2,270 research outputs found

    Educação em museus e inclusão social: ações educativas e culturais específicas para pessoas com deficiência

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    O artigo procura mostrar o caráter e os desdobramentos de projeto no campo da cultura e da extensão universitárias voltado para o atendimento de pessoas com defi ciências, particularmente no espaço museológico oferecido pelo Museu Paulista da USP. Indica de que forma foi possível criar experiências lúdicas e educativas através de materiais pedagógicos e ações preparadas pelo Serviço de Atividades Educativas da instituição.The article seeks to show the nature and ramifi cations of the project in the fi eld of culture and the university extension toward the care of persons with disabilities, particularly in the museum space offered by the Museu Paulista da USP. Shows how it was possible to create entertaining and educational experiences through educational materials and activities prepared by the Offi ce of Educational Activities of the institution

    Nursing care management in hospital settings: the building of a construct

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    Este estudo teve como objetivo construir e apresentar a definição teórica do conceito de gerência do cuidado de enfermagem em cenários hospitalares, a partir de base literária específica. Optou-se pela utilização das estratégias para construção de conceitos da Análise de Conceito, as regras de formação de conceito da Análise Arqueológica e a Análise Lexical como referencial teórico-metodológico. A operacionalização das estratégias e das regras de formação de conceito possibilitou a construção do conceito gerência do cuidado de enfermagem em cenários hospitalares. O conceito construído apresentou, em sua natureza, a capacidade de integrar dialeticamente os aspectos relativos ao saber-fazer do cuidar e gerenciar. A definição teórica do conceito Gerência do Cuidado de Enfermagem em Cenários Hospitalares deu significado ao termo, no contexto inicial de construção de uma teoria, a Gerência do Cuidado de Enfermagem em Serviços de Saúde.Construir y presentar la definición teórica del concepto de administración del cuidado de enfermería en escenarios hospitalarios a partir de base literaria específica. Se optó por la utilización de estrategias para construcción de conceptos del Análisis de Concepto, las reglas de formación de concepto del Análisis Arqueológico y el Análisis Lexical como referencial teórico-metodológico. La operacionalización de estrategias y de reglas de formación de conceptos posibilitó la construcción del concepto "administración de la atención de enfermería en escenarios hospitalarios". El concepto construido presentó en su naturaleza la capacidad de integrar dialécticamente los aspectos relativos al saber/hacer del cuidado y administración. La definición teórica del concepto Administración de la Atención de Enfermería en Escenarios Hospitalarios dio significado al término, en el contexto inicial de construcción de una teoría, la Administración de Atención de Enfermería en Servicios de Salud.The objective of this study was to build and present a theoretical definition of the concept of nursing care management in hospital settings, based on specific literature. We chose to use Concept Analysis strategies for building concepts, the rules of Archeological Analysis for forming concepts, and Lexical Analysis as the theoretical-methodological framework. The operationalization of the strategies and rules for forming the concept permitted the construction of the concept of nursing care in hospital settings. The constructed concept presented, by its nature, the capacity to form a dialectic integration of the aspects relative to the knowing-doing of care and management. The theoretical definition of the concept of Nursing Care Management in Hospital Settings assigned meaning to the term, in the initial context of the construction of a theory of Nursing Care Management in Health Services

    POR UMA EFETIVA AÇÃO DOCENTE NA FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA?: APONTAMENTOS DE UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES

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    Pensar na democratização da escola pública implica definir com transparência e clareza a função social dessa instituição. Assim, este trabalho teve por objetivo estabelecer um espaço de reflexão sobre a participação efetiva dos docentes cursistas na função social da escola, estabelecendo os indicativos necessários para uma prática pedagógica comprometida com a inclusão, com o respeito à diversidade e à tolerância. A experiência da disciplina intitulada Ação docente na função social da escola contribuiu para a construção de um olhar diferenciado sobre o universo escolar, especialmente, no que diz respeito à compreensão do papel social da escola nos dias atuais. Palavras-chave: Função social da escola; Formação continuada; Formação de professores; Educação a distância. For an Effective "Teaching-action in the Social Function of School": Notes from the Experience of Continuing Education for Teachers in Distance LearningAbstract To think about the democratization of the public school implies to define with transparency and clarity the social function of this institution. Thus, this study aims to create a space for reflecting on the effective participation of teacher students in the social function of the school, setting the required premises for an institution committed to promote inclusion, with respect for diversity, and tolerance within the pedagogical practice. This experience called Action in the social function of school has contributed to build a different view of the school environment, especially regarding the social role of the school in the present time.Keywords: Social function of the school; Continued education; Teacher training; Distance Education

    O ciclo de vida como proposta curricular para o ensino de ciências e biologia na formação de jovens e adultos da educação básica / The life cycle as a curricular proposal for teaching science and biology in the training of young people and adults in basic education

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    Recentemente, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) vem se configurando como um campo pedagógico comprometido com o desenvolvimento de reflexões críticas sobre suas necessidades e objetivos. Entretanto, poucos esforços vêm sendo feitos no sentido de explicitar ou discutir seus contornos e especificidades neste campo do conhecimento. Assim, o objetivo basilar deste trabalho é registrar a trajetória percorrida na elaboração de uma proposta curricular significativa para o ensino de ciências e biologia, priorizando os tempos e os ritmos de aprendizagem do estudante na modalidade EJA. Como metodologia, utilizamos a análise documental dos documentos advindos do Ministério da Educação e da Secretaria Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro, assim como a colaboração de professores da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, por meio de audiências públicas. Este trabalho resultou em uma proposta curricular de formação generalista, inspirado no ciclo da vida, organizado por temas, competências e habilidades dentro de um período de 01 (um) ano e meio de formação.

    The professional nurse and the primary care

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    This article aims to reflect on the role of a nurse in the Family Health Strategy. It is an experience of five nurses in the Family Health Strategy. Discussion: With the historic transformation, the nurse creates and recreates his work in primary health care, it needs to revise their work process, for its activities become the most varied and dynamic, since care activities until the education activities, since the transformations are not static, are continuous, so it is essential that educational institutions should be aware of these changes and continuously, also review the technical education and training of human resources for teamwork. Primary care, here represented by the Family Health Strategy as a model under construction, for its effective development requires that nurses take a conscious processing involved in the work process

    Uma experiência envolvendo a calculadora no cotidiano de um 6º ano sob a visão da matemática crítica/ An experience involving the calculator in everyday 6th day under the view of critical mathematics

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    O presente artigo tem por objetivo analisar relatos de uma experiência envolvendo o uso de calculadoras no contexto de compras em supermercado, associando uma prática de educação financeira com a parte teórica, destacando que a Matemática não é uma ciência fria e rígida, distante da realidade. As atividades foram desenvolvidas pelos bolsistas do PIBID-Matemática com alunos de 6º ano da escola estadual participante do projeto PIBID. Durante 05 (cinco) horas-aula os alunos tiveram contato com a realidade de um mercado fictício e posteriormente todos se depararam com um mercado real e com o uso de uma calculadora. Ao longo do desenvolvimento da experiência, os bolsistas perceberam que no contexto de um supermercado, uma simples relação de compra e venda permitiu aos alunos vivenciarem uma situação na qual a Matemática foi útil diante, por exemplo, da possibilidade de receber o troco errado e pode reclamar, assumindo assim uma atitude ética e responsável. Destaca-se que as atividades desenvolvidas proporcionaram momentos significativos de aprendizagem, impulsionados por discussões e reflexões que eclodiram e enriqueceram ainda mais os momentos de experiência desenvolvida

    Weibull analysis of tensile tested piassava fibers with different diameters

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    Environmental considerations in addition to technical, economical and societal benefits are increasingly promoting the substitution of natural fibers for glass fiber in polymer matrix composites. However, natural fibers are heterogeneous in their dimensions, specially the cross section, which plays an important role in their mechanical strength. It has been found that the equivalent diameter of fibers such as sisal, ramie, pinea-pple and curaua correlates to different levels of tensile resistance. Piassava is a promising stiff natural fiber for composite reinforcement. In this work, a statistical analysis of tensile strength of piassava fibers using the Weibull methodology was performed. An attempt to correlate the fiber strength, obtained in tensile tests, with the diameter, precisely measured by means of a profile projector, was carried out. The results revealed an inverse dependence between the piassava fiber diameter and corresponding tensile strength. Fracture tip observation by SEM suggested a possible mechanism that could justify this inverse correlation.Keywords: piassava fiber, testing traction, strength/diameter correlation

    AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA CRIANÇA SOROPOSITIVA: UMA ANÁLISE DO PENSAMENTO SOCIAL DE ENFERMEIROS HOSPITALARES

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    INTRODUÇÃOO presente resumo integra o Projeto de pesquisa intitulado: Análise do cuidado de enfermagem no contexto do HIV/Aids: Representações sociais e memórias de enfermeiros e portadores nos 25 anos da síndrome. A Aids apresentou-se, desde o seu início, como uma síndrome que se enraizou no imaginário social e cultural de diversas maneiras, construindo imagens, atitudes, conhecimentos e práticas, em que os saberes do senso comum e científicos se entrecruzaram. De uma morbidade ligada a atitudes socialmente condenáveis passou a ser considerada como uma síndrome presente naqueles que podem ser considerados como vítimas, especialmente as crianças que possuem alto grau de vulnerabilidade.OBJETIVOSNeste sentido, adotou-se, como objetivo, analisar a representação social da criança soropositiva para o HIV, especialmente em sua dimensão imagética, e sua relação com a assistência de enfermagem.METODOLOGIATrata-se de um estudo de natureza qualitativa fundamentado na Teoria das Representações Sociais (TRS) em sua abordagem processual (MOSCOVICI, 1978, 291; JODELET, 2001, p. 17-44) desenvolvido com 20 enfermeiros que trabalham no contexto de dois hospitais universitários do Rio de Janeiro, na atenção direta às crianças soropositivas para o HIV e seus familiares. Os dados foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas e analisados através da análise de conteúdo temática norteada pelos preceitos de Bardin (BARDIN, 1977, p. 221) sistematizada por Oliveira (OLIVEIRA, 2008, p. 569-576). A análise do conjunto das entrevistas gerou seis categorias a partir do recorte de 2.070 UR, representando 100% do material analisado. As categorias foram denominadas da seguinte maneira: Aspectos sociais, temporais, biológicos e culturais que envolvem o universo da Aids (284 UR, equivalendo a 13,7% do material), a imagem da criança e o futuro que a Aids lhe aparenta reservar (253, 12,3%), o processo de cuidar e sentimentos que a criança com Aids reserva (514, 24,8%), Tratamento e adesão da criança com Aids na perspectiva do enfermeiro (176, 8,5%), a família da criança com HIV/Aids (555, 26,8%) e práticas e atitudes profissionais: as condições existentes no manuseio da AIDS (285, 13,7%). Nesse estudo, será aprofundada a segunda categoria que diz respeito a imagem da criança e o futuro que a Aids aparenta reservar.RESULTADOSA Aids pediátrica trouxe uma nova representação da patologia devido a inserção de uma nova clientela soropositiva em seu contexto, uma vez que há uma diminuição do processo de culpabilização do portador, embora este fato ainda exista no que tange ao responsável pela inserção do vírus no seio familiar. Evidencia-se, nos profissionais que cuidam desta criança soropositiva, certa particularidade na ânsia de um trabalho mais complexo ou mesmo no despertar de sentimentos e emoções oriundos deste cuidado, já que a recuperação clínica desta criança muitas vezes é dificultada por seu estado. Ao mesmo tempo, empenhado na melhora do quadro clinico desta criança soropositiva, o profissional sofre um impacto significativo que pode influenciar seu trabalho ao sentir dificuldades em lidar com a morbidade e mortalidade da criança, uma vez que possui uma imagem sempre ligada a futuro, causando uma sensação de desconforto nesse profissional. Este relacionamento entre profissional e criança ainda sofre uma maior complexidade pela figura do familiar-cuidador, normalmente a mãe. Por isso, ao citarmos a criança com Aids não podemos esquecer deste familiar e suas vivências, pois este compreende toda a estigmatização enfrentada, bem como a gravidade e a letalidade da Aids. A hospitalização altera de forma significativa a vida de uma criança e a dinâmica familiar que, por sua vez, é levada a reorganizar seu cotidiano e suas atividades. A hospitalização promove sentimentos de angústias, impotência, preocupação e incerteza, além de instaurar o sofrimento a ambas as partes, devido à íntima ligação família-criança que se tem neste período (OLIVEIRA, I. ANGELO, M. 2000, p. 202-204). Observou-se, ainda, que a expectativa de melhora do quadro clínico da criança é modificada quando o profissional se depara com a Aids e suas peculiaridades, vivenciando, em seu imaginário, uma representação simultânea de vida e morte. A vida geralmente está associada à infância e ao futuro e a morte à velhice e ao passado. As internações e reinternações carregam consigo toda uma cooperação coletiva tanto da criança, como da família e da equipe de saúde. Sendo a Aids até então incurável, os comprometimentos causados por ela impõem limitações de funções ao indivíduo e envolvem todos os obstáculos e desvios da fisiologia normal (SILVA, F. M. CORREIA, I. 2006. p. 18-23). As incertezas a cada reinternação são muitas, pois a criança encontra-se num território onde o próximo passo sempre será uma incógnita. Esta dificuldade de conviver com a Aids se dá a cada novos sintomas e exames. Os profissionais, ao longo dos mais de 20 anos da síndrome no Brasil, referiram à imagem da Aids semelhante à do Cazuza na década de 80, exposta na mídia. Ao mesmo tempo, classificam como negativa a imagem que fazem da criança com Aids (como aquela sem expectativa de futuro) e utilizam adjetivos como sofrida e sentida em relação à sua restrição ao leito, quando esta encontra-se em estado grave. O sentimento de pesar é notório nos enfermeiros devido não só à incapacidade de deambular de algumas crianças, mas pela própria estrutura física da enfermaria que muitas das vezes se faz precária. Uma nomenclatura utilizada pelos depoentes foi o termo isolamento infantil, que faz referência a um local onde os leitos são fechados e formam quartos que abrigam somente a criança e seus familiares, sem o contato com as demais. A solidão devido ao isolamento desta criança no ambiente hospitalar é nítida durante a fase aguda da doença, em função da ausência da intensa atividade de uma criança saudável. Mas observa-se, como pontuou alguns autores, a construção de uma nova identidade nessas crianças, qual seja, ligada ao processo de hospitalização e de adoecimento, assim como à dependência tecnológica. Destaca-se que a Aids traçou uma nova forma de ser criança em que, em alguns momentos de sua história, permanece tempo considerável internada em hospitais, longe da escola, dos amigos, de diversões e, muitas vezes, da própria família (GOMES, A. M. T. 2005). Mas levando em consideração que esta criança não é associada à imagem de futuro, hoje, com o advento dos anti-retrovirais e tecnologias em saúde, nota-se uma tímida transformação nesta representação, englobando a possibilidade de sobrevivência à adolescência em alguns casos e para alguns profissionais. CONCLUSÃOConclui-se que a Aids ainda permeia num contexto de forte influência imaginária, de sofrimento,  de ausência de um futuro e muito atrelado à morte. Os profissionais, principalmente os enfermeiros, lidam com a criança com muito pesar, tristeza e com significativa percepção de abandono e solidão. Estes profissionais ainda encontram muita dificuldade de criar uma relação de confiança e aceitação com a criança soropositiva que apresenta maior confiança nos familiares por conta do convívio extra-hospitalar mais intenso. Contudo, graças à ao desenvolvimento da tecnologia em saúde e do tratamento medicamentoso, já se pode notar uma pequena evolução no discurso desses profissionais

    AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA CRIANÇA SOROPOSITIVA: UMA ANÁLISE DO PENSAMENTO SOCIAL DE ENFERMEIROS HOSPITALARES

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    INTRODUÇÃO O presente resumo integra o Projeto de pesquisa intitulado: Análise do cuidado de enfermagem no contexto do HIV/Aids: Representações sociais e memórias de enfermeiros e portadores nos 25 anos da síndrome. A Aids apresentou-se, desde o seu início, como uma síndrome que se enraizou no imaginário social e cultural de diversas maneiras, construindo imagens, atitudes, conhecimentos e práticas, em que os saberes do senso comum e científicos se entrecruzaram. De uma morbidade ligada a atitudes socialmente condenáveis passou a ser considerada como uma síndrome presente naqueles que podem ser considerados como vítimas, especialmente as crianças que possuem alto grau de vulnerabilidade. OBJETIVOS Neste sentido, adotou-se, como objetivo, analisar a representação social da criança soropositiva para o HIV, especialmente em sua dimensão imagética, e sua relação com a assistência de enfermagem. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de natureza qualitativa fundamentado na Teoria das Representações Sociais (TRS) em sua abordagem processual (MOSCOVICI, 1978, 291; JODELET, 2001, p. 17-44) desenvolvido com 20 enfermeiros que trabalham no contexto de dois hospitais universitários do Rio de Janeiro, na atenção direta às crianças soropositivas para o HIV e seus familiares. Os dados foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas e analisados através da análise de conteúdo temática norteada pelos preceitos de Bardin (BARDIN, 1977, p. 221) sistematizada por Oliveira (OLIVEIRA, 2008, p. 569-576). A análise do conjunto das entrevistas gerou seis categorias a partir do recorte de 2.070 UR, representando 100% do material analisado. As categorias foram denominadas da seguinte maneira: Aspectos sociais, temporais, biológicos e culturais que envolvem o universo da Aids (284 UR, equivalendo a 13,7% do material), a imagem da criança e o futuro que a Aids lhe aparenta reservar (253, 12,3%), o processo de cuidar e sentimentos que a criança com Aids reserva (514, 24,8%), Tratamento e adesão da criança com Aids na perspectiva do enfermeiro (176, 8,5%), a família da criança com HIV/Aids (555, 26,8%) e práticas e atitudes profissionais: as condições existentes no manuseio da AIDS (285, 13,7%). Nesse estudo, será aprofundada a segunda categoria que diz respeito a imagem da criança e o futuro que a Aids aparenta reservar. RESULTADOS A Aids pediátrica trouxe uma nova representação da patologia devido a inserção de uma nova clientela soropositiva em seu contexto, uma vez que há uma diminuição do processo de culpabilização do portador, embora este fato ainda exista no que tange ao responsável pela inserção do vírus no seio familiar. Evidencia-se, nos profissionais que cuidam desta criança soropositiva, certa particularidade na ânsia de um trabalho mais complexo ou mesmo no despertar de sentimentos e emoções oriundos deste cuidado, já que a recuperação clínica desta criança muitas vezes é dificultada por seu estado. Ao mesmo tempo, empenhado na melhora do quadro clinico desta criança soropositiva, o profissional sofre um impacto significativo que pode influenciar seu trabalho ao sentir dificuldades em lidar com a morbidade e mortalidade da criança, uma vez que possui uma imagem sempre ligada a futuro, causando uma sensação de desconforto nesse profissional. Este relacionamento entre profissional e criança ainda sofre uma maior complexidade pela figura do familiar-cuidador, normalmente a mãe. Por isso, ao citarmos a criança com Aids não podemos esquecer deste familiar e suas vivências, pois este compreende toda a estigmatização enfrentada, bem como a gravidade e a letalidade da Aids. A hospitalização altera de forma significativa a vida de uma criança e a dinâmica familiar que, por sua vez, é levada a reorganizar seu cotidiano e suas atividades. A hospitalização promove sentimentos de angústias, impotência, preocupação e incerteza, além de instaurar o sofrimento a ambas as partes, devido à íntima ligação família-criança que se tem neste período (OLIVEIRA, I. ANGELO, M. 2000, p. 202-204). Observou-se, ainda, que a expectativa de melhora do quadro clínico da criança é modificada quando o profissional se depara com a Aids e suas peculiaridades, vivenciando, em seu imaginário, uma representação simultânea de vida e morte. A vida geralmente está associada à infância e ao futuro e a morte à velhice e ao passado. As internações e reinternações carregam consigo toda uma cooperação coletiva tanto da criança, como da família e da equipe de saúde. Sendo a Aids até então incurável, os comprometimentos causados por ela impõem limitações de funções ao indivíduo e envolvem todos os obstáculos e desvios da fisiologia normal (SILVA, F. M. CORREIA, I. 2006. p. 18-23). As incertezas a cada reinternação são muitas, pois a criança encontra-se num território onde o próximo passo sempre será uma incógnita. Esta dificuldade de conviver com a Aids se dá a cada novos sintomas e exames. Os profissionais, ao longo dos mais de 20 anos da síndrome no Brasil, referiram à imagem da Aids semelhante à do Cazuza na década de 80, exposta na mídia. Ao mesmo tempo, classificam como negativa a imagem que fazem da criança com Aids (como aquela sem expectativa de futuro) e utilizam adjetivos como sofrida e sentida em relação à sua restrição ao leito, quando esta encontra-se em estado grave. O sentimento de pesar é notório nos enfermeiros devido não só à incapacidade de deambular de algumas crianças, mas pela própria estrutura física da enfermaria que muitas das vezes se faz precária. Uma nomenclatura utilizada pelos depoentes foi o termo isolamento infantil, que faz referência a um local onde os leitos são fechados e formam quartos que abrigam somente a criança e seus familiares, sem o contato com as demais. A solidão devido ao isolamento desta criança no ambiente hospitalar é nítida durante a fase aguda da doença, em função da ausência da intensa atividade de uma criança saudável. Mas observa-se, como pontuou alguns autores, a construção de uma nova identidade nessas crianças, qual seja, ligada ao processo de hospitalização e de adoecimento, assim como à dependência tecnológica. Destaca-se que a Aids traçou uma nova forma de ser criança em que, em alguns momentos de sua história, permanece tempo considerável internada em hospitais, longe da escola, dos amigos, de diversões e, muitas vezes, da própria família (GOMES, A. M. T. 2005). Mas levando em consideração que esta criança não é associada à imagem de futuro, hoje, com o advento dos anti-retrovirais e tecnologias em saúde, nota-se uma tímida transformação nesta representação, englobando a possibilidade de sobrevivência à adolescência em alguns casos e para alguns profissionais. CONCLUSÃO Conclui-se que a Aids ainda permeia num contexto de forte influência imaginária, de sofrimento,  de ausência de um futuro e muito atrelado à morte. Os profissionais, principalmente os enfermeiros, lidam com a criança com muito pesar, tristeza e com significativa percepção de abandono e solidão. Estes profissionais ainda encontram muita dificuldade de criar uma relação de confiança e aceitação com a criança soropositiva que apresenta maior confiança nos familiares por conta do convívio extra-hospitalar mais intenso. Contudo, graças à ao desenvolvimento da tecnologia em saúde e do tratamento medicamentoso, já se pode notar uma pequena evolução no discurso desses profissionais
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