30 research outputs found

    As religiões ayahuasqueiras, patrimônio cultural, Acre e fronteiras geográficas

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    Em abril de 2010, a Assembleia Legislativa do Acre concedeu os títulos de cidadão do Acre a Raimundo Irineu Serra (fundador do Santo Daime), Daniel Pereira de Mattos (fundador da Barquinha) e José Gabriel da Costa (fundador da União do Vegetal) (ALEAC, 2010). Três anos antes, em abril de 2008, essas três vertentes religiosas haviam entrado com um pedido de reconhecimento da ayahuasca como patrimônio cultural imaterial brasileiro junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ..

    Bernardino-Costa, Joaze (org). Hoasca, ciência, sociedade e meio ambiente. Campinas, Mercado de Letras, 2011. 360 pp.

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     Ensaio bibliográfico sobre o livro Hoasca, ciência, sociedade e meio ambiente de Joaze Bernardino-Costa, publicado em 2011.

    “O meu avô deu a ayahuasca para o Mestre Irineu”: reflexões sobre a entrada dos índios no circuito urbano de consumo de ayahuasca no Brasil

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    Este artigo faz uma reflexão sobre a entrada dos índios no circuito urbano da ayahuasca. Descrevemos o processo de contato de diferentes populações indígenas, tais como os Kaxinawa, Guarani, Apurinã, Kuntanawa e Yawanawa com as religiões ayahuasqueiras e os neoayahuasqueiros. Observamos a reivindicação de alguns destes grupos de que teriam sido os responsáveis por introduzir a ayahuasca ao Mestre Irineu, o fundador do Santo Daime. Contemplamos a penetração do discurso de alguns destes atores no debate público, tentando entender sua reinvindicação de participação indígena no processo de reconhecimento da ayahuasca como patrimônio cultural imaterial junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Analisamos em que medida a entrada dos índios neste circuito, ou a participação de não índios em cerimônias em aldeias no Acre, está reconfigurando o campo religioso ayahuasqueiro brasileiro. This article presents a reflection on the entrance of indigenous peoples into the urban ayahuasca circuit. We describe the process of contact of different indigenous populations, such as the Kaxinawa, Guarani, Apurinã, Kuntanawa and Yawanawa with the Brazilian religions and the neo-ayahuasqueros. We observe the claim of some of these groups that they had been responsible for presenting ayahuasca to Mestre Irineu, the founder of Santo Daime. We consider the penetration of the discourse of some of these actors in the public debate, with the intention of understanding their demand for the participation of indigenous peoples in the process of recognizing ayahuasca as immaterial cultural heritage by the Institute of National Historic and Artistic Heritage (IPHAN). We analyze the way in which the entrance of these indigenous peoples into this circuit, or the participation of non-indigenous peoples in ceremonies in Acrean indigenous villages, are reconfiguring the field of Brazilian ayahuasca religiosity.

    Drogas, política y sociedad en América latina Y el Caribe

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    - Divulgação dos SUMÁRIOS das obras recentemente incorporadas ao acervo da Biblioteca Ministro Oscar Saraiva do STJ. Em respeito à Lei de Direitos Autorais, não disponibilizamos a obra na íntegra.- Localização na estante: 343.57 D784

    An overview of the literature on the internationalization of the Brazilian ayahuasca religions

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    Nascidas durante o século XX, a Barquinha, o Santo Daime e a União do Vegetal, conhecidas como as religiões ayahuasqueiras brasileiras, se mantiveram circunscritas à região norte do Brasil pelo menos até o início dos anos de 1970. Desde então, o Santo Daime e a União do Vegetal têm se expandido significativamente, cada qual à sua maneira, alcançando todas as regiões do país, cruzando as fronteiras brasileiras e o Oceano Atlântico. O processo de internacionalização desses grupos envolve complexas redes e alianças transnacionais, suscitando questões intrigantes sobre tradução cultural e diáspora religiosa. Entretanto, esse tema continua pouco explorado, e a produção a respeito é fragmentada e esparsa. Este artigo propõe uma revisão crítica da literatura sobre a internacionalização desses grupos, incluindo artigos, dissertações de mestrado e teses de doutorado em várias línguas, publicadas ou não, bem como textos sobre os aspectos legais. Através de uma abordagem comparativa, procuramos identificar as principais características, tendências e perspectivas do campo de estudos sobre a ayahuasca. Nesse sentido, esperamos chamar atenção para as possibilidades e lacunas dessa discussão e, ao mesmo tempo, estimular o desenvolvimento de futuras pesquisas. Este artigo almeja tornar-se uma espécie de guia para pesquisadores da área, assim como para outras pessoas interessadas no assunto, sendo especialmente importante em tempos em que a internacionalização das religiões ayahuasqueiras brasileiras alcança dezenas de países do mundo. Este tema, argumentamos, oferece um interessante lócus de estudo sobre a interação entre psicodélicos, religião e cultura.Palavras-chave: ayahuasca, internacionalização, Santo Daime, União do Vegetal, diáspora, religiões ayahuasqueiras.Created during the twentieth century, Barquinha, Santo Daime, and the União do Vegetal, known as the Brazilian ayahuasca religions, were circumscribed to the northern region of Brazil at least until the beginning of the 1970s. Since then, Santo Daime and the União do Vegetal have expanded significantly, each one in its own way, reaching all the regions of the country, crossing the Brazilian borders and the Atlantic Ocean. The process of internationalization of these groups involves complex nets and transnational alliances, generating intriguing issues on cultural translation and religious diaspora. Nevertheless, the theme is rarely explored and the information is widely scattered. This article proposes a critical review of the academic literature on the internationalization of these groups, including articles, master’s theses and doctoral dissertations in various languages, published or not, as well as texts on the legal aspects. Through a comparative approach, we seek to identify the main characteristics, tendencies, and perspectives of the ayahuasca field of studies. In this way, we hope to call attention to the possibilities and gaps of this discussion and, at the same time, stimulate the development of more research. This article aims to become a sort of guide to the researchers in this area as well as to be of use to others interested in the subject. The internationalization of the ayahuasca religions has already reached dozens of countries in the world, and offers an interesting locus of study of the interaction among psychedelics, culture, language, and cognition.Keywords: ayahuasca, internationalization, Santo Daime, União do Vegetal, diaspora, Ayahuasca religions

    Medical Drug or Shamanic Power Plant: The Uses of Kambô in Brazil

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    The secretion from the frog Phyllomedusa bicolor, known in Portuguese as kambô, has traditionally been used as a stimulant and an invigorating agent for hunting by indigenous groups such as the Katukina, Yawanawa, and the Kaxinawa in the southeast Amazon. Since the mid 90s, its use has expanded to large cities in Brazil and, since the late 2000s, abroad to Europe and the US. The urban diffusion of the use of kambô has taken place via healing clinics offering alternative therapies, by way of members of the Brazilian ayahuasca religions, and through travel, mainly by Amazonian rubber tappers, the Katukina, and the Kawinawa Indians. In this article, we present an ethnography of the expansion and reinvention of the use of kambô. We describe the individuals who apply the substance, who are a diverse group, including indigenous healers, ex-rubber tappers, holistic therapists, and doctors. We argue that the frog secretion has a double appeal among this new urban clientele: as a “remedy of science,” in which its biochemical properties are stressed; and as a “remedy of spirit,” in which its “indigenous origin” is more valued, as if kambô was a kind of shamanic power plant analogous to peyote and ayahuasca.Desde a metade da última década, em grandes cidades do Brasil, começou a se difundir o uso da secreção da perereca Phyllomedusa bicolor. Um pouco mais tarde, partir da segunda década deste século, tornou-se possível alcançar informações sobre tal difusão em cidades europeias e norte-americanas. Tradicionalmente usada como revigorante e estimulante para caça por grupos indígenas do sudoeste amazônico (entre eles, Katukina, Yawanawá e Kaxinawá), tem havido um duplo interesse pelo kambô: como um “remédio da ciência” – no qual se exaltam suas propriedades bioquímicas – e como um “remédio da alma” – onde o que mais se valoriza é sua “origem indígena”. A difusão urbana do kambô tem-se dado, sobretudo, em clínicas de terapias alternativas e no ambiente das religiões ayahuasqueiras brasileiras. Os aplicadores são bastante diversos entre si: índios, ex-seringueiros, terapeutas holísticos e médicos. Neste artigo apresentamos uma etnografia da difusão do kambô, analisando sobretudo o discurso que esses diversos aplicadores têm elaborado sobre o uso da secreção, compreendida por alguns como uma espécie de ‘planta de poder’, análoga ao peiote e a ayahuasca

    "Remédio da Ciência" e "Remédio da Alma": os usos da secreção do kambô (Phyllomedusa bicolor) nas cidades

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    Desde a metade da última década, em grandes cidades do Brasil, começou a se difundir o uso da secreção da rã Phyllomedusa bicolor. Tradicionalmente usada como revigorante e estimulante para caça por grupos indígenas do sudoeste amazônico (entre eles, Katukina, Yawanawá e Kaxinawá), tem havido um duplo interesse pelo kambô nos centros urbanos: como um "remédio da ciência" – no qual se exaltam suas propriedades bioquímicas – e como um "remédio da alma" – onde o que mais se valoriza é sua "origem indígena". A difusão urbana do kambô tem-se dado, sobretudo, em clínicas de terapias alternativas e no ambiente das religiões ayahuasqueiras brasileiras. Os aplicadores são bastante diversos entre si: índios, ex-seringueiros, terapeutas holísticos e médicos. Neste artigo apresentamos uma etnografia da difusão do kambô, analisando sobretudo o discurso que esses diversos aplicadores têm elaborado sobre o uso da secreção, compreendida por alguns como uma espécie de ‘planta de poder’, análoga ao peiote e a ayahuasca.Since the second half of the last century, large cities in Brazil began to see the diffusion of the use of a secretion from the frog Phyllomedusa bicolor. Traditionally used as a stimulant and an invigorating agent for hunting by indigenous groups in the southeast of the Amazon (such as the Katukina, Yawanawá and the Kaxinawá), kambô has found a double interest in urban centers: as a "remedy of science", in which biochemical properties are stressed, and as a "remedy of spirit", in which the "indigenous origins" are more valued. The urban diffusion of the use of kambô has mainly taken place via healing clinics which offer alternative therapies and via the Brazilian ayahuasca religions. Kambô providers are quite diverse, including indigenous healers, ex-rubber tapers, holistic therapists and doctors. In this article we present an ethnography of the diffusion of the use of kambô. The analysis focuses mostly on the discourses that various providers have developed around the use of this secretion, believed by some to be a kind of ‘power plant’ analogous to peyote and ayahuasca

    Música, tradução e linguagem na diáspora do Santo Daime

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    This article addresses Santo Daime’s diaspora and its musical dimensions. In order to do this, the authors establish parallels from the international expansion of capoeira, neo-Pentecostalism and afro-Brazilian religions. These parallels situate the transnationalization of Santo Daime within the broader movement of the diaspora of Brazilian religions and the Global South. Thereafter, the paper discusses the ritual role of music and daimistas’ religious hymns, which are considered sacred gifts and represent a cornerstone of the rituals. The article then describes and discusses how the hymns are sung, translated, and interpreted into different countries and contexts. It is argued that the hymns generate cohesion and transnational networks on the one hand, and reinterpretation and conflicts on the other. These discussions encourage debates on the ritual use of psychoactive drugs, the relationship between musEste artigo aborda a diáspora do Santo Daime através de sua dimensão musical. Para isso, são estabelecidos alguns paralelos com a expansão internacional da capoeira, do neopentecostalismo e das religiões afro-brasileiras, situando a transnacionalização do Santo Daime dentro do movimento mais amplo de diáspora das religiões brasileiras e do Sul Global. Segue-se daí uma discussão sobre o papel ritual da música e sobre os hinos religiosos daimistas, que são considerados como presentes sagrados e representam um importante pilar dos rituais. Os autores descrevem e refletem sobre como os hinos são cantados, traduzidos e interpretados em distintos países e contextos. Argumentam que são produzidos, por um lado, coesão e redes transnacionais e, por outro, ressignificações e conflitos. Essas discussões nos convidam ao debate sobre o uso ritual de psicoativos, a relação entre música e religião e sobre as noções de tradição, autenticidade e sagrado

    A reinvenção do uso da ayahuasca nos centros urbanos

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    Orientador: Mauro William Barbosa de AlmeidaDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias HumanasResumo: As religiões ayahuasqueirasbrasileiras, sobretudo a União do Vegetal (UDV) e o Santo Daime, vêm se espalhando pelos grandes centros urbanos brasileiros a partir das décadas de 70 e 80, respectivamente, e por outros países, sobretudo desde o final da década 80. Um desdobramento deste processo é o surgimento de novas modalidadesurbanas de consumo da ayahuasca: pequenos grupos experimentais que utilizam a bebida em atendimento psicoterapêutico em vivências no universo neuJage, em contextos relacionado às artes, como no teatro e na música, ou mesmo atividades com os moradores de rua da cidade de São Paulo (SP). Estes pequenos grupos em formação foram denominados neo-ayahuasqueiros. Tais sujeitos vivem uma tensão entre, por um lado, rejeitar os modelos religiosos tradicionais das matrizes ayahuasqueiras disponíveis e, por outro, não cair no uso representado como profano de drogas. São então fabricados novos tipos de rituais e elaborados discursiva e simbolicamente referenciais filosóficos, existenciais, terapêuticos e mesmo religiosos, que introduzem rupturas significativas no universo de consumo da ayahuasca no Brasil. Neo-ayahuasqueiros estão inseridos numa rede urbana de consumo da ayahuasca, onde há uma circulação constante de informações, conhecimentos, pessoas, substâncias e capital. Esta rede faz parte do campo ayahuasqueiro brasileiro que interliga os diversos grupos tidos como tradicionais (Alto Santo, CEFLURIS, Barquinha e UDV) e atravessa em alguns casos nossas fronteiras, atingindo curandeiros peruanos ou mesmo modernos curandeiros oriundos de países do primeiro mundo. Estas novas modalidades urbanas de consumo da bebida de origem amazônica estão ligadas a processos mais amplos que vêm ocorrendo na modernidade. A dissertação é principalmente um estudo de caso de um neo-ayahuasqueiro, o terapeuta holístico Janderson, coordenador de um centro erapêutico na cidade de São Paulo e líder de um grupo chamado de Caminho do Coração. Completamos essa etnografia com um panorama de outras tendências ayahuasqueiras urbanas, visando fornecer uma contribuição para a compreensão do campo ayahausqueiro brasileiro em suas contínuas reinvenções, assim como a respeito da natureza e dinâmica das novas religiosidades urbanasAbstract: Brazilian ayahuascan religions, especially the União do Vegetal (UDV) and the Santo Daime, have been increasingly practiced in the large Brazilian cities since the 1970 and 1980s, respectively, and in other countries as well, mainly since the late 1980s. One outcome of this process is the appearance of new urban types of ayahuasca consumption. Many small experimental groups use the beverage as part of psychotherapeutic treatment in experiences within the new-age context, or in social groups related to the arts, the theater, and music, or even in activities carried out with street dwellers in the city of São Paulo. These small groups in formation have been called neo-ayahuascan. The subjects developing these new forms express a certain tension between a tendency to reject traditional religious models of the ayahuascan matrixes already in existence, and the avoidance of falling into uses seen simply as profane drug consumption. As a result, new kinds of rituals, as well as philosophical, existential, therapeutic, and even religious frames of reference are built up discursivelyand symbolically, thus introducing significant ruptures in ayahuasca consumption patterns in Brazil. Neo-ayahuascans belong to an urban network of participants which provides constant interchange of information, knowledge, persons, substances, and funds. This network is part of the Brazilian ayahuascan field, which interconnects the various groups considered traditional (Alto Santo, CEFLURIS, Barquinha, and UDV). It has also crossed the Brazilian borders to reach Peruvian witch doctors and even modem psychic healers in developed countries. These new urban modalities of consumption of this beverage of Amazon origin are related to broader processes which have been taking place in times of modernity. The present dissertation is basically a case study of a neo-ayahuascan, the holistic therapist Janderson, who is the coordinator of a therapeutic center in the city of São Paulo and the leader of a group called Path of the Heart (Caminho do Coração). We have completed this ethnography with a panorama of other urban ayahuascan trends, intended not only as a contribution to understanding the Brazilian ayahuascan field in its continuous re-inventions, but also as an investigation into the nature and dynamics of new urban religiositiesMestradoMestre em Antropologia Socia
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