17 research outputs found

    Editorial

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    O processamento da dor física e da dor social

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    A experiência da dor encontra-se entre as mais intensas e marcantes experiências humanas. É parte integrante da dialéctica com o mundo exterior, estruturando os nossos limites fisiológicos e psicológicos permanentemente. Tem um valor fundamental na sobrevivência, garantindo o afastamento de estímulos e situações que poderiam ameaçar a vida. Conhecida por todos os ser humanos e, infelizmente, presente cronicamente em muitos deles, representa um desafio à compreensão científica. Nos últimos anos as Neurociências têm conseguido caracterizar os processos biológicos envolvidos na dor, bem como o papel que o contexto emocional, social e cultural pode ter nesta experiência. De entre as várias emoções que podem modular o processamento da dor física, a dor social, isto é, a dor que ocorre em situações de perda de relações sociais significativas, partilha processos comportamentais, neurocognitivos e moleculares com a dor física (Eisenberger, 2012). Nesta perspectiva, um indivíduo que seja capaz de antecipar adequadamente os riscos para a sua integridade física, evitando situações em que possa sentir dor, mas não seja capaz de antecipar os perigos sociais, afastando-se ou sendo rejeitado pelo grupo, pode ficar igualmente em situação de risco do ponto de vista do seu bem estar. Diversos estudos têm procurado compreender de que forma estes dois fenómenos se poderão relacionar. São estes estudos que procuramos aqui rever, na expectativa de clarificar a pertinência desta área de investigação e o potencial clínico que o conhecimento das interligações entre estes tipos de dor poderá ter na prática clínica, sobretudo na dor crónica

    Social distress and pain modulation : findings from healthy ans chronic pain patients

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    Tese de doutoramento, Ciências Biomédicas (Neurociências), Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina, 2016Pain is a complex experience that integrates sensory, emotional and cognitive dimensions. Understanding how these different dimensions integrate this experience and how each of these dimensions can modulate pain is thus a challenging task. Growing body of evidence showed in the last decades that the central nervous system can increase and decrease the noxious information via the descending pain modulatory system, a conjunction of pro-nociceptive and anti-nociceptive projections tracks that modulate pain. Deficiencies in this system have been proposed has a key element of some chronic pain conditions, mostly in those particularly known to involve central sensitization mechanisms, as Fibromyalgia syndrome. Among several emotional dimensions that can modulate pain, it has been proposed that social distress threatens well being in a similar mode as pain does, and may share neurocognitive resources and mechanisms with physical pain. In this view it would be expected that social distress would significantly modulate pain experience, but this prediction has not been well established in healthy subjects. Furthermore, this was not, to the best of our knowledge, tested in chronic pain, which is a huge public health problem that, according to the International Association for the Study of Pain, is believed to affect more than 20% of the population worldwide. Based on these theoretical grounds, two studies were developed with the aim of investigating how social distress manipulations modulate pain experience in healthy and chronic pain patients. In the first study, we aimed to understand the relationship between social distress and pain intensity and unpleasantness in healthy individuals. Sixty participants were enrolled to one condition of a well validated paradigm that induce social distress, the Cyberball game. Electrical stimulation protocol was induced before and after playing the game. It was found that participants that had a lower electrical unpleasantness threshold were also more distressed by the Cyberball game (p=0.012) and that the manipulation itself affected pain intensity ratings (p=0.001). The relationship between social distress and physical pain was not related to attachment styles or neuroticism. Overall, this study. provided evidence that sensitivity to social distress is related to sensitivity to physical pain and that social distress modulates pain in healthy individuals. In the second study, 90 participants were recruited to a study aimed to further investigate how social distress could modulate the pain experience in response to experimental pain models in healthy and two chronic pain conditions: Fibromyalgia, a condition that although recently recognized to have peripheral abnormalities is classically related to central sensitization mechanisms, and Rheumatoid Arthritis, a condition with a well described peripheral inflammation mechanism but less information regarding central sensitization mechanisms. Each participant played the Inclusion and Exclusion condition of Cyberball while pain was induced before and during each condition. In line with the first study, healthy controls (pain=-13.71±}45.28; unplesentness,=- 20.78±}28.7) and rheumatoid arthritis patients (pain=-7.50}34.54; unplesentness=- 5.60±}38.04) demonstrated a reduction in pain intensity ratings in response to the electrical induced pain in the Inclusion condition, suggesting the recruitment of the antinociceptive projections of the descending pain modulatory system, while in fibromyalgia patients, pain (7.50±}26.04, p=0.019) and unplesentness (2.86±}31.98, p=0.021) were significantly increased during the same condition. This suggests an impairment of the descending pain modulatory system in fibromyalgia. These results are discussed in line with evidence of impaired anti-nociceptive projections and changes related to chronic pain that have been found to occur in brain areas as insula, anterior cingulate and midbrain projections, fundamental areas for social connection. Further studies are needed to collect additional information on the nature of the descending pain modulatory system deficits in fibromyalgia. We hope that the increased knowledge regarding the relationships between social events and pain modulation will provide relevant insights for new social and emotional therapeutic approaches in chronic pain conditions, and ultimately contribute to reducing suffering.A dor é uma experiência complexa que integra dimensões sensoriais, emocionais e cognitivas. Compreender de que forma estas diferentes dimensões se integram nesta experiência e como é que cada uma delas modula a dor tem-se revelado uma tarefa desafiadora do ponto de vista científico. O crescente desenvolvimento de investigação nas últimas décadas tem demonstrado que essa integração se relaciona com a capacidade do sistema nervoso central inibir ou potenciar o processamento da informação dolorosa através do sistema de modulação descendente da dor. Este sistema integra áreas como o córtex préfrontal, o córtex do cíngulo anterior e o córtex da ínsula, áreas relacionadas com a componente emocional da dor, em ligação com diversos núcleos do tronco cerebral, sobretudo a substância periaqueductal cinzenta e os núcleos ventromediais rostrais do bolbo raquidiano. Estes núcleos comunicam com a espinhal medula através de projeções serotonergicas, noradrenergicas e dopaminergicas descendentes, aumentando ou diminuindo o processamento de informação. Deste modo, essas projeções tanto poderão ter um efeito inibitório no processamento da dor, isto é, antinociceptivo, como poderão ter um efeito excitatório no processamento da dor, isto é pronociceptivo. Tem sido proposto que deficiências neste sistema modulador descendente poderão ser um aspeto central de algumas síndromes de dor crónica, nomeadamente naquelas que parecem ter um maior envolvimento de mecanismos de sensibilização central, como a Fibromialgia. De facto, diversos estudos têm evidenciado a existência de deficiências no recrutamento de projeções antinociceptivas e um aumento no recrutamento de projeções pronociceptivas nesta síndrome, facto que poderá contribuir significativamente para a dor generalizada reportada por estes doentes. Diversos investigadores da área das neurociências sociais acreditam que de entre as emoções que podem relacionar-se com a experiência da dor, o sofrimento social que decorre de situações de perda ou ameaça de relações sociais significativas, poderá ter um papel particularmente importante na sua modulação, partilhando com a experiência da dor diversos mecanismos comportamentais e neurocognitivos. De acordo com esta abordagem, as semelhanças entre estas duas experiências resultam do facto de os humanos, tal como outros mamíferos, serem animais que se desenvolvem em grupos sociais, dependendo não apenas de uma boa condição física mas também de uma boa integração social. Isto poderia, na argumentação dos autores, ter implicado que este sistema social tivesse co-optado os recursos neurocognitivos da dor física, nomeadamente no que diz respeito ao recrutamento das áreas de processamento da componente emocional da dor, como o córtex do cíngulo anterior e a ínsula anterior. Com base nesta perspetiva, seria de esperar que situações de sofrimento social alterassem significativamente a experiência da dor, mas esta predição tem sido difícil de verificar experimentalmente em indivíduos saudáveis. Acresce ainda que, tanto quanto é do nosso conhecimento, ela nunca foi testada em indivíduos com dor crónica, um importante problema de saúde pública que, de acordo com a International Association for the Study of Pain afeta cerca de 20% da população em todo o mundo. Esta dissertação foi desenvolvida com o objetivo de integrar as duas áreas de conhecimento apresentadas, o estudo da dor e as neurociências sociais, investigando através de dois estudos, de que forma o sofrimento social poderá modular a experiência da dor, em indivíduos saudáveis e em indivíduos com dor crónica. O primeiro estudo teve como objetivo compreender as relações entre o sofrimento social e, a desagradabilidade e intensidade da dor, em indivíduos saudáveis. Sessenta participantes foram recrutados e sujeitos a uma condição de um paradigma desenvolvido para induzir sofrimento social, o Cyberball. O Cyberball trata-se de um jogo de computador criado para estudar rejeição social, onde se pretende que o participante passe a bola a outros dois jogadores, que ele pensa serem jogadores “reais” ligados online. Na verdade, o participante está, sem saber, a jogar sozinho com o computador que determina até que ponto será excluído. Neste primeiro estudo, depois de preencherem um conjunto de questionários, os participantes jogaram o Cyberball, tendolhes sido aplicado um protocolo de estimulação elétrica antes e depois do jogo. Os resultados mostraram que os indivíduos que apresentavam um limiar de desagradabilidade da dor mais baixo eram os que sentiam mais sofrimento social durante o jogo (p=0.012). Em segundo lugar, verificou-se que a manipulação induzida pelo jogo alterava a perceção da intensidade da dor aos estímulos elétricos aplicados depois do jogo (p=0.001). Foi ainda possível verificar que a relação entre o sofrimento social e a dor física não se relacionava com o estilo de vinculação ou com o neuroticismo, duas dimensões que têm sido teoricamente relacionadas com a sensibilidade ao sofrimento social. Em resumo, este estudo forneceu evidências de que a sensibilidade ao sofrimento social está relacionada com a sensibilidade à dor física, sobretudo nas suas dimensões emocionais, e que o sofrimento social modula significativamente a dor física em indivíduos saudáveis. No segundo estudo, noventa participantes foram recrutados com o objetivo de compreender de que forma o sofrimento social modula a dor em indivíduos com dor crónica. Nesse sentido, dois modelos experimentais de dor foram investigados em indivíduos saudáveis e em duas condições de dor crónica: na Fibromialgia, síndrome onde têm sido amplamente estudados os mecanismos de sensibilização central, mas onde só recentemente se reconheceu o envolvimento de mecanismos periféricos e na Artrite Reumatóide, onde pelo contrário, os mecanismos inflamatórios periféricos se encontram bem descritos, mas só recentemente se têm reconhecido evidências relacionadas com mecanismos de sensibilização central. Cada participante jogou duas condições do jogo, Inclusão e Exclusão, sendo-lhe induzidos estímulos dolorosos antes e durante cada condição. Tal como no primeiro estudo, verificou-se que os indivíduos saudáveis (intensidade da dor=-20.78±28.7; desagradabilidade=-13.71±45.28) e com Artrite Reumatóide (intensidade da dor=-7.50±34.54; desagradabilidade=-5.60±38.04) evidenciavam uma redução na intensidade da dor resultante da estimulação elétrica quando participavam na condição de Inclusão do jogo, sugerindo o recrutamento das projeções antinociceptivas do sistema modelador descendente da dor. Pelo contrário, os indivíduos com Fibromialgia revelaram um aumento de dor durante a mesma condição, sugerindo a existência de deficiências no sistema modulador descendente da dor nesta síndrome, que poderão ser particularmente acentuadas em resposta a emoções ou situações sociais positivas (intensidade da dor=7.50±26.04, p=0.019 e desagradabilidade=2.86±31.98, p=0.021). Estes resultados são discutidos tendo em conta Estes resultados são discutidos tendo em conta os dados de outros estudos que reportam dificuldades no recrutamento de projeções antinociceptivas na Fibromialgia. Para além disso, estes resultados corroboram também os estudos de neuroimagem que descrevem alterações estruturais e funcionais na dor crónica em áreas como o córtex da ínsula, o córtex da cingulo anterior e as projeções do mesencefalo, áreas que são fundamentais para as motivações e ligações sociais. Alterações nestas áreas poderão ser também centrais nas reorganizações das redes neuronais que se verificam nos processos de transição da dor aguda para os estados de dor crónica. Os resultados evidenciados pelos estudos aqui descritos destacam a necessidade de desenvolvimento da investigação direcionada à compreensão da natureza das deficiências no sistema modulador descendente da dor na Fibromialgia. Esperamos que o aumento do conhecimento sobre as relações entre as experiências sociais e modulação da dor possam fornecer dados relevantes que se venham a traduzir em novas abordagens terapêuticas sociais e emocionais, para as condições de dor crónica, e com isso contribuir para a redução do sofrimento destes doentes

    No relationships between the within-subjects' variability of pain intensity reports and variability of other bodily sensations reports

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    Purpose: The subjective nature of pain assessment and its large variance negatively affect patient-health care provider communication and reduce the assay sensitivity of pain clinical trials. Given the lack of an objective gold standard measure, identifying the source (true or error) of the within-subject variability of pain reports is a challenge. By assessing the within-subjects variability of pain and taste reports, alongside with interoceptive measures, the current study is aimed to investigate if the ability to reliably report bodily sensations is a cross-modal characteristic. Patients and Methods: This prospective study enrolled healthy volunteers from local universities. After consenting, subjects underwent the Focus Analgesia Selection Task (FAST), to assess within-subjects variability of pain reports in response to experimental noxious stimuli; a taste task, which similarly assesses within-subjects variability of tastes (salty and sweet) intensity reports; and the heartbeat perception task, an interoceptive task aimed to assess how accurate subjects are in monitoring and reporting their own heartbeat. In addition, all subjects completed the Multidimensional Assessment of Interoceptive Awareness (MAIA), the Perceived Stress Scale (PSS), and Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). Spearman's correlations were used to assess relations between all measures. Results: Sixty healthy volunteers were recruited. Variability of intensity reports of different modalities were independent of each other (P > 0.05 for all correlations). The only correlation found was within modality, between variability of intensity reports of salt and sweet tastes (Spearman's r = 0.477, P < 0.001). No correlations were found between any of the task results and questionnaire results. Conclusion: Within-subjects variability of pain reports do not relate to variability of reports of other modalities or to interoceptive awareness. Further research is ongoing to investigate the clinical relevance of within-subjects' variability of pain reports.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    A psicogénese dos argumentos operatórios : identidade, compensação e reversibilidade em provas piagetianas de conservação

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    Tese de Mestrado em Psicologia (Área de Especialização em Desenvolvimento Humano) apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, 2005Na obra de Piaget, os chamados argumentos operatórios, Identidade, Reversibilidade e Compensação, são de grande importância. Acresce ainda a facilidade com que podem ser identificados nos desempenhos das crianças. Estranhamente, e tanto quanto sabemos, Piaget quase não se questionou sobre a psicogénese dos argumentos operatórios, o que pode ter a ver com o facto de não ter recorrido a metodologias longitudinais. Questões desse tipo, contudo, são importantes, quer em termos da própria teoria quer em termos de uma melhor compreensão da emergência do pensamento operatório na criança. Procurámos com este trabalho esclarecer alguns aspectos centrais neste domínio, nomeadamente: (a) Existem diferenças na frequência com que os argumentos são utilizados? (b) Existem diferenças na probabilidade de cada um dos argumentos ser o primeiro a ser utilizado quando a criança transita de um estádio de não conservação para um de conservação? (c) Existem diferenças nas frequências relativas dos argumentos em função das provas? Acompanhámos um grupo de crianças ao longo de quatro meses, com oito momentos de avaliação, utilizando quatro provas diferentes de conservação. Verificou-se que o argumento de Identidade foi o mais frequentemente invocado pelas crianças para justificar a conservação, parecendo ser igualmente aquele que emerge com mais frequência em primeiro lugar na transição para o pensamento operatório. Pelo contrário, o argumento de Reversibilidade é aquele que é menos utilizado. Constatou-se também que o tipo de prova influencia o padrão de utilização dos argumentos. Estes resultados contradizem os invocados por Piaget quando afirma que a emergência dos argumentos não segue uma ordem determinada e que a sua observação nos desempenhos das crianças é igualmente provável. A interpretação dos resultados foi dificultada, porém, pela perda de grande número de crianças da amostra ao longo dos momentos de avaliação, uma vez que da amostra inicial de 68, apenas 17 concluíram todas as avaliações.In Piaget's work, operational arguments (Identity, Reversibility, and Compensation), are exceedingly important. To this one may add the ease of identifying them in children's responses. Strangely, however, and as far as we know, Piaget did not examine the question of the psychogenesis of operational arguments, possibly because he did not make use of longitudinal methods. These types of questions, however, are important, both in terms of theory and in terms of a better understanding of the emergence of operational thought in the child. We sought in this work to shed light on some central issues in this domain, namely: (a) Are there differences in the frequency of use of the three arguments? (b) Are there differences in the probability of each of the arguments being the first to be used when the child moves from a non-conservation to a conservation stage? (c) Are there differences in the relative frequency of arguments as a function of tasks? We followed a group of children for four months, with eight moments of assessment, employing four different conservation tasks. We found that the Identity argument was most often invoked by children to justify conservation, and also seemed to emerge most often before any other in the transition to operational thought. On the contrary, the Reversibility argument was the least utilized. We also found that the type of task influences the pattern of argument use. These results contradict those invoked by Piaget when he sustains that the emergence of arguments does not follow a determined order and that their appearance in children's performance is equally likely. The interpretation of results, however, was hindered by the loss of a large number of children across assessment waves, as the initial sample of 68 was reduced to 17 children completing all assessments

    Relations between short-term memory and the within-subject variability of experimental pain intensity reports

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    While factors contributing to between-subjects differences in pain have been studied extensively, factors contributing to the within-subjects variability of pain reports are yet unexplored. The aim of this investigation was to assess possible associations between short-term memory and the within-subjects variability of pain reports in healthy and chronic pain patients. Healthy participants were recruited at the University of Haifa, Israel, and Fibromyalgia patients were recruited at a rheumatology department in a central hospital in Lisbon, Portugal. Following consent, both cohorts underwent the same procedures, including the digit-span test, assessing short-term memory, and the FAST procedure, assessing within-subject variability of pain intensity reports in response to experimental pain. One-hundred twenty-one healthy volunteers and 29 Fibromyalgia patients completed the study. While a significant correlation was found between the within-subjects variability and the total score of the short-term memory task (Spearman’s r = 0.394, P = 0.046) in the Fibromyalgia group, a marginal correlation emerged in the healthy cohort (r = 0.174, P = 0.056). A possible interpretation of these results is that in the patients’ group, at least some of the within-subjects variability of pain intensity reports might be due to error measurement derived by poorer short-term memory, rather than true fluctuations in perception.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Can health care providers recognise a fibromyalgia personality?

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    OBJECTIVES: To determine if experienced health care providers (HCPs) can recognise patients with fibromyalgia (FM) based on a limited set of personality items, exploring the existence of a FM personality. METHODS: From the 240-item NEO-PI-R personality questionnaire, 8 HCPs from two different countries each selected 20 items they considered most discriminative of FM personality. Then, evaluating the scores on these items of 129 female patients with FM and 127 female controls, each HCP rated the probability of FM for each individual on a 0-10 scale. Personality characteristics (domains and facets) of selected items were determined. Scores of patients with FM and controls on the eight 20-item sets, and HCPs’ estimates of each individual’s probability of FM were analysed for their discriminative value. RESULTS: The eight 20-item sets discriminated for FM, with areas under the receiver operating characteristic curve ranging from 0.71-0.81. The estimated probabilities for FM showed, in general, percentages of correct classifications above 50%, with rising correct percentages for higher estimated probabilities. The most often chosen and discriminatory items were predominantly of the domain neuroticism (all with higher scores in FM), followed by some items of the facet trust (lower scores in FM). CONCLUSIONS: HCPs can, based on a limited set of items from a personality questionnaire, distinguish patients with FM from controls with a statistically significant probability. The HCPs’ expectation that personality in FM patients is associated with higher levels for aspects of neuroticism (proneness to psychological distress) and lower scores for aspects of trust, proved to be correct.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Mean pain scores in response to the 7 FAST stimulus intensities.

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    Black and grey bars represent the average pain scores in response to the 7 repetitions of the stimulus at each intensity, for healthy and Fibromyalgia patients, respectively. Error bars represent the standard error of the mean.</p

    Correlation between mean digit span total scores and FAST R<sup>2</sup> and ICC in the healthy volunteers’ cohort.

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    Correlations between the Digit span total scores and the FAST outcomes in healthy volunteers. Fig 2A and 2B present the correlations between Digit span total and the FAST R2 and FAST ICC, respectively.</p
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