68 research outputs found

    História do Brasil guloso

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    The art of cooking in Bahia: a work by Manuel Querino

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    A presente comunicação visa delinear o contexto sociocultural que deu origem ao conjunto de receitas coligidas por Manuel Querino (1851-1923), publicadas na obra intitulada: A arte culinária na Bahia (1922). Três décadas após a abolição do sistema escravista e a proclamação da República, diversos intelectuais brasileiros, empenhados em valorizar os traços específicos do país, procuraram distanciar-se da herança portuguesa. Ampliaram o conceito de três raças formadoras da nação: indígena, portuguesa e africana, acoplado (na visão de autores como Gilberto Freyre) a uma utópica democracia racial. Ao apresentar um rol costumeiro de receitas soteropolitanas, Querino, estudioso negro, não limitou seu escopo à divulgação de criações culinárias locais. Comentários acompanhando o detalhamento dos preparos possibilitam ao leitor inferir o intento que orientou o empreendimento: um desejo de afirmar e dignificar o aporte cultural da população negra à modelagem de um cardápio local. Segundo observou Raul Lody (na apresentação de edição recente da obra do autor), Querino “inaugurou um olhar e um estilo em torno de matriz africana, baseado em suas vivências pessoais no Recôncavo baiano...”. Semelhante contribuição suscita indagações. Em que circunstâncias uma culinária de matriz africana teria surgido na Bahia? Em área rural ou urbana? Nas casas ou nas ruas da cidade (às mãos de vendedoras ambulantes)? E, por conseguinte, quando foi que essas iguarias saborosas e nutritivas, de tempero marcante, elaboradas com ingredientes de custo módico e um uso trabalhoso da pedra de ralar começaram a ser amplamente apreciadas pelo conjunto da população, tornando-se elemento simbólico representativo de uma identidade baiana? Em tempos coloniais? Após a abolição? Fundamentada na perspectiva da micro-história apresentada por Carlo Ginzburg em Mito, emblemas e sinais (1986; em versão brasileira, publicado pela Companhia das Letras, 1989), pretendo delinear uma reflexão etno-histórica sobre os fenômenos envolvidos e apontar aspectos da história da alimentação baiana que merecem discussão. Comentários rápidos de cronistas, de viajantes ou de autores do período colonial como o poeta Gregório de Matos Guerra e documentos analisados por historiadores como Richard Graham, autor da obra Alimentar a cidade: das vendedoras de rua à reforma liberal (Salvador, 1780 –1860), servirão de indícios para desvendar as peculiaridades do contexto soteropolitano que presidiram à publicação da obra de Manuel Querino

    Transformação e persistência: Antropologia da alimentação e nutrição em uma sociedade indígena amazônica

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    LEITE, Maurício Soares. Transformação e persistência: Antropologia da alimentação e nutrição em uma sociedade indígena amazônica. Rio de Janeiro, Editora Fiocruz, 2007, 239 p.A obra de Maurício Soares Leite: “Trans-formação e persistência: Antropologia da ali-mentação e nutrição em uma sociedade indígenaamazônica”, fruto de um doutorado em SaúdePública, propõe ao leitor um estudo de caso ex-tremamente interessante por seu enfoque quecombina as perspectivas analíticas de várias dis-ciplinas em torno das escolhas de provimentoe de consumo alimentar de uma comunidadeindígena. A preocupação do autor, “nutricio-nista transmutado em antropólogo”, com da-nos à saúde causados pelo empobrecimentodas dietas nativas e com a falta de eficácia dasações programadas pelo SUS no trato de gru-pos indígenas o estimulou a detalhar as solu-ções ideadas por uma sociedade indígena pararesolver problemas de subsistência alimentar.O pesquisador se debruçou, portanto, sobreos procedimentos de um grupo de trezentosíndios Wari’ (pertencentes à família lingüísti-ca Txapakura), que residiam em Santo André,uma aldeia situada no Estado de Rondônia, namargem esquerda do rio Pacáas Novos, juntoa um posto da FUNAI. A decisão de explicaras carências nutricionais da comunidade e asdoenças que a afligiam por meio de uma aná-lise quali-quantitativa dos ingredientes ingeri-dos em maio e em novembro 2003 (durantea estação seca e a estação úmida), de mensura-ções antropométricas da população, da obser-vação de seus hábitos alimentares cotidianos ede comentários dos índios sobre mudanças nadieta subseqüentes ao contato com os brancos,fundamentou o estudo. Especificou-se aindaa participação proporcional de diversas fontesprovedoras de gêneros comestíveis: roças, caça,pesca ou mercado regional (fornecedor de ali-mentos industrializados), na composição dasrefeições. De forma que, tanto o relato dos cul-tivos destinados ao consumo familiar e à vendana cidade de Guajará-Mirim, quanto a obser-vação das expedições de caça, de pesca ou decoleta (escalonadas em diversos momentos dociclo anual) permitiram ao autor analisar umelenco significativo de aspectos fisiológicos,ecológicos e sociais e apontar a complexidadedas motivações envolvidas nos procedimentosde produção e de consumo alimentar

    Alpers, Svetlana. A arte de descrever: a arte holandesa no século XVII. Tradução Antônio de Pádua Danesi, São Paulo, Edusp, 1999, 427 pp

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    The second internal transcribed spacer of nuclear ribosomal DNA as a tool for Latin American anopheline taxonomy: a critical review

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    Cholini (Coleoptera: Curculionidae, Molytinae) depositados na Coleção de Invertebrados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

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    In Brazilian Amazonia, Cholini (Coleoptera, Curculionidae, Molytinae) is represented by 53 species distributed in seven generaAmeris Dejean, 1821; Cholus Germar, 1824; Homalinotus Sahlberg, 1823; Lobaspis Chevrolat, 1881; Odontoderes Sahlberg, 1823; Ozopherus Pascoe, 1872 and Rhinastus Schoenherr, 1825. This work documents the species of Cholini housed in the Invertebrate Collection of the Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, Brazil and gives the geographical and biological data associated with them. A total of 186 Cholini specimens were identified as belonging to 14 species (13 from Brazilian Amazonia) and five genera (Cholus, Homalinotus, Odontoderes, Ozopherus and Rhinastus). Only 24% of the Cholini species reported from Brazilian Amazonia are actually represented in the INPA collection, underscoring the need for a more systematical collecting based on available biological information. The known geographical distribution was expanded for the following speciesCholus granifer (Chevrolat, 1881) for Brazil; C. pantherinus (Olivier, 1790) for Manaus (Amazonas); Cholus parallelogrammus (Germar, 1824) for Piraquara (Paraná); Homalinotus depressus (Linnaeus, 1758) for lago Janauacá (Amazonas) and rio Tocantins (Pará); H. humeralis (Gyllenhal, 1836) for Novo Airão, Coari (Amazonas) and Porto Velho (Rondônia); H. nodipennis (Chevrolat, 1878) for Carauari, Lábrea (Amazonas) and Ariquemes (Rondônia); H. validus (Olivier, 1790) for rio Araguaia (Brasil), Manaus (Amazonas), rio Tocantins (Pará), Porto Velho and BR 364, Km 130 (Rondônia); Odontoderes carinatus (Guérin-Méneville, 1844) for Manaus (Amazonas); O. spinicollis (Boheman, 1836) for rio Uraricoera (Roraima); and Ozopherus muricatus Pascoe, 1872 for lago Janauacá (Amazonas). Homalinotus humeralis is reported for the first time from "urucuri" palm, Attalea phalerata Mart. ex Spreng.Na Amazônia brasileira, Cholini (Coleoptera, Curculionidae, Molytinae) é representada por 53 espécies, distribuídas em sete gêneros: Ameris Dejean, 1821; Cholus Germar, 1824; Homalinotus Sahlberg, 1823; Lobaspis Chevrolat, 1881; Odontoderes Sahlberg, 1823; Ozopherus Pascoe, 1872 e Rhinastus Schoenherr, 1825. Este trabalho documenta as espécies de Cholini depositadas na Coleção de Invertebrados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, Brasil, além de apresentar a distribuição geográfica e informações sobre a biologia dessas espécies. Foram identificados 186 espécimes de Cholini, pertencentes a 14 espécies (13 da Amazônia brasileira) e cinco gêneros (Cholus, Homalinotus, Odontoderes, Ozopherus e Rhinastus). Somente 24% das espécies de Cholini registradas para a Amazônia brasileira estão representadas na coleção do INPA, ressaltando a necessidade de um esforço de coleta sistemático baseado na informação biológica disponível. Foi ampliada a distribuição geográfica conhecida das seguintes espécies: Cholus granifer (Chevrolat, 1881) para Brasil; C. pantherinus (Olivier, 1790) para Manaus (Amazonas); Cholus parallelogrammus (Germar, 1824) para Piraquara (Paraná); Homalinotus depressus (Linnaeus, 1758) para lago Janauacá (Amazonas) e rio Tocantins (Pará); H. humeralis (Gyllenhal, 1836) para Novo Airão, Coari (Amazonas) e Porto Velho (Rondônia); H. nodipennis (Chevrolat, 1878) para Carauari, Lábrea (Amazonas) e Ariquemes (Rondônia); H. validus (Olivier, 1790) para rio Araguaia (Brasil), Manaus (Amazonas), rio Tocantins (Pará), Porto Velho e BR 364, Km 130 (Rondônia); Odontoderes carinatus (Guérin-Méneville, 1844) para Manaus (Amazonas); O. spinicollis (Boheman, 1836) para rio Uraricoera (Roraima) e Ozopherus muricatus Pascoe, 1872 para lago Janauacá (Amazonas). Homalinotus humeralis é associado pela primeira vez com a palmeira urucuri Attalea phalerata Mart. ex Spreng

    Todas as criaturas do mundo: a arte dos mapas como elemento de orientação geográfica

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    Vague in the outlines and abounding in figures of real or fabulous creatures, the iconography of medieval maps played a significant role in helping users to recognize lands that were virtually unknown to Christendom. In a world with no reliable latitudes and longitudes, the land contours, inhabitants and even certain elements of fauna and flora could become variables of utmost importance for geographic orientation. Notwithstanding the higher levels of precision achieved in their efforts to represent geographic space, the considerable advancements made in latitude determination, and their continuous pursuit of a practical method for the establishment of longitudes, the cartographers of the Age of Discoveries still went to the trouble of depicting notable elements - whether real or imaginary - to help travelers get their bearings around different regions of the globe. As the presence of Europeans continued to expand and an authentic scientific revolution took place in the 17th century, the lengthy notes and eye¿catching representations of nature and local inhabitants soon lost their utility as points of reference on 17th-century maps to become mere accessories of aesthetic and commercial value. The advent of the 18th century consolidated, once and for all, the transformation of such illustrations into essentially decorative elements with no other relevant role to play in mapmaking. In addition to decreasing in number, the figures became more stylized and moved to the borders of the maps as ornamental motifs. Although they often maintained some sort of relation with the geographic space depicted on the map, the motifs chosen could also constitute a rather independent element. In fact, allegories, compositions with a variety of mythological figures, and historical representations were often used to underscore the power of certain political agents

    Especiação e seus mecanismos: histórico conceitual e avanços recentes

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    Lista das espécies de aranhas (Arachnida, Araneae) do estado do Rio Grande do Sul, Brasil

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