativos de produção de bens e serviços, como aqueles que se perfilam sob a economia solidária, têm merecido uma atenção inexpressiva. Salvo exceções muito recentes, ficam relegados a uma posição secundária e subalterna nas políticas voltadas ao empreendedorismo de pequeno porte e na compreensão vigente a respeito. Geralmente, as iniciativas de apoio a esse campo ou se restringem às organizações maiores, notoriamente as grandes e médias cooperativas, ou desconsideram as especificidades essenciais dos empreendimentos associativos e os tratam como as empresas convencionais de capital privado

    Quando micro não é sinônimo de pequeno: a vertente metautilitarista do empreendedorismo

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    O artigo apresenta aspectos teóricos e metodológicos das pesquisas tratadas neste dossiê, levadas a cabo no Brasil, Moçambique e Portugal no âmbito do Projeto Microempreendedorismo e Associativismo em Países de Desenvolvimento Periférico. Destacando alguns dos seus resultados, retoma primeiramente o debate sobre as concepções de empreendedorismo, advogando a necessidade de um modelo alternativo, consistente com o marco teórico e as conclusões das pesquisas. Em segundo lugar, distingue dois caminhos principais de evolução dos pequenos empreendimentos, contrapondo-os tipologicamente segundo a forma como se posicionam diante da lógica de mercado dominante e como integram diferentes princípios e dimensões, econômicas e extraeconômicas, às suas atividades e às suas perspectivas de desenvolvimento

    Por um Olhar Inverso:: prismas e questões de pesquisa sobre a Economia Solidária

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    A Economia Solidária constitui hoje um tema de pesquisa cuja expansão em várias disciplinas vizinhas à Sociologia é nítida e profícua. Nesse contexto, e tendo em vista as novas alternativas de investigação propiciadas pelo “Mapeamento Nacional da Economia Solidária no Brasil”, o artigo discute algumas frentes de trabalho ainda merecedoras de investigação e consolidação teórica, no âmbito do que considera como pauta de pesquisa já em evidência. A seguir, chama atenção para aspectos do padrão de pesquisa vigente nesse campo, uma vez que seu entrelaçamento com a práxis política da Economia Solidária tende a resultar em renúncias a tratar determinados problemas e em lacunas de conhecimento. Diante disso, propõe bases para um delineamento investigativo com maior amplitude cognitiva, em especial no sentido de reconhecer os fatores primordiais de impulsão da Economia Solidária e a sua irredutibilidade ao econômico

    A descoberta dos vínculos sociais. Os fundamentos da solidariedade, Ediciones Unisinos, Sao Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil, 2016, 251 p.

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    El descubrimiento de los vínculos sociales, como se titula la obra que comento, muestra una interpretación que se inicia poniendo en cuestión las razones prácticas del utilitarismo y continúa sistematizando los axiomas sobre la reciprocidad que se tienen hasta 2016. Luiz Ignacio Gaiger, sociólogo brasileño autor del escrito, dispone ese recorrido en seis capítulos y una bibliografía, la cual tendrá comentarios al final de esta reseña, y cierra incorporando la eficiencia sistémica del ayllu, s..

    Empreendimento econômico solidário e empresa social: ampliando abordagens e integrando conceitos no diálogo Norte-Sul

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    Iniciativas econômicas que enfatizam a criação de valor social ampliaram-se significativamente nas últimas décadas, requerendo a construção de conceitos e tipologias que permitam seu conhecimento, comparação e análise em âmbito mundial - objetivo do projeto de pesquisa intitulado "International Comparative Social Enterprise Models" (ICSEM). Neste trabalho, pesquisadores vinculados ao ICSEM visam analisar o empreendimento de economia solidária - típico do Sul - como um caso de empresa social a partir dos critérios e indicadores do Modelo EMES (europeu), identificando convergências e divergências. Trata-se de estudo teórico, o qual concluiu que o empreendimento econômico solidário é um caso de empresa social. Contudo, traços distintivos da economia solidária (tais como: autogestão, protagonismo dos próprios excluídos e racionalidade econômica substantiva) suscitam redefinições em critérios sociais, econômicos e políticos, possibilitando, por um lado, um novo modelo para os empreendimentos e, por outro, uma dimensão mais ampla e multicultural na análise teórica de empresas sociais.Las iniciativas económicas que enfatizan la creación de valor social se han ampliado significativamente en las últimas décadas, requiriendo la construcción de conceptos y tipologías que permitan su conocimiento, comparación y análisis a nivel mundial - objetivo del proyecto de investigación titulado “International Comparative Social Enterprise Models” ICSEM). En este trabajo, investigadores vinculados al ICSEM buscan analizar el emprendimiento de economía solidaria - típico del Sur - como un caso de empresa social a partir de los criterios e indicadores del Modelo EMES (europeo), identificando convergencias y divergencias. Se trata de un estudio teórico, el cual concluyó que el emprendimiento económico solidario es un caso de empresa social. Sin embargo, rasgos distintivos de la economía solidaria (autogestión, protagonismo de los excluidos y racionalidad económica sustantiva) suscitan redefiniciones en criterios sociales, económicos y políticos, posibilitando, por un lado, un nuevo modelo para los emprendimientos y, por otro lado, una dimensión más amplia y multicultural en el análisis teórico de las empresas sociales.Economic initiatives that emphasize the creation of social value have significantly increased in recent decades, requiring the construction of concepts and typologies that allow their knowledge, comparison and analysis worldwide, which is the purpose of the research project "International Comparative Social Enterprise Models" (ICSEM). In this paper, researchers involved in the ICSEM project aim to analyze the solidarity economic enterprise - typical from Southern countries - as a case of social enterprise according to the criteria and indicators of the EMES Model (European), identifying correspondences and differences. This is a theoretical study, which concluded that the solidarity economic enterprise is a case of social enterprise. However, distinctive characteristics of solidarity economy (such as: self-management, protagonism of excluded people and substantive economic rationality) evokes adaptations in social, economic and political criteria, enabling a new model for solidarity enterprises and also a broader and multicultural dimension in the theoretical analysis of social enterprises

    A economia solidária e o valor das relações sociais vinculantes

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    A questão de fundo do artigo diz respeito às possibilidades contidas na economia solidária para configurar vínculos não determinados pelo cálculo utilitário e materializar um regime singular entre distintos princípios operantes na vida econômica. Para isso, apóia-se em pesquisas empíricas que demonstram a tendência da economia solidária a desenvolver relações portadoras de vínculos sociais, a partir dos quais se entrelaçam indissociavelmente a vida econômica e a vida social. Os valores emanados em tais experiências conduzem à ampliação da reciprocidade social e a envolvimentos na esfera pública, convertendo à economia solidária em agente político impulsionador de novos espaços de deliberação política, cuja perspectiva é a adoção de um sistema de regulação que garanta a coexistência de diferentes lógicas econômicas, em condições mínimas de equilíbrio. Em conclusão do artigo, argumenta-se que essa visão plural da economia requer a superação da antinomia utilitarismo-altruísmo, em favor de uma concepção híbrida das relações sociais

    A associação econômica dos pobres como via de combate às desigualdades

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    O trabalho retoma o debate sobre as vias de resolução das desigualdades, sustentando que as iniciativas com esse fim necessitam visar à ativação econômica dos setores desfavorecidos, forma mais indicada para gerar equidade e desenvolvimento. Examina, a seguir, o modelo de ativação predominante, direcionado ao desenvolvimento das competências individuais, no qual aponta inadequações e insuficiências. Contrapõe-se um segundo modelo, de promoção do empreendedorismo em moldes associativos e, a partir dos dados do primeiro Mapeamento Nacional da Economia Solidária no Brasil, identifica-se um padrão de referência correlato. A sua análise conduz a um balanço preliminar das possibilidades de preservação e consolidação de agentes econômicos vincadas na cooperação produtiva e na autogestão
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