199 research outputs found

    Schwanke, vestígios de um cometa

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    Este texto, versão revisada de parecer atribuído à dissertação Perfis de Schwanke: Catalogação da obra em acervos institucionais, trata de oferecer alguns sentidos ao segmento Perfis da obra do artista, através de conceitos da Filosofia da Diferença. Reitera a função crítica do artista e seu amor fati, dando a ver a vontade de potência para a criação de novos mundos e novos olhares

    O destino não pode esperar: apontamentos sobre a inelutável improrrogabilidade / Destiny cannot wait: notes on the ineluctably non-deferrable

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    ResumoO presente texto associa a noção de improrrogável ao destino que não pode esperar, ou seja, aos acontecimentos que afetam uma vida de forma intempestiva e inelutável. Aponta este momento, como próprio ao tempo kairós, que possibilita ultrapassagens e devires frente a momentos de crise e teste às potências do corpo, impessoais e indeterminadas. Corpo-esgotado e não apenas cansado. O improrrogável, assim, se torna irmão do desastre, da catástrofe, da morte e do devir. Ergue-se como um destino realizado às nossas costas e às nossas custas e pode constituir-se em ocasião de artesania de um corpo-sem-órgãos que expele elementos potenciais para além do ressentimento e da queixa.Palavras Chave: Improrrogável; Acontecimento; Corpo-sem-órgãos; Uma Vida; Esgotamento.  AbstractThis text relates the notion of the non-deferrable to a destiny that cannot wait, to events which affect a life in an untimely and ineluctable way. This moment is aligned as belonging to kairos time which facilitates surpassings and becomings in face of moments of crisis which test the impersonal and indeterminate powers of a body—of a body-exhausted and not just tired. The non-deferrable thus becomes the next-of-kin of disaster, of catastrophe, of death and of becoming. It presents as a destiny realised behind our backs and on our backs and which possibly gives rise to an artesanal crafting of a body-without-organs which releases potential elements that go beyond complaint and resentment.Keywords: Non-deferrable; Event; Body-without-organs; A Life; Exhaustion

    Working, management and subjectivity

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    As atuais práticas sociais de trabalho e de gestão articulam-se ao conceito de trabalho imaterial e à perspectiva de uma subjetividade descentrada da soberania do eu psicológico e assumida em sua processualidade coletiva. Objetiva-se, a partir desta articulação, dar a ver o potencial de afetação dos métodos administrativos na vida dos trabalhadores das empresas. Trata-se de considerar a história do trabalho como um processo incessantemente revirado pelo fazer experimental coletivo e pela reinvenção das práticas produtivas.The social practices of working and management are articuled with the concept of immaterial working and also to the perspective of a subjectivity outcentered of the psychological ego and assumed in its collective processuality. From this articulation, we try to discern and reveal the potencial of the mobilized affects on the workers by the various administrative methods employed. In this article, we propose considering the working history as a process continually influenced by the collective experimental performances and also by the reinvention of the productive practices themselves

    A Psicologia em tempos extremos

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    A Psicologia em tempos extremo

    The readers’ turn: the return from the disaster

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    Neste artigo levantamos as problemáticas sobre uma função ética da criação e da imaginação diante dos restos do desastre. Objetivamos percorrer articulações teóricas que enredam as reflexões sobre os conceitos de testemunho e de lugar de fala, colocando-os em perspectiva no que concerne a remontar ou recontar o tempo sofrido. Para isso, localizamos vincos aporéticos nesses conceitos, os quais insistem na exploração do lugar da leitura e do leitor diante de um tempo paradoxal que se coloca também como produção e invenção do tempo presente. Exploramos o caminho das articulações entre tempo, imaginação, imagem, catástrofe e responsabilidade, tendo como resultado a ampliação de um ponto de vista ético pelo ato de criação, que coloca a leitura como produtora de memória

    Experiências liminares diante da imagem: breves considerações para a Terapia Ocupacional.

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    Within the practices of Occupational Therapy, the dialogue with art and philosophy is an important dispositif. The proposition of writing to images is a compositional strategy which encourages the emergence of events capable of serving as evidence of a mode of working in Occupational Therapy. Mediated by artistic, embodied and cultural activities, looking to increase the potential of creative and expressive dimensions of life, this practice pursues a different line of generating knowledge other than representation and the normalization of bodies. It is a practice that composes itself through the rendering-possible of the proliferation of meaningful and communicable experiences which nowadays are increasingly becoming scarce. In coming to understand this knowing-doing, we are interested in exploring the concepts of the threshold and the remnant which allow us to think the notion of “threshold experience” within Occupational Therapy. This essay is derived from our doctoral research whose empirical field is the clinical and teaching experience of the researcher-therapist at the intersection with images of artworks. When we associate our practices with art and the resulting images that befall us, it becomes possible to bring to light new visualities and legibilities within Occupational Therapy that go against the grain of official biomedical history. In this way, we seek the consolidation and unfolding of conditions not only of knowledge but of new relations towards the possibility of new pathways for the profession.O diálogo com as artes e com a filosofia constitui um importante dispositivo nas práticas da Terapia Ocupacional. A proposta de uma escrita em composição com imagens é para delas fazer emergir acontecimentos capazes de trazer indícios de um modo de trabalhar em Terapia Ocupacional que, mediado por atividades artísticas, corporais e culturais, busca potencializar a dimensão criativa e expressiva da vida, seguindo outros caminhos que não os da representação e da normatização dos corpos. Uma prática que se constitui como possibilidade para fazer proliferar experiências significativas e comunicáveis, hoje cada vez mais escassas na contemporaneidade. Na compreensão desse saber-fazer, interessa-nos explorar os conceitos de limiar e restos para pensar a noção de “experiência liminar” em Terapia Ocupacional. O presente ensaio deriva de nossa pesquisa de doutoramento que tem como campo empírico as experiências clínicas e de docência do pesquisador-terapeuta abordadas desde suas intersecções com imagens de obras de arte. Quando associamos nossas práticas à arte e às imagens que elas declinam sobre nós, torna-se possível fazer aparições de novas visualidades e legibilidades à Terapia Ocupacional que vão a contrapelo da história oficial biomédica, buscando a consolidação e os desdobramentos de condições tanto de conhecimento quanto de aliados para o acontecimento de uma nova travessia para a profissão

    Art et folie comme le seuil pour autre histoire

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    Nous désirons problématiser l’art et la folie, initialement en discutant l’expérience du chercheur par rapport aux images du monde, avec le témoignage et l’image du fou, et, par conséquent, l’extérieur qu’elle évoque. Puis, on se pose devant le mur, situation extrême dans laquelle la folie comme catastrophe et l’art comme voie poétique composent un seuil viennent à construire un seuil, absence que Blanchot transpose en langage afin de révéler d’autres constellations possibles tant comme des mots, tant comme ses innombrables. Enfin, avec Walter Benjamin, nous prenons l’histoire de la folie à contre-poil, et plongés dans l’Atelier d’écriture de l’Hôpital psychiatrique de São Pedro, à Porto Alegre au Brésil, nous révélons que l’art, par rapport à la folie, peut devenir le langage essentiel de la traversée dangereuse vers l’expérience, en transposant le vécu de cet état terrifiant, afin de donner un autre sens au monde, tout en reconnaissant d’autres modes d’existence qui pourraient devenir d’autres poétiques de vie.Pretendemos problematizar arte e loucura, inicialmente discutindo a experiência do pesquisador em relação às imagens do mundo, com o testemunho e a figura do louco e, consequentemente, com o fora que ela evoca. Em seguida nos colocamos diante do muro, situação-limite na qual a loucura enquanto catástrofe e a arte enquanto via poética vêm compor um limiar, ausência que Blanchot transpõe à linguagem para dar a ver outras constelações possíveis, tanto de palavras quanto de seus inomináveis. Por fim, com Walter Benjamin, pomos a história da loucura a contrapelo, e, mergulhados no Ateliê de Escrita do Hospital Psiquiátrico São Pedro, desvelamos que a arte pode, na relação com a loucura, tornar-se a linguagem essencial na perigosa travessia em direção à experiência, transpondo a vivência desse estado assustador para trazer ao mundo outro sentido, reconhecendo outros modos de existência que podem vir a ser outras poéticas de vida.Nuestra intención es de problematizar el arte y la locura, inicialmente discutiendo la experiencia del investigador en relación con las imágenes del mundo, el testimonio y la figura del loco, y por lo tanto con el afuera que ella evoca. Seguidamente, nos ponemos delante de un muro, una situación extrema en la que la locura como catástrofe y el arte como vía poética componen un umbral, una ausencia que Blanchot transpone en lenguaje para revelar las otras constelaciones posibles tanto como palabras, tanto como innombrables otros. Por último, con Walter Benjamin, ponemos la historia de la locura a contra pelo, y sumergidos en el Taller de escritura del Hospital Psiquiátrico São Pedro de Porto Alegre, Brasil, desvelamos que, en relación con la locura, el arte puede convertirse en el lenguaje esencial de ese peligroso pasaje que nos conduce a la experiencia, que transpone lo vivido en este estado aterrador para dar otro sentido al mundo, reconociendo otros modos de existencia que pueden llegar a ser otras poéticas de vida.We intend to problematize art and madness. We begin by discussing the experience of the researcher in relation to images of the world, to witnessing and to the image of the insane, and then inevitably to the outside they evoke. Subsequently, we stand before a wall, a limit situation in which madness as catastrophe and art as poetics compose a threshold, an absence which Blanchot transposes to language to bring other possible constellations into view, both as words and as their unnamable others. Finally, with Walter Benjamin, we touch upon the grain of the history of madness - immersed in the Writing Workshop at the São Pedro Psychiatric Hospital, in Porto Alegre, Brazil, we reveal that, in relation to madness, art can become the essential language of the perilous passage towards experience, transposing the experience of this horrific state to bring another sense to the world, recognizing other modes of existence which may come to be other poetics of life

    Le corp rencontre Apolo et Dionísio: puissance et fragilité

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    Nous avons lintention de problematiser le corps épuisé et son rapport avec lesthétique. Dabord, nous pensons à la dimension de lart apollinienne-dionysique selon Nietzsche. De cette manière, Apolo nous renvoie à la beauté des formes et à la technique que dans la danse, alors que Dionisio apporte la signification de livresse, du risque et de lintensité. La danse contemporaine est faite à partir de lenlacement des deux, augmentant, ainsi, le potentiel des paradoxes du corps. De ce fait, lépuisé exprime la puissance dun corps, da capacité de ne plus supporter les vieilles formes et celle de produire des changements. Ítalo Calvino pense à la littérature comme une manière dobtenir de nouvelles expressions. Alors, le corps décriture peut ne plus supporter les vieux mots, pour créer de nouvelles significations et de nouvelles langues. A la fin, nous parlons des dures pratiques psi que ne supportent plus leurs rigidités, leurs vieilles vérités, les mêmes pratiques de toujours, dans le but de créer de nouvelles interventions et de découvrir de nouvelles.Queremos cuestionar el cuerpo que no soporta más y sus relaciones con la estética. En primer lugar, pensamos la dimensión apolíneo-dionisíaca del Arte, como Nietzsche. Por lo tanto, Apolo nos retrotrae a las formas bellas, la técnica en la danza, mientras que Dioniso significa la embriaguez, los riesgos y las intensidades. La danza contemporánea viene de los vínculos entre ellos, la alimentación de las paradojas del cuerpo. En ese sentido, no soportar más expresa un poder del cuerpo, una capacidad para no soportar más las viejas formas y producir nuevos cambios. Italo Calvino piensa la literatura como la composición de nuevas expresividades. Entonces, el cuerpo que escribe puede no tolerar más las antiguas palabras para crear nuevos significados y nuevos lenguajes. Por último, hablamos de cómo las prácticas psi son la búsqueda para no tolerar más su propia dureza, las viejas verdades, los mismos haceres, para componer nuevas intervenciones y los nuevos conocimientos.Pretendemos problematizar o corpo que não agüenta mais e suas relações com a estética. Primeiramente, pensamos a dimensão apolíneo-dionisíaca da Arte, como refere Nietzsche. Assim, Apolo nos remete às belas formas, à técnica na dança, enquanto Dionísio significa a embriaguez, os riscos e as intensidades. A dança contemporânea se faz a partir do entrelaçamento entre ambos, potencializando os paradoxos do corpo. Nesse sentido, não agüentar mais exprime uma potência do corpo, uma capacidade de não agüentar mais as velhas formas e produzir novas alterações. Ítalo Calvino pensa a literatura como composição de novas expressividades. Então, o corpo que escreve pode não agüentar mais as velhas palavras para criar novos sentidos e novas linguagens. Por fim, discutimos o quanto as práticas psi estão buscando não agüentar mais as próprias durezas, as antigas verdades, os mesmos fazeres, para compor novas intervenções e novos conhecimentos.We intend to discuss the body that cant stand anymore and we want to think about its relationship with aesthetics. First, we think about the Apollonian-Dionysian art dimension, as referred by Nietzsche. In this manner, Apollo sends us to the beauty of shapes and dance techniques, while Dionysus brings the meaning of drunkenness, risk and intensity. Contemporary dance is made from entwining both, increasing the potential of the paradoxes of the body. In this meaning, the body that can not stand anymore expresses a power of the body, a capacity for not standing old shapes and it may produce new changes. Ítalo Calvino discusses literature as a way to get new expressions. Thus, the writing body may do not stand anymore the old words, in order to create new meanings and new languages. Finally, we talk about whether the psi practices are searching for not standing anymore its own hardness, the old truths, the same doings, in order to create new interventions and studying new knowledge

    O ruir da cidade: O que resta da Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro

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    Através desta escrita, buscamos realizar um encontro entre a cidade e suas recordações, a partir da compreensão de que recordar está ligado a uma perda, enquanto o procedimento de armazenar permite recuperar as informações em sua totalidade. Cremos, por conseguinte, que a cidade incide como uma espécie de espaço de recordação, na qual operamos novas visualidades quando coadunamos as imagens com os fragmentos de sua ruína, produzindo um deslocamento e um entrecruzamento de paisagens inéditas. Buscamos, outrossim, relacionar a cidade intensiva e plural, com a experiência da Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro de Porto Alegre (RS), uma vez que a Oficina opera como um meio de passagem que permite, através da arte, apropriar-se dos destroços, inventando novos modos de percorrer a cidade, bem como, de vê-la e habitá-la junto às suas sobrevivências

    Potências Imagéticas: Experimentações Clínicas e Dançantes

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    O artigo discute a imagem dançada como um dispositivo para novos contornos no corpo em sofrimento. Desse modo, cartografamos o Ballet Contágio, um grupo de dança contemportânea composto por usuários de um CAPS. Propomos uma clínica que aposta na produção da diferença para um coletivo que deseja ser atravessado pelas forças da experiência estética. Acompanhamos as transformações dos usuários do CAPS, que se tornam bailarinos e produzem novas potências imagéticas por meio de suas experimentações. Por meio da discussão de Gilles Deleuze, diferenciamos a imagem-movimento e a imagem-tempo, a fim de pensar em suas coexistências e maquinações. Ainda, questionamos como a dança contemporânea e a imagem fotografada podem servir como disparadores de ampliação da imagem-clichê para um contra-contorno de si, ou seja, em direção às virtualidades da imagem, que se transforma em uma nova estética. Desse modo, problematizamos tais questões no Ballet Contágio e seus efeitos na subjetivação
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