86 research outputs found

    Documentação Linguística de comunidades de práticas

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    Esta publicação contém uma coletânea de textos produzidos pelos participantes do Seminário Ibero-Americano da Diversidade Linguística, que aconteceu em Foz do Iguaçu, Paraná, de 17 a 20 de novembro de 2014. O evento foi organizado pelo Departamento do Patrimônio Imaterial do Iphan e pela Diretoria de Relações Internacionais do Ministério da Cultura. Contou com a parceria e apoio da Universidade de Integração Latino-Americana (Unila), da Itaipu Binacional e da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib) - Produção e Gestão do Conhecimento sobre a Diversidade LinguísticaNo cenário sociolinguístico brasileiro, a diversidade linguística é tema que precisa ser discutido e aprofundado, sob pena da padronização e nor- matização, em curto espaço de tempo, das variedades linguísticas brasileiras faladas, especialmente fora dos grandes centros. Por isso, iniciativas como o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) são relevantes se alia- das à pesquisa científica de descrição linguística. Neste texto, após uma breve contextualização da Sociolinguística Variacionista no Brasil, mostra- mos como este campo da ciência pode contribuir para o INDL/IPHAN, ao apresentarmos ações de documentação linguística em comunidades de práticas religiosas e a expansão para o espaço escolarDepartamento do Patrimônio Imaterial do Iphan; Diretoria de Relações Internacionais do Ministério da Cultura; Universidade de Integração Latino-Americana (Unila); Itaipu Binacional e da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib

    EMERGÊNCIA E INOVAÇÃO NA LÍNGUA: EXPLORANDO O PARADIGMA FUNCIONAL DA GRAMATICALIZAÇÃO

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    Functional paradigm of grammaticalization (grammaticalization theory) is a perspective in the linguistics studies which analyses the process in which items become more grammatical in the time. As paradigm, grammaticalization treats of how the forms and grammatical constructions appear, how are the forms used and how model the language. Studies of this nature won space in the linguistic literature in the 1970’s, exploding in the 1990’s. In this text, the concepts of grammaticalization are presented in the perspective of the functional paradigm of the grammaticalization, are discussed the critics at concepts and yours replies, and are analyzed some possible directions for the studies

    Effects of the Linguistics Processing: Palatals in Brazilian Portuguese and the Sociolinguistic Monitor

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    This paper provides new empirical support for the sociolinguistic monitor hypothesis, replicating Labov et al.’s (2006, 2011) study with an experiment that examines perceptual reactions to alternating distributions of the /t,d/ variable in Brazilian Portuguese, in the context of a professional news broadcast on health and welfare. Two different simulated passages were constructed, containing tokens of /t,d/ before and after /i/, respectively, that were read with stops and palatals. The participants (N=304) rated each passage on a seven-point scale of professionalism. An analysis of variance reveals a main effect of context in mean rates and response time: the speaker evaluation on the professionalism scale for the regressive context stimuli differed significantly from the progressive context, but, interestingly, the response time to the palatal realization in the regressive context, the positively evaluated variant, is greater than for the progressive. It suggests that can there be a cognitive effort to process incoming changes, and that speakers pay more attention to the social context, which is learned at school. In the regressive context, the proportion of palatals is not significant, but in the progressive context it is, which partially corroborates the hypothesis that the sociolinguistic monitor is sensitive to frequency (in negative stereotype variables)

    A mudança linguística, a gramática e a escola

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    Tendo a escola como eixo norteador de uma discussão que interessa a pesquisadores-linguistas e professores de língua portuguesa, este artigo se estrutura em torno de duas perguntas:  qual é o papel da escola na mudança linguística? E qual é o papel da gramática na escola? São evocados os princípios da sociolinguística variacionista, considerando a abordagem dada ao fator escolarização e os resultados que são depreendidos a partir de sua análise, em duas perspectivas, a da produção e a da percepção, evidenciando a tensão entre frequência de uso e a avaliação social.Palavras-chave: Sociolinguística. Gramática. Frequência de Uso. Avaliação Social

    Sociolinguística no/do Brasil

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    A Sociolinguística de orientação variacionista é uma das áreas de pesquisa mais abrangentes e produtivas no Brasil e segue um modo de trabalho muito particular, que se distancia da abordagem proposta por William Labov em “The Social Stratification of English in New York City”. O texto retrospecta as duas obras pioneiras, “The Social Stratification of English in New York City” e “Language in the inner city”, para então apresentar uma versão da Sociolinguística do Brasil e prospectar seus rumos, evidenciando a tensão entre o ativismo sociolinguístico e a documentação sociolinguística.

    ENTRE NORMA E USO, FALA E ESCRITA: CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLINGUÍSTICA À ALFABETIZAÇÃO

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    Neste texto, são discutidos alguns conceitos sociolinguísticos essenciais para que o professor alfabetizador tenha êxito em seu propósito: as questões referentes à norma e ao uso da língua e sua relação com a fala e a escrita. Para ilustrar a discussão, são elencados resultados acerca da relação entre fala e escrita no rotacismo (neutralização dos traços fonéticos de /l/ e de /r/), fenômeno fonológico variável no português, fortemente estigmatizado e sensível aos contínuo da escolarização e urbano-rural

    ALFABETIZAÇÃO, FRACASSO ESCOLAR: pacotes educacionais são a solução?

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    Cada época é marcada por certa tendência, filosofia de vida, modo de pensar, modode agir, modo de viver. A que vigora em nossa sociedade é a necessidade de respostas prontase fáceis. Queremos a receita certa e infalível para tudo: como emagrecer sem parar de comerem 3 dias, como enriquecer sem trabalhar, como ficar bela para sempre, e assim por diante,até chegarmos ao campo da Educação. Se podemos comprar a revista que ensina a dietamilagrosa para emagrecer, por que não comprar um pacote educacional que promete acabarcom o fracasso escolar? Funciona mesmo? Não conheço alguém que tenha feito a dieta dasopa e emagrecido os 3 kg em dois dias como a revista prometia. Também não conheçonenhuma fórmula mágica para que os alunos “aprendam a escrever com criatividade, coesão ecoerência...”. Se receitas genéricas milagrosas funcionassem de fato, o Brasil não teria umataxa obesidade de 40,6% da população adulta (dados do IBGE - Pesquisa de Orçamentosfamiliares 2002/2003, equivalentes a 38,8 milhões de brasileiros), nem ficaria em último lugarno PISA. Assim, é com muito receio que os pacotes pedagógicos disponíveis (é só folhearuma edição da revista Nova Escola para constatar que existem “milagres”) e que são vendidoscomo a solução para o fracasso escolar devem ser encarados. O livro Política pública deeducação para as séries iniciais – estudo sobre os programas ALFA e BETO, SE LIGA eACELERA nas escolas públicas da rede estadual de Sergipe”, das professoras doDepartamento de Educação da Universidade Federal de Sergipe Lianna de Melo Torres e Sonia Meire Santos Azevedo de Jesus, publicado pelo Sindicato dos Trabalhadores emEducação do Estado de Sergipe (SINTESE) vem tocar neste problema.Torres e Jesus apresentam os primeiros resultados de uma investigação que mereceser continuada, a fim de se determinar qual o impacto da adoção de pacotes educacionais nosindicadores de desempenho dos estudantes da rede pública de ensino. Neste primeiromomento da investigação maior, as autoras reconstroem o contexto da adoção dos pacoteseducacionais no estado, analisam-nos e coletam as impressões dos professores que trabalhamcom o material. Assim, a obra Política pública de educação para as séries iniciais – estudosobre os programas ALFA e BETO, SE LIGA e ACELERA nas escolas públicas da redeestadual de Sergipe é composta por seis capítulos. No primeiro, intitulado “O problema”, éfeito um retrospecto do contexto educacional brasileiro, enfocando a relação entre aalfabetização e a defasagem idade/série, e as propostas de políticas públicas educativas paratentar equilibrar esta situação, que, no cenário sergipano, dá-se com a adoção dos programasALFA e BETO, SE LIGA e ACELERA nas escolas públicas da rede estadual. As autorasquestionam: “Até que ponto os programas pedagógicos implantados pelo Governo do Estadode Sergipe contribuem com êxito para a alfabetização e a diminuição da defasagemidade/série?” (p. 11).Em seguida, são apresentados os procedimentos metodológicos adotados para tentarexplicitar a questão colocada: análise dos materiais didáticos e manuais de orientação dosprogramas e, principalmente, entrevistas com professores e coordenadores pedagógicos dasescolas que os adotaram. Os resultados são apresentados em três capítulos: “Características ecomposição do material didático dos programas”, “A avaliação da aprendizagem” e “Acapacitação em serviço”, os quais são apresentados a seguir

    A expressão do passado imperfectivo no português: variação/gramaticalização e mudança

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    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Lingüística.O valor semântico-discursivo de passado imperfectivo, no português falado em Florianópolis, apresenta duas formas de realização: a forma de pretérito imperfeito do indicativo (IMP) e a forma perifrástica constituída pelo auxiliar estar acompanhado do morfema de pretérito imperfeito do indicativo e verbo principal no gerúndio (PPROG). No domínio da imperfectividade, o passado imperfectivo recobre valores que vão desde o progressivo até o habitual, passando pelo durativo, iterativo e por casos de ambigüidade aspectual (imperfectivo genérico, valor em que a especificidade aspectual não é relevante nem para o falante nem para o ouvinte). O passado imperfectivo é uma função caracterizada temporalmente pela relação de ordenação e sobreposição, e aspectualmente, pela relação de inclusão. Em relação ao tempo, o passado imperfectivo refere-se a uma situação anterior ao momento de fala e simultânea ao ponto de referência, também anterior, daí a noção de passado. E, em relação ao aspecto, o passado imperfectivo refere-se a uma situação cujo intervalo inclui o ponto de referência, o que manifesta o andamento da situação em relação à referência, daí a noção de imperfectividade. Considerando os pressupostos da abordagem evolutiva da língua (Croft, 2000, 2002), que lida com duas noções de mudança lingüística: mudança como inovação (Givón 2001, 2002 e o paradigma funcional da gramaticalização (Hopper e Traugott, 1993, Heine et al., 1991)) e como propagação (Weinreich et al., 1968), a expressão variável do passado imperfectivo na fala de Florianópolis é analisada. O corpus da análise é formado por 36 entrevistas do Banco de Dados VARSUL relativas à cidade de Florianópolis, estratificadas quanto ao sexo, tempo de escolarização e faixa etária dos indivíduos. Foram coletadas 882 ocorrências da função dentro da unidade analítica episódio narrativo, das quais 546 de IMP e 336 de PPROG. Os dados foram categorizados e submetidos à análise estatística (regressão logística com cálculo de desvio da média) em três modelos: a análise geral, a análise que considerou apenas o aspecto durativo e a análise que considerou o aspecto durativo em pares mínimos. Os resultados apontam que, apesar de ambas as formas desempenharem a mesma função semântico-discursiva, funcionando como variantes de uma mesma variável lingüística, existem contextos de recorrência específicos. A forma IMP está relacionada à expressão dos aspectos habitual e iterativo, predicados [- dinâmicos], situações longas, de polaridade negativa e ponto de referência imperfectivo. A forma PPROG está relacionada à expressão do aspecto progressivo, predicados [+ dinâmicos], situações instantâneas e curtas, de polaridade positiva e ponto de referência perfectivo. A polarização entre formas e contextos de recorrência é conseqüência das trajetórias de gramaticalização pelas quais passam as formas IMP e PPROG. Socialmente, a variação na expressão do passado imperfectivo está relacionada com a gradação etária dos informantes. Os resultados dão evidências ao modelo evolutivo da linguagem, e confirmam a hipótese de que a gramaticalização (mudança como inovação) é direcional de variação (mudança como propagação)

    Preconceito linguístico para humanizar as máquinas

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    Social competence in machines, with the ability to adapt language to the target audience, is still a demand to be explored in the field of artificial intelligence enabling technologies. How can the linguistic description of Brazilian Portuguese that has been developed by Sociolinguistics in Brazil meet a demand for practical application? In this paper, we propose a path to explore how sociolinguistic traits can attribute a human personality to the machine.A competência social nas máquinas, com a capacidade de adaptar a linguagem ao público-alvo, ainda é uma demanda a ser explorada no campo das tecnologias habilitadoras da Inteligência artificial. Como a descrição linguística do português brasileiro que vem sendo desenvolvida pela Sociolinguística no Brasil pode atender a uma demanda de aplicação prática? Neste texto, propomos um caminho para explorar como traços sociolinguísticos podem atribuir uma personalidade humana à máquina
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