22 research outputs found

    Estudantes não alfabetizados no ensino fundamental: da exclusão à produção de sentidos / Non-literate students in elementary school: from exclusion to production of senses

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    Apresentamos resultados de um trabalho de intervenção pedagógica, realizado com estudantes do ensino fundamental de uma escola pública brasileira. O trabalho nascido a partir de resultados de pesquisa que assinalaram dificuldades com a leitura, escrita e produção de textos foi realizado com base nos estudos e contribuições de Coracini a respeito dessas práticas culturais, bem como nas contribuições de estudiosos como Antonio Candido e Umberto Eco. Realizamos oficinas de literatura caracterizadas por diferentes condições de produção, objetivando conduzir os estudantes a ressignificar suas relações com a leitura e a escrita, para que reaprendessem a ler-interpretar e escrever. O corpus analisado foi constituído de produções linguísticas escritas dos estudantes participante, bem como das observações contidas no diário de campo referente às oficinas realizadas pela pesquisadora. Para o presente evento científico trazemos um texto produzido por um dos estudantes. Podemos afirmar que o trabalho realizado a partir das oficinas de literatura alcançou os objetivos, pois ao final desse período os estudantes melhor relacionavam-se com a leitura e a escrita, tendo aprendido que podem posicionar-se como sujeitos-intérpretes e produtores de sentidos. Após participarem desse projeto, esses jovens, que estavam excluídos da escola e da sala de aula e prestes a abandoná-las, tornaram-se visíveis dentro da escola e da sala de aula, tendo sido reconhecidos como sujeitos capazes de se posicionar criticamente

    Professoras alfabetizadoras e suas leituras: história, memória e prática pedagógica escolar

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    Com base nos postulados teórico-metodológicos da Análise de Discurso de matriz francesa, na abordagem Sócio-Histórica do Letramento e no referencial Histórico-Cultural, este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que investigou a relação que professoras alfabetizadoras estabeleceram com a leitura ao longo da infância e como tal relação repercute em suas práticas pedagógicas escolares, no atual contexto escolar. O corpus foi constituído por depoimentos orais dessas professoras, como também sobre os depoimentos que abordam seus saberes e fazeres pedagógicos. As análises mostram que sujeitos-professores, cujas memórias discursivas vinculam afetos positivos às suas experiências com a leitura, desenvolvem práticas pedagógicas escolares nas quais se fazem presentes condições de produção que possibilitam aos estudantes, pelos quais são responsáveis, ocupar a posição de sujeito que se arrisca a produzir sentidos. As análises mostram também que sujeitos-professores que tiveram oportunidades de ressignificar suas vivências com a leitura e, nessa perspectiva, reelaborar os sentidos, sentimentos e emoções a ela associados realizam práticas pedagógicas que reconhecem e valorizam a linguagem polissêmica enquanto uma instância capaz de instigar a atribuição de sentidos por parte dos estudantes. Sujeitos-professores que não aprenderam a gostar de ler tendem a submeter-se aos ditames do discurso pedagógico escolar tradicional. É importante que os cursos de licenciatura proporcionem aos futuros professores oportunidades para se constituírem intérpretes-historicizados, o que poderia lhes assegurar condições para ocupar a posição de um sujeito-leitor capaz de produzir leituras (interpretações) singulares

    Professoras alfabetizadoras: memórias de leitura e prática pedagógica

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    Apresentamos resultados de uma pesquisa de pós-doutorado, em que foi investigada a relação que professoras alfabetizadoras estabeleceram com a leitura durante a infância. Buscamos saber como tal relação repercute em suas atuais práticas pedagógicas. O referencial teórico é constituído a partir da Análise do Discurso de matriz francesa, da Teoria Sócio‑Histórica do Letramento e das contribuições de Chartier e seguidores. As análises discursivas realizadas assinalam que as professoras que experimentaram relações amorosas com a leitura na infância desenvolvem práticas pedagógicas que possibilitam aos alunos ocupar a posição de intérpretes‑historicizados. Professoras que vivenciaram o desprazer com a leitura, sem ressignificá-lo, reproduzem o discurso pedagógico escolar tradiciona

    Apresentação

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    Letramento e trabalho pedagógico

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    In this article, we discuss some concepts about literacy, especially those presented in the English language literature. We criticize the autonomous model, emphasizing that it defends, implicitly, the great divide theory, and we show how the ideology of this model, in Brazil, reflects itself both in the teacher´s discourse and in their pedagogical work. In opposition, a socio-historical approach is presented, as it is proposed by Tfouni.According to this approach, literacy is not confused with skills to read and write. In this conception, literacy is conceived as a process embedded in a "continuum", which is investigated taking in consideration the transformations that occur in one society when its activities are all permeated by a system of writing. The theoretical postulates of "French" discourse analysis, in association with some contributions from Lacanian psychoanalysis, help us to refine this approach to literacy, especially with the inclusion of Authorship, with its components: dispersion and drift, so that we could be able to show that authorship is present both in oral and in written productions. A reflection is also carried out, about the fact that schools almost never take orality into account, and never consider it as a discourse where authorship can install itself, as it frequently happens in written texts. We stress, finally, that the discursive approach to literacy is not an idealistic, nor a romantic one, given that the lack of opportunities and the exclusion, together with the prohibition to occupy dominant discursive positions, are marks of the subject who can not read and write, even if he/she may have a higher degree of literacy.No presente artigo, discutimos alguns conceitos de letramento, sobretudo os trazidos pela bibliografia de língua inglesa. Criticamos o modelo autônomo de letramento, destacando que ele referenda cientificamente a tese da grande divisa, e mostramos como a ideologia desse modelo reflete-se no discurso e no fazer pedagógico de professores do ensino fundamental do sistema educacional brasileiro. Apresentamos, em oposição, a abordagem sócio-histórica de letramento, tal como é proposta por Tfouni. De acordo com esta abordagem, deve-se separar alfabetização de letramento, sendo que este último - que é concebido como um processo que se insere em um "continuum" - é investigado tendo em vista as transformações que ocorrem em uma sociedade, quando suas atividades passam a ser permeadas por um sistema de escrita cujo uso é generalizado.Os postulados teóricos da análise do discurso francesa1, associados a algumas das contribuições da psicanálise lacaniana, possibilitam-nos refinar os estudos sobre a questão da autoria relacionada ao letramento, em especial os conceitos de dispersão e de deriva, além de nos permitir mostrar que a autoria instala-se tanto nas produções lingüísticas orais quanto nas escritas.Refletimos, ainda, sobre o fato de a escola evitar a oralidade e nunca considerá-la como um recurso onde a autoria poderia instalar-se.Ressaltamos, por fim, que a proposta de uma abordagem discursiva de letramento não é idealista nem romântica, uma vez que a falta de oportunidades, a exclusão, e a conseqüente impossibilidade de ocupar posições discursivas dominantes são marcas da posição de sujeito nãoalfabetizado, mesmo se tiver um grau de letramento mais alto. (Fapesp, CNPq

    As relações que os professores estabelecem com as TDIC no espaço escolar: condições de produção, discursos e implicações para o ensino/ The relationships that teachers establish with the TDIC in the school space: conditions of production, discourses and implications for teaching

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    Ancorados na Análise de Discurso de Matriz Francesa (AD), na Teoria Sócio-Histórica do Letramento e nas Ciências da Educação, apresentamos resultados parciais de pesquisa de mestrado, que investiga as relações que sujeitos-professores do ensino fundamental I estabelecem com as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC). Buscamos analisar as implicações dessas relações para os fazeres pedagógicos. O corpus foi constituído por observação de aulas dadas pelos professores no ano de 2015 e por depoimentos de 30 professores participantes das oficinas do projeto de extensão universitária Ribeirão Cultural, oferecido no âmbito de uma universidade pública do interior do estado de São Paulo. Os resultados parciais assinalam que as formações discursivas nas quais os sujeitos-professores se inscrevem são atravessadas por discursos-outros, como o neoliberal, e assim, reduzem o processo ensino-aprendizagem a uma função técnica

    Falar de Si: O discurso narrativo como recurso para a subjetividade / Talking about You: The narrative discourse as a resource for subjectivity

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    Objetivamos investigar as possibilidades de os sujeitos-estudantes do ensino fundamental falarem de si, por meio do discurso narrativo, instaurado nas práticas pedagógicas. Fundamentamo-nos na Análise de Discurso pecheuxtiana, na psicanálise freudo- lacaniana e na Ciências da Educação. O corpus é constituído por narrativas escritas, produzidas por sujeitos-estudantes do 5º ano do ensino fundamental, de uma escola pública. Desse corpus destacamos um recorte para análises que apontam para algumas considerações parciais: a) há situações de ensino que proporcionam atividades didático- pedagógicas lúdicas e desafiadoras, que fazem sentido para os sujeitos-estudantes, permitindo-lhes ocupar o lugar de “intérpretes-historicizados”; b) atividades linguísticas que consideram a memória discursiva do sujeito-estudante, instigam perguntas, relatos, exposição de dúvidas, possibilitando que se relacionem com o processo polissêmico da linguagem; c) o discurso narrativo é uma alternativa para que os sujeitos-estudantes “falem de si” e expressem a sua subjetividade - condições basilares para que tenham vez e voz no contexto escolar e na sociedade

    (DES)profissionalização docente: efeitos burocratizantes no desenvolvimento profissional / (DES)professionalization of teachers: bureaucratizing effects on professional development

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    Apresentamos aqui o recorte de uma pesquisa, que teve como objetivo investigar quais são as condições de produção do desenvolvimento profissional docente dos anos iniciais (1º ao 5º ano) de escolas públicas. Nossas reflexões se apoiam nos conceitos de identidade, formação e profissionalidade, para então, definirmos o que constitui o desenvolvimento profissional. Durante o desenrolar da pesquisa, foram entrevistados dez professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental I através de questionários semiestruturados. O referencial teórico-metodológico ampara-se na Análise de Discurso de matriz francesa pecheuxtiana e nas Ciências da Educação. As análises apontam que, muitas vezes, há no cotidiano escolar uma reprodução mecânica e padronizadora de ideais neoliberais que vai influenciando acriticamente os professores, transformando sua prática em mera burocracia. Com isso, temos a descaracterização do processo educativo, uma vez que, a educação pressupõe transformação e que algo do professor ressoe no aluno, este algo é o saber crítico historicizado transformado, o que é impossível em um fazer enquanto ferramenta, instrumento, já que ele não se transforma, apenas se desgasta

    Ideologia e relações de poder na escola

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