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    Um Natal de negros: esboço etnográfico sobre um ritual religioso num quilombo amazônico

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    O artigo pretende aproximar a antropologia e a história na descrição de um ritual religioso vivenciado entre os descendentes dos antigos mocambeiros do rio Curuá, Município de Alenquer, Médio-Amazonas Paraense, os quais habitam a região desde meados do século XVIII. Para isso, procuramos penetrar nos meandros de uma das festas mais importantes para a cristandade - o Natal - e mostrar como ela foi reelaborada no cotidiano de um quilombo amazônico, imbricando temporalidades diversas, recriando passagens bíblicas à luz da experiência negra na comunidade mocainbeira.This article intends to approximate the Anthropology and the History through the description of a religious ritual lived by descendents of ancient fugitive slaves of Curuá river, dístrict of Alenquer, Médio-Amazonas paraense, who had lived in that region since middle-eighteen century . Therefore, we try to penetrate into the meanders of one of the most important feasts of Christisnity - Christmas - and in its reorganization in the daily life of an amazon quilombo, arranging several temporalities, recreating biblical passages in the light of black human experience in the community of fugitive slave

    CROMOTOPIA E HISTÓRIA: FREDERICO JOSÉ DE SANTA-ANNA NERY E O FOLCLORE AFRO-INDÍGENA NA AMAZÔNIA, 1885-1889

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    Resumo: Este artigo trata da relação entre cor e história na produção intelectual do folclorismo brasileiro no final do século XIX, com ênfase na obra de Frederico José de Santa Anna Nery (1848-1901). Este autor, nascido em Belém do Pará, atuou como uma espécie de propagandista do Brasil e da Amazônia nos círculos letrados parisienses, com atividades que vão desde projetos de imigração até a escrita e divulgação da cultura popular brasileira, sendo um dos primeiros a defender a marca das três raças formadoras da nação como base da cultura brasileira. Mesclando métodos da história intelectual com a história da arte, concluímos que a escrita do autor em questão constitui-se num momento-chave sobre para o uso da cor na interpretação do folclore afro-indigena na Amazônia.Palavras-chave: Amazônia. Folclore. Afro-indígenas, Frederico José de Santa Anna Nery. AbstractThis article deals with the relationship between color and history in the intellectual production of Brazilian folklore at the end of the 19th century, with an emphasis on the work of Frederico José de Santa Anna Nery (1848-1901). This author, born in Belém do Pará, acted as a kind of propagandist for Brazil and the Amazon in the literate Parisian circles, with activities ranging from immigration projects to the writing and dissemination of Brazilian popular culture, being one of the first to defend the mark of the three races that make up the nation as the basis of Brazilian culture. Merging methods of intellectual history with art history, we conclude that the writing of the author in question constitutes a key moment for the use of color in the interpretation of Afro-indigenous folklore in the Amazon.Key-words: Amazon. Folklore. Afro-indigenous. Frederico José de Santa Anna Nery. ResuméCet article traite de la relation entre la couleur et l'histoire dans la production intellectuelle du folklore brésilien à la fin du XIXe siècle, avec un accent sur l'œuvre de Frederico José de Santa Anna Nery (1848-1901). Cet auteur, né à Belém do Pará, a agi comme une sorte de propagandiste pour le Brésil et l'Amazonie dans les cercles parisiens, avec des activités allant des projets d'immigration à l'écriture et la diffusion de la culture populaire brésilienne, étant l'un des premiers à défendre la marque des trois races qui composent la nation comme base de la culture brésilienne. Fusion des méthodes de l'histoire intellectuelle et de l'histoire de l'art, nous concluons que l'écriture de l'auteur en question constitue un moment clé pour l'utilisation de la couleur dans l'interprétation du folklore afro-indigène en Amazonie.Mots-clés: Amazonie. Folklore. Afro-indigène, Frederico José de Santa Anna Nery

    Flami-n'-assú: manifesto e perspectivismo amazônico no Modernismo brasileiro na década de 1920

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    This article analyzes the importance and dissemination of the literary manifest Flami-n’-assú by Abguar Bastos (1902-1995) as part of the intellectual construction of an Amazonian perspectivism on Brazilian Modernism in the 1920s. To this end, we seek to analyze the literary groups formation in Pará in the first decades of the 20th century, their philosophical aspects, and their connections and distinctions related to other national artistic projects. From a regional point of view, ideas of modernity mediated by national identity are at the base of these ideas generation, taking into account the place of the discursive, indigenous ancestry and positioning of the Amazon in the debate from a rich literary experience. However, it was not a matter of thinking that the region was a stronghold of traditions, lost in the past and excluded from history. On the contrary, ideas of indigenous future, youth, avant-garde, knowledge, and art were part of the cognitive repertoire of “mental” and “spiritual” support of Flami-n’-assú manifest in the struggles with the past and construction of the present.Este artigo analisa a importância e a divulgação do manifesto literário Flami-n’- assú, de Abguar Bastos (1902-1995), como parte da construção intelectual de um perspectivismo amazônico no modernismo brasileiro na década de 1920. Para isso, buscamos analisar a formação dos grupos literários no Pará nas primeiras décadas do século XX, seu viso filosófico e suas conexões e distinções com outros projetos artísticos nacionais. Ideias de modernidade, mediadas por noções de identidade nacional, sob o ponto de vista regional, estão na base da formulação desse ideário, levando em consideração o lugar do discursivo, a ancestralidade indígena e posicionamento da Amazônia no debate a partir de uma farta experiência literária. Não se tratava de pensar a região um reduto de tradições, perdido no passado, à margem da história. Ideias de futuro, juventude, vanguarda, saber e arte indígenas fizeram parte do repertório cognitivo de sustentação “mental” e “espiritual” desse manifesto, nas contendas com o passado e da construção do presente

    Flami-n'-assú: manifesto e perspectivismo amazônico no Modernismo brasileiro na década de 1920

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    Este artigo analisa a importância e a divulgação do manifesto literário Flami-n’- assú, de Abguar Bastos (1902-1995), como parte da construção intelectual de um perspectivismo amazônico no modernismo brasileiro na década de 1920. Para isso, buscamos analisar a formação dos grupos literários no Pará nas primeiras décadas do século XX, seu viso filosófico e suas conexões e distinções com outros projetos artísticos nacionais. Ideias de modernidade, mediadas por noções de identidade nacional, sob o ponto de vista regional, estão na base da formulação desse ideário, levando em consideração o lugar do discursivo, a ancestralidade indígena e posicionamento da Amazônia no debate a partir de uma farta experiência literária. Não se tratava de pensar a região um reduto de tradições, perdido no passado, à margem da história. Ideias de futuro, juventude, vanguarda, saber e arte indígenas fizeram parte do repertório cognitivo de sustentação “mental” e “espiritual” desse manifesto, nas contendas com o passado e da construção do presente

    Medo, Honra E Marginalidade: Imagens De Jacob Patacho Na História E Literatura Do Século Xix

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    Este artigo analisa as interações entre narrativas da história e da literatura a respeito dos acontecimentos deflagrados na Província do Grão-Pará durante a primeira metade do século XIX, envolvendo a figura do soldado desertor Jacob Patacho. Algumas ações do chamado "cangaceiro das águas", supostamente responsáveis por "aterrorizar" as populações moradoras dos rios e igarapés da região amazônica no início da década de 1830, ultrapassaram a memória oficial e popular da época, chegando à literatura e aos compêndios de história. De modo geral, essas narrativas e memórias foram vinculadas aos estigmas da "violência" e da "criminalidade". Essa associação, aparentemente despretensiosa, contribuiu para fixar na historiografia brasileira uma visão específica das populações pobres e escravas do Pará durante o Segundo Reinado, marcada pelo sentimento do medo.173217619
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