26 research outputs found

    COMIDA BOA E FARTA

    Get PDF
    Trata-se de uma resenha do livro HB, Heraldo. O cerol fininho da Baixada. Histórias do Cienclube Mate com Angu. Rio de Janeiro, Aeroplano, 2013

    O errado que deu certo: Deu onda, o debate da harmonia e a construção da batida numa produção paulistana de funk carioca

    Get PDF
    Em 21 de dezembro de 2016 o MC G15 lançou no canal KondZilla do YouTube o vídeo de Deu onda, produção musical do DJ Jorgin, que rapidamente atingiu três milhões e meio de visualizações diárias. Ao mesmo tempo, desenrolava-se nas redes sociais e expandia-se para a mídia corporativa uma polêmica, inédita no funk carioca, acerca da harmonia da música. Antropologia e análise musical refutam a ideia de bitonalidade para situar o debate na arena dos conflitos entre “mundos da arte” (BECKER, 1982) entrecruzados. A “tecnologia de encantamento” (GELL, 1999) de Deu onda envolve: (1) a construção da textura por meio de seis linhas cíclicas, em ciclos de um, dois ou quatro compassos, combinadas com quatro linhas acíclicas; (2) a organização de dois subgrupos de linhas, ou “tramas”, harmonicamente complementares, com funções diversas; (3) a articulação das seções por meio de seis tipos de breques; (4) o recurso a três ordens de variações da textura; (5) a sobreposição de uma figura rítmica característica do reggae a outra típica do funk carioca; (6) a aplicação a toda a melodia de um esquema harmônico concebido em função da primeira frase; (7) a evocação “afrofuturista” (ESHUN, 2003) de uma roda de funk; e (8) jogos de sentidos que fazem a música deslizar entre subgêneros distintos. O debate público acerca da bitonalidade de Deu onda contribuiu para generalizar a preocupação harmônica entre os DJs-produtores do “mundo funk” (VIANNA, 1988)

    Desregulamentando dicotomias: transletramentos, sobrevivências, nascimentos

    Get PDF
    Este artigo propõe a noção etnográfica e situada de transletramentos. Argumentamos que transletramentos são práticas de uso social da escrita que replicam e deslocam experiências de socialização mediadas por essa tecnologia e adquiridas em diversas agências de letramento – portos de passagem como a escola, a igreja, a família, o grupo musical, os coletivos políticos. Baseados em evidência empírica de nossa pesquisa sobre letramentos, produção cultural e regimes metapragmáticos no Complexo do Alemão/RJ e no diálogo com Autor 4 e Autora 5 , jovens que transitam por diferentes espaço-tempos sociais, propomos ainda que transletramentos são metáforas importantes para entender a questão da sobrevivência. Ao extrapolar circunscrições como vida e morte, escola e sociedade, estado democrático e estado penal, a sobrevivência nos permite trazer à tona reflexões sobre as estratégias que os sujeitos subalternizados encontram para escrever as suas próprias histórias

    Pacificação e tutela militar na gestão de populações e territórios

    Full text link

    "A Escada da Memória": Arte e sobrevivência no Complexo do Alemão

    Get PDF
    Resumo: Este artigo analisa um evento ocorrido durante pesquisa de campo realizada no Complexo do Alemão entre 2012 e 2014. A partir de um grafite pintado nos escombros de uma casa removida pelas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, lançado em 2007 pelo governo federal), e sua posterior destruição pelas autoridades municipais cariocas, a autora reflete sobre o significado da arte no contexto de culturas de sobrevivência, categoria analítica desenvolvida a partir da fala de um interlocutor da pesquisa, artista e morador do território. Sobreviver é entendido como experiência de driblar adversidades e produzir conhecimento e criatividade a partir da precariedade material e de direitos. Tal experiência molda relações temporais específicas e, no caso da criação estética, implica pensar a efemeridade e a perenidade da arte quando a vida está sob permanente ameaça.Palavras-chave: Arte. Complexo do Alemão. Culturas de Sobrevivência  “THE STAIRS OF MEMORY”: ART AND SURVIVAL IN THE COMPLEXO DO ALEMÃO  Abstract: This article analyses an event that took place during field research in Complexo do Alemão between 2012 and 2014. Based on a graffiti painted on the ruin of a house destroyed by the PAC (Growth Acceleration Program, launched in 2007 by the federal government), and its subsequent destruction by Rio's municipal authorities, the author reflects on the meaning of art in the context of cultures of survival, an analytical category developed from the speech of an artist, and resident of the territory. Survival is understood as the experience of dribbling adversity and producing knowledge and creativity from material precariousness and lack of rights. Such experience shapes specific temporal relationships and, in the case of aesthetic creation, implies thinking about the ephemerality and perenniality of art when life is under permanent threat.Keywords: Art. Complexo do Alemão. Cultures of Survival  

    Lucky people: narratives on hope and artistic production in nowadays Brazil

    No full text
    This article aims to identify narratives of hope produced by artists and cultural groups that develop their activities having as cultural reference the Brazilian peripheries. Such peripheral subjects find themselves in a "moment of danger", according to Walter Benjamin's expression. They are threatened by the upsurge of armed violence against the black and favela’s populations, by the deepening of economic inequality, by the destruction of public policies for culture, and by the pandemic of COVID-19. In this context, these subjects seek to reinvent themselves to continue carrying out their artistic and cultural work. These narratives of hope are understood here as practice, in dialogue with applied linguistics and linguistic anthropology, as well as with the Bakhtinian view of language as interaction. This article is also affiliated to the anthropological reflections proposed by Vincent Crapanzano, Arjun Appadurai, and others who have been dedicated to setting an Anthropology of the Future and an Anthropology of Hope.Este artigo busca identificar narrativas de esperança produzidas por artistas e grupos culturais que desenvolvem suas atividades tendo como referência cultural as periferias brasileiras. Tais sujeitos periféricos se encontram em um “momento de perigo”, na expressão de Walter Benjamin, ameaçados pelo recrudescimento da violência armada contra a população negra e favelada, pelo aprofundamento da desigualdade econômica, pela destruição das políticas públicas de cultura e pela pandemia de COVID-19. Em tal contexto, esses sujeitos buscam se reinventar para seguir realizando seus trabalhos artísticos e culturais. Essas narrativas de esperança são compreendidas aqui como prática, em diálogo com a linguística aplicada e a antropologia linguística, bem como com a ótica bakhtiniana da linguagem como interação. Este artigo se filia ainda às reflexões antropológicas propostas por Vincent Crapanzano, Arjun Appadurai e outros que vêm se dedicando a configurar uma Antropologia do Futuro e uma Antropologia da Esperança
    corecore