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O educar que se repele: um estudo sobre escolarização e profissionalização futebolística em Florianópolis.
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Curso de Ciências Sociais.O esporte, durante o século XIX, é admitido ao processo de escolarização como sinônimo de educação. Seu propósito é favorecer a formação dos jovens. Observamos que durante os séculos XIX e XX há um movimento de aproximação entre a escola e o esporte. Mediante o processo de racionalização e de fragmentação do conhecimento, cada vez mais essas duas esferas se consolidam como independentes. O artigo convida a refletir sobre a relação entre a escolarização e a profissionalização esportiva, na medida em que uma pode interferir na outra. A pesquisa tem como foco o olhar dos gestores de uma escola pública estadual no município de Florianópolis. Escola que mantém parceria com um clube de futebol profissional e atende 56 estudantes-atletas. A pesquisa permite entender como ocorre a intermediação entre a escola e o clube quanto à escolarização e ao aprendizado do estudante-atleta. Para coleta dos dados foram realizadas visitas às instituições envolvidas e análise do conteúdo das entrevistas a dois profissionais gestores da escola e a um profissional do clube de futebol. A proposta é discutir como duas instituições que professam a profissionalização se relacionam na formação do estudante-atleta. Escolarização e formação esportiva, opostos que se amparavam em prol de um bem maior, agora como polos iguais se repelem, ou melhor, repelem a educação. Essa hipótese no trabalho pode ser identificada na estrutura de mercado em que as instituições estão inseridas. No entanto, junto aos profissionais que atuam com o estudante-atleta, a essência de uma educação plena parece permanecer como objetivo central
Pinóquio do novo século: : a socialização profissional necessária à transformação da “marionete” em “menino de verdade”
Industrial society has used countless devices to create a new world. One of the instruments used as a vehicle to propagate the new ideology were children's stories and tales. When reflecting on its importance in the formation of an imaginary that professes the idealization of a character that forms actions and attitudes. The purpose of the essay seeks to articulate reflections from the Sociology of Work and the Sociology of Professions, drawing an analogy with the book “The adventures of Pinocchio” by the author Carlo Collodi (2014). The question that guides the essay proposes to discuss: what is necessary for the young person to stop being recognized as a “puppet” and be accepted as a “real boy”? In the process of professional socialization, the young apprentice must incorporate the values accepted by the labor market. These values pass through a work ethic and are highlighted as potential characteristics of their employability. The adventures of the wooden puppet and the relationship with several characters allow identifying training actions that are valued and should be externalized during the training itinerary in learning.La sociedad industrial utilizó innumerables dispositivos para crear un mundo nuevo. Uno de los instrumentos utilizados como vehículo para propagar la nueva ideología fueron los cuentos y cuentos infantiles. Al reflexionar sobre su importancia en la formación de un imaginario que profesa la idealización de un personaje que forma acciones y actitudes. El propósito del ensayo busca articular reflexiones desde la Sociología del Trabajo y la Sociología de las Profesiones, trazando una analogía con el libro “Las aventuras de Pinocho” del autor Carlo Collodi (2014). La pregunta que guía el ensayo propone discutir: ¿qué es necesario para que el joven deje de ser reconocido como un “títere” y sea aceptado como un “niño de verdad”? En el proceso de socialización profesional, el joven aprendiz debe incorporar los valores aceptados por el mercado laboral. Estos valores pasan por una ética de trabajo y se destacan como características potenciales de su empleabilidad. Las aventuras del títere de madera y la relación con varios personajes permiten identificar acciones formativas que se valoran y deben exteriorizarse durante el itinerario formativo en el aprendizaje.A sociedade industrial utilizou inúmeros dispositivos para criar um mundo novo. Um dos instrumentos utilizado como veículo para propagar a nova ideologia foram as histórias e contos infantis. Ao refletir sobre sua importância na formação de um imaginário que professa a idealização de um caráter formador de ações e atitudes. A proposta do ensaio procura articular reflexões da Sociologia do Trabalho e da Sociologia das Profissões, elaborando uma analogia com o livro “As aventuras de Pinóquio” do autor Carlo Collodi (2014). A pergunta que norteia o ensaio propõe discutir: o que é necessário para que o jovem deixe de ser reconhecido como “marionete” e seja aceito como “menino de verdade”? No processo de socialização profissional, o jovem aprendiz deve incorporar os valores aceitos pelo mercado de trabalho. Valores estes que passam por uma ética pelo trabalho e recebem destaque como características potenciais de sua empregabilidade. As aventuras do boneco de madeira e a relação com vários personagens permite identificar ações formativas que são valorizadas e devem ser externalizadas durante o itinerário formativo na aprendizagem
O estudante-atleta: desafios de uma conciliação
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2015.A presente dissertação é parte integrante de um projeto de investigação mais amplo, envolvendo o Núcleo de Estudos e Pesquisa Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq) e o Laboratório de Pesquisas em Educação do Corpo (UFRJ/CNPq), o qual tem investigado o processo de formação de atletas no esporte e a concomitância com o processo de escolarização. A questão específica que procuramos investigar no âmbito desse campo de pesquisa em construção diz respeito ao modo como jovens atletas de futebol, com idades entre 14 e 17 anos, integrantes das categorias de base do Avaí Futebol Clube e do Figueirense Futebol Clube, compreendem e se relacionam com a formação e o espaço escolar ao realizarem sua inserção profissional no futebol de maneira simultânea ao período de escolarização. Esse problema de pesquisa emerge da constatação de que, durante a juventude, os atletas devem dar conta de dois projetos de carreira: um no esporte, que exige uma vida ascética e regrada e intensa rotina de treinamento físico, técnico e de competições na busca pela profissionalização; e outro nos bancos escolares, que exige também dedicação, mas com graus variados e com exigências distintas, para obter a certificação escolar. Para entender a relação escola e atleta, realizamos uma investigação etnográfica em duas escolas públicas de Ensino Médio da Rede Pública Estadual de Florianópolis, que possuem parcerias com o Avaí e o Figueirense para atendimento das demandas de escolarização dos atletas alojados nas dependências dos clubes. Ambas as escolas estão localizadas em bairros urbanos da cidade de Florianópolis, na parte insular e continental, próximas às instalações dos clubes de futebol acima referidos. O turno de funcionamento selecionado para observação foi o noturno, pois nele concentra-se a maior parte dos jovens das categorias de base alojados nos dois clubes investigados, e também porque representa a possibilidade para viabilizar as duas atividades, treino e escola, já que, durante o dia, os jovens realizam atividades de formação esportiva. Por meio de observações registradas em diário de campo, acompanhamos parte da rotina escolar de estudantes-atletas de 14 a 17 anos do sexo masculino, compreendendo as categorias sub-15 (infantil) e sub-17 (juvenil). Também foram realizadas entrevistas e conversas informais com gestores das escolas, funcionários do Avaí e do Figueirense (assistentes sociais, psicólogo e pedagogo) responsáveis pelos jovens alojados no clube e pela mediação entre as escolas e a comissão técnica das equipes, bem como com os jovens atletas que frequentavam o Ensino Médio nas instituições escolares pesquisadas. As observações e entrevistas constituem as fontes primárias desta investigação, mas também nos valemos de um instrumento secundário: um questionário aplicado com estudantes-atletas e estudantes não atletas da segunda escola investigada, para perceber relações, efeitos do comportamento e atitudes dos estudantes em relação à sala de aula. Nossos resultados indicam que a escolarização é uma escolha que no meio do futebol ainda não se enquadra como exigência para formação de um excelente atleta. Percebemos que atletas e trabalhadores encaram a escola como obrigação, no entanto, com sentidos diferentes: o primeiro grupo vê a escolaridade como uma imposição para permanecer no processo de formação esportiva, enquanto o segundo grupo encara-a como uma disposição, isto é, uma responsabilidade pessoal que faz a mediação entre o presente e o futuro. Os atletas, em razão de sua rotina de treinamento e viagens, além de sua socialização profissional, vivenciam uma descontinuidade em sua relação com a escola, com professores e com o conteúdo oferecido. A escola, por sua vez, com base naquilo que chamamos como  categorias de acusação , como  desinteressados ,  descompromissados ,  bagunceiros ou  alheios à escola , tende a flexibilizar e compensar suas ações com estes jovens por não desejar atrapalhar ou dificultar ainda suas carreiras. O único ponto de inflexão da escola contra os atletas é o número exagerado de faltas, cujo excesso pode provocar a repetência.Abstract : The present dissertation is an integrating part of a larger investigating project involving the Study and Research Education and Contemporary Society Core (UFSC/CNPq) and Research Education Laboratory Corp (UFRJ/CNPq), the one that has been researching the athletes formation in sports and concomitance with schooling process. The specific issue that we are investigating in this constructing research area is about the way young soccer athletes, between 14 and 17 years old, Avaí Soccer Club and Figueirense Soccer Club category base members, they understand and they relate to each other with the graduation and school´s space when they perform their professional insertion in soccer in a simultaneously way in a schooling period. This research issue merges from the finding that, during youth, they have to deal with two carrier projects: one of them in sports, that demands an acetic life, regulated and with an intense routine of physical, technical and competitions looking forward to professionalization; and in the other school areas, that also demands dedication, but with varied degrees and also different demands, to get school´s certification. To understand the relation between school and athlete, we have an ethnographic investigation in two public high schools from Florianopolis, that have partnership with Avaí and Figueirense to attend the schooling demand of athletes who are living in the club. Both schools are located in the city of Florianopolis, in the island and also in the continent, both close to Avai and Figuerense soccer club. The selected functioning shift was the one at night, because they have the bigger amount of young athletes from the base category living in both investigated clubs, and also because it represents the possibility to enable both activities, training and school, now that, during the day, the youth have sports training activities. From the registered information in our research´s diary, we followed the school´s routine of male students-athletes from 14  17 years old, understanding the sub-15 (kids) and sub-17 (teens). There were also interviews an informal conversation with school´s manager, Avai´s and Figueirense´s staff (social workers, psychologists and teachers) responsible for the youth living in the club. By the mediation between the schools and the technical commission team, also the young athletes that attended high school in the researched schools. The observations and interviews are the primary base of this investigation, but we also had a secondary tool: a questionnaire given to the students- athletes and also non-athletes students from the second investigated school to notice the relations, behaviors and student´s attitudes related to the classroom. The result indicates that schooling, it´s a choice that in soccer still isn´t a requirement for the formation of an excellent athlete. We noticed that athletes and workers face schooling as an obligation, never than less, with different meaning: the first group sees schooling as an imposition, so they can stay in the sports training process, meanwhile, in the second group, they face schooling willing to do it, that means with personal responsibility that mediates between present and future. The athletes, because of their training routine and trips, besides their professional socialization, they live an discontinued relation with school, with teachers and the offered content. The school, then, based on what we call  accusing category , such as,  uninterested ,  uncommitted ,  messy or  indifferent to school , tends to be flexible and compensates their actions with these youth for not wanting to disturb or make their carrier even harder. The only point not flexible in school against the athletes is the exaggerated number of missed classes, which can lead them to fail in school
Entre vira-latas e heróis, o racismo no futebol brasileiro
The song that is being exalted by the Brazilian fans in the World Cup stadiums stopped talking about the people and started to recognize the protagonists of the conquests of the soccer world cups. Today's heroes, sung loudly in football stadiums, are representatives of the Brazilian way of life that worked on the soccer field. But it was not always like this, the trajectory of the insertion of black people in the modality demanded resilience, insistence and resistance. Therefore, from the chant of the Brazilian crowd that exalts the name of black heroes, a concern arose. Does the recognition of the protagonists in the achievements indicate that we have overcome or are we on the way to overcome the old narratives and legitimizing discourses about racialization? It means that we learn to recognize the importance of these professionals without belittling the color of their skin or, on the other hand, it will be another expression of our ordinary racism, accepting prominent blacks for what they did and not for what they are. Therefore, perceiving racial relations, as they are presented in Brazilian football, allows us to identify the stage of our civilizing process.El canto que está siendo exaltado por la afición brasileña en los estadios de la Copa del Mundo dejó de hablar del pueblo y pasó a reconocer a los protagonistas de las conquistas de los mundiales de fútbol. Los héroes de hoy, cantados en voz alta en los estadios de fútbol, son representantes del estilo de vida brasileño que funcionó en la cancha de fútbol. Pero, no siempre fue así, la trayectoria de inserción de los negros en la modalidad demandó resiliencia, insistencia y resistencia. Por eso, del cántico de la multitud brasileña que exalta el nombre de los héroes negros, surgió una inquietud. ¿El reconocimiento de los protagonistas en los logros indica que hemos superado o estamos en camino de superar las viejas narrativas y discursos legitimadores sobre la racialización? Significa que aprendamos a reconocer la importancia de estos profesionales sin menospreciar el color de su piel o, por el contrario, será una expresión más de nuestro racismo ordinario, aceptando a los negros destacados por lo que hicieron y no por lo que son. Por lo tanto, percibir las relaciones raciales, tal como se presentan en el fútbol brasileño, nos permite identificar la etapa de nuestro proceso civilizatorio.A canção que está sendo exaltada pela torcida brasileira nos estádios da Copa do Mundo deixou de falar do povo e passou a reconhecer os protagonistas das conquistas nos mundiais de futebol. Os heróis de hoje, cantados em alto brado nos estádios de futebol, são representantes da brasilidade que deu certo nos gramados da bola. Mas, nem sempre foi assim, a trajetória da inserção de pessoas pretas na modalidade exigiu resiliência, insistência e resistência. Portanto, a partir do canto da torcida brasileira que exalta o nome de heróis negros, uma inquietação surgiu. O reconhecimento dos protagonistas nas conquistas indica que superamos ou estamos no caminho de superar as antigas narrativas e discursos legitimadores sobre a racialização? Significa que aprendemos a reconhecer a importância desses profissionais sem menosprezar a cor de sua pele ou, por outro lado, será mais uma expressão do nosso racismo ordinário aceitando os pretos de destaque pelo que fizeram e não pelo que eles são. Portanto, perceber as relações raciais, como se apresentam no futebol brasileiro, permite identificar o estágio do nosso processo civilizatório
Estudante-Atleta: caminhos e descaminhos no futebol - entre o vestiário e o banco escolar.
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Curso de Ciências Sociais.O presente trabalho dá sequência ao projeto de estudo mais amplo com jovens atletas realizado pelo Laboratório de Pesquisas em Educação do Corpo (LABEC/UFRJ) em conjunto com pesquisadores do Núcleo de Pesquisa Educação e Sociedade Contemporânea (NEPESC/UFSC). A temática abordada visa ampliar os dados sobre formação esportiva e escolarização de jovens atletas de futebol em um clube de Santa Catarina. O sonho da profissionalização no futebol se objetiva em um projeto familiar, envolvendo meninos que dedicam grande parte de sua juventude na superação de “dois alambrados”, o das categorias de base e o do profissionalismo. O primeiro simboliza a entrada no Esporte Futebol, pois um alambrado separa os jovens do gostar de brincar de bola e do jogar bola. A entrada na categoria de base de um clube de futebol profissional dá início ao treinamento rotineiro objetivando o alto rendimento. Este fato em muitos casos determina separação familiar, distanciamento da escola e um ascetismo esportivo. O segundo alambrado significa a realização do sonho, com a passagem da base para o grupo profissional. A busca pelo esporte como profissão passa pelo desejo de ascensão e mobilidade social e a alta demanda de jovens que querem ingressar nesta carreira mostra que os interesses são construídos culturalmente e todo esforço é voltado para oportunidades não muito concretas, em um mercado de trabalho bastante restrito. Com base nesse cenário, o primeiro questionamento que instiga o trabalho é entender o porquê da escolha pelo futebol? Em seguida, como é pertencer a uma categoria de base no futebol? E, consequentemente, perceber como o interesse pela escola se dilui durante a formação esportiva? O campo de pesquisa selecionado foi a categoria de base do Avaí Futebol Clube da cidade de Florianópolis/SC. O recorte etário analisado foram as categorias sub-15 e sub-17. A Escola Estadual Básica Ildefonso Linhares também foi observada, pois atende 60 jovens atletas do clube, matriculados no Ensino Fundamental e Médio. As observações foram realizadas durante o ano de 2013, com várias visitas ao clube para assistir aos treinamentos, conversar com profissionais, realizar entrevistas, andar pelas dependências, sentando em locais de circulação, ouvindo conversas e observando inscrições corporais. Para melhor captar o pensamento dos personagens, foram realizadas entrevistas com o Psicólogo, a Assistente Social, o Supervisor das Categorias de Base e quatro atletas entre 16 e 17 anos. Estes atores são fontes de informações preciosas para entender a atmosfera do futebol no clube e os desafios pertinentes à formação. A maneira pensada para argumentar sobre as três perguntas que instigam o trabalho foi dividi-lo em cinco partes. A primeira indica a metodologia utilizada e a inserção do pesquisador no campo. A segunda parte tem o tema relacionando com a singularidade da modalidade no país e sua representação que atrai o interesse de inúmeros jovens. Nesta parte, as categorias que norteiam o trabalho são expostas como o Jogo Futebol e o Esporte Futebol, assim como a descrição do significado do alambrado e de como essa categoria passa a ser representativa na trajetória dos jovens atletas. A terceira parte trata do estudo da arte e sua contribuição para análise e interpretação do campo. Na quarta parte, é feita a descrição das observações realizadas, corroborando com as entrevistas. A última parte traz as conclusões finais esboçando as apreensões sobre o tema
O acúmulo de uma herança invisível – resenha do livro Os herdeiros, de Bourdieu e Passeron (2014)
Review.Resenha
“The heirs”: questions regarding the area of sports
In this essay we reflect upon the area of sports and analyze reflexive possibilities around this theme in relation to the work “The Heirs” by Bourdieu and Passeron (2014). We question if, in the area of sports, one can consider the existence of “heirs”, in the same logic as the “invisible inheritance” among the “heirs of the culture”. By way of attendance and cultural value, we visualize in the sports area a perspective of the cultural capital element, in which, in the area of sports, the “heirs” are formed via social reproduction, under the logic of social distinction through corporeality. If to the “heirs of culture” there is a cultural capital exchange conducted almost by osmosis, to the “heirs of the sport” – those which by their physical body capital project their possibility of social ascension through the professionalization of sports – there is a restricted (and perverse) way to achieve such jobs.Neste ensaio, refletimos sobre o campo esportivo e analisamos possibilidades reflexivas em torno desta temática em relação à obra “Os herdeiros” de Bourdieu e Passeron (2014). Questionamos se no esporte podemos considerar a existência de “herdeiros”, conforme a mesma lógica da “herança invisível” entre os “herdeiros da cultura”. Pela via da frequentação e da cultura valor, visualizamos no esporte uma perspectiva de elemento de capital cultural, em que, no campo esportivo, os “herdeiros” são formados, via reprodução social, sob a lógica da distinção social por meio da corporalidade. Se aos “herdeiros da cultura” há a troca quase que por osmose de capital cultural, aos “herdeiros do esporte”, aqueles que pelo seu capital físico-corporal projetam sua possibilidade de ascensão social pela profissionalização esportiva, há uma forma restrita (e perversa) para alcançar tais postos de trabalho.Florianópoli
“Os herdeiros”: questões sobre o campo esportivo
Neste ensaio, refletimos sobre o campo esportivo e analisamos possibilidades reflexivas em torno desta temática em relação à obra “Os herdeiros” de Bourdieu e Passeron (2014). Questionamos se no esporte podemos considerar a existência de “herdeiros”, conforme a mesma lógica da “herança invisível” entre os “herdeiros da cultura”. Pela via da frequentação e da cultura valor, visualizamos no esporte uma perspectiva de elemento de capital cultural, em que, no campo esportivo, os “herdeiros” são formados, via reprodução social, sob a lógica da distinção social por meio da corporalidade. Se aos “herdeiros da cultura” há a troca quase que por osmose de capital cultural, aos “herdeiros do esporte”, aqueles que pelo seu capital físico-corporal projetam sua possibilidade de ascensão social pela profissionalização esportiva, há uma forma restrita (e perversa) para alcançar tais postos de trabalho
A arte sobre o futebol e sua possibilidade para revelação do drama social
Nas ciências sociais, a escola inglesa de antropologia desenvolveu estudos que observaram a performance, descrevendo comportamentos e ações que retratam a vida social, um olhar especial para o ritual. Ao destacar o ritual, a dramatização do social passa a ser um conceito importante para analisar os grupos humanos. No Brasil, o antropólogo Roberto DaMatta com o arcabouço teórico de Victor Turner fez análises sobre eventos diversos que descrevem o drama social. Entre esses eventos estão a parada militar, o carnaval, os festejos religiosos e o futebol. Para discutir a importância do trabalho do antropólogo Roberto DaMatta, a proposta do texto é realizar a análise descritiva de duas obras fílmicas sobre o futebol brasileiro, os filmes: Boleiros I – era uma vez o futebol (1998); e, Boleiros II – vencedores e vencidos (2006), do diretor Ugo Giorgetti. Ao analisar os dois filmes indicados, percebemos a partir de conceitos e categorias elencadas por DaMatta que a dramaturgia, como arte, ao propor reproduzir o social, escancara os dramas de uma sociedade que guarda valores aristocráticos de um passado recente
“Os herdeiros”: questões sobre o campo esportivo
Neste ensaio, refletimos sobre o campo esportivo e analisamos possibilidades reflexivas em torno desta temática em relação à obra “Os herdeiros” de Bourdieu e Passeron (2014). Questionamos se no esporte podemos considerar a existência de “herdeiros”, conforme a mesma lógica da “herança invisível” entre os “herdeiros da cultura”. Pela via da frequentação e da cultura valor, visualizamos no esporte uma perspectiva de elemento de capital cultural, em que, no campo esportivo, os “herdeiros” são formados, via reprodução social, sob a lógica da distinção social por meio da corporalidade. Se aos “herdeiros da cultura” há a troca quase que por osmose de capital cultural, aos “herdeiros do esporte”, aqueles que pelo seu capital físico-corporal projetam sua possibilidade de ascensão social pela profissionalização esportiva, há uma forma restrita (e perversa) para alcançar tais postos de trabalho.Palavras-chave: Campo esportivo; Educação Física; Herdeiros; Pierre Bourdieu
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