71 research outputs found

    Educação e apropriação da realidade local

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    É essencial uma criança sentir que a sucessão de anos que passa na escola lhe permite efetivamente entender o contexto onde vive, apropriar-se da realidade que a cerca. A criança, mais que o adulto que tem oportunidades de conhecer diversas regiões, interpreta o mundo pela cidade ou pelo bairro onde mora. O seu espaço de referência é o espaço local. Proibir-lhe que brinque no córrego vizinho da sua casa é prudente, mas gera apenas medo. Entender os fluxos dos riachos e as fontes concretas de poluição lhe assegura desde já ancorar o conhecimento abstrato em vivências concretas, e lhe permitirá mais tarde entender a gestão de bacias hidrográficas. Aprender a representação em escala do seu próprio bairro, das ruas que conhece, evitará mais tarde a quantidade de adultos que sabem decorar uma aula de geografia, mas que são incapazes de interpretar um mapa para se orientar. Trata-se de um investimento poderoso, tanto para tornar o ensino mais produtivo, capitalizando a motivação da criança por entender as coisas que a cercam, como por permitir que mais tarde seja um adulto que conhece a origem ou as tradições culturais que constituíram a sua cidade, os seus potenciais econômicos, os desafios ambientais, o acerto ou irracionalidade da sua organização territorial, os seus desequilíbrios sociais. Pessoas desinformadas não participam, e sem participação não há desenvolvimento. Trata-se de fechar desde cedo a imensa brecha entre o conhecimento formal curricular e o mundo onde cada pessoa se desenvolve. Estas linhas são escritas por um economista, que na era da economia do conhecimento se convenceu de que a economia não se basta a si mesma, de que uma articulação com o mundo que ensina e difunde o conhecimento é essencial.It is essential for children to feel that the years they spend in school help them understand the reality they face in their daily lives. Children, more than adults who had the opportunity to travel, see the world in comparison with the city or neighborhood where they live. The space they refer to is local space. It may be wise to forbid children to play in a stream in the city. But understanding that particular stream and why it is polluted, and who pollutes it and how, allows them to anchor abstract knowledge in the concrete reality they know by experience. Besides, how can we expect adults to participate in the development of their regions if they have never studied anything about them? We produce children who know the length of the Nile, but are incapable of reading a city map when adults, who never studied the potentials and problems the reality they will have to face. We may follow the example of a small place in the Northeast, Pintadas, where the children are now taught the characteristics of the "semi-árido", of the concrete problems dry regions present in such fields as agriculture, watersheds, environment and so forth. The author of this paper is an economist convinced that in this era of knowledge economy we need to share knowledge in a more balanced way. Teaching children to understand their own space can be a powerful instrument to promote childrens interest and adult citizenship

    Economia da comunicação

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    Entender a crise, retomar as conquistas

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    Brazil's economy displayed exceptional economic growth and social inclusion between 2003 and 2013. Increased consumption at the bottom of the pyramid sped up private investment. This model works, as it worked during the "Golden 30s." In 2013, the model was attacked by the financial system, abetted by political opportunism, leading to the present crisis. The prime interest rate reached 156% (for an inflation of 6.5%) and interest on public sector debt reached 13%. One trillion reais, 15% of GDP, were taken out of the real economy. The main engines of the economy, family consumption, business investment, and public social policies and investment were stalled. Opportunities to go back to what works require control over the financial system, so that it serves, instead of draining, the real economy.A economia brasileira conheceu uma dinâmica virtuosa entre 2003 e 2013. Com aumento do consumo na base da sociedade, o que dinamiza a atividade empresarial e o emprego, e gera portanto os recursos fiscais para cobrir os gastos, a proposta é coerente e funciona. A ruptura dos avanços se deu pela articulação dos interesses financeiros com oportunismos políticos. No Brasil, as taxas de juros para pessoa física, 156%, se comparam com os 3,5% na França. É um trilhão de reais que se extrai da economia real. Os motores da economia, a demanda das famílias, o investimento empresarial e as políticas públicas foram travados, estas últimas pela taxa Selic surrealista. As oportunidades estão na volta do controle dos recursos financeiros do país, para que financiem e economia em vez de drená-la

    Espaço local, atores sociais e comunicação

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    Aborda-se, nesse estudo, a necessidade de uma organização social, a partir dos municípios, como fundamento de uma política ambiental que possibilite recuperação do controle do desenvolvimento.

    Resgatando o planejamento: Infraestruturas

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    O artigo faz parte de uma série de estudos metodológicos sobre formas inovadoras e articuladas de gestão econômica e social. Além das simplificações sobre privatização e estatização, despontam composições mais complexas que envolvem tanto Estado como mercado, mas também acordos interempresariais, parcerias de diversos tipos, e sistemas de gestão pública participativa e descentralizada. Aqui olhamos como esta visão pode ser aplicada no resgate de uma maior racionalidade na organização das infraestruturas econômicas no Brasil

    Por uma São Paulo inteligente: espaços de governança

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    Brazil has 85% of its population in cities. Immigrants have been added and neighborhoods, infrastructures and services at random pressures and dramas. São Paulo, wit 11 millions of inhabitants in the city and 21 in the metro­politan area, reflects this accumulated chaos. But it stopped growing, and it can today concentrate in improving its quality of life, taking advantage of a set of new technologies such as the connectivity online, but also social technol­ogies as participative systems of management, decentralized policies of management, reconstitution of the identity in neighborhoods. The present paper shows some ways of the construction of new spaces of governance.O Brasil tem 85% da sua população em cidades. Foram-se agregando imigrantes, bairros, infraestruturas e serviços ao acaso das pressões e dos dramas. São Paulo, com 11 milhões de habitantes na cidade e 21 na região metropo­litana, reflete este caos acumulado. Mas parou de crescer, e hoje pode se concentrar em melhorar a sua qualidade de vida, aproveitando em particular um conjunto de novas tecnologias como a conectividade online, mas também tecnologias sociais como sistemas participativos de gestão, políticas descentralizadas de gestão, reconstituição da identidade nos bairros. O presente artigo mostra alguns caminhos da construção de novos espaços de governança

    Tendências da gestão social

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    Capitalism is a good system when production is concerned, but not good enough a system if we want adequate distribution. And a system that produces well, but does not distribute accordingly, is structurally unbalanced. We need alternatives. What we have had up to now are not alternatives, but simplifications, with statism on one side, and liberalism on the other, redemption being expected to come either from the bourgeoisie or from the proletariat, depending on the political views. This debate will continue, but reality has changed. Economic growth is obviously not sufficient, assuming it exists. No modern economic activity can be stimulated if we do not have the corresponding investment in people, through health, education, culture, leisure and so on. Social activities are no longer a complement to banking and industry. They have become central to the economy itself. In the U.S., the new economic locomotive is not the car industry, but health, representing 14% of GDP. While social services have become central in modern economies, they still have to find their management paradigm. Huge, centralized state burocracies are not responsive enough, while privatization has led to dramatic abuse. The lack of specific management responses to the new demands of social services has become a key problem both in avanced and developing economies.O que está se tornando evidente, já não numa visão estreita de crítica sistemática anti-capitalista, mas de bom senso econômico e social, é que um sistema que sabe produzir, mas não sabe distribuir, simplesmente não é suficiente. Sobretudo se, ainda por cima, joga milhões no desemprego, dilapida o meio-ambiente e remunera mais os especuladores do que os produtores. E a construção de alternativas envolve um leque de alianças sociais evidentemente mais amplo do que o conceito de classes redentoras, burguesa para uns, proletária para outros, que dominou o século XX. O debate sobre quem tinha razão continuará sem dúvida a alimentar as nossas discussões, mas a realidade é que a própria realidade mudou. O crescimento econômico, quando existe, não é suficiente. Nem a área produtiva, nem as redes de infraestruturas, e nem os serviços de intermediação funcionarão de maneira adequada se não houver investimento no ser humano, na sua formação, na sua saúde, na sua cultura, no seu lazer, na sua informação. Em outros termos, a dimensão social do desenvolvimento deixa de ser um "complemento", uma dimensão humanitária de certa forma externa aos processos econômicos centrais, para se tornar um dos componentes essenciais da transformação social que vivemos. Será preciso lembrar que o principal setor econômico nos Estados Unidos, não é mais a indústria automobilística, ou bélica, mas a saúde, que representa 14% do seu PIB? A questão que se coloca, e que analisamos neste artigo, é que enquanto as áreas produtivas dispõem de um sólido acúmulo teórico sobre a sua gestão - taylorismo, fordismo, toyotismo, TQM, Kanban etc. - a área social não dispõe dos paradigmas de gestão correspondentes, e fica oscilando entre burocratismos estatais ultrapassados, e privatizações desastrosas. Os serviços sociais são diferentes e necessitam de respostas específicas. A questão da gestão social tornou-se central

    A economia desgovernada : A derailed economy

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    Já estamos vendo as linhas gerais de uma catástrofe em câmara lenta, uma visão que já não é apenas de alguns analistas originais, mas é hoje apresentada por pesquisadores de primeira linha mundial. A convergência quanto aos principais desafios ambientais, com  desigualdade explosiva, fragilização política e caos financeiro gerou uma busca por novos caminhos. A pandemia da COVID tornou apenas mais evidentes os desafios, e a busca de mudanças sistêmicas se intensificou. A humanidade tem servido aos “mercados”. É tempo de inverter a equação, buscando mecanismos econômicos que sirvam ao desenvolvimento sustentável

    Desenvolvimento local e apropriação dos processos econômicos

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    Milton Santos is the author of key contributions to the spatial dimension of development. He was also deeply concerned with the social dimension of the economy, and his notion of the"lower circuit" has been instrumental in stimulating analysis on survival strategies at the bottom of the pyramid. Unlike the big corporations and their global logic of accumulation, the lower circuit is basically local and close to community. This view is essential for the organization of a system of support for local development through the productive inclusion and the notion of "decent" employment. The paper relies heavily on a research on productive inclusion in Brazil, using Milton Santos' categories.A partir de conceitos de Milton Santos e outros teóricos, o presente artigo mostra o imenso potencial do"circuito inferior" da economia, em termos produtivos e de redução das desigualdades herdadas, por meio da inclusão socioprodutiva com sustentabilidade e o estímulo ao desenvolvimento local. Destacamos essa contribuição para repensarmos a dimensão territorial - gestão local, de regiões e de microrregiões - do desenvolvimento e sua importância na construção de novas dinâmicas produtivas, na busca de um outro mundo e outra ciência econômica, incluindo a importância da gestão racional do município, da participação comunitária e das novas formas de comunicação

    Crise sistêmica: a economia desgovernada / Systemic crisis: a disgoverned economy

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    Está se desenhando uma catástrofe em câmara lenta, visão que já não é mais de analistas originais, mas se encontra nos escritos de pesquisadores de primeira linha mundial. A convergência dos desastres ambientais, da desigualdade explosiva, da deterioração política e do caos financeiro gerou uma atitude renovadas, de busca de novos caminhos. A pandemia que assolou o planeta apenas tornou mais urgente, e possivelmente mais viável, repensar as regras do jogo. Aqui sistematizamos alguns dos posicionamentos mais significativos, como as da Economia da Francesco, do Business Round Table com 181 das maiores corporações americanas, dos grandes grupos financeiros, do Roosevelt Institute e de numerosos cientistas sociais. Estão sendo construindo novos rumos
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