63 research outputs found

    Os guarani transfronteiriços: a realidade de quem existe sem existir

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    I Congresso Internacional América Latina e Interculturalidade: América Latina e Caribe: cenários linguístico-culturais contemporâneos, 07, 08 e 09 de novembro de 2013 - UNILAO trabalho discute a situação dos Guarani transfronteiriços, principalmente daqueles que vivem no estado brasileiro de Mato Grosso do Sul, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, no diz respeito a situação de indocumentação e das consequentes dificuldades enfrentadas por esses indígenas para o acesso às diversas políticas públicas. Observa­se que os Kaiowá e os Guarani Ñandeva frequentemente têm sua nacionalidade questionada pela população envolvente e pelos governos nacionais do Brasil e do Paraguai. No Brasil, os militantes ruralistas propagam o discurso de que os indígenas falantes da Língua Guarani são na verdade paraguaios, o que, em sua visão, deslegitimaria as reivindicações por demarcações de terras de ocupação tradicional indígena. Com a negação de uma identidade nacional tenta­se suprimir um direito constitucional embasado em critérios ligados a identidades étnicas. A negação da identidade nacional desdobra­se na negação de uma série de outros direitos garantidos pela Constituição Federal Brasileira de 1988. Observa­se que a língua indígena aí é utilizada como instrumento de negação de uma identidade nacional brasileira, a qual seria ratificada pelo domínio da língua portuguesa numa tentativa de reprodução do mito do monolinguismo brasileiro. Em 2010, uma iniciativa que envolveu os Ministérios Públicos e algumas Universidades da Argentina, do Brasil e do Paraguai propôs ao governo brasileiro via os mecanismos de integração do MERCOSUL a criação de uma nacionalidade cumulativa para os membros dos grupos indígenas transfronteiriços, proposta essa que não foi levada a diante pelo governo da presidente Dilma Rousseff. Dessa forma, mais um dos princípios da Convenção no 169 da OIT está sendo ignorado, qual seja: o que prevê que os governos devem favorecer os contatos entre os povos que vivem nas regiões de fronteira

    AGRONEGÓCIO E MONOPOLIZAÇÃO DA PRODUÇÃO CAMPONESA NO CEARÁ

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    Observa-se, especialmente a partir da década de 1990, a instalação de grandes empresas no Ceará que passaram a cultivar frutas frescas sob os moldes do agronegócio, culminando com a expansão desse modelo produtivo em território cearense e resultando em consideráveis impactos na reprodução da agricultura e no modo de vida camponeses. Dessa forma, objetivamos como este artigo discutir a expansão do agronegócio no Ceará, destacando o processo de monopolização da produção camponesa de coco e de banana, que são frutas produzidas por pequenos produtores e adquiridas pelas principais empresas do setor, trazendo rebatimentos que vão além do processo produtivo em si e que reorganizam as relações sociais de produção e os usos do território

    O AGRONEGÓCIO DO COCO NO BRASIL E A TERRITORIALIZAÇÃO DO CAPITAL

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    O agronegócio do coco está em ampla expansão no Brasil especialmente desde a década de 1990, favorecendo a instalação e/ou expansão de grandes empresas agrícolas e agroindustriais. Com isso, nota-se um impulso no processo de territorialização do capital na produção brasileira de coco, representado pelo poderio dessas grandes empresas que agora regulam diversas etapas do circuito espacial produtivo desse fruto, trazendo inúmeros impactos socioambientais e territoriais. Nesse sentido, o objetivo principal deste artigo é elucidar um debate acerca da difusão do agronegócio do coco e da territorialização do capital nessa atividade, tomando como recorte empírico o Estado do Ceará, que abriga algumas das mais importantes empresas do país e é onde o grande capital vem agindo intensamente de modo a assegurar sua atuação no território

    A territorialidade do capital no campo: agronegócio e uso corporativo do território no Ceará

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    Com a expansão do modelo produtivo do agronegócio no Ceará, observa-se a instalação de uma série de grandes empresas agrícolas e agroindustriais voltadas para a produção em larga escala de inúmeros gêneros agropecuários, contribuindo para a territorialização do capital no campo, ancorado na permanência do latifúndio e da monocultura, e favorecendo o acirrar das disputas territoriais e do uso corporativo do território. Nesse sentido, busca-se, com este artigo, discutir a territorialização do agronegócio no espaço agrário cearense, procurando evidenciar o uso corporativo do território pelas maiores empresas do setor, que estão entre as principais responsáveis por redefinir a dinâmica territorial e ampliar a desarticulação da agricultura camponesa, a exploração do trabalhador e da natureza, a concentração hídrica e fundiária, a injustiça e vulnerabilidade socioambiental, entre outros. Com isso, espera-se contribuir com a leitura da questão agrária do Ceará na contemporaneidade, que também passa pelo entendimento do uso do território pelos agentes hegemônicos do agronegócio

    UM NOVO MAL ANUNCIADO: A TERRITORIALIZAÇÃO DO AGRONEGÓCIO DO ALGODÃO TRANSGÊNICO NO CEARÁ

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    Procura-se, com este artigo, apresentar um cenário inicial do processo de territorialização do agronegócio do algodão transgênico no estado do Ceará, de modo a revelar algumas das especificidades inerentes aos impactos sociais, ambientais e territoriais já em curso. Para tanto, recorreu-se a uma metodologia centrada na organização de hemeroteca temática, no acompanhamento de reuniões entre agentes públicos, produtores e empresários do setor algodoeiro e na escuta inicial das problemáticas vivenciadas pelas comunidades. O estudo demostrou o protagonismo do Estado na expansão do agronegócio do algodão, a difusão de sementes transgênicas e agrotóxicos entre os produtores e a expansão da atividade em distintas regiões cearenses

    LIDERANÇAS INDÍGENAS E A LUTA PELA TERRA COMO EXPRESSÃO DA ORGANIZAÇÃO SOCIOPOLÍTICA GUARANI E KAIOWÁ

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    Based on historical and ethnographic data obtained in guarani and kaiowá indigenous lands in southern state of Mato Grosso do Sul between 2009 and 2014, this paper proposes a discussion about the traditional forms of leadership between the Kaiowá and Guarani and the captaincy model imposed by the Serviço de Proteção ao Índio - SPI (Indian Protection Service). The research shows that the impracticability of maintaining traditional socio-political relations within the indigenous reserves drives traditional lands retake movements. These retake moements enable the restoration, although in poor conditions, of the socio-political organization, thus providing opportunities for the creation of new extended families and new “tekoha”.Com base em dados históricos e em dados etnográficos obtidos em terras indígenas guarani e kaiowá na região sul do estado de Mato Grosso do Sul entre os anos de 2009 e 2014, o artigo propõe uma discussão sobre as formas tradicionais de liderança entre os povos Kaiowá e Guarani e a capitania, modelo imposto pelo Serviço de Proteção ao Índio. A partir dessa discussão é possível uma reflexão no sentido de que a inviabilização da manutenção das relações sociopolíticas tradicionais no interior das reservas indígenas que impulsiona movimentos de retomada de frações de terras de ocupação tradicional indígena para que assim, seja possível o restabelecimento, ainda que em condições precárias, principalmente entre os grupos familiares extensos no que diz respeito à sua organização sociopolítica, possibilitando assim a constituição de novas famílias extensas e de novos tekoha

    10 anos da Revista Eletrônica História em Reflexão (2007-2017): Análise crítica da trajetória de um periódico científico da/na fronteira

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    O texto tem como interesse central historicizar o processo de criação da Revista Eletrônica História em Reflexão no interior do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Grande Dourados, projeto iniciado no ano de 2006 pelos discentes do PPGH/UFGD e que está em pleno desenvolvimento na atualidade. Problematizar a maneira como é realizada a avaliação de periódicos científicos pelo Qualis e como essa discussão é fervorosa na área de História. Para tal, procuramos retomar algumas passagens que acompanhamos desde o interior da Revista até a composição da Comissão de Avaliação, no sentido de reforçar a nossa atuação junto aos meios de difusão de conhecimento científico

    Epistemology of Geography and geographical space: the theoretical contribution of Milton Santos

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    Establishing a relationship between the epistemology of geographical science and space is the main purpose of this article. To do so, we start from the theoretical contribution of Milton Santos, who made great efforts to advance understanding of the objective of geographical science, revolutionizing its epistemological bases. We attempt to systematize some of the author's main ideas, and to present them in a concatenated way to facilitate the comprehension of these ideas and to elucidate some of the questions surrounding the epistemology of geography. First, we discuss about the epistemology of geographical science and the process of its renovation, evidenced from the 1980s, trying to perceive how the matter of space is inserted. Next, we address the importance of Milton Santos to the re-definition of the geographical object. Then, we discuss the nature of the geographical space according to the definitions presented by that author.O principal objetivo deste artigo é estabelecer uma relação entre a epistemologia da ciência geográfica e o espaço. Para tanto, parte da contribuição teórica de Milton Santos, que não mediu esforços para avançar no entendimento do objeto da ciência geográfica, revolucionando suas bases epistemológicas. Procuramos sistematizar algumas de suas principais ideias e apresentá-las de forma encadeada, visando facilitar sua compreensão e elucidar alguns questionamentos sobre a epistemologia da geografia. Primeiramente, discutimos a epistemologia da ciência geográfica e seu processo de renovação, evidenciado a partir dos anos 1980, procurando perceber como se insere aí a questão do espaço. Em seguida, tratamos da importância de Milton Santos para a (re)definição do objeto geográfico e discorremos sobre a natureza do espaço geográfico de acordo com as definições do autor.
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