16 research outputs found

    COVID-19, SINDEMIA E VIOLÊNCIA ESTRUTURAL: PARTICIPAÇÃO SOCIAL E PROTESTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA AOS POVOS INDÍGENAS NO MATO GROSSO DO SUL, BRASIL.

    Get PDF
    Os Povos Indígenas no Mato Grosso do Sul enfrentam a pandemia da COVID-19 vivenciando o agravamento das iniquidades em saúde com impactos negativos que ameaçam sua reprodução biossocial. O cenário é o de uma sindemia (SINGER e RYLKO-BAUER, 2021) que se caracteriza pela interação sinérgica entre a pandemia de Covid-19 com violência estrutural, racismo, degradação ambiental, intrusão e esbulho de territórios tradicionais. O artigo trata de pesquisa etnográfica sobre os processos de participação social na gestão dos serviços públicos de atenção primária durante o período de enfrentamento à pandemia de COVID-19. Destacamos necessidade de diálogo interétnico como condição necessária para a eficiência na gestão dos serviços de saúde e para a garantia de direitos indígenas. A pandemia de COVID-19 deixa lições que precisam ser observadas. Uma delas é de que a urgência não deve ser a do “rápido retorno ao mundo como o conhecíamos” (SINGER e RYLKO-BAUER, 2021:21), mas, sim, a de conquistar um futuro em que problemas de saúde e injustiças sociais sejam enfrentados concomitantement

    O agente indígena de saúde Xokleng: por um mediador entre a comunidade indígena e o serviço de atenção diferenciada à saúde - uma abordagem da antropologia da saúde

    Get PDF
    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia socialO presente trabalho é uma etnografia sobre o Agente Indígena de Saúde/AIS Xokleng, grupo Jê, localizado na Terra Indígena Laklãnõ - TIL, Estado de Santa Catarina - Brasil. Os objetivos centrais foram: traçar um perfil do AIS Xokleng; identificar as regras que operam na escolha de um indígena para atuar como AIS; descrever suas atividades e inserção na comunidade e dentro da Equipe Multiprofissional de Saúde Indígena/EMSI. A metodologia utilizada foi: observação participante, entrevistas semi-abertas, grupo focal e pesquisa em documentos oficiais que informam sobre a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e cursos de formação e capacitação para AIS. Os resultados obtidos permitiram estabelecer uma correlação entre o modus operandi dos serviços de atenção à saúde e o modus vivendi dos Xokleng, através de suas formas de apropriação e usos dos serviços de saúde por meio de estratégias que contemplavam e condiziam com sua visão de mundo, com sua dinâmica e relações sócio-políticas. This is an ethnography depicting the Xokleng Indian Health Agent (Agente Indígena de Saúde/AIS), from the language group Jê, located in the Laklãnõ Indian Land (Terra Indígena Laklãnõ - TIL), in the State of Santa Catarina - Brazil. Its main purposes were to outline the profile of the Xokleng AIS; identify the rulings used for the choice of a particular individual from that group who will act as the AIS; describe his activities and how he fits into the community as well as into the Indian Health Multi-Professional Team (Equipe Multiprofissional de Saúde Indígena/EMSI). The methodology used was participating observation, individual interviews, focal group and survey on official documents on National Politics regarding the Health Care of the Indian Peoples along with training courses for AIS. The findings obtained allowed to establish a correlation between Health Care Services modus operandi and the Xokleng modus vivendi, through the ways they get to be part of and use the health care services by means of strategies, which are coherent with their cosmology, social-political relationships and dynamics

    A cosmopolítica da gestação, parto e pós-parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku

    Get PDF
    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2014.Esta tese é uma etnografia das práticas de autoatenção relativas à gestação, ao parto e ao pós-parto entre os índios Munduruku da Terra Indígena Kwatá-Laranjal, Município de Borba, Amazonas, Brasil. A observação participante foi o eixo central na condução da pesquisa. Procurou-se destacar as especificidades dos saberes Munduruku em um contexto de pluralidade de formas de atenção à saúde. Ao abordar as práticas de autoatenção na gestação, parto e pós-parto, verificou-se que as mulheres Munduruku articularam os saberes indígenas com práticas biomédicas de atenção à saúde, por exemplo, no acompanhamento do pré-natal e em exames junto às equipes de saúde biomédicas, como também respeitando prescrições indígenas relativas às dietas alimentares, banhos, pegar barriga, puxar a mãe do corpo, resguardo, entre outras práticas que interferem diretamente na produção do corpo e da pessoa Munduruku. A etnografia aponta para a construção social do corpo do bebê no interior de relações afetivas inerentes ao grupo primário, como as que se observam no grupo familiar, através de esforços coletivos e individuais de cuidado e apoio mútuo. Em contraste com a abordagem morfogênica presente nas práticas biomédicas de controle do pré-natal, a continuidade de performances das relações afetivas constituem a saúde da mãe, do pai e do bebê para os Munduruku. Deste modo, cumprir ou não determinadas prescrições pode afetar a saúde dos pais e das crianças e impactar sobre o desenvolvimento de uma pessoa, cujas habilidades e capacidades são produzidas desde a gestação. Sob esta perspectiva, pode-se sublinhar a centralidade das motivações pragmáticas como um fator que transpassa as práticas de autoatenção à gestação, parto e pós-parto. A etnografia das práticas de autoatenção à gestação, parto e pós-parto também permitiu compreender o campo de relações cosmopolíticas em que os atores sociais se engajaram ao vivenciar esses processos. Evidentemente, esse engajamento ocorre a partir da cosmografia praticada pelos Munduruku, a qual, pelo se caráter sui generis, está inserida em um contexto histórico, geográfico e social, em que não se pode ignorar a pluralidade médica e de relações interétnicas, marcadas por subjetividades e intencionalidades diversas, algumas vezes convergentes, outras não. Espera-se, assim, contribuir com subsídios para a reflexão crítica sobre as políticas oficiais de atenção à saúde10indígena, especialmente sobre a necessidade de uma atenção diferenciada, em um campo social ainda não consolidado, ou seja, em constante reconstrução.Abstract : This dissertation is an ethnography on the self-care practices related to pregnancy, childbirth, and the post-partum period among the Munduruku indigenous people, from the Kwatá-Laranjal Indigenous Territory, in the Municipality of Borba, Amazonas, Brazil. The central axis for the development of this research was participatory observation. We attempted to highlight the specificities of the Munduruku knowledge in the context of a plurality of ways to provide health care. When approaching self-care practices related to pregnancy, childbirth, and the post-partum period, we realized the Munduruku women have connected indigenous knowledge with healthcare biomedical practices, such as, prenatal care and follow-up exams along with the biomedical teams, while also respecting indigenous prescriptions regarding diets, baths, being with child, pulling the mother from the body, confinement, among other practices that interfere directly with the creation of the Munduruku?s body and person. This ethnography points out to the social construction of the baby?s body within the relations of affection that are inherent to the primary group, such as those observed in the family group, through collective and individual efforts to promote mutual support and care. In contrast with the morphogenic approach found in prenatal control biomedical practices, the continuity of performances related to such relations of affection constitute the health of the mother, the father, and the baby for the Munduruku people. Complying or not with some prescriptions may affect both the parents and children's health and have an impact on the development of a person, whose abilities and skills begin to be shaped during pregnancy. Under this perspective, we can stress the centrality of pragmatic motivations as a factor that overcomes self-care practices on pregnancy, childbirth and the post-partum period. The ethnography of the self-care practices related to pregnancy, childbirth, and the post-partum period has also allowed us to understand the field of the cosmopolitical relations these social players have engaged in while experiencing these processes. Obviously, such engagement takes place from the cosmography practiced by the Munduruku, which, due to its sui generis character, is included in a historical, geographical, and social context, in which one cannot ignore the medical plurality and inter-ethnic relations,12characterized by several subjectivities and intentionalities, which sometimes are converging, while some other times are not. We thus hope to contribute with subsidies for a critical consideration of official healthcare policies for the indigenous people, especially regarding the need for customized care, in a social field that is yet to be identified, that is, which is under constant reconstruction

    Os povos indígenas e a COVID-19

    Get PDF
    É urgente o debate localizado sobre processos de saúde/doença/atenção-prevenção que tensione os modelos internacionais frequentemente concentrados apenas em indicadores biológicos e transculturais. A despeito das narrativas globais coronavírus centradas, a pandemia de Covid-19 excede o agente patógeno e ganha forma e intensidade em emaranhados e encontros mais ou menos locais e contingentes. Os artigos selecionados para este dossiê Os povos indígenas e a Covid-19, da Espaço Ameríndio, trazem diferentes abordagens disciplinares sobre variados contextos indígenas no Brasil que explicitam as limitações dos modelos globais da saúde biomédica. Não obstante, o conjunto de textos denuncia as condições históricas de violência estrutural a que estão submetidos os povos indígenas e como a pandemia intensificou esta situação. Por fim, os artigos apontam para a importância do diálogo na condução do SasiSUS. Eles nos levam a concluir que mesmo em situações como a de uma pandemia, precisamos constituir políticas públicas de saúde para as populações indígenas articuladas localmente com os seus sistemas de saúde e não como sobreposição do sistema biomédico global a eles.There is an urgent need for a localized debate on health/illness/care-prevention processes that tensions international models often focus only on biological and cross-cultural indicators. Despite the global coronavirus-centric narratives, the Covid-19 pandemic exceeds the pathogen and gains form and intensity in more or less local and contingent entanglements and situations. The articles selected for this issue on Indigenous peoples and Covid-19 of the Espaço Ameríndio bring disciplinary approaches to multiple indigenous contexts in Brazil that explain the limitations of global biomedical models of health. Furthermore, the texts denounce the way indigenous peoples live in historical conditions of structural violence and how the pandemic intensifies this condition. Finally, the articles point to the importance of dialogue in conducting the SasiSUS. They lead us to conclude that even in a pandemic situation, we need to establish public health policies for indigenous populations articulated locally with their health systems and not as the superimposition of the global biomedical system on them

    COVID-19, SINDEMIA E VIOLÊNCIA ESTRUTURAL: PARTICIPAÇÃO SOCIAL E PROTESTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA AOS POVOS INDÍGENAS NO MATO GROSSO DO SUL, BRASIL.

    No full text
    Os Povos Indígenas no Mato Grosso do Sul enfrentam a pandemia da COVID-19 vivenciando o agravamento das iniquidades em saúde com impactos negativos que ameaçam sua reprodução biossocial. O cenário é o de uma sindemia (SINGER e RYLKO-BAUER, 2021) que se caracteriza pela interação sinérgica entre a pandemia de Covid-19 com violência estrutural, racismo, degradação ambiental, intrusão e esbulho de territórios tradicionais. O artigo trata de pesquisa etnográfica sobre os processos de participação social na gestão dos serviços públicos de atenção primária durante o período de enfrentamento à pandemia de COVID-19. Destacamos necessidade de diálogo interétnico como condição necessária para a eficiência na gestão dos serviços de saúde e para a garantia de direitos indígenas. A pandemia de COVID-19 deixa lições que precisam ser observadas. Uma delas é de que a urgência não deve ser a do “rápido retorno ao mundo como o conhecíamos” (SINGER e RYLKO-BAUER, 2021:21), mas, sim, a de conquistar um futuro em que problemas de saúde e injustiças sociais sejam enfrentados concomitantement

    A Cosmopolítica da gestação, do parto e do pós-parto : autoatenção e medicalização entre os índios Munduruku

    Get PDF
    A pesquisadora Raquel Paiva Dias-Scopel, do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), levanta questões sobre a valorização e respeito à diversidade étnica e cultural dos povos indígenas e a difícil interface com o processos de medicalização e do direito ao acesso aos serviços de saúde biomédicos. O livro é parte da Coleção Saúde dos Povos Indígenas, da Editora Fiocruz e partiu da tese de doutorado defendida em 2014 no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi publicado pela primeira vez em 2015 pela Associação Brasileira de Antropologia com o título A Cosmopolítica da Gestação, Parto e Pós-Parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku. No prefácio da primeira edição, sua orientadora, a doutora em antropologia e professora titular da UFSC, Esther Jean Langdon, ressalta que o conceito fundamental deste livro é da autoatenção, que aponta para o reconhecimento da autonomia e da criatividade da coletividade, principalmente da família, como núcleo que articula os diferentes modelos de atenção ou cuidado da saúde

    A cosmopolítica da gestação, parto e pós-parto

    No full text
    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2014.Esta tese é uma etnografia das práticas de autoatenção relativas à gestação, ao parto e ao pós-parto entre os índios Munduruku da Terra Indígena Kwatá-Laranjal, Município de Borba, Amazonas, Brasil. A observação participante foi o eixo central na condução da pesquisa. Procurou-se destacar as especificidades dos saberes Munduruku em um contexto de pluralidade de formas de atenção à saúde. Ao abordar as práticas de autoatenção na gestação, parto e pós-parto, verificou-se que as mulheres Munduruku articularam os saberes indígenas com práticas biomédicas de atenção à saúde, por exemplo, no acompanhamento do pré-natal e em exames junto às equipes de saúde biomédicas, como também respeitando prescrições indígenas relativas às dietas alimentares, banhos, pegar barriga, puxar a mãe do corpo, resguardo, entre outras práticas que interferem diretamente na produção do corpo e da pessoa Munduruku. A etnografia aponta para a construção social do corpo do bebê no interior de relações afetivas inerentes ao grupo primário, como as que se observam no grupo familiar, através de esforços coletivos e individuais de cuidado e apoio mútuo. Em contraste com a abordagem morfogênica presente nas práticas biomédicas de controle do pré-natal, a continuidade de performances das relações afetivas constituem a saúde da mãe, do pai e do bebê para os Munduruku. Deste modo, cumprir ou não determinadas prescrições pode afetar a saúde dos pais e das crianças e impactar sobre o desenvolvimento de uma pessoa, cujas habilidades e capacidades são produzidas desde a gestação. Sob esta perspectiva, pode-se sublinhar a centralidade das motivações pragmáticas como um fator que transpassa as práticas de autoatenção à gestação, parto e pós-parto. A etnografia das práticas de autoatenção à gestação, parto e pós-parto também permitiu compreender o campo de relações cosmopolíticas em que os atores sociais se engajaram ao vivenciar esses processos. Evidentemente, esse engajamento ocorre a partir da cosmografia praticada pelos Munduruku, a qual, pelo se caráter sui generis, está inserida em um contexto histórico, geográfico e social, em que não se pode ignorar a pluralidade médica e de relações interétnicas, marcadas por subjetividades e intencionalidades diversas, algumas vezes convergentes, outras não. Espera-se, assim, contribuir com subsídios para a reflexão crítica sobre as políticas oficiais de atenção à saúde10indígena, especialmente sobre a necessidade de uma atenção diferenciada, em um campo social ainda não consolidado, ou seja, em constante reconstrução.<br>Abstract : This dissertation is an ethnography on the self-care practices related to pregnancy, childbirth, and the post-partum period among the Munduruku indigenous people, from the Kwatá-Laranjal Indigenous Territory, in the Municipality of Borba, Amazonas, Brazil. The central axis for the development of this research was participatory observation. We attempted to highlight the specificities of the Munduruku knowledge in the context of a plurality of ways to provide health care. When approaching self-care practices related to pregnancy, childbirth, and the post-partum period, we realized the Munduruku women have connected indigenous knowledge with healthcare biomedical practices, such as, prenatal care and follow-up exams along with the biomedical teams, while also respecting indigenous prescriptions regarding diets, baths, being with child, pulling the mother from the body, confinement, among other practices that interfere directly with the creation of the Munduruku?s body and person. This ethnography points out to the social construction of the baby?s body within the relations of affection that are inherent to the primary group, such as those observed in the family group, through collective and individual efforts to promote mutual support and care. In contrast with the morphogenic approach found in prenatal control biomedical practices, the continuity of performances related to such relations of affection constitute the health of the mother, the father, and the baby for the Munduruku people. Complying or not with some prescriptions may affect both the parents and children's health and have an impact on the development of a person, whose abilities and skills begin to be shaped during pregnancy. Under this perspective, we can stress the centrality of pragmatic motivations as a factor that overcomes self-care practices on pregnancy, childbirth and the post-partum period. The ethnography of the self-care practices related to pregnancy, childbirth, and the post-partum period has also allowed us to understand the field of the cosmopolitical relations these social players have engaged in while experiencing these processes. Obviously, such engagement takes place from the cosmography practiced by the Munduruku, which, due to its sui generis character, is included in a historical, geographical, and social context, in which one cannot ignore the medical plurality and inter-ethnic relations,12characterized by several subjectivities and intentionalities, which sometimes are converging, while some other times are not. We thus hope to contribute with subsidies for a critical consideration of official healthcare policies for the indigenous people, especially regarding the need for customized care, in a social field that is yet to be identified, that is, which is under constant reconstruction

    O agente indígena de saúde Xokleng

    No full text
    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia socialO presente trabalho é uma etnografia sobre o Agente Indígena de Saúde/AIS Xokleng, grupo Jê, localizado na Terra Indígena Laklãnõ - TIL, Estado de Santa Catarina - Brasil. Os objetivos centrais foram: traçar um perfil do AIS Xokleng; identificar as regras que operam na escolha de um indígena para atuar como AIS; descrever suas atividades e inserção na comunidade e dentro da Equipe Multiprofissional de Saúde Indígena/EMSI. A metodologia utilizada foi: observação participante, entrevistas semi-abertas, grupo focal e pesquisa em documentos oficiais que informam sobre a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e cursos de formação e capacitação para AIS. Os resultados obtidos permitiram estabelecer uma correlação entre o modus operandi dos serviços de atenção à saúde e o modus vivendi dos Xokleng, através de suas formas de apropriação e usos dos serviços de saúde por meio de estratégias que contemplavam e condiziam com sua visão de mundo, com sua dinâmica e relações sócio-políticas. This is an ethnography depicting the Xokleng Indian Health Agent (Agente Indígena de Saúde/AIS), from the language group Jê, located in the Laklãnõ Indian Land (Terra Indígena Laklãnõ - TIL), in the State of Santa Catarina - Brazil. Its main purposes were to outline the profile of the Xokleng AIS; identify the rulings used for the choice of a particular individual from that group who will act as the AIS; describe his activities and how he fits into the community as well as into the Indian Health Multi-Professional Team (Equipe Multiprofissional de Saúde Indígena/EMSI). The methodology used was participating observation, individual interviews, focal group and survey on official documents on National Politics regarding the Health Care of the Indian Peoples along with training courses for AIS. The findings obtained allowed to establish a correlation between Health Care Services modus operandi and the Xokleng modus vivendi, through the ways they get to be part of and use the health care services by means of strategies, which are coherent with their cosmology, social-political relationships and dynamics

    Cosmología e Intermedicalidade: el campo religioso y la autoatención de los padecimientos de los indios Munduruku del Amazonas

    No full text
    Este artigo fundamenta-se em uma etnografia sobre práticas de saúde na aldeia Kwatá, dos Índios Munduruku, localizados no Rio Canumã, no município de Borba, Amazonas, Brasil. Essas práticas de saúde extrapolam o circuito biomédico de atenção e abrangem redes de atores sociais que podem ser descritos como participantes de um “campo religioso” de atenção às enfermidades. Verificou-se que o papel da autoatenção nos processos de saúde e doença é fundamental para a constituição desse campo, no qual se destacam forças convergentes e antagônicas do xamanismo, do cristianismo, da umbanda, do espiritismo kardecista e da biomedicina. Os dados levantados apontam que essas redes de relações sociais projetam-se para além dos limites da terra indígena, para espaços rurais e urbanos, e frequentemente estabelecem diálogos interétnicos. Os itinerários terapêuticos acompanhados indicam a heterogeneidade das práticas de saúde desenvolvidas pelos Munduruku com destaque à autoatenção, à atuação política e à inserção econômica no cenário local e regional
    corecore