5 research outputs found

    Gênero, sexo e corpos trans: um relato de experiência de extensão universitária a partir da construção de um grupo de apoio e militância com travestis e transexuais.

    Get PDF
    Este artigo apresenta uma interface conta de extensão universitária em pesquisa com travestis e transexuais. O artigo destaca a extensão universitária como uma estratégia relevante para as relações entre universidades, da sociedade e do Estado. Salienta a importância deste tipo de trabalho com pessoas vulneráveis

    Psychosocial aspects of homophobia in families and health of young lesbian and gay

    Get PDF
    The number of studies on different aspects of homophobia has grown significantly in the last ten years. However there is a lack of studies that analyze the psychosocial aspects involving experiences of LGBT youth by situations of violence and its consequences on their health. The present article reports the results of a research that aimed to analyses as are the situations of homophobia in the context of family relationships experienced by lesbian and gay youth, examining the psychosocial aspects of them processes of rupture or temporary or permanent familiar bond. The hypothesis confirmed during these years of research is that prejudice is articulated in the family context as a device to legitimize the violence and consequently causes the rupture of the bond, temporary or permanent among lesbian and gay youth and their families, which leads often leading to or expulsion from the house of the parents in complex circumstances and often painful.O número de pesquisas sobre diferentes aspectos da homofobia cresceu nos últimos dez anos. Entretanto, há uma carência de estudos que analisem os aspectos psicossociais que envolvem as experiências de jovens lésbicas e gays mediante situações de violência e os desdobramentos destas na sua saúde. O presente artigo busca relatar os resultados de uma pesquisa que objetivou analisar como se constituem as situações de homofobia no âmbito das relações familiares vividas por jovens lésbicas e gays, analisando os aspectos psicossociais dos processos de ruptura ou afastamento temporário ou permanente do vínculo familiar. A hipótese confirmada ao longo desses anos de pesquisa é de que o preconceito se articula no contexto familiar como dispositivo de legitimação da violência e, consequentemente, ocasiona a ruptura do vínculo, o afastamento temporário ou permanente entre jovens lésbicas e gays e seus familiares, levando, muitas vezes, à saída ou à expulsão da casa dos pais em circunstâncias complexas e, frequentemente, dolorosas

    Por onde circulam os corpos invisíveis? Intersecções entre população em situação de rua e gêneros dissidentes no acesso institucional urbano

    Get PDF
    No Brasil, historicamente a população negra e indígena sofreu violências que as colocaram em uma posição de subalternidade, de modo a produzir diferentes posições de sujeitos de (sem) direitos. Nos diais atuais, esse processo histórico, político e social possibilitou, através da noção de direito neoliberal no país durante o período de redemocratização, que essas pessoas historicamente a margem ocupassem uma nova posição de sujeito – a de população em situação de rua. Além disso, o Brasil é o país que apresenta grande índice de violência contra a população travesti e transexual. Desse modo, esse trabalho, com base na perspectiva interseccional feminista, busca uma articulação entre os marcadores sociais de classe, raça e gênero, de modo a problematizar as limitações dos acessos institucionais que pessoas travestis e transexuais em situação de rua vivenciam no município. Realizou-se uma observação flutuante, consoante com os pressupostos da etnografia, nas instituições em que tais sujeitos circulavam na cidade. Através disso, foi elaborado um diário de campo com impressões e falas, analisados sob a ótica metodológica da análise do discurso de Foucault. Como resultado, pode-se destacar o papel normatizador e repressor da polícia em reiterar  posição subalterna desses sujeitos, a lógica caritativa que atravessa os serviços de assistência social no município e a falta de conhecimento acerca do gênero enquanto construção social pelos/as profissionais. Além disso, há apontamentos acerca de diferentes modos de subjetivação de tais pessoas, que não se reconhecem nem como transexual nem como travesti

    A produção de corpos trans e suas interseções com os processos saúde-doença: efeitos (in)desejáveis e autonomia dos corpos

    Get PDF
    The Studies about the so-called "gender transformations", in its early days, were characterized by conceptions that prioritize understand the biological basis of gender. This process was view as something of unnatural order, based on a naturalization of one sex given by nature. The first anthropological studies were marked by anatomo-physiological definitions, which insisted on the idea of pathologizing trans performances, considered as disorders. With the advancement of feminist studies, there was apart between sex and gender, allowing a more focused approach to the construction of social realities and identity. Also, there is changes in the studies about body, gender, and sexuality, by pushing the field of study of feminism to recognize the social issue and not only biological issue of gender identity. Based on queer theory, they proposes to break the fixed gender binaries and to ask if the alignment made such as natural between sex-gender-orientation of desire is the only possible way of normality. In terms of health care, studies show that health services are geared toward a straight population, based on traight rules overlooking the specific necessities of LGBT population health. Thereby, travestis, transsexuals, transgender and intersex people are neglected in the full and integral access to health care by reductive conception that health professionals still have focused only in cases of illness. This conception neglect the specific demands of each person's body change also reproduce biological and binary models of gender to define male and female bodies, which must be exclusive to each other. Thus, the present research aims to understand the relationship between the construction of the body of trans men and transsexuals, intersex people, and the possible impacts on your health processes. It is a qualitative research with exploratory design. The sources were included as informants the investigation according to the following criteria: be recognized as travesti, transsexual or in any transit process; has more than 18 years; make use of dispositives in the construction of your body. For access to this population, the researcher sought to accomplish an immersion in the field by ethnographic inspiration, based on participant observation. The members of support group of the project already in progress facilitated this work, since the researcher already works in the group while enabler and has a network of informants. It has chosen three stories that even cleared the field of analysis of this research: a transsexual woman, a man trans and intersexual man. Based on the methodology of oral story and life stories, individual interviews were conducted that allowed for discussing aspects related to the construction of these body processes people and their intersections with the public health system. The analysis of the material collected was guided by the method of discourse analysis, of foucauldian approach, which seeks to see the place occupied by the true games, power relations and, above all, by the ways of the subject's relationship with yourself and with others, to build a body experiences of transgender and intersex also their possible intersections. There is still a pathologizing of bodies occupying the border of cisgender rules, based on the naturalization of a ontological truth materialized by the sexual binary differences that will define the body and the gender identity of the people. This conception directs public health policies about transgender and intersex people, surrounding the surgical autonomy theirs bodies because of the biomedical, legal and psi power that will legitimize their bodies and their existence through its guidelines.Os estudos sobre as chamadas “transformações de gênero”, em seus primórdios, eram caracterizados por concepções que priorizavam entender as bases biológicas do gênero, vendo esse processo como algo da ordem do não-natural, com base em uma naturalização de um sexo dado pela natureza. Os primeiros estudos antropológicos eram marcados por definições anatomo-fisiológicas, que insistiam na ideia de patologização das performances trans, consideradas como distúrbios. Com o avanço dos estudos feministas, houve uma cisão entre os conceitos de sexo e gênero, possibilitando um enfoque mais voltado para a construção de realidades sociais e identitárias. Percebe-se mudanças nos estudos acerca de corpo, gênero e sexualidade, pressionando o campo de estudos do feminismo a reconhecer o caráter social e não biologizante do gênero. Com base na teoria queer, propõe-se romper os binarismos fixos de gênero e questiona-se o alinhamento tido com natural entre sexo-gênero-orientação do desejo como única via possível de normalidade. Em termos de assistência à saúde, estudos mostram que a organização dos serviços de saúde é voltada para uma população heterossexual, pautados em uma heteronorma que negligencia as necessidades específicas em saúde da população LGBT. Nesse sentido, travestis, transexuais, homens trans e pessoas intersexuais são negligenciadas de acesso pleno e integral à saúde pela concepção reducionista que profissionais da saúde ainda tem, com foco apenas nos processos de adoecimento, negligenciando as demandas específicas de alteração corporal de cada pessoa ou reproduzindo modelos que biologizam os gêneros dentro de um binarismo convencionado para definir corpos masculinos e femininos, que devem ser excludentes entre si. Assim, a presente pesquisa pretendeu compreender as relações existentes entre a construção do corpo de transexuais, trans homens e pessoas intersexuais e os possíveis impactos sob seus processos de saúde. Sua natureza é qualitativa, com um desenho exploratório. As fontes foram incluídas como informantes da pesquisa de acordo com os seguintes critérios: se reconhecer enquanto travesti, transexual ou em algum processo de trânsito de gênero; possuir mais de 18 anos; fazer uso de dispositivos na construção do seu corpo. Como forma de acesso a essa população, buscou-se realizar uma imersão a campo de inspiração etnográfica, com base na observação participante. O grupo de apoio e militante do projeto já em andamento facilitou esse trabalho, visto que a pesquisadora já trabalha no grupo enquanto facilitadora e tem uma rede de informantes em potencial. Com base nisso, selecionou-se três histórias que comporam o campo de análise dessa pesquisa: uma mulher transexual, um homem trans e um homem intersexual. Com base na metodologia de história de vida e história oral, foram realizadas entrevistas individuais que permitiram problematizar aspectos concernentes aos processos de construção corporal dessas pessoas e suas intersecções com o sistema de saúde público. A análise do material coletado foi orientada pelo método de análise do discurso, de enfoque foucaultiano, que busca constatar o lugar ocupado pelos jogos de verdade, pelas relações de poder e, sobretudo, pelas formas de relação do sujeito consigo e com os outros, na construção de um campo de experiências corporais de transexuais, trans homens e intersexuais e suas possíveis interseções com a saúde. Percebe-se, que ainda há uma patologização de corpos que ocupam a fronteira da cisnormatividade, com base na naturalização de que há uma verdade ontológica materializada pelo binarismo sexual que irá definir o corpo e o gênero das pessoas. Toda essa concepção orienta as políticas de saúde pública acerca de pessoas transexuais e intersexuais, que tem sua autonomia cirúrgica e interventiva sobre o corpo cercada pelos dispositivos de saber-poder biomédicos, jurídicos e psicológico, que vão legitimar seus corpos e suas existências através de suas orientações

    A Utilização De Metodologia Grupal Em Pesquisa-ação Participativa Com Travestis E Transexuais

    Get PDF
    Em um trabalho de extensão universitária em psicologia comunitária, desenvolvemos um grupo de apoio para pessoas travestis e transexuais. Nosancoramos nas teorias feministas pós-estruturalistas, na pesquisa ação-participativa e no comprometimento político da psicologia com as populaçõesmarginais. Descrevemos o uso de uma metodologia participativa como estratégia de promoção da autonomia dos sujeitos, possibilitando enfrentamentode vulnerabilidades. Essa metodologia foca na construção coletiva da demanda a ser trabalhada de acordo com os participantes. Utilizamos a análisedo discurso de Foucault como ferramenta analítica. Constatamos que investir na linguagem, nos espaços de falas silenciadas e nas articulações paraminimizar os efeitos de desigualdade produzidos pelo contexto mostram-se importantes no fomento da autonomia e da ação dos sujeitos nas estratégiasde transformação social
    corecore