'Revista da Biologia, Reitoria da Universidade de Sao Paulo'
Abstract
Este artigo analisa a importância e a divulgação do manifesto literário Flami-n’- assú, de Abguar Bastos (1902-1995), como parte da construção intelectual de um perspectivismo amazônico no modernismo brasileiro na década de 1920. Para isso, buscamos analisar a formação dos grupos literários no Pará nas primeiras décadas do século XX, seu viso filosófico e suas conexões e distinções com outros projetos artísticos nacionais. Ideias de modernidade, mediadas por noções de identidade nacional, sob o ponto de vista regional, estão na base da formulação desse ideário, levando em consideração o lugar do discursivo, a ancestralidade indígena e posicionamento da Amazônia no debate a partir de uma farta experiência literária. Não se tratava de pensar a região um reduto de tradições, perdido no passado, à margem da história. Ideias de futuro, juventude, vanguarda, saber e arte indígenas fizeram parte do repertório cognitivo de sustentação “mental” e “espiritual” desse manifesto, nas contendas com o passado e da construção do presente