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    Desafios no ensino de Botânica frente à crise da biodiversidade

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    O Ensino de Botânica é uma ferramenta fundamental para a compreensão de alterações ambientais no contexto da crise da biodiversidade. Relevância essa reconhecida inclusive num dos objetivos da Estratégia Global para Conservação de Plantas (GSPC), que visa promover a educação e a conscientização sobre a diversidade vegetal e do seu uso sustentável. No entanto, inexistem indicadores de como medir ou avaliar o progresso dessa meta no âmbito educacional. Desse modo, esse trabalho propõe dois instrumentos avaliativos, um questionário e um “jogo de imagens”, além de um índice para avaliar o conhecimento dos alunos sobre plantas no contexto da crise da biodiversidade a fim de alcançar-se a meta 14 da GSPC. Esses instrumentos foram aplicados em nove escolas públicas da região urbana de Porto Alegre e Viamão, tendo como públicoalvo alunos concluintes da Educação Básica. Num cenário ideal, no qual a Educação Básica em Ciências estaria contribuindo para atingir essa meta no âmbito educacional, esperar-se-ia a redução da cegueira botânica. Muitos trabalhos afirmam que há grande desinteresse e desconhecimento dos alunos sobre plantas, contudo a maioria dos alunos participantes dessa pesquisa reconhece a importância das plantas e os serviços ecossistêmicos a elas associados, inclusive são capazes de perceber as plantas no seu cotidiano, interessam-se por temas relacionados às plantas e estão dispostos a conservá-las. Por isso, a cegueira botânica parece não ser um limitante para atingir-se a meta 14 da GSPC no contexto escolar da região de Porto Alegre. No entanto, é evidente a carência de outros conhecimentos relacionados à crise da biodiversidade, tais como o conhecimento de exemplos de plantas ameaçadas de extinção, o significado da palavra biodiversidade, plantas alimentícias não-convencionais e elementos da flora local, os quais demonstram a necessidade de adaptação do currículo de botânica para tratar da crise da biodiversidade

    Estudos taxonômicos em Mimosa L.seção Mimosa (Fabaceae, Mimosoideae) no Rio Grande do Sul

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    O gênero Mimosa é o segundo maior da subfamília Mimosoideae, com cerca de 530 espécies e aproximadamente 704 táxons, um dos mais diversos gêneros de angiospermas, sendo o Brasil representado por 337 espécies. Além disso, nos últimos 10 anos muitas novas espécies foram descritas, especialmente para o Brasil Central, reconhecido como um dos centros de diversidade do gênero, em decorrência de revisões taxonômicas, Floras e formação de especialistas. No entanto, o estudo do gênero no sul do Brasil ainda consiste de contribuições fragmentadas e restritas a alguns táxons. Analisando mais especificamente a situação do conhecimento do gênero Mimosa no Rio Grande do Sul, pode-se dizer que o mesmo, até o momento, foi negligenciado dada a diversidade do grupo e a sua importância como elemento-chave na conservação das fisionomias dos mosaicos campo-floresta no Sul do Brasil. Logo, o presente trabalho, propôs-se a solidificar e preencher algumas lacunas sobre o conhecimento do gênero para o RS. Especificamente, o objetivo desse trabalho foi contribuir com o estudo taxonômico do gênero Mimosa seção Mimosa no Rio Grande do Sul, elaborando subsídios para o reconhecimento morfológico dos táxons confirmados e fornecendo dados sobre: hábitat preferencial, períodos de floração e de frutificação, distribuição geográfica e ocorrência no Estado. A revisão taxonômica permitiu identificar 45 espécies para seção Mimosa ocorrentes no RS, destas 14 são novas ocorrências para o Estado e oito são pela primeira vez registradas para o Brasil. Além disso, uma nova espécie é descrita, endêmica do Bioma Pampa e três espécies estão incluídas na nova lista de espécies ameaçadas do RS. A riqueza de espécies da seção Mimosa no Rio Grande do Sul é superior a dos demais estados da Região Sul do Brasil, e dos países vizinhos- Argentina e Uruguai-, indicando esse Estado como centro de diversidade da seção Mimosa no Brasil subtropical. As subséries Obstrigosae e Reptantes de Barneby correspondem a quase 40% das espécies ocorrentes na seção Mimosa no RS. As características mais importantes para diferenciar táxons morfologicamente semelhantes foram: indumento, tipo de cálice, morfologia dos foliólulos, comprimento dos pedúnculos e tipo de fruto. Mais de 80 % das espécies da seção Mimosa no RS apresentam apenas um par de folíolos e são ervas inermes, apresentando corola pubescente, distintos tipos de cálice e indumento do fruto, esse geralmente do tipo oblongo, articulado e compresso-ondulado. São listadas seis espécies endêmicas no RS: M. diffusa, M. balduinii, M. glabra, M. lasiocephala, M. sparsa e M. terribilis. A nova espécie descrita para os campos do Bioma Pampa, havia sido reconhecida como um novo táxon para ciência pelos botânicos Sobral & Marchiori, porém não descrita. Essa se assemelha aos táxons da susbérie Ramosissimae Barneby, além disso essa espécie é morfologicamente similar à Mimosa ramosissima, da qual difere pelo cálice não laciniado nem nervado, indumento apenas puberulento, comprimento dos pedúnculos e números de pares de foliólulos menores

    A família Fabaceae no Morro Santana, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil: aspectos taxonômicos e ecológicos

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    The granitic hills of Porto Alegre cover ca. 24 % of city area and shelter meaningful original vegetation remnants, which one is Morro Santana that shows to be a priority area to conservation. This work aimed to survey Family Fabaceae of this hill, drawing up a list of Fabaceae species, in addition keys for identification of taxon corroborated, technical features and habit, flowering, fructification information. Furthermore a floristic comparison with other granitic hills of Porto Alegre. Thirty five field expeditions on study area were performed for floristic list, bibliographic review of species features and a similarity floristic analysis. Sixty two species were confirmed, distributed on subfamilies Faboideae (46 spp.), Mimosoideae (11 spp.) and Caesalpinioideae (5 spp.), among which herbaceous habit was prevailing. The tribes better represented were Phaseoleae and Dalbergieae (Faboideae) which together perform 50% of total species identified. The four genera with the largest representation were: Desmodium Desv. e Zornia J.F. Gmel. (both with 5 spp. each one ), further on Galactia P. Browne and Mimosa L. (with 4 spp.). The floristic similarity analysis showed that legumes species composition between Morro Santana and the other hills as Polícia , Osso and Parque Estadual de Itapuã is distinct, nevertheless so similar to Morro São Pedro. Considering the floristic richness Morro Santana has the largest number of species compared to Parque Estadual de Itapuã (59 spp.), Morro São Pedro (47 spp.), Morro da Polícia (36 spp.) and Morro do Osso (25 spp.).Os morros graníticos de Porto Alegre ocupam cerca de 24% da área do município e abrigam remanescentes significativos da vegetação original, dentre os quais o Morro Santana apresenta-se como área prioritária para a conservação. O presente trabalho objetivou o levantamento da Família Fabaceae deste morro, a elaboração de uma lista de espécies acrescida de chaves para a identificação dos táxons confirmados, características diagnósticas e informações sobre Habitat, épocas de floração e de frutificação, além da comparação florística com outros morros graníticos de Porto Alegre. Para tanto, realizaram-se 35 expedições de campo para o levantamento florístico, revisão bibliográfica das características das espécies e uma análise de similaridade florística. Foram confirmadas 62 espécies, distribuídas nas subfamílias Faboideae (46 spp.), Mimosoideae (11 spp.) e Caesalpinioideae (5 spp.), dentre as quais o hábito predominante foi o herbáceo. As tribos melhor representadas foram Phaseoleae e Dalbergieae (Faboideae) que juntas somaram 50% do total das espécies inventariadas. Os quatro gêneros com maior representatividade foram: Desmodium Desv. e Zornia J.F. Gmel. (ambos com 5 spp. cada), além de Galactia P. Browne e Mimosa L. (com 4 spp.). A análise de similaridade florística mostrou que a composição de espécies de leguminosas entre o Morro Santana e os morros da Polícia, do Osso e Parque Estadual de Itapuã é distinta, porém, similar à do Morro São Pedro. Do ponto de vista de riqueza florística, o Morro Santana detém o maior número de espécies em comparação ao Parque Estadual de Itapuã (59 spp.), Morro São Pedro (47 spp.), Morro da Polícia (36 spp.) e Morro do Osso (25 spp.)

    Métodos de superação de dormência em sementes de maxixe

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    Algumas espécies da família Cucurbitaceae apresentam dormência de sementes, inclusive o maxixe. Assim, o objetivo deste trabalho foi estudar métodos de superação de dormência em sementes de maxixe. As sementes foram submetidas aos seguintes tratamentos: T1 = Testemunha, T2 = Embebição por 3 dias em água destilada, T3 = Embebição por 4 dias em água destilada, T4 = Imersão em solução de NaClO 10% por 10 minutos, T5 = Imersão em solução de NaClO 10%  por 48 horas, T6 = Imersão em solução de NaClO 10% por 10 minutos e secagem em temperatura ambiente por 48 horas, T7 = Imersão em solução de NaClO 10% por 10 minutos e secagem em estufa a 40?C por 48 horas, T8 = Imersão em solução de NaClO 10% por 10 minutos e secagem em temperatura ambiente por 72 horas, T9 = Escarificação química com H2SO4 por 1 minutos, T10 = Escarificação química  com H2SO4 por 2 minutos, T11 = Escarificação mecânica com lixa por 10 segundos, T12 = Escarificação mecânica com lixa por 20 segundos. A avaliação dos tratamentos foi realizada pelos seguintes testes: germinação, primeira contagem da germinação, comprimento de raiz e parte aérea de plântula, massa seca de plântula e emergência de plântulas em areia, utilizando o delineamento inteiramente casualizado. A dormência das sementes de maxixe é superada com embebição por quatro dias em água destilada, imersão em solução de NaClO 10% por 10 minutos e secagem em temperatura ambiente por 48 horas e escarificação mecânica por 10 ou 20 segundos.

    Implementação de ações em reabilitação a médio e a longo prazo para pacientes com Síndrome Pós-Covid-19: uma realidade emergente

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    A doença do coronavírus 2019 (Covid-19) é uma doença respiratória aguda infecciosa causada por um novo coronavírus, sendo que uma porcentagem significativa da população infectada evolui sem sintomas ou com sintomas leves a moderados, porém uma parcela dos pacientes apresenta manifestações mais graves e necessitam de hospitalização, dos quais poderão evoluir para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Estudos vêm demonstrando que pacientes sobreviventes da Covid-19 têm apresentado uma longa permanência hospitalar, nos quais poderão evoluir para uma série de sintomas e anormalidades denominada Síndrome Pós-Covid-19. Entretanto, cabe destacar que mesmo pacientes diagnosticados com a forma leve e moderada da doença podem manifestar sinais e sintomas a médio e longo prazo. Partindo desse contexto, o objetivo desta comunicação é apresentar uma breve contextualização da epidemiologia e fisiopatologia da doença, bem como abordar a Síndrome Pós-Covid-19 e a necessidade da implementação de núcleos de assistência multidisciplinar. Mediante tal demanda clínica, em janeiro do corrente ano, o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) implementou as atividades do Ambulatório Pós-Covid-19 com o intuito de proporcionar ao paciente uma proposta de reabilitação integral a médio e longo prazo com atenção multidisciplinar à saúde. Pelo exposto, o HUSM através das ações implementadas no Ambulatório Pós-Covid-19 está em consonância com as premissas do Sistema Único de Saúde (SUS), assim como reafirma o seu compromisso com o ensino e a formação qualificada integrando os saberes dos núcleos atuantes no Ambulatório Pós-Covid-19

    12,500+ and counting: biodiversity of the Brazilian Pampa

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    Knowledge on biodiversity is fundamental for conservation strategies. The Brazilian Pampa region, located in subtropical southern Brazil, is neglected in terms of conservation, and knowledge of its biodiversity is fragmented. We aim to answer the question: how many, and which, species occur in the Brazilian Pampa? In a collaborative effort, we built species lists for plants, animals, bacteria, and fungi that occur in the Brazilian Pampa. We included information on distribution patterns, main habitat types, and conservation status. Our study resulted in referenced lists totaling 12,503 species (12,854 taxa, when considering infraspecific taxonomic categories [or units]). Vascular plants amount to 3,642 species (including 165 Pteridophytes), while algae have 2,046 species (2,378 taxa) and bryophytes 316 species (318 taxa). Fungi (incl. lichenized fungi) contains 1,141 species (1,144 taxa). Animals total 5,358 species (5,372 taxa). Among the latter, vertebrates comprise 1,136 species, while invertebrates are represented by 4,222 species. Our data indicate that, according to current knowledge, the Pampa holds approximately 9% of the Brazilian biodiversity in an area of little more than 2% of Brazil’s total land The proportion of species restricted to the Brazilian Pampa is low (with few groups as exceptions), as it is part of a larger grassland ecoregion and in a transitional climatic setting. Our study yielded considerably higher species numbers than previously known for many species groups; for some, it provides the first published compilation. Further efforts are needed to increase knowledge in the Pampa and other regions of Brazil. Considering the strategic importance of biodiversity and its conservation, appropriate government policies are needed to fund studies on biodiversity, create accessible and constantly updated biodiversity databases, and consider biodiversity in school curricula and other outreach activitie
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